Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BCA, 47 anos, sexo feminino, bióloga, residente em Belo Horizonte. Histórico: Paciente queixando-se de fraqueza e desânimo há aproximadamente 2 meses, o que tem prejudicado seu desempenho no trabalho e nas tarefas do dia a dia. Neste período notou também dispneia aos pequenos esforços, ficando por exemplo, muito cansada ao subir escadas. Na anamnese informa que, há cerca de 2 anos, vem tendo sangramento menstrual de grande intensidade (fluxo intenso) com duração de 8 a 10 dias por ciclo. Histórico Familiar: Marido e 2 filhos saudáveis. Pais falecidos. Mãe era hipertensa. Exame físico: PA = 120/80 mmHg FC = 100 bpm TA = 36,5°C Paciente em bom estado geral, mucosas hipocoradas (++/4+), hidratada, anictérica, acianótica, afebril. Linfonodos não palpáveis. Sem edemas. AR: eupneica em repouso, murmúrio vesicular fisiológico. Ausência de ruídos adventícios. ACV: bulhas rítmicas, taquicárdicas. AD: Abdômen normotenso. Presença de massa palpável no hipogástrio. Fígado e baço não palpáveis. Hipótese diagnóstica: ANEMIA FERROPRIVA Exames complementares: Hemograma: Hemácias = 5.100.000/mm3 / Hemoglobina = 9.7 g/dL / Hematócrito =32% / R.D.W.=18% Leucócitos = 8.300/mm3 Linfócitos = 21% Plaquetas=100.000/mm3 (baixa coagulação) Ferro sérico =25 mcg/dL Capacidade Total de Ligação do Ferro = 200 mcg/dL Ferritina sérica= 10 ng/mL Exame parasitológico de fezes: negativo Ultra-som pélvico: sem massa aparente (?) Perguntas: 1. O que é o exame hemograma? O hemograma é um tipo de exame laboratorial onde sera avaliado os elementos sanguineos (hemacias, leucocitos, ferro, hemoglobina, plaquetas, hematocitos...), atraves dessa avaliaçao será observado as taxa desses elementos podendo trazer um possivel diagnostico como de anemias, leucemia e infecçoes. 2. O hemograma pode ser dividido em quantas partes? Hemacias (celulas vermelhas) Leucocitos (celulas brancas) Plaquetas 3. Quando o resultado se caracteriza em anemia? A anemia ferropriva ou por deficiência de ferro em estágios iniciais, o hemograma apresenta um volume corpuscular médio (VCM) normal, porém com concentração de Hemoglobina (HGB) abaixo dos valores de referência. Com a evolução do quadro, ocorre a queda dos valores de VCM e a diminuição do valor de concentração da hemoglobina corpuscular média (CHCM) é indispensável que o profissional de saúde solicite também o exame de ferritina sérica, que é o marcador das reservas de ferro do organismo. A anemia megaloblástica é a principal anemia que causa o aumento no tamanho das hemácias (macrocitose), e é resultante da deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. Manifesta-se com aumento de VCM, pancitopenia, sem a presença de reticulocitose, e redução no número de glóbulos vermelhos no exame laboratorial. A anemia aplástica caracterizada pela presença de pancitopenia em sangue periférico, causada pela substituição da medula hematopoiética por células gordurosas, sem infiltração ou fibrose. No hemograma não são observadas alterações na morfologia das hemácias, no entanto há redução do número de eritrócitos, granulócitos e plaquetas além do aumento de linfócitos. Já a anemia hemolítica autoimune é uma condição que ocorre devido à ligação de anticorpos à superfície das hemácias, promovendo sua destruição. Para diagnosticar este transtorno, além do teste de Coombs positivo, é necessário que o hemograma apresente HGB abaixo de 12 g/dL, com presença de plaquetopenia e aumento de reticulócitos. A anemia falciforme tem origem genética e é causada por defeitos na estrutura da molécula de HGB, resultando na alteração da morfologia celular. Durante a realização do esfregaço sanguíneo, é possível perceber a presença de drepanócitos (hemácias foiciformes) e elevado número de leucócitos. Quanto ao hemograma automatizado, é importante verificar o resultado de RDW, pois caso se encontre acima de 19% é indicativo de um quadro grave de anemia falciforme. Por fim, a talassemia beta é caracterizada a nível laboratorial pela alteração morfológica dos eritrócitos, com redução de tamanho e coloração, sendo comum a presença de anisocitose dependendo do subtipo da talassemia. No hemograma pode ser percebida uma redução do VCM, HGB, CHCM e Hemoglobina Corpuscular Média (HCM). 