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Resumo - Avaliação da Função Hepática

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Júlia Figueirêdo – LPI NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
AVALIAÇAO DA FUNÇÃO HEPÁTICA: 
O fígado é o órgão mais volumoso do corpo, 
apresentando como uma de suas funções o 
metabolismo de diversas substâncias, sejam 
elas oriundas da dieta (exceto lipídios) ou 
medicamentosas. Devido a esse papel 
importante, o suprimento sanguíneo desse 
local é abundante, compondo um extenso 
sistema venoso. 
Dentre as funções metabólicas hepáticas, 
destacam-se: 
 Mediação de carboidratos, promovendo a 
síntese e a conversão do glicogênio; 
 Síntese de proteínas plasmáticas; 
 Desaminação de aminoácidos; 
 Conversão de amônia em ureia; 
 Síntese de lipoproteínas; 
 Conversão de ácidos graxos em cetonas; 
 Biotransformação de hormônios e 
medicamentos; 
 Produção e excreção de bile. 
Distúrbios da função hepática manifestam 
múltiplas apresentações clínicas, como 
icterícia, hipertensão portal, alterações na 
homeostase e excreção enzimática por 
diversos sistemas do corpo. 
A avaliação da função hepática representa 
um mecanismo de triagem para diversas 
doenças e anormalidades, permitindo avaliar 
sua gravidade e os impactos do tratamento 
proposto, com grande poder preditivo para o 
prognóstico do paciente. Nesse contexto, os 
testes aplicados abrangem: 
 Enzimas hepáticas: 
As enzimas produzidas pelo fígado têm 
acesso direto à circulação sanguínea após 
sua produção, o que permite análises 
fidedignas da dinâmica hepática 
(conseguem detectar 95% dos 
acometimentos a esse órgão). 
O aumento nos níveis desses compostos 
indica lesões celulares extensas (seja por 
citotoxicidade ou por isquemia), obstrução de 
ductos (afetam a distribuição de amilase e 
lipase para o suco pancreático), e 
proliferação celular. 
As principais enzimas dosadas são: 
o Aspartato aminotransferase 
(AST/TGO): 
Essa substância é responsável pela 
transferência de grupos amina de α-
aminoácidos para α-cetoácidos, gerando 
energia. 
Além de estar presente no fígado, a AST 
também está presente no coração e nos 
músculos esqueléticos, regiões de intensa 
demanda energética. 
Algumas condições, como o alcoolismo 
crônico e o uso de anabolizantes e 
aspirina, podem intensificar a atividade 
dessa enzima, que irá ter valores séricos 
alterados. 
 
As manifestações clínicas decorrentes de 
aumento na secreção de AST abrangem 
hepatites (virais ou tóxicas), cirrose, 
colestase, icterícia obstrutiva, metástase 
ou necrose do fígado, infarto agudo do 
miocárdio (aumento de 4 a 10 vezes 
durante as primeiras 12 horas, com pico 
ao final de 24 horas e regressão por volta 
do 5º dia), traumas, distrofias e necrose 
muscular. 
o Alanina aminotransferase (ALT/TGP): 
Júlia Figueirêdo – LPI NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
É responsável pela síntese de 
aminoácidos, representando uma fonte de 
energia. Suas principais fontes, além do 
fígado, são os rins, o coração e o músculo 
esquelético. 
 
Essa enzima é mais sensível para a 
detecção de lesões hepatocelulares que 
de obstruções biliares. 
A atividade desse composto é maior em 
pessoas do sexo masculino e em quadros 
de exercício físico intenso (evidente 
também com o uso de anabolizantes). 
Assim como a AST, a ALT tem valores 
distintos conforme a faixa etária, descritos 
na tabela a seguir: 
 
Valores elevados de ALT sugerem 
doenças hepáticas com danos severos, 
como hepatites, cirrose, colestase, 
carcinoma hepático e insuficiência 
cardíaca. 
Comparativamente, se os valores do TGP 
forem maiores que os do TGO, há indícios 
de lesões mais extensas e menos 
profunda, ao passo que a situação inversa 
sugere lesões mais graves e profundas. 
o Fosfatase alcalina (ALP): 
Presente principalmente no fígado 
(membranas de revestimento dos 
canalículos biliares) e nos ossos 
(osteoblastos), pode ser encontrada 
em menores concentrações nos 
túbulos contorcidos renais, no intestino 
e na placenta. 
Elevações na dosagem sérica dessa 
enzima sugerem quadros obstrutivos 
de vias biliares, metástase hepática 
(lesões extensas), doenças 
granulomatosas e cirrose, hepatites ou 
distúrbios ósseos, ao passo que a 
redução nessa concentração está 
associada a casos de desnutrição 
crônica, anemia perniciosa, 
hipotireoidismo e hipofosfatasemia. 
o Gama glutamil Transferase (GGT): 
Localiza-se nas membranas celulares, 
promovendo a transferência de 
aminoácidos e peptídeos entre os 
meios extra e intracelular. Está 
presente no fígado e vias biliares, nos 
rins, intestinos, no coração, pâncreas, 
baço e cérebro. 
As mulheres apresentam valores de 
GGT inferiores aos dos homens (o que 
pode ser ainda mais discrepante caso 
haja uso de contraceptivos orais), e 
desta vez o exercício induz a 
diminuição da atividade dessa enzima, 
que se encontra elevada em obesos, 
diabéticos, tabagistas e etilistas (por 
esse motivo recomenda-se a 
abstinência alcoólica por 48 a 72 horas 
antes da realização do exame). 
 
 
 
Além de permitir a detecção de 
doenças hepáticas como metástase, 
obstruções biliares e colestase (intra e 
extra-hepática), a dosagem sérica 
desse composto permite o 
Júlia Figueirêdo – LPI NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
monitoramento de etilistas e a 
verificação da eficácia de drogas que 
estimulem o sistema microssomal 
(enzimático) do fígado. 
o Bilirrubina: 
A bilirrubina está presente no sangue e 
nas fezes, sendo considerada um 
metabólito da degradação de 
hemácias Níveis séricos elevados 
desse composto determinam a 
ocorrência de icterícia. 
Essa substância divide-se em três 
tipos, a saber: 
 Bilirrubina direta/conjugada: está 
ligada ao ácido glicurônico, 
podendo ser excretada pelo trato 
intestinal sob a forma de 
urobilinogênio ou 
estercobilinogênio; 
 Bilirrubina indireta/não conjugada: é 
o produto direto da quebra de 
glóbulos vermelhos, presente no 
sistema retículo endotelial, podendo 
retornar à circulação sanguínea e se 
acumular nos tecidos; 
 Bilirrubina total: soma dos valores 
das duas categorias anteriores. 
 
 
Os valores de referência desse 
composto variam conforme a idade e a 
categoria analisada da seguinte forma: 
 Bilirrubina total em recém-nascidos: 
entre 1,4 e 12 mg/dl (há grande 
oscilação nos valores durante os 
primeiros cinco dias de vida). Após 
o sexto dia, os valores de referência 
são os mesmos do adulto; 
 Bilirrubina total em adultos: até 
1,1mg/dl; 
 Bilirrubina direta em adultos: até 0,3 
mg/dl; 
 Bilirrubina indireta em adultos: até 
0,8 mg/dl. 
Para além da icterícia, alterações na 
dosagem de bilirrubina podem estar 
atrelados a hepatite, intoxicações 
medicamentosas, cirrose, neoplasia 
de pâncreas ou de vesícula biliar, 
estreitamento dos condutos biliares ou 
cálculos nessa região.

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