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RESUMO ORTOPEDIA

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ANAMNESE E EXAME FÍSICO
• Verifica-se postura, tipo corporal, uso de órtese, forma de deambular (deambulação antálgica).
• Paciente pode apresentar lesões aos esforços repetitivos (LERs), que quando são relacionadas ao
trabalho são chamadas de doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT).
História
• Perguntas diretas e criteriosas: localização e gravidade da queixa; início da queixa; qualidade da
dor/deformidade; irradiação para uma região; características cronológicas da dor/queixa.
◦ Onde dói? Como é a dor? Quando começou a doer? A dor irradia para algum lugar? Tem
sintoma neurológico associado (paresia, parestesia)? A dor causa alguma dificuldade na sua
vida diária? A dor começou após um trauma ou processo febril? Quando a dor é mais
proeminente, ou ela é constante?
◦ Dores noturnas são mais características de processos inflamatórios, necróticos (necrose
avascular) ou tumorais.
◦ Deformidade, quando surgiu?
▪ Primária: é toda curvatura vertebral que mantém a mesma origem do período intrauterino.
Cifose ou curvatura primária. Quando a criança nasce, a cifose torácica e a sacrococcígea
são as únicas que se mantém, sendo então, as únicas curvaturas primárias.
▪ Secundária: curvatura lombar e cervical, também chamadas de curvaturas lordóticas ou
secundárias.
▪ A criança nasce com um varismo fisiológico (parecem pernas de rã) que começa a se
reverter pelos 18 meses, passando a valgizar os membros inferiores, chegando ao ápice do
valgismo aos 3-4 anos de idade; a partir dessa idade o valgismo começa a diminuir,
chegando a um valgismo fisiológico (em torno de 5 a 7°) em torno dos 7-8 anos de idade,
quando termina o desenvolvimento fisiológico dos membros inferiores. Valgismo de 10 a
15º é patológico. Observar diferença entre os membros.
◦ Alterações que surgem na adolescência devem chamar a atenção principalmente se estiverem
associadas à dor ou à limitação de movimento.
História médica pregressa, familiar e social
• Problemas precedentes à queixa; ocupação e tempo em que está nessa ocupação (LER, DORT);
história familiar para problemas ortopédicos; uso de medicamentos.
Observação/inspeção
• Observar quanto ao aspecto geral do paciente e o estado funcional: tipo corporal; postura; marcha;
movimentos compensadores e aparelhos auxiliares do movimento (bengala, cadeira de rodas);
pele, tecidos moles, subcutâneo: procurar por alterações da cor; aumento de tamanho (edema,
hipertrofia, derrame articular), presença de nódulos ou cistos; fraturas ósseas: procurar
anormalidades (observar coluna em dois planos: sagital e coronal); geno varo (deformidade que
diverge do centro do corpo), geno valgo (converge para o centro do corpo)
Hiperextensão: mais 
comum em 
mulheres, por serem 
mais elásticas
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◦ Sempre realizar a palpação junto com a inspeção.
◦ Hálux valgo: joanete. Converge para o centro do corpo.
◦ A hipertrofia e a hipotonia são medidas através da comparação das circunferências. A partir do
acrômio, marca-se 4 cm (no sentido palmar) e mede a circunferência; faz em ambos os braços e
compara. Nos membros inferiores, usa-se como referência a espinha ilíaca ântero-superior ou o
limite superior da patela.
◦ Cistos sinoviais: surgem devido a um fenômeno de hiperpressão articular. São mais evidentes
quando há movimentação excessiva e normalmente desaparecem quando o paciente repousa.
◦ Bursas: são bolsas de tecido sinovial que servem para diminuir o atrito entre grupos musculares
ou entre grupos musculares e articulações.
◦ Entorse: é a transmissão de carga axial dissipada rotacionalmente, gerando atrito entre as
superfícies condrais. Lesões condrais são irreparáveis, necessitando prótese. Cerca de 2/3 das
artroses de tornozelos são consequentes ao processo de entorse.
◦ Teste de Galeazzi: usado para verificar se há diferença de comprimento nos membros inferiores,
principalmente nos casos de displasia de quadril. Se existe diferença pode ser congênita ou
porque o quadril/fêmur está luxado.
Amplitude de movimento
• É a análise da biomecânica da articulação.
• Paciente com artrose (processo crônico-degenerativo das superfícies que compõem as
articulações), terá diminuição da amplitude.
• Passivo: é a que mais mostra se há diminuição da amplitude. O examinador move a parte do corpo
do paciente, observando se há diminuição ou aumento da amplitude do movimento e/ou presença
de dor. É comparativa, devendo começar o exame pelo membro que não dói ou que dói menos.
• Ativo: o paciente movimenta. Pode-se deduzir a perda de mobilidade por dor, fraqueza, disfunção
motora neurológica, rigidez. Pode-se observar a integridade do músculo usado na ação do
movimento.
• Contra resistência: usa-se a escala de força
◦ 0: sem contração (paralisia total);
◦ 1: só há contrações visíveis ou palpáveis (sem movimento);
◦ 2: força não vence a gravidade (apenas movimentos horizontais);
◦ 3: força vence a gravidade, mas não vence a resistência;
◦ 4: força vence a gravidade e pouca resistência;
◦ 5: força completa (contra gravidade e resistência).
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Movimentos
• Analisa-se os pacientes quanto à movimentação e contratura. A diminuição dos movimentos pode
ocorrer por causa da contratura ou por degeneração (artrose). Os movimentos podem ser
mensurados pelo goniômetro.
• Flexão: acontece entre C5 e C6; queixo-esterno.
• Extensão
• Rotação lateral direita e esquerda: atlas-áxis; queixo-ombro.
• Inclinação lateral direita e esquerda.
• Movimentação restrita (porção mais restrita em termos de movimentação).
• Maior movimento do tronco: lombar, mais acometida por patologias de sobrecarga.
• A coluna deve ser observada em 2 planos: frontal/coronal e lateral/sagital. Algumas causas do
aumento da lordose é a gravidez e o peso excessivo. O triângulo de Talhe estará acentuado na
escoliose.
• Dermátomos úteis e movimento segmentar:
◦ C5: deltoide (abdução do braço); bíceps (flexão do cotovelo);
◦ C6: extensão do punho;
◦ C7: flexão do punho;
◦ C8: flexão dos dedos;
◦ T1: adução e abdução dos dedos;
◦ L1, L2, L3: íleopsoas (flexão do quadril);
◦ L2, L3, L4: quadríceps (extensão do joelho);
◦ L5: dorsiflexão, eversão e inversão do pé;
◦ S1: flexão plantar;
◦ S2, S3, S4: esfíncter anal externo.
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TESTES ORTOPÉDICOS
Quadril
• Flexão
• Extensão: paciente em decúbito ventral.
• Abdução
• Adução
• Rotação interna: mantém o quadril e o joelho fletidos em 90°, sendo a perna dirigida para fora.
• Rotação externa: a perna é dirigida para dentro.
• Teste de Patrick ou Faber (“quatro”): é composto por flexão, abdução e rotação externa. Com a mão
apoiada sobre a face medial do joelho fletido e a outra apoiada no quadril oposto, exerce pressão
com ambas as mãos contra a mesa de exame, verificando o desencadeamento de dor. Detecta
patologias sacro-ilíacas ou coxofemoral (do quadril). Se sentir dor anterior, lateral ou até posterior
(na região inguinal), normalmente é patologia intra-articular, um processo degenerativo ou até uma
lesão labral. Se a dor for referida na região sacroilíaca ipsilateral, provavelmente é uma patologia
(artrose, p. ex.) ao nível da articulação sacroilíaca.
• Teste de Fadir: é composto por flexão, adução e rotação interna. Serve para verificar se existe
impacto femoro-acetabular.
• Teste do esfregaço: flete o quadril a 45°, abduz levemente e faz movimentos de rotação e
compressão do fêmur contra o acetábulo. Haverá dor se o paciente tiver processo degenerativo,
osteoartrose, processo inflamatório presente.
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• Teste de Trendelemburg: quando o paciente apoia um dos membros inferiores, a pelve cai para o
lado oposto e o tronco inclina-se excessivamente. Verifica se hálesão ou insuficiência da
musculatura glútea.
Joelho
• Extensão.
• Flexão.
• Teste da tecla: exame para verificar se há derrame articular.
• Palpação do menisco: palpação a interlinha articular, se doer, indica que o menisco dói.
• Teste de McMurray: com o paciente em posição supina, os quadris a 90° e os joelhos em flexão
máxima, o examinador (ao lado do joelho a ser examinado), palpa as interlinhas articulares com
uma mão e, com a outra, segura o pé do paciente provocando movimento de rotação interna e
externa da perna, alternadamente. A presença de dor, com ou sem estalidos, junto à interlinha
articular medial após rotação externa, pode caracterizar lesão do menisco medial. Quando se
realiza rotação interna com sintomatologia junto à interlinha articular lateral, pode-se estar diante
de uma lesão do menisco lateral.
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• Teste de Apley: paciente em decúbito ventral, joelho fletido em 90° e quadril em extensão. Aplica-
se uma força axial ao pé a medida em que se realiza rotação interna e externa da perna. Procura-se
dor ou estalido junto às interlinhas articulares durante a fase de compressão do teste. Menisco
medial gera dor em região externa da perna; menisco lateral gera dor na região interna. O teste
pode ser duvidoso nos casos de acometimento da articulação femoropatelar.
• Teste de estresse em varo ou bocejo: em caso de lesão do ligamento colateral lateral, a interlinha
lateral demonstrará uma abertura de “bocejo” pronunciado. O paciente não sentirá dor ao teste.
• Teste do estresse em valgo ou bocejo: a abertura da interlinha articular indica lesão tanto das fibras
superficiais como das fibras profundas do ligamento colateral medial. A abertura a 30° indica lesão
somente das fibras superficiais.
• Teste da gaveta: testa o ligamento cruzado. O paciente não sentirá dor, apenas a sensação de
deslocamento ficará nítida nos casos positivos.
• Teste da compressão: comprime a patela contra o fêmur, havendo dor se o paciente apresentar
processo degenerativo.
• Teste de Childress ou marcha de pato: paciente com lesão de menisco não consegue realizar,
apresentando dor.
Ombro
• Sinal de Dragona: perda do contorno arredondado do ombro após um evento traumático. Indicativo
de lesão glenoumeral. 
• Sinal da tecla do piano ou tecla positivo: elevação da extremidade lateral da clavícula sob a pele que
reduz com a pressão digital realizada pelo examinador, porém retornando à posição original uma 
vez cessada a pressão. Típica de luxação acromioclavicular. Pode ocorrer por frouxidão ligamentar.
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• Teste de Jobe: paciente faz elevação ativa do membro superior (no plano da escápula) em extensão 
e rotação interna contra a resistência oposta pelo examinador, posição que sensibiliza a tensão 
exercida no tendão do supra-espinhal. A resposta poderá ser apenas dor na face ântero-lateral 
acompanhada ou não de diminuição da força ou mesmo da incapacidade de elevar o membro 
superior. Indica desde tendinites até rotura completa do tendão.
• Teste do supra-espinhal: é testado pela elevação ativa do membro superior (no plano da escápula)
em extensão e rotação neutra, contra resistência oposta pelo examinador. A resposta poderá ser
apenas dor na face ântero-lateral do ombro acompanhada ou não de diminuição da força ou
mesmo de incapacidade de elevar o membro. Indica desde tendinites até rotura completa do
tendão.
• Teste do subescapular de Gerber: coloca o dorso da mão a nível de L5 e procura ativamente afastá-
la das costas rodando internamente o braço (rotação interna). A incapacidade de fazê-lo ou de
manter o afastamento indica grave lesão do subescapular. Equivale ao abdominal press test.
• Teste da apreensão
• Teste de Patte: avalia tendão infraespinhoso. Membro em abdução de 90°, cotovelo em flexão de
90° e palma da mão voltada para frente. O examinador oferece resistência contra o movimento de
rotação externa. É positivo quando apresenta dor na face anterior do ombro (tubérculo maior do
úmero).
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• Teste do impacto de Neer: o tubérculo maior do úmero projeta-se contra a face ântero-inferior do
acrômio e reproduz o impacto, com dor característica provocada pela irritação da bolsa serosa e do
tendão do supra-espinhal.
• Teste do impacto de Hawkins-Kennedy: o tubérculo maior é projetado contra o ligamento
coracoacromial e o tubérculo menor choca-se com o ponto do processo coracoide. É útil para
identificar lesão no manguito rotador.
• Teste ou sinal do sulco: verifica se é portador de uma subluxação do ombro. Indica uma frouxidão
ligamentar.
• Teste de Fukuda: usado para detectar instabilidade posteriores. Ombro é submetido a flexão,
adução e rotação interna. É positivo quando se gerar sintomatologia ou subluxação glenoumeral
posterior.
Obs - Causas que levam a ruptura do tendão: trauma, tendinite (processo inflamatório), microtrauma
(alteração da morfologia do acrômio).
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Coluna
• Teste de Adson: serve para determinar a permeabilidade da artéria subclávia, que pode estar
comprimida por costela cervical ou por contratura dos músculos escalenos, anterior e médio, que
podem afetar a artéria quando passa por entre os músculos, ou durante o trajeto do vaso em
direção ao membro superior. Palpar o pulso radial, abduzir, estender e rodar externamente o braço;
pedir que o paciente prenda a respiração e volte a cabeça para o lado em direção ao braço que está
sendo examinado. Se houver compressão da artéria subclávia, o pulso radial diminuirá de
amplitude. Analisa se há síndrome do desfiladeiro torácico.
• Teste de Adams ou da inclinação anterior: é sensível para determinar se há escoliose.
• Teste de Kerning: flexão do quadril e do joelho em 90°, seguido da extensão passiva do joelho.
• Teste de Laségue: é positivo até 30°, depois a dor é osteomuscular.
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DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL
• Antigamente era chamada de “luxação congênita do quadril”.
• Luxação é a perda de contato entre duas superfícies que compõem uma articulação (perda da
articularidade).
• É uma patologia de progressão lente e silenciosa.
• O quadril é uma articulação que começa a se desenvolver basicamente na 7ª semana de gestação.