4. Apresente as possíveis etiologias da anemia. Anemia é a diminuição da contagem de eritrócitos, que leva à redução do hematócrito ou teor de hemoglobina. representa o equilíbrio entre produção e destruição ou perda de eritrócitos. Portanto, a anemia pode resultar de um ou mais de 3 mecanismos básicos Perda de sangue Eritropoiese deficiente Hemólise excessiva (destruição de eritrócitos) Perda de sangue que pode ser aguda ou crônica. A anemia não se desenvolve até muitas horas após a perda de sangue aguda, quando o líquido intersticial se difunde no espaço intravascular e dilui na massa de eritrócitos remanescente. Durante as primeiras horas, no entanto, podem ocorrer concentrações de granulócitos polimorfonucleares, plaquetas e, em hemorragias graves os leucócitos imaturos e normoblastos podem aumentar. A perda constante de sangue resulta em anemia se a perda for mais rápida do que a reposição, ou, mais comumente, se a eritropoiese acelerada esgotar os depósitos de ferro do corpo (ver Anemia por deficiência de ferro). As deficiências da eritropoiese têm inúmeras causas. A completa cessação de eritropoiese resulta na diminuição de eritrócitos em torno de 7 a 10%/semana (1%/dia). A deficiência da eritropoiese, mesmo que insuficiente para reduzir o número de eritrócitos, ocasiona, normalmente, tamanhos e formas anormais de eritrócitos. A hemólise excessiva pode ser provocada por alterações intrínsecas nos eritrócitos ou por fatores extrínsecos, como anticorpos ou complemento em sua superfície, que levam à sua destruição precoce. Baço dilatado sequestra e destrói os eritrócitos muito mais rapidamente do que baço normal. Algumas causas de hemólise também deformam assim como destroem os eritrócitos. A hemólise normalmente causa aumento da produção de reticulócitos, exceto no caso de depleção de ferro ou outros nutrientes essenciais ou deficiência de eritropoietina. 5. Explicar os itens observados no hemograma completo. (Trazer os valores de referência) Eritrograma É o estudo dos eritrócitos, que também podem ser chamados hemácias, glóbulos vermelhos ou células vermelhas avalia do se um paciente tem anemia Hematócrito e hemoglobina Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes. O hematócrito é o percentual do sangue ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é composto por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do nosso sangue é composto por células vermelhas. Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos. A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia. O que são VCM, HCM, CHCM e RDW? O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das hemácias. Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM reduzidos indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído. Esse dado ajuda a diferenciar os váriostipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal. Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia. O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia. O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas. Quando têm muitas, são hipercrômicas. Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia. O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido. Excetuando-se o hematócrito e a hemoglobina, que são de fácil entendimento, os outros índices do eritrograma são mais complexos, e pessoas sem formação médica dificilmente conseguirão interpretá-los corretamente. É preciso conhecer bem todos os tipos de anemia para que esses dados possam ser úteis. Leucograma O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos, conhecidos também como células brancas ou glóbulos brancos. Os leucócitos são as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores. Na verdade, os leucócitos não são um tipo único de célula, mas sim um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos e alguns apenas fazem a identificação do microrganismo invasor. O valor normal dos leucócitos varia entre 4.000 a 11.000 células por microlitro (ou milímetros cúbicos). Quando os leucócitos estão aumentados, damos o nome de leucocitose. Quando estão diminuídos chamamos leucopenia. Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos é importante ver qual das seis linhagens descritas mais abaixo é a responsável por essa alteração. Como neutrófilos e linfócitos são os tipos mais comuns de leucócitos, estes geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da concentração total dos leucócitos. Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos leucócitos. Enquanto processos infecciosos podem elevar os leucócitos até 20.000-30.000 células/mm³, na leucemia, esses valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/mm³. As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea. Podem ser por quimioterapia, por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por invasão por micro-organismos. Existem seis tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber: 1. Neutrófilos O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos diante de um provável quadro infeccioso bacteriano. Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seus níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais. Neutrofilia: é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos. Neutropenia: é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos. Explicamos a leucocitose com neutrofilia com mais detalhes no artigo: O QUE SIGNIFICAM LEUCOCITOSE E NEUTROFILIA? 2. Segmentados e bastões Os bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis. Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso. No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de “desvio à esquerda“. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a esquerda no hemograma. Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da produção de neutrófilos jovens. Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras. 3. Linfócitos Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue. Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos. Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na circulação. Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam o processo de rejeição nos transplantes de órgãos. Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS (SIDA) causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas. Linfocitose: é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos. Linfopenia: é o termo usado quando há redução do número de linfócitos. Obs: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser encontrados no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como mononucleose, gripe, dengue, catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças auto-imunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer. 4. Monócitos Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em macrófago, uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores. Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, como a tuberculose. 5. Eosinófilos Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitos e pelo mecanismo da alergia. Apenas de 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos. O aumentode eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas. Eosinofilia: é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos. Eosinopenia: é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos. 6. Basófilos Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica. Plaquetas As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecidos lesados sem haver muita perda de sangue. O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação. Quando esses valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, visto que podem haver sangramentos espontâneos. Hemácias: - HOMENS Hemácias 4.2 a 5.9 milhões/ µL Hemoglobina 13.0 a 18.0 g/Dl Hematócrito 38 a 52% VCM 80.0 a 100.0 fL HCM 27.0 a 32.0 pg CHCM 31.0 a 36.0 g/dL RDW 10 a 16% Leucograma: Leucócitos totais 4000 a 11000/ µL Neutrófilos bastonetes 0 a 800/ µL Neutrófilos segmentados 1600 a 8000/ µL Linfócitos 900 a 4000/ µL Monócitos 100 a 1000/ µL Eosinófilos 0 a 500/ µL Basófilos 0 a 200/ µL Plaquetas 140 000 a 450 000 µL MULHERES Hemácias 3.9 a 5.4 milhões/ µL Hemoglobina 12.0 a 16.0 g/dL Hematócrito 35 a 47% VCM 80.0 a 100.0 fL HCM 27.0 a 32.0 pg CHCM 31.0 a 36.0 g/dL RDW 10.0 a 16.0% Leucograma Leucócitos totais 4000 a 11000/ µL Neutrófilos bastonetes 0 a 800/ µL Neutrófilos segmentados 1600 a 8000/ µL Linfócitos 900 a 4000/ µL Monócitos 100 a 1000/ µL Eosinófilos 0 a 500/ µL Basófilos 0 a 200/ µL Plaquetas 150 000 a 450 000 µL Valores de referência do recém- nascido Valores até 1 ano Valores de referência da criança Eritrócitos 4.0 a 5.6 milhões/ µL 4.0 a 4.7 milhões/ µL 4.5 a 4.7 milhões/ µL Hemoglobina 13.5 a 19.6 g/dL 11.0 a 13.0 g/dL 11.5 a 14.8 g/dL Hematócrito 44 a 62% 36 a 44% 37 a 44% VCM 77.0 a 101.0 fL 77.0 a 95.0 fL HCM 28.0 a 33.0 pg 30.0 a 33.0 pg
Compartilhar