Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
fÍSICA Prof. Alexei Muller AULA 4 3concurseiro.vip Ética AULA 04 Estamos aqui para mais uma aula de física aplicada à perícia de acidentes rodoviários, ainda trabalhando dentro do primeiro tópico do edital, a parte mecânica, falar de quantidade de movimento e conservação da quantidade de movimento, impulso, colisões, depois falar de estática dos corpos rígidos e se der tempo a gente vai começar hidrostática que seria o último item da mecânica. Quando a gente vai falar de quantidade de movimento, colisões a gente precisa primeiro lembrar que quando um corpo está em movimento ele tem energia armazenada em função do movimento, que é a energia cinética, mas além de energia o corpo também tem outra grandeza chamada de quantidade de movimento ou momento. Quantidade de Movimento ou Momento Essa grandeza auxilia na hora de estabelecer relações quando dois corpos colidem. Quando o corpo se move ele tem um movimento que é a velocidade que é uma grandeza que tem orientação, ou seja, vetorial. Imaginemos um corpo A e o corpo B, eles têm a mesma massa. A velocidade do A é 80km/h e a velocidade do B é 60km/h. Vamos pensar que eles vão colidir, o A está indo da esquerda para direita e B está indo da esquerda para direita. Vamos pensar que o A está indo da esquerda para direita e o B da direita para esquerda. 4 concurseiro.vip Imaginemos que o A está na orientação abaixo: Faz diferença a orientação do movimento para os estragos. Os estragos serão distintos! Quando os corpos colidem além de ter energia por estar em movimento e na hora que colidirem os corpos irão trocar as energias, eles também vão ter quantidade de movimento que também irão trocar entre si na colisão. Quando um corpo tem massa e se move com uma certa velocidade, a quantidade de movimento que ele tem a gente obtêm multiplicando a massa do corpo pela velocidade. Q = m . v m = kg v = m/s Q = kg m/s A quantidade de movimento do corpo vai apontar para o mesmo lado da velocidade. Só tem quantidade de movimento quem tem velocidade. Conforme exercício abaixo: Exercício: 1. (PRF – 2009) Uma condição necessária e suficiente para que um veículo de 1000 kg apresente uma quantidade de movimento NULA é que a) esteja trafegando em uma trajetória retilínea. b) esteja somente em queda livre. c) apresente velocidade constante e diferente de zero. d) seja nula a resultante de forças que nele atua. e) esteja parado, ou seja, em repouso. Se para ter quantidade de movimento o corpo precisa ter movimento, para ele não ter movimento, ele não poderá ter movimento. Se o corpo estiver parado em repouso ele não vai ter quantidade de movimento linear porque ele não tem movimento. O corpo tem uma certa quantidade de movimento, ele está se movendo com uma certa velocidade, numa certa orientação, ele tem uma massa e eu quero mudar a quantidade de movimento do corpo, o que eu posso fazer para mudar? Mudar a velocidade ou mudar a massa do corpo (engorda, emagreço, quebrar, partir o corpo). PRF VIP – Física – Prof. Alexei Muller 5concurseiro.vip Aqui começamos a entender aquelas situações de trânsito quando os carros colidem e tendem a se desmanchar, perder pedaços. Eles perdem pedaços para diminuir a massa onde vão estar as pessoas que estão protegidas pela célula de sobrevivência do veículo, que é o local onde vão estar sentados os passageiros e o condutor, essas regiões são projetadas pelos engenheiros para sofrerem grandes deformações e com isso reduzir o impacto na hora da colisão, gerando menor dano físico às pessoas que estão dentro do carro. Assim como mudar as características externas do veículo também, se não são feitas de forma adequada, vão prejudicar as pessoas que estão dentro e principalmente pessoas que estejam fora do veículo. Podemos observar que os carros em grande maioria tem o capô em formato curvado, de cuia, e todos tem uma altura razoavelmente padrão, para num caso de um atropelamento não pegar na altura do quadril e sim nas pernas, onde a pessoa tende a ser projetada para cima do capô, e esse capô é macio para sofrer deformação para diminuir o impacto na hora da colisão. Mas se quero mudar a quantidade de movimento do corpo e eu não modificar a massa, o corpo continuara tendo a mesma massa, eu terei que modificar a velocidade do corpo. Para modificar o movimento do corpo precisamos de força que poderá atuar no corpo em pouco tempo ou em muito tempo, quanto mais tempo essa força atuar sobre o corpo maior tende a ser a mudança que ela irá provocar. Há uma relação entre a força aplicada e o tempo que essa força atua sobre o corpo, sendo essa relação chamada de impulso. Impulso Vamos imaginar que eu tenha um corpo e esse corpo é submetido a ação de várias forças e essa força que será o impulso atuará sobre esse corpo durante um certo intervalo de tempo. Para calcular o impulso pego a força que atua sobre o corpo e multiplico pelo tempo que ela atua sobre ele. O impulso irá sempre apontar para o mesmo lugar que a ponta a força que lhe dá origem. I = N.s F = N t = s Então veja, essas grandezas acima apresentas, quantidade de movimento e impulso, vão se inter-relacionar principalmente nas questões das colisões, dos choques e elas que vão agregar alguma coisa no nosso conhecimento e na nossa teoria das colisões de veículos, por exemplo. 6 concurseiro.vip Então, falei da quantidade de movimento linear ou momento é uma grandeza vