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Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 CIRCULAÇÃO FETAL HEMATOPOIESE: Formação das células sanguíneas. Nos seres humanos, a primeira evidência da formação de sangue e vasos sanguíneos ocorre no mesoderma do do saco vitelino por volta do 17º dia do desenvolvimento embrionário. As céls do mesoderma passam a expressar fatores proteicos/genes que façam que elas se desenvolvam ou se diferenciem em grupamentos celulares denominados HEMANGIOBLASTOS (progenitores hematopoiéticos e endoteliais). - Eritrócitos do saco vitelino colonizam o fígado; Primeira colonização hepática: fornecimento de eritrócitos primitivos nucleados, contendo hemoglobina embrionária. Segunda colonização hepática: Células-tronco hematopoiéticas definitivas. Eritrócitos definitivos (anucleados - que sintetizam hemoglobina fetal), células mielóides e linfoides. É a primeira vez que vai se ter células do sangue de origem intraembrionária. Surgimento das células hematopoiéticas intraembrionárias e migração para povoar o fígado. - Região Aorta-Gônada-Mesonefro (AGM) Células hematopoiéticas na parede ventral da aorta dorsal -Surgem por volta do 27 dia e desaparecem aos 40 dias de desenvolvimento VASCULARIZAÇÃO INTRAEMBRIONÁRIA Mesoderma esplâncnico intraembrionário – 18º dia Ao contrário do mesoderma extraembrionário do saco vitelino, a formação de vasos sanguíneos no mesoderma intraembrionário NÃO ESTÁ ASSOCIADA À HEMATOPOIESE (*exceto na região AGM). Células endoteliais formam estruturas vesiculares que se unem em longos tubos ou vasos, originando o sistema circulatório do embrião. Vasos são remodelados e expandidos por ANGIOGÊNESE. Qual a diferença entre vasculogênese e angiogênese? A vasculogênese é a formação de vaso sanguíneo a partir do nada. As céls. mesenquimais se diferenciam e originam vasos. Quando esses vasos começam a se fundir e a mostrar ramificações – formação de vasos a partir de vasos preexistentes – angiogênese. Portanto, rede de vasos sanguíneos cresce por angiogênese, através do brotamento e ramificação (intussuscepção) de vasos já existentes. Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 SISTEMA VENOSO PRIMITIVO O Embrião apresenta três sistema venosos principais, que executam diferentes funções: Sistema vitelino (par de veias vitelinas) drena o TGI e derivados do intestino Sistema umbilical (par de veias umbilicais) carrega sangue oxigenado da placenta para o embrião/ feto Sistema cardinal (par de veias cardinais) Drena a cabeça, pescoço e parede corporal Os sistemas venosos são inicialmente: Simétricos bilateralmente e convergem para os cornos do seio venoso. Durante o desenvolvimento embrionário a circulação do feto é deslocada para o AD. O deslocamento do retorno sistêmico venoso para o AD, durante o desenvolvimento, causa uma remodelação neste sistema. Inicialmente, um par de veias vitelinas (D e E). Sistema vitelino: - A veia vitelina esquerda sofre involução devido ao deslocamento que sofre o sistema. - Veia vitelina direita se desenvolve formando sinusoides hepáticos; porção terminal da veia cava inferior; ducto venoso (Desvio de sangue oxigenado, vindo da veia umbilical, para o coração, sem passar pelos capilares hepáticos); veia porta; veias que drenam esôfago, estômagos e intestinos. Sistema umbilical: Nesse sistema é a veia direito que vai involuir e a esquerda vai desenvolver. Veia umbilical esquerda: perda de conexão com o corno do seio venoso esquerdo (a parte mais próxima do seio venoso degenera). Passa a ser a única a transportar sangue oxigenado da placenta para o embrião. Forma uma anastomose com o ducto venoso -> sangue oxigenado da placenta chega ao coração pelo ducto venoso – sangue oxigenado é desviado através do ducto venoso para a veia cava inferior. Em suma, a veia umbilical esquerda traz sangue oxigenado da placenta e, pelo ducto venoso (que foi formado por parte da veia vitelina direita), este sangue chega ao coração. Sistema cardinal Inicialmente é formado pela presença de duas veias cardinais comuns (De E). -Veias cardinais posteriores D e E (caudais) + veias cardinais anteriores D e E (craniais) se unem próximo ao coração, formando as veias cardinais comuns D e E, que drenam para os cornos do seio venoso. Processo de remodelação venosa modifica a simetria bilateral. -Veias cardinais anteriores: Originalmente drenam o sangue para os cornos do seio venoso, através das veias cardinais comuns D e E. A veia cardinal anterior esquerda, em sua região proximal, perde sua conexão com o corno esquerdo do seio venoso e regride. Desta forma, todo o sangue que esta veia drena, vai para a veia cardinal anterior direita, através de uma anastomose (veia braquiocefálica esquerda). -As regiões craniais das veias cardinais anteriores (D e E) originam as veias jugulares internas e externas. A veia cardinal anterior direita irá formar também a veia cava superior (juntamente com a veia cardinal comum direita) Sistema subcardinal -Veias Subcardinais surgem de brotamento do sistema de veias cardinais posteriores. As veias subcardinais se conectam umas às outras por anastomoses. A veia subcardinal direita: perde sua conexão com a veia cardinal posterior direita (que está se degenerando). Desenvolve uma anastomose com parte da