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interpretação de hemograma

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NOEMI ANDRADE 1 
 
INTERPRETAÇÃO DE HEMOGRAMA 
Hemograma é o exame utilizado para avaliar as três principais linhagens de células do sangue: hemácias, 
leucócitos e plaquetas. Ele é utilizado para o diagnóstico de várias doenças, incluindo anemia, infecções 
e leucemia. 
O Hemograma inclui: 
1-Eritrograma: Contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, determinação do hematócrito, índices 
hematimétricos e observação microscópica da morfologia dos eritrócitos. 
2-Leucograma: Contagem de leucócitos, determinação da fórmula leucocitária percentual, cálculo da 
fórmula absoluta e observação sobre eventuais alterações leucocitárias. 
3-Estimativa do número de plaquetas: anota-se se houver aumento ou diminuição aparente. 
Como existem variações tanto de eritroocitos como de leucograma que podem ser independentes( por 
exemplo na insuficiência renal, onde há anemia e leucograma inexpressivo) ou estreitamente relacionado. 
Recomenda-se sempre a solicitação do hemograma completo, ao invés de pedidos parciais. 
O QUE COMPÕE O HEMOGRAMA 
O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou 
série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária). 
ERITROGRAMA→SERIE VERMELHA/ ERITROCITOS 
A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações básicas: 
1 – Contagem de eritrócitos (CE) :106 /mm3 
2 – Dosagem da hemoglobina (Hb) :g/dL 
3 – Hematócrito (Ht) : % 
4 – Volume Corpuscular Médio (VCM) : µm 3 ou 
fm3 
5 – Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) : pg 
6 – Concentração da Hemoglobina Corpuscular 
O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos eritrócitos, que também podem ser 
chamados de hemácias, glóbulos vermelhos ou células vermelhas. É através da avaliação do eritrograma 
que podemos saber se um 
paciente tem anemia. 
HEMATÓCRITO E 
HEMOGLOBINA 
Os três primeiros dados, 
contagem de hemácias, 
hemoglobina e hematócrito, 
são analisados em conjunto. 
Quando estão reduzidos, 
indicam anemia, isto é, baixo 
 
 
NOEMI ANDRADE 2 
 
número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso 
de hemácias circulantes. 
O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% significa 
que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras 
substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do nosso sangue é composto por 
células vermelhas. 
Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas em 
excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos. 
A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de oxigênio. 
Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia. 
O QUE SÃO VCM, HCM, CHCM E RDW? 
O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das hemácias. 
Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM reduzidos indicam 
hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído. Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de 
anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que 
anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com 
hemácias de tamanho normal. 
Obs: Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia. 
O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de hemoglobina 
globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia. 
O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da 
hemoglobina dentro das hemácias. Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de 
hemoglobina nas hemácias. Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas. 
Quando têm muitas, são hipercrômicas. 
Assim como o VCM, o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia. 
O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado 
significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias 
com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, 
onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma 
hemácia de tamanho reduzido. 
Principais causas de anemias em crianças e adolescentes: 
× Anemias microcíticas: deficiência de ferro; talassemias; intoxicação pelo chumbo; doenças crônicas; Hb 
instáveis; anemias sideroblásticas. 
× Anemias normocíticas: eritroenzimopatias; defeitos da membrana eritrocitária; doenças crônicas; 
inflamações agudas e infiltrações medulares por neoplasias (sem deficiência prévia de ferro); sequestro 
esplênico; anemias hemolíticas autoimunes; hemorragias agudas; Hb anômalas (doença falciforme). 
× Anemias macrocíticas: deficiências de ácido fólico e vitamina B12; anemia responsiva a tiamina; anemia 
diseritropoietica congênita; mielodisplasias; doenças hepáticas; hipotireoidismo; aplasia eritroide pura; 
anemias aplásticas. 
 
 
NOEMI ANDRADE 3 
 
 × As principais causas de policitemia além do período neonatal são as cardiopatias cianóticas e 
hipertensão pulmar 
LEUCOGRAMA→ SERIE BRANCA/ LEUCÓCITOS 
A série branca, por sua vez, é analisada por meio dos seguintes índices: 
 
1 – Contagem total de leucócitos (CTL) : 103 
/mm3 
2 – Contagem diferencial de leucócitos (CDL) : 
Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados) : % e 
103 /mm3 
 Eosinófilos : % e 103 /mm3 Basófilos : % e 103 
/mm3 
Linfócitos : % e 103 /mm3 Monócitos : % e 103 
/mm3 
O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos, conhecidos também como células 
brancas ou glóbulos brancos. 
Os leucócitos são as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores. Na verdade, os 
leucócitos não são um tipo único de célula, mas sim um grupo de diferentes células, com diferentes 
funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos 
e alguns apenas fazem a identificação do microrganismo invasor. 
O valor normal dos leucócitos varia entre 4.000 a 11.000 células por microlitro (ou milímetros cúbicos). 
Quando os leucócitos estão aumentados, damos o nome de leucocitose. Quando estão diminuídos 
chamamos de leucopenia. 
Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos é importante ver qual das seis linhagens 
é a responsável por essa alteração. Como neutrófilos e linfócitos são os tipos mais comuns de leucócitos, 
estes geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da concentração total dos leucócitos. 
Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos leucócitos. Enquanto 
processos infecciosos podem elevar os leucócitos até 20.000-30.000 células/mm3, na leucemia, esses 
valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/mm3. As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na 
medula óssea. Podem ser por quimioterapia, por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por 
invasão por micro-organismos. 
Existem seis tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, como: neutrófilos, segmentados e 
bastões (neutrófilo jovem), linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. 
NEUTROFILOS 
O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos leucócitos 
circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção 
bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se 
eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela 
elevação dos neutrófilos, estamos diante de um provávelquadro infeccioso bacteriano. 
 
 
 
NOEMI ANDRADE 4 
 
Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o processo 
infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seus níveis sanguíneos retornam 
rapidamente aos valores basais. 
Neutrofilia: é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos. 
Neutropenia: é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos. 
SEGMENTADOS E BASTÕES 
Os bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente 
a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens recém-produzidos. 
A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem 
maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais 
experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis. 
Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual 
maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso. 
OBS: No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de 
“desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes 
tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à 
esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a esquerda no 
hemograma. Ou seja, significa apenas que há um aumento da produção de neutrófilos jovens. 
Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já está 
em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras. 
LINFÓCITOS 
Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos 
leucócitos no sangue. Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o 
surgimento de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos. Quando temos 
um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o 
número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na circulação. 
Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo 
de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam o processo de 
rejeição nos transplantes de órgãos. E também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos 
motivos da AIDS (SIDA) causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas. 
Linfocitose: é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos. 
Linfopenia: é o termo usado quando há redução do número de linfócitos. 
OBS: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser encontrados 
no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como mononucleose, gripe, dengue, 
catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças auto-imunes, como lúpus, artrite 
reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. 
Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer. 
 
 
 
NOEMI ANDRADE 5 
 
MONÓCITOS 
Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto em 
processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema 
imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em macrófago, 
uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores. Os monócitos tipicamente se elevam nos casos 
de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, como a tuberculose. 
EOSINÓFILOS 
Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia. 
Apenas de 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos. O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas 
alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas. 
Eosinofilia: é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos. 
Eosinopenia: é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos. 
BASÓFILOS 
Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos 
brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica. 
As principais causas de alterações nos leucócitos são: 
× Leucocitoses: infecções, doenças inflamatórias e leucoses; 
× Leucopenias: infecções virais e graves, consumo de leucócitos. Afrodescendentes apresentam 
leucopenia leve, constitucional (étnica); 
× Neutrofilia: processos infecciosos e inflamatórios, doenças mieloproliferativas, após exercícios, 
alimentação, uso de medicamentos (corticosteroides, ranitidina, epinefrina) e estresse; 
× Neutropenia: infecções virais, sepse grave, neutropenia benigna, étnica, cíclica, autoimunes, síndrome 
mielodisplásica, anemias aplásticas; 
× Eosinofilia: alergias, reações medicamentosas, parasitoses, infecções (clamídia, doença da arranhadura 
do gato), mieloproliferativas, radioterapia, hemodiálise; 
× Basofilia: hipersensibilidade, doenças mieloproliferativas crônicas; 
× Monocitose: infecções crônicas (tuberculose, sífilis, leishmaniose visceral), mielodisplasia, pós-
quimioterapia, colagenoses; 
× Linfocitose: infecções virais, coqueluche; leucoses. 
PLAQUETAS 
As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando um 
tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local 
da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que 
imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar 
os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue. 
 
 
 
NOEMI ANDRADE 6 
 
O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores 
próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação. Quando esses 
valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, uma vez que pode haver 
sangramentos espontâneos. 
Trombocitopenia: redução, abaixo dos valores de referência, do número de plaquetas no sangue. 
Trombocitose: aumento, acima dos valores de referência, do número de plaquetas no sangue. 
A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias, para saber se o paciente não encontra-se sob 
elevado risco de sangramento, e na investigação dos pacientes com quadros de hemorragia ou com 
frequentes equimoses (manchas roxas na pele).

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