Por volta da 11ª semana já está praticamente formada, mas continua a se desenvolver. O acetábulo
e a cabeça do fêmur são interdependentes para continuar a se desenvolver em sua morfologia
correta (um acetábulo fundo, um quadril com aproximadamente 130-135° de inclinação e uma
anteversão de 15°). Caso a cabeça do fêmur não exerça pressão sobre o acetábulo, este será raso,
assim como a cabeça não vai adquirir a sua inclinação e a sua anteversão correta. A partir desse
contato incorreto, inicia-se o desenvolvimento patológico. Isso ocorre devido à influência de fatores
intra-útero e, principalmente, devido a frouxidão ligamentar (sua presença é obrigatória).
Displasia do desenvolvimento
• É um espectro de anormalidades que vai desde a frouxidão da cápsula até luxação completa do
quadril.
• É uma doença de difícil diagnóstico por ser silenciosa e ter sua evolução inicial indolor. Caso não
diagnosticada e tratada a tempo, levará inevitavelmente a uma evolução desastrosa.
Crescimento
• Os componentes da articulação do quadril, acetábulo e cabeça do fêmur, vêm do mesmo conjunto
de células mesenquimais. Um desenvolvimentonessas células pelas 7ª semana define o acetábulo e
a cabeça femoral. Pela 11ª semana, a articulação coxofemoral está totalmente formada.
◦ A cartilagem triradiada (fecha em torno dos 15-16 anos) está no centro do acetábulo e marca a
união de 3 grandes ossos (ísquio, íleo e púbis) que formam o osso inominado ou osso do
quadril.
• Sabe-se que num quadril sem alterações, a luxação é difícil. Portanto, um recém-nascido com
displasia de desenvolvimento do quadril não tem um quadril normal, mas sim, com alterações de
frouxidão cápsulo-ligamentar e alterações patológicas do desenvolvimento/crescimento.
• Após o nascimento, o quadril continua a se desenvolver, portanto, o crescimento do acetábulo e da
cabeça do fêmur são interdependentes.
◦ A cabeça do fêmur só aparece no raio X após os 6 meses de idade.
Incidência
• Varia de país para país e de região para região no mesmo território.
• Luxação: 1:1.000 até 15:1.000.
• 10% das crianças nascidas vivas apresentam DDQ na sua forma mais incipiente, enquanto 2-3%
apresentam na sua forma mais grave (com luxação).
• 80% F e 20% M.
◦ Ação do estrogênio: alterações hepáticas no período gestacional dificulta a depuração do
estrogênio.
• Lado esquerdo 50%; direito 25%; bilateral 25%.
Etiologia
• Frouxidão ligamentar (sempre presente).
• Postura intrauterina (pélvico: gera microtraumas no nascimento).
• Fatores genéticos
◦ Pais normais, com 1 filho com DDQ: risco de 6% do próximo filho ter DDQ.
◦ Um pai acometido: risco de 12%.
◦ Um pai e 1 filho acometido: 36%.
• Fatores pós-natais (posicionamento da criança: forma de carregar, sentar).
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Fatores de risco
• História familiar.
• Apresentação pélvica (+DDQ: 30%).
• Oligodrâmnios.
• Torcicolo congênito, deformidades do pé (alterações nos tecidos musculares, capsulares e
ligamentares).
Diagnóstico
• Deve ser feito o mais rápido possível, pois dele dependerá o sucesso do tratamento.
• Desde que realizado até o 3º mês de vida, o êxito esperado atinge uma alta porcentagem. Após
isso, até o 6 meses, há uma chance um pouco maior de ter algum grau de anormalidade (não
corrige 100% da displasia) e, após os 6 meses, a chance é muito maior.
• Sinal de Ortolani: mostra que o quadril está luxado, portanto, que a articulação é redutível.
• Sinal de Barlow: mostra que o quadril está reduzido e, portanto, que é luxável. Pode ter duas etapas
(fazer Barlow e depois Ortolani).
• Os sinais de Ortolani e o de Barlow são positivos até a 4-6 semana de vida, pois depois disso há
limitação da abdução em flexão. Então, verifica-se através da alteração da assimetria das pregas das
coxas (Sinal de Peter Bade); 30% das crianças normais apresentam assimetria. 
• Teste de Galeazzi: mostra que o quadril está luxado, dando alteração (diferença) no comprimento
dos membros inferiores. Quanto mais avançada a DDQ, mais evidente o teste.
• Caso a dúvida permaneça, pede-se um Ultrassom para crianças de até 6 meses de idade (a cabeça
do fêmur é de cartilagem até essa idade). Caso o ângulo alfa seja menor que 50°, o acetábulo está
ficando raso e está “empurrando” a cabeça do fêmur para fora. O US é usado tanto para diagnóstico
quanto para acompanhamento da evolução do tratamento. O Raio X mostra muito falso negativo,
sendo usado somente após o 6 meses, quando então poderemos ver a cabeça do fêmur.
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Tratamento
• Até os 6 meses de idade: suspensório de Pavlik
◦ Objetiva reposicionar a cabeça do fêmur no acetábulo.
◦ Para se ter certeza de que reduziu corretamente (cabeça do fêmur centrada bem no meio da
cartilagem), faz-se um Raio X. O US serve para acompanhar a evolução do acetábulo, se está
ganhando profundidade (se está acentuando o ângulo alfa), sendo realizado semanalmente até
a redução. 
◦ Caso ocorre uma flexão excessiva na colocação do suspensório e ela não seja detectada, pode
ocorre a Síndrome de Pavlik, composta por lesão neurovascular, causando isquemia e neccrose
da cabeça do fêmur.
• Após os 6 meses de idade: gesso
◦ Tratamento é feito no bloco cirúrgico, com a criança anestesiada e mantida com gesso. 
◦ O acompanhamento é feito com fluoroscopia.
• O tratamento com o suspensório de Pavlik pode evoluir para gesso caso não ocorrer melhora
completa do quadro até os 6 meses.
• Após os 18 meses (após a marcha): cirurgia 
◦ Redução cirúrgica com osteotomia.
◦ Técnicas: Salter (a mais realizada), Pemberton, Steel (osteotomia triplanar, usada em paciente
mais “velhos”, com cerca de 15-16 anos), Chiari (não pode ser feita em mulheres em idade
reprodutiva, pois diminui o tamanho da pelve), encurtamento do fêmur.
◦ Quando a criança não é tratada até essa idade, inicia-se claudicação (Sinal de Trendelemburg),
devido ao encurtamento do membro por estar luxado.
◦ Também ocorre limitação da abdução em flexão.
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OSTEOMIELITE
• Trata-se de uma infecção óssea, um abscesso ósseo.
• Infecções ósseas são complicadas pois é difícil encontrar um antibiótico com boa penetração óssea,
logo, demanda tempo prolongado de tratamento, ação quase que imediata do ortopedista e que se
não diagnosticada e tratada adequadamente, sofre um processo de cronificação, trazendo sequelas
irreversíveis (encurtamento de membros, deformidades). Em adultos e crianças com algum grau de
imunodepressão, pode levar à rápida propagação sistêmica, com consequente sepse e óbito.
• Quando ocorre a cronificação, o tratamento mais simples que poderia ser empregado já não é
suficiente, sendo necessário uma osteotomia.
• O osso “morto” deve ser retirado para que o antibiótico tenha ação e para que não vire substrato
para propagação da infecção.
Osteomielite hematogênica
• Principal tipo de osteomielite.
• Na sua grande maioria vai acontecer em pacientes jovens. Uma grande parcela se encontra numa
faixa de até 17-18 anos.
• O foco infeccioso, geralmente, é infecção de via aérea superior, podendo ser via aérea inferior,
gastroenterite bacteriana, infecção urinária (suspeitar na presença de febre de origem oculta em
crianças).
• Os êmbolos bacterianos disseminados pela corrente sanguínea têm predileção pela região
metafisária de ossos longos. Esta região possui uma alteração na sua vascularização. Os sinusóides
ou loops, por terem um calibre pequeno, um fluxo sanguíneo lento e apresentarem ausência de
fagócitos ativos são sítios de perpetuação bacteriana. Isso leva à estase sanguínea, a um processo
infeccioso e a formação de um abscesso intraósseo, instalando-se a osteomielite.
◦ Resumindo: região metafisária, loops e lentidões, ausência de fagócitos capilares, fagócitos
inativos sinusoides.
• Quando as fises fecham-se, a infecção se instala em qualquer lugar.
• Outros grupos populacionais de risco: pacientes imunodeprimidos (HIV, quimioterapia), pacientes
com alterações metabólicas extremamente debilitantes (DM, câncer), usuários de drogas injetáveis.
Esses pacientes podem apresentar formas atípicas, como osteomielite hematogênica do esterno ou
da pelve.
• Geralmente leva de 1-3 dias para que a osteomielite se instale na criança após alguma infecção,
mas também ela pode se manifestar até 15 dias depois. 
Osteomielite hematogênica aguda
• A mais comum.
• 85% dos casos ocorrem até os 17 anos, apresentando dois picos: 18-24 meses (algumas fises de
crescimento vão se diferenciar em sua forma vascular) e 6-7 anos (idade escolar, propiciando maior
contato com patógenos).
• Pacientes com 50 anos ou mais, deve-se atentar à imunodepressão. Pacientes com 40 anos ou
menos, atentar para os grupos de risco e as formas de apresentação atípica.
• Acomete ossos longos (úmero, fêmur, tíbia); corposvertebrais (comumente causada por
tuberculose óssea – mal de Pott); formas atípicas (articulações esterno-claviculares e ossos da
pelve).
• Lembrar que existem focos à distância que representam porta de entrada: infecção de via aérea;
diabético que machucou o pé, lesões interdigitais com fissura…
• Quando não se acha o foco infeccioso em crianças, deve-se pesquisar por infecção urinária, que
nessa idade pode apresentar-se como bacteremia assintomática.
Osteomielite hematogênica crônica
• É considerada crônica pelos achados radiológicos, não pelo tempo. Há achados radiológicos que
delimitam entre aguda e crônica.
• O processo de cronificação é devido a um atraso no diagnóstico, falta de tratamento adequado,
ASUS
Destacar
ASUS
Destacar
ASUS
Destacar
falha no tratamento. É uma iatrogenia.
Abscesso ósseo – Abscesso de Brodie
• É um outro tipo de infecção óssea.
• É um abscesso contido, restrito, encapsulado, de baixa virulência.
• Normalmente o diagnóstico é radiológico. Tem aparência de um “cisto”, com uma área bem
delimitada. 
• Por estar contido, não produz problemas; logo, não precisa ser tratado. Pode, contudo, causar
problemas caso ocorra uma queda imunológica, reativando-o.
Osteomielites pós-traumáticas
• Ocorre por contaminação direta, por fraturas expostas.
• Fratura exposta: há contato do meio externo com o hematoma fraturário. 
• Desconfia-se quando o sangramento apresenta gotículas de gordura, que só existe na medula
óssea.
• Sondas e dedos em todos os orifícios: toque vaginal e retal são obrigatórios; se vier sangramento no
toque retal, deve-se desconfiar de fratura de pelve com ruptura de víscera oca; há contato do osso
com um meio contaminado (intestino), representando uma fratura exposta. Boca: fratura de
mandíbula ou maxila com contato com a cavidade oral. Nariz: fratura nasal com sangramento.
• Há ferimentos que por contiguidade ou proximidade levam à infecção óssea.
Fisiopatogenia das osteomielites
• Nas curvaturas bem acentuadas dos sinusoides, pelo pequeno tamanho e pela lentidão do fluxo
sanguíneo, associado a ausência de fagócitos ativos, ocorre o alojamento e proliferação bacteriana,
permitindo a formação de um abscesso, que vai aumentando e fistulizando, até causar ruptura do
cortical. Quando isso ocorre, há extravasamento para o periósteo, formando um abscesso
subperiostal. O periósteo acometido vai ficando tenso, estendido, consequentemente a
microcirculação vai colabar, havendo necrose isquêmica associada à dor. Com todo o processo
infeccioso, o periósteo torna-se reativo, inflamado, espesso. A isso dá-se o nome de periostite, que
é visualizável ao Raio X, como se uma segunda cortical aparecesse. 
• São sinais de cronificação: abscesso periostal (periostite; periósteo apresenta-se “descolado” ao
exame de imagem) e/ou sequestro ósseo (osso extremamente branco, esclerótico, envolto por
tecido vivo). Em torno de 5-7 dias podem ser observados alguns sinais como rarefação óssea (no
local onde surgirá o sequestro ósseo) e o sinal do roído de traça (osso fica mais rarefeito, com
buraquinhos, na região); esses sinais indicam que o osso está sofrendo o processo de cronificação.
• Caso o abscesso expanda para a medula, pode causa uma panosteomielite, que é a difusão da
infeção por todo o canal ósseo, tendo difícil tratamento.
Etiologia
• Staphylococcus aureus sempre presente.
Diagnóstico
• É clínico!
◦ Dor (primeira queixa; hiperemia e aumento da pressão intra-óssea, não melhora com
analgésicos comuns), febre (>39°C), irritação, inapetência, prostração; não consegue por carga
no membro (tem claudicação), com movimentos ativos e passivos limitados; presença de rubor,
calor, edema. 
◦ Atentar ao histórico de vias aéreas infectadas (osteomielite pode se instalar até 15 dias após a
infecção), de lesões que servissem de porta de entrada.
◦ Exames auxiliares não são necessários para o diagnóstico, mas servem para ver a evolução, se o
tratamento está tendo efeito. Pode-se pedir hemograma (leucocitose, desvio à esquerda,
linfopenia; Obs.: leucopenia exacerbada sugere sepse grave), VHS (>15mm), PCR, antibiograma.
Se há clínica, não há necessidade de que esses exames sejam positivos, pois a clínica é
soberana. Hemocultura é necessária. 
• Exames de imagem:
◦ Raio X: para ver casos crônicos. 5-7 dias para apresentar alterações.
◦ RNM: mostra alteração com até 3 horas de evolução; mostra edema ósseo indicando
osteomielite.
◦ Punção: se houver abscesso subperiostal, ocorrerá um falso positivo, mascarando o resto; não
serve para diferenciar.
◦ Se não houver exame de imagem para confirmar diagnóstico, institui-se o tratamento.
Tratamento
• Sempre é cirúrgico, tratando-se de uma urgência para evitar que ocorra cronificação.
• O abscesso é drenado (retirar material necrosado) através da trepanação (perfuração óssea) ou
janela óssea (quadradinho).
• Antibioticoterapia no transoperatório após coleta de material intralesão para cultura.
◦ Sempre deve ser feito desbridamento antes de inciar o ATB.
◦ Pede-se cultura, antibiograma, gram, micológico, BAAR.
• Trata-se empiricamente com cobertura de amplo espectro, que cubra S. aureus.
◦ ATB tem que ser bactericida (Oxacilina, Clindamicina, Ceftriaxona).
◦ Aguda: EV por 10 dias, depois 4-6 semanas VO;
◦ Crônica: EV por 4-6 semanas, depois 3-6 meses VO.
• Irrigação contínua.
• Imobilizar o membro para alívio ou melhora da dor, em alguns casos.
• Aporte nutricional e hidratação.
• Cuidar a presença de outros focos.
Complicações
• Osteomielite crônica.
• De difícil tratamento, já que o ATB não “chega” em osso morto.
• TC/RNM para planejamento cirúrgico, delimitando áreas infectadas.
• Ressecar todo o osso com tecido necrosado.
• Retalho, em alguns casos.
• Tratamento com ATB passa a ser de 3 a 6 meses.
LESÃO DE ESFORÇO REPETITIVO E DOENÇA OSTEOMUSCULAR RELACIONADA AO TRABALHO
• DORT é, na verdade, uma LER.
• As estruturas envolvidas (cápsula, ligamento, tendão, nervos) têm uma capacidade de uso, que assume
um gráfico decrescente de uma função de primeiro grau. À medida que se aumenta a carga, diminui-se a
resistência, a capacidade daquela estrutura receber tensão e de se manter íntegra frente a um esforço. A
área abaixo desse gráfico é chamado de envelope funcional. Caso a estrutura exceda sua capacidade,
sofre um processo chamado de overuse, que se apresenta através de um processo inflamatório
(tendinite, capsulite, inflamação no ligamento). Como todo processo inflamatório, a estrutura vai
apresentar dor, edema e crepitação (fibrose). Embora mais rara, a crepitação faz parte de um processo
mais grave, em que há formação de aderências. No US esses tendões mostram-se mais espessados, com
aumento de líquido ou presença de líquido na bainha sinovial ou presença de líquido peritendão.
Apresentam um padrão de ecogenicidade heterogêneo, diferente do restante do tendão. Esse tendão
inflamado torna-se mais friável (fraco) e suscetível a microrrupturas. Por esse padrão heterogêneo, pela
presença de fibrose e pelo tamanho aumentado desses tendões, ao deslizarem uns sobre os outros,
provocam crepitação, em casos raros, mas avançados de processo inflamatório.
• Tendão é uma banda de tecido fibroso que conecta o músculo ao osso; quando o tendão entra no osso é
chamado de entese. Tendão sadio não rompe, tem que haver processo inflamatório prévio.
• Algumas tendinites têm nomes específicos, por exemplo: tendinite da inserção dos músculos flexores ou
dos músculos extensores, que é chamada de epicondilite lateral (cotovelo do tenista) ou epicondilite
medial (cotovelo do golfista).
• Faz parte da anamnese e do tratamento a questão laboral, a atividade desse paciente.
• É uma afecção musculoesquelética decorrente de sobrecargas biomecânicas (overuse).
• LER: abrange todos os distúrbios relacionados com carga.
• DORT: apenas os distúrbios relacionados ao trabalho.
• Podeacometer nervos. Um exemplo é no túnel do carpo, em que ocorre espessamento das 8 estruturas
que passam nessa região: flexor ulnar do carpo, palmar longo (presente ou não em alguns pacientes),
flexor radial do carpo, flexor superficial dos dedos, flexor longo do primeiro dedo, flexor profundo dos
dedos, pronador quadrado, nervo mediano. Essas estruturas hipertrofiadas comprimem o nervo
mediano. Muitas vezes o nervo mediano estará hipertrofiado, espessado, principalmente em pacientes
que exercem atividade manuais. O nervo mediano pode sofrer neurite.
• No pé, a tendinite mais comum é a do tendão do músculo calcâneo, que só vai ser notada quando
houver ruptura do tendão.
Diagnóstico
• Histórico ocupacional do paciente.
• Exame físico detalhado. O paciente terá dor à palpação, edema, eventualmente crepitação.
• US é o principal exame a ser solicitado. RNM é o exame padrão-ouro e pode ser solicitada caso o US
não seja suficiente. Eletroneuromiografia pode ser solicitada quando haja suspeita de
comprometimento neurológico.
• É importante avaliar as condições de trabalho responsáveis pelo aparecimento da lesão.
Tratamento
• Parar o movimento repetitivo causal.
• Afastamento das atividade laborais.
• Imobilizar a estrutura acometida; repouso por 15 a 20 dias.
• Compressas geladas para diminuir processo inflamatório.
• Anti-inflamatório, por 7-10 dias.
• Fisioterapia ou crioterapia na fase aguda, mas não pode haver movimento.
• Passada a fase aguda, as estruturas devem ser reabilitadas:
◦ Calor para relaxar as estruturas.
◦ Fisioterapia de movimento: busca reabilitar e aumentar o envelope funcional, aumentar a
capacidade daquela estrutura de receber carga.
◦ Troca ou reposição laboral.
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BURSITES
• Bursa é uma bolsa de tecido sinovial que serve para diminuir o atrito entre os grupos musculares ou
entre os grupos musculares e as articulações.
• Inflama por: processo inflamatório adjacente ou por contiguidade; trauma; movimento excessivo
(esforço); processo viral; infecção (joelho e cotovelo são os mais comuns de infectar; deve-se drenar
e iniciar ATB).
• Bursite é um processo inflamatório das bursas. No quadril a mais comum é a trocantérica, depois a
isquiática. No pé, a retrocalcânea. No joelho, a pré-patelar.
Tratamento
• AINE (cuidar idade e comorbidades) + corticoide: associados ou não.
• Infiltração de corticoide com anestésico (xilocaína) após drenagem.
• Em alguns casos, cirurgia (bursectomia).
Diagnóstico
• US.
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ARTRITE SÉPTICA
• É uma infecção intra-articular.
• É devastadora, sendo mais grave que a osteomielite por ser lesão dentro da superfície condral.
Como exemplo, perda da cabeça do fêmur corroída por infecção, articulação luxada ou subluxada.
Pode evoluir e invadir as fises de crescimento, pondo fim ao crescimento da criança. É de maior e
mais rápida progressão que a osteomielite.
• Pode ser: hematogênica; pós-traumática; contaminação direta; invasão de partes moles; metáfise
dentro da região intra-articular.
• Infiltração de corticoide na articulação aumenta muito o risco de desenvolver artrite séptica.
• Osteomielite evolui para artrite séptica e vice-versa. No quadril, ombro, joelho e tornozelo, pelas
metáfises se encontrarem dentro da região articular (cápsula articular), é mais fácil de uma
osteomielite evoluir para artrite séptica. Isso se torna mais fácil a partir dos 18 meses (altera
vascularização). Antes dos 18 meses é mais fácil ir para a região epifisária, lesar o futuro núcleo de
crescimento.
• Acomete preferencialmente crianças de 1 a 2 anos, recém-nascidos e lactentes, principalmente no
quadril, devido ao parto que gera microtraumas, podendo formar hematoma intra-articular, que
pode adquirir uma infecção e evoluir para artrite séptica. Nos escolares, acomete mais os joelhos,
devido a traumas. Acomete mais meninos do que meninas.
Mecanismo
• Condrólise química. As próprias bactérias vão lesionar quimicamente a cartilagem, destruindo-a.
Ativam também os mecanismos de defesa, causando uma condrólise autoimune (na tentativa de
contenção bacteriana, lesiona a cartilagem).
• De 24 a 48 horas já é possível identificar alterações radiológicas.
• O aumento do volume e da pressão da articulação causa dor isquêmica, de necrose tecidual. A
inervação distendida também causa dor. O aumento de volume aumenta a distância entre as
articulações, gerando subluxação.
Diagnóstico
• Clínico: febre, prostração, dor, imobilização das articulações.
• Exames complementares, quando necessário: US (principal), hemograma, PCR>60, VHS>20, raio X
(subluxações, luxações, aumento do espaço articular, edema de partes moles).
• A impotência funcional é a primeira queixa. Há perda da amplitude de movimento. Há limitação dos
movimentos ativos e passivos.
• Pacientes apresentam posições intermediárias para aliviar a dor. No caso do quadril, é levemente
fletido e abduzido. Essas posições são o modo que a articulação consegue armazenar a maior
quantidade de líquido (volume) e com isso mantém a cápsula articular mais frouxa.
• Punção articular não serve como padrão macroscópico para definir se gá ou não infecção. Embroa o
líquido possa estar não purulento, pode estar infectado. Isso será demonstrado na cultura. Não
serve como padrão para definir necessidade cirúrgica.
Tratamento
• Deve-se drenar o abscesso.
◦ Artrotomia (abria a articulação); coleta de material para cultura; ATB no transoperatório;
lavagem da articulação com soro fisiológico (pode ser feito através da artroscopia); drenagem
contínua.
• Imobilizar.
• Aporte nutricional, hidratação.
• Pesquisar outros focos de infecção.
• Se a dor é mais na articulação, derrame articular pode estar presente (diferencia com osteomielite).
Complicações
• Evolução para osteomielite; lesão irreversível na articulação; sepse.
DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL
• Segmentos da coluna: cervical, torácica, lombar, sacral, coccígea.
• É comporta por curvaturas primárias e secundárias.
• As anormalidades apresentam-se em dois grandes planos: lateral/sagital e/ou frontal/coronal.
◦ Algumas deformidades se apresentam em dois planos: cifoescoliose, escoliose com
componente rotacional.
• No exame físico deve-se achar o diagnóstico correto pois este implica no tratamento. Busca-se
alterações associadas como malformações, acometimento neurológico, alterações respiratórias.
Com o tratamento adequado, altera-se o curso da patologia, corrigindo-a ou impedindo sua
progressão.
◦ Deve-se pesquisar: presença de dor; presença de sintomas neurológicos; presença de sintomas
respiratórios; limitações funcionais; quando foi que se notou a deformidade; evolução ou
estagnação da deformidade; associação com alguma alteração congênita; história familiar.
• O tratamento vai depender da maturação, do potencial que o paciente tem de crescer. Para isso,
deve-se analisar algumas características, através dos:
◦ Critérios de Tanner: pelos pubianos e axilares, crescimento dos seios ou do saco escrotal,
menarca (após menarca, atinge-se maturidade em 2-3 anos). 
◦ Critérios de Risser (1 a 5): o Raio-X de bacia ântero-posterior também pode ser utilizado para
mostrar grau de maturação. Vê-se a epífise, núcleo de ossificação do ilíaco, que começa de
lateral para medial. Quanto menor o potencial de crescimento da criança, maior será a linha,
mais próxima da coluna (medial) ela estará; ao contrário, quanto mais a criança tiver para
crescer, mais lateral estará a linha. Risser 1: maior potencial de crescimento; Risser 5:
crescimento completo, fusão da fise com o ilíaco.
• Frequentemente uma deformidade vem acompanhadade outra, e na coluna aparecem em grande
número:
◦ Mal formações de corpos vertebrais que vão originar deformidades na morfologia da coluna.
◦ Barras ósseas oriundas da má divisão embrionária da coluna em que os corpos vertebrais não
são divididos e apresentam-se fusionados.
◦ Ausência de corpos vertebrais (gravíssimo, ainda mais quando é na coluna cervical).
◦ Presença de sinais que indiquem alterações mais graves, como, por exemplo, a presença de
manchas café com leite que indicam fibromatose; abaulamento na região sacral que mostram
um disrafismo do sistema nervoso periférico.
▪ Disrafismo é uma mal formação, uma abertura do sistema nervoso periférico. Um exemplo
é a mielomeningocele, que é uma abertura do SNP através da qual passa uma bolsa que
contém meninge e medula. Mostra-se como um abaulamento na região sacral.
▪ Outros exemplos: mielocele, meningocele, espinha bífida, raquisquise.
▪ Tais alterações falam a favor de defeitos congênitos, alterações de formação.
◦ Tamanho dos membros: discrepância entre os membros podem levar a simulação de defeitos e
deformidades da coluna. Uma escoliose, por exemplo, pode ser consequente a um
desnivelamento pélvico, de uma displasia de desenvolvimento de quadril, o qual encontra-se
luxado; a redução pélvica faz com que a escoliose desapareça.
◦ Exame neurológico complete sempre deve ser feito.
◦ Deve-se examinar procurando alguns achados: a altura das escápulas, a altura dos ombros,
alterações do tórax (um hemitórax mais proeminente que o outro), proeminências ósseas.
Classificação
• De acordo com a localização da deformidade.
• Dividida em:
◦ Escoliose: deformidade em “S”. Pode ser tanto lombar como torácica, podendo ser as duas
concomitantemente (toracolombar). Pode ser estruturada (quando há rotação dos corpos
vertebrais) ou não estruturada.
◦ Cifose: pode ser congênita, postural, doença de Scheuermann.
◦ Cifoescoliose.
◦ Hiperlordose lombar: postural, espondilolistese.
Escoliose
• Curvatura anormal da coluna no plano frontal; uma curvatura lateral, ou seja, forma um “S”.
• Pode ou não estar associada a alteração rotacional. Pode-se presumir a presença de componente
rotacional quando um hemitórax está mais saliente que o outro ou uma escápula está mais
proeminente que a outra (teste de Adams: giba costal). Os processos espinhosos estarão rodados
para a concavidade da curvatura.
• Analisa-se o nível dos ombros e o da pelve, e o triângulo de Talhe.
• No teste de Adams a convexidade está voltada para a região da giba.
• Fio de prumo: coloca o fio em C7, tendo que seguir perfeitamente o eixo de toda a coluna e entre
as nádegas.
• Analisa-se a flexibilidade, a presença de dor associada à movimentação. Algumas deformidades da
escoliose são tão graves que não tem flexibilidade; porém, quando a flexibilidade existe, ela pode
nos induzir ao erro na análise do grau de deformidade, sendo este importante para tomada de
conduta do caso.
• Para analisar o grau de deformidade, solicita-se um raio-X panorâmico de coluna vertebral com
bending. Através da análise do ângulo de Cobb tem-se o parâmetro para o tratamento, sendo que
este ângulo pode aumentar ou diminuir com a flexibilidade; por isso pede-se o raio-X com bending.
• Escoliose não estruturada: é aquela que não tem rotação.
• Escoliose estruturada: tem rotação.
• Escoliose congênita: tipo 1 (defeito de formação), tipo 2 (defeito de segmentação), tipo 3 (misto).