veia vitelina direita logo abaixo do coração, formando assim, parte da veia cava inferior (entre fígado e rins). Veia subcardinal esquerda regride em sua maior parte. As veias subcardinais formam veias renais, veias suprarrenais e veias gonadais. Sistema supracardinal Veias supracardinais também se originam do sist. cardinal posterior. Na região abdominal -> Veia supracardinal direita forma o segmento da veia cava inferior logo abaixo dos rins. Na região torácica -> As veias supracardinais formam veias intercostais e veia ázigos. As porções mais craniais das veias cardinais posteriores perdem sua conexão com o coração e degeneram. As porções mais caudais das veias cardinais posteriores formam a veia ilíaca comum e as interna e externa. Porção caudal da veia cardinal posterior direita forma parte da veia cava inferior. Veia cava inferior formada por 4 porções embriologicamente distintas. Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 ARTÉRIAS DOS ARCOS FARÍNGEOS São 5 pares (não estão todos presentes simultaneamente). Artérias dos arcos faríngeos estão presentes nos arcos faríngeos responsáveis por formar importantes estruturas de cabeça e pescoço. Obs.: O quinto par começa a se desenvolver, mas regride. - Primeiro par de artéria dos arcos faríngeos: Vai formar as artérias maxilares (responsáveis por irrigar orelhas, dentes e mm. olhos e face) - Segundo par de artéria dos arcos faríngeos: Artérias estapédicas (auxiliam na vascularização da orelha) - Terceiro par de artéria dos arcos faríngeos: Artérias carótidas (comuns, internas e externas) - Irrigação da cabeça – - Quarto par de artéria dos arcos faríngeos: Arco aórtico e parte proximal da aorta descendente Artéria subclávia direita. - Sexto par de artéria dos arcos faríngeos: Ducto arterioso (Desvia o sangue do tronco pulmonar para a aorta descendente) Artérias pulmonares D e E. O saco aórtico sofre remodelamento e origina artéria braquiocerfálica e parte do arco aórtico. Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 ARTÉRIAS VITELINAS Ao entrar no corpo do embrião se anastomosam com a superfície ventral da aorta dorsal e posteriormente, perdem a conexão com o saco vitelino devido a dobra do embrião. A região que fez anastomose c/ a artéria dorsal vai formar a vascularização do TGI. ARTÉRIAS DORSAIS Aortas dorsais D e E se fundem, originando uma única artéria dorsal Emite inúmeros ramos (Estes ramos fazem a vascularização do tubo neural, epímeros, hipômeros e pele). A principalvascularização arterial do corpo se dá através da ramificação da aorta descendente que é oriunda das aortas dorsais que se fundiram. - Ramos cervicais -> artérias vertebrais - Ramos torácicos ->artérias intercostais - Ramos lombares e sacrais -> artérias lombares e sacrais ARTÉRIAS UMBILICAIS Artérias umbilicais D e E partem das aortas dorsais em direção a placenta p/ levar o sangue pobre em oxigênio para placenta. A porção proximal das artérias umbilicais que sai da aorta dorsal vai formar parte das artérias ilíacas e participar de parte da vascularização da bexiga. Já a porção mais distal, como faz parte da placenta, vai acabar sendo eliminada com o nascimento. Kellyane Zambom – Medicina UFMS - T6 CIRCULAÇÃO FETAL O sangue oxigenado da placenta entra no corpo do embrião pela veia umbilical esquerda (a direita degenerou) que se anastomosa com o ducto venoso que é oriundo da veia vitelina. O ducto venoso leva a maior parte desse sangue oxigenado direto para veia cava inferior e da veia cava inferior esse sangue vai para o átrio direito. Logo, o ducto venoso acaba por desviar a maior parte do sangue oxigenado que vem da veia umbilical esquerda da circulação hepática para ir direto pro coração. Uma vez no coração, a maior parte do sangue passa do átrio direito para o átrio esquerdo (devido ao forame oval) e do AE passa para o ventrículo esquerdo, de modo que saí para circulação sistêmica através da aorta para ser distribuído pelo corpo do embrião. Entretanto, uma pequena parte de sangue passa do AD p/ VD Esse sangue vai para circulação pulmonar (cabe lembrar que o pulmão ainda é pouco desenvolvida), todavia o ducto arterioso desvia boa parte desse sangue para a circulação sistêmica antes que ele chegue aos pulmões. Por fim, da circulação sistêmica volta pra placenta pelas artérias umbilicais. Estruturas vasculares importantes para circulação fetal: - Ducto venoso - Forame oval - Ducto arterioso Após nascimento o indivíduo começa a respirar alvéolos não estão mais colapsados – se enchem de oxigênio Há uma dilatação dos vasos sanguíneos na região pulmonar e diminuição da resistência vascular. Como a partir do nascimento o indivíduo se torna responsável pelas trocas gasosas – a prioridade passa a ser mandar sangue para o pulmão para que hajam trocas gasosas Estabelecimento da circulação pulmonar. Com esse estabelecimento, aumenta-se a pressão no átrio esquerdoAcontece o fechamento do forame oval (em até cerca de 3 meses após o nascimento). O ducto arterioso também sofre uma obstrução (de 1 a 4 dias) para evitar que o sangue que iria para o pulmão seja desviado para aorta. Ademais, há também a obstrução do ducto venoso (forma o ligamento venoso) devido à ausência da circulação placentária após o nascimento.
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