Nesse caso, o colete não funciona; tratamento cirúrgico se curva > 45°.
• Tratamento:
◦ Baseado no ângulo de Cobb (dá o grau da escoliose):
▪ Até 20°: observar.
▪ 20-40°: tratamento com colete (colete de Risser); usado até o fim da maturação (quanto
maior o Risser, mais tempo durará o tratamento), a fim de impedir a progressão da doença,
mas não reverte o quadro. 
▪ Acima de 40°: cirurgia – artrodese com instrumentação.
• A única forma de correação da curvatura é a cirúrgica.
• Artrodese: fusão das vértebras. 
• A cirurgia pode causar lesão medular, por isso é realizada com potencial evocado, com
eletroneuromiografia no transoperatório.
• Ângulo de Cobb > 60° indica aumento de pressão intrapulmonar (alterando função
pulmonar) e risco de morte prematura.
Cifose
• Deformidade em “C”, vista no plano lateral.
• Pode ser congênita, postural, doença de Scheuermann.
• Congênita: 
◦ Ausência de formação ou de segmentação; ausência completa do corpo vertebral, o que causa
uma luxação da vértebra, podendo lesionar a coluna e causar paralisia. 
◦ Tratamento é cirúrgico precoce.
• Doença de Scheuermann (cifose juvenil; não é a mesma coisa que cifose juvenil idiopática!!!): 
◦ É uma anormalidade do crescimento das placas terminais de pelo menos 3 corpos vertebrais.
Os corpos vertebrais, em vez de serem quadrados, serão acunhados para frente, causando a
cifose.
◦ Trata-se de uma deformidade abrupta. O ângulo é muito fechado e a deformidade é grande.
◦ Normalmente é indolor, mas pode apresentar um pouco de dor.
◦ Eventualmente pode ter associação com sintomas neurológicos.
◦ É rígida, não corrige com a postura.
◦ Deformidade acentuada, com ângulo maior que 75°.
• Cifose juvenil idiopática: p
◦ Postural; é flexível, corrige com a postura. Quase nunca tem dor. Ângulo não é tão agudo.
Lordose
• Normal da lordose lombar: 30-65°.
• Hiperlordose postural: está aumentada em gestantes, mulheres que usam salto, mulheres com
glúteos grandes
• Hiperlordose por espondilolistese:
◦ Espondilolistese é o deslizamento/luxação da vértebra.
▪ Espondilose: artrose degenerativa do pars articular. Espondilólise: fratura. Ambos levam à
espondilolistese.
◦ Avaliar comprometimento neural.
◦ Classificação de Meyerding: baseia-se no grau de translocação da vértebra. Grau 1 a 5.
▪ Tratamento conservador: grau 1 e 2. Raio-X para controle, analgesia, alongamento.
▪ Tratamento cirúrgico: grau 3, 4 e 5. Artrodese.
ALGIAS DA COLUNA
• A dor tem origem não somente no segmento ósseo como também nos discos e nos ligamentos, que
vão sofrer processos de sobrecarga mecânica (lombalgias, dorsalgias).
• Podem causar dor: megapófise transversa, processo degenerativo da coluna (artrose),
espondilolistese, deformidades da coluna.
• Coluna vertebral: protege o SNC, a medula oblonga; do cérebro (através do forame magno) até a
última vértebra torácica ou 1ª lombar, de onde afila-se, formando a cauda equina.
◦ Síndrome da cauda equina é a única urgência ortopédica em coluna que deve ser operada em
até 48 horas.
• Algias são dores em qualquer segmento da coluna:
◦ Cervicalgia: dor só na região cervical.
◦ Cervicobraqualgia: dor na região cervical com irradiação para membro superior. Aplica-se o
teste de Spurling (de compressão e distração).
◦ Braquialgia: dor apenas no membro superior.
◦ Dorsalgia: dor na coluna torácica.
◦ Lombalgia.
◦ Ciatalgia.
◦ Lombociatalgia.
◦ Coccigodinia: dor no cóccix.
◦ Raquialgia: dor em todo segmento vertebral; normalmente ocorre por desmielinização, alguma
doença degenerativa.
Quadro clínico
• Dor, que pode ser irradiada para membros superiores ou inferiores.
• Posição antálgica.
• Rigidez associada à contratura muscular.
• Irradiação para coluna cervical.
Na pesquisa por cervicobraqualgia:
• Teste de Spurling: 
◦ Compressão: busca-se o aparecimento de dor ao comprimir a cervical.
◦ Distração: busca-se o alívio ou a não aparição de dor ao se descomprimir a cervical.
Na região lombar:
• Lasègue.
• Contra Lasègue: dói o lado contralateral.
• Bragard (Mennel): sensibilização do Lasègue.
Testes específicos da sacroilíaca:
• Abertura de pelve (teste de Volkmann): feito no trauma, pra ver se vai abrir o anel pélvico, quando
se tem lesão da articulação da sínfise púbica.
• Teste de Lewin: aproximação das cristas ilíacas; é utilizado para ver megapófise, que gera dor.
Fatores predisponentes para dor
• Obesidade; atividade de impacto; musculatura deficiente.
Etiologia
• 70-80% das dores lombares são devidas a lesões de disco intervertebral (não quer dizer que seja
hérnia).
•95% das lombociatalgias têm lesão discal, podendo ser protusão, defeitos posturais (escoliose,
cifose, lordose, perda da lordose), espondilólise, espondilolistese, anomalias dos corpos vertebrais,
doença de Paget (doença do turnover ósseo), doenças reumáticas, visceropatias (aneurisma da
aorta, úlcera de estômago), tumores, osteoporose (microfraturas, fraturas).
Tratamento
• 2% dos casos requerem tratamento cirúrgico, sendo o resto tratamento conservador (perda de
peso, exercício físico, relaxante muscular, analgésico opioide, compressas quentes).
• No período agudo: repouso (por no máximo 3 dias), anti-inflamatório, compressas quentes para
relaxar a musculatura e aliviar a dor.
• Fisioterapia após passar quadro agudo.
• Orientações posturais.
HÉRNIAS DE DISCO
• Acomete principalmente de 30-50 anos.
• 80% da população já apresentou ou vai apresentar dor lombar.
• 90% das hérnias discais têm resolução espontânea.
• Geralmente acometem L4-L5 ou L5-S1.
• 2% dos casos são cirúrgicos.
• Quando acontece a ruptura do anel fibroso e extravasamento do núcleo pulposo acontece a hérnia
de disco.
• Só pode ser vista na RNM (usada pra diagnóstico). O Raio-X é o principal exame complementar,
mostra sinais de degeneração. Eletroneuromiografia é usada para avaliar lesões definitivas, uma
diminuição na velocidade de condução.
Tratamento conservador
• Sempre.
• 6-8 semanas de tratamento conservador. Só após esse período pode-se indicar cirurgia, quando os
sintomas neurológicos não melhorarem ou progredirem.
• Uso de antidepressivo podem ser usados para alívio da dor: amitriptilina, gabapentina.
• Fisioterapia para alongar e reforçar a musculatura paravertebral, incluindo a musculatura
abdominal anterior.
Tratamento cirúrgico
• Falha do tratamento conservador, com piora progressiva ou persistência do quadro neurológico;
recidivas frequentes de dor.
• Síndrome da cauda equina: deve ser operada em até 48 horas. Consiste na compressão abrupta da
causa equina, levando a sintomas neurológicos (anestesia em sela ao redor do ânus, perda do
controle dos esfíncteres, perda total da sensibilidade dos membros inferiores. Pode ser por fratura
ou por uma hérnia extrusa que comprimiu a região.
• Remoção do disco doente: por artroscopia ou cirurgia aberta. A artrodese não deve ser o
tratamento primário. O tratamento primário é sempre a disquectomia.
• Complicações do tratamento cirúrgico: infecção, lesão neural, recidiva (12-16%), fibrose peridural,
instabilidade, lesão de raiz por cauterização dos vasos, TVP.
ARTROSE
• Doença degenerativa crônica caracterizada pela deterioração da cartilagem e pela neoformação
óssea nas superfícies e margens articulares sinoviais.
◦ Articulações sinoviais são aquelas que têm cápsula e produzem líquido sinovial.
• As principais articulações que sofrem processo degenerativo são o joelho e a coluna.
Causas
• A artrose, basicamente, não tem motivos para acontecer (é idiopática), vem com o envelhecimento,
caracterizando a artrose primária. É mais comum a partir dos 60 anos de idade. 
• Outros tipos de patologia podem provocar a degeneração da superfície condral, como a entorse,
caracterizando a artrose secundária. 2/3 das artroses tíbio-malares (de tornozelo) são oriundas de
entorse. São também causas: mal formações, como joelho varo ou valgo; alterações na morfologia
óssea, que podem levar à fratura ou deformação óssea. Isso leva a uma sobrecarga mecânica
desigual nos platôs tibiais e consequentemente, por uma alteração do eixo mecânico de carga,
acarretará numa artrose precoce. O excesso de peso gera uma sobrecarga mecânica que predispõe
ao desenvolvimento de artrose secundária. Atividade laboral também aumenta o risco.
• Pacientes com alterações intra-articulares, como DDQ, também levam ao desenvolvimento de
artrose, assim como uma fratura intra-articular.
• Toda fratura articular deve ter redução anatômica; caso isso não ocorra, desenvolverá artrose
precoce.
◦ Uma redução em que há fratura intra-articular e uma sem fratura evoluirá de maneira
diferente. A cicatrização intra-articular deixa uma pequena alteração em que gera atrito e evolui
mais precocemente para artrose.
• Sequelas de uma infecção dentro da articulação também pode levar à artrose, pois as bactérias
produzem enzimas que lesional a superfície condral, provocando uma reação imune na cápsula
articular, que o próprio organismo, na tentativa de liquidar a infecção, acaba lesionando.
• Sangue dentro da articulação também é uma causa. A viscosidade do sangue altera o coeficiente de
atrito e consequentemente gera um processo artrótico. Exemplo: paciente hemofílico.
◦ Hemartrose: sangue dentro da cartilagem.
• Gota também pode causar.
• A disposição do ácido homogentísico pode causar alteração do coeficiente de atrito. Ocorre na
alcaptonúria.
Fisiopatogenia
• Quando o processo degenerativo vai ocorrendo, a superfície articular vai ficando afilada, tornando-
se opaca, irregular, fibrilada. Aos poucos, essa estrutura vai fissurando e erodindo (abrindo úlceras
articulares). Enquanto isso acontece, o paciente apresenta dor, limitação da amplitude dos
movimentos e, como consequência, vai deixando de se movimentar e gerando atrofia muscular.
Para que ocorra produção do líquido sinovial, a cartilagem precisa de movimento. Diminui-se então
o líquido sinovial e as articulações se tornam mais rígidas. Diminui-se também o espaço articular,
podendo chegar ao ponto de haver impacção óssea; as superfícies que compõem a articulação vão
se encostar e, consequentemente o osso subcondral (abaixo da cartilagem), de característica
esponjosa, vai isquemiar, ficando esclerótico; no raio-X aparece como um osso mais branco,
ebúrneo; é um osso duro, morto, ao qual se dá o nome de geoide ou geodo esclerótico. Esse tecido
ósseo morto é reabsorvido, deixando em seu lugar um cisto.
• Ao mesmo tempo que isso ocorre, o organismo tenta fazer uma reparação através de
neovascularização e neoformação óssea. Essa reparação ocorre de forma aleatória, acarretando em
neoformações ósseas em lugares inadequados, onde existe instabilidade, tensão e tração (inserção
de cápsula articular, inserção ligamentar, inserção tendinosa); essas neoformações ósseas são os
osteófitos (projeções espiculadas e triangulares).
• Ocorre sobretudo em pessoas idosas e atinge o sexo feminino e masculino na mesma proporção.
Nos homens, contudo, a artrose ocorre de forma um pouco mais precoce.
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• O elemento fundamentalmente afetado é a cartilagem articular ou o disco intervertebral.
• Na discopatia degenerativa ocorre diminuição dos espaços intervertebrais e pode ser analisada
através do raio-X. O diagnóstico da hérnia de disco só pode ser feito pela RNM.
• A retificação da lordose cervical pode ser causada por dor (contratura muscular), espondilite
anquilosante, fratura ou uso de colar cervical.
• Alguns fatores endócrinos podem levar a alterações ósseas e acredita-se que podem estar
envolvidos no desenvolvimento da artrose, mas não há nada comprovado.
• Alguns fatores genéticos estão envolvidos. Aí implica-se que a artrose possa ter um componente
autoimune.
• Fatores metabólicos como hemocromatose, hemofilia.
Quadro clínico
• Dor.
• Dor em repouso que se intensifica com o movimento e as atividades físicas.
• Dor e rigidez protocinética.
• Dor à palpação em determinados pontos, principalmente às margens articulares (por causa dos
osteófitos).
• Rigidez após um tempo de repouso ou de inatividade.
• Perde de movimentos.
• Sensação de instabilidade.
• Limitação funcional.
• Aumento do volume com derrame articular.
• Nem sempre existe junto da artrose o componente inflamatório.
• Há períodos de exacerbação.
• Crepitação.
• Diminuição da função muscular por consequência.
Diagnóstico
• Anamnese.
• Exame físico. Comparar a amplitude de movimento das duas articulações.
• PCR e VHSservem para controlar o tratamento, não para diagnóstico.
• Raio-X é a base do diagnóstico, pode apresentar: cistos, diminuição do espaço articular, osteófito,
esclerose. Quando permanece a dúvida, pede-se uma RNM.
Tratamento
• Condutas de alívio sintomático: analgesia, anti-inflamatório.
• Melhorar as condições de vida do paciente, trazendo-o, preferencialmente, para as atividades
rotineiras que costumava exercer.
• Orientar perda de peso, carregar objetos com postura correta.
• Prevenir a doença em paciente que tem predisposição (obeso, trabalhador braçal, alteração
morfológica dos membros).
• Na fase aguda: AINEs, repouso da região acometida, eventual imobilização, fisioterapia de ação
analgésica e anti-inflamatória.
• Na fase crônica: evitar atividades de esforço na região comprometida, emagrecer, fisioterapia,
exercícios para fortalecer a musculatura, AINES ou analgésicos se necessário.
• Tratamento cirúrgico inicia-se com o debridamento (toalete cirúrgico). Outra opção é as
osteotomias, artrodese (não se faz mais), artroplastia (prótese).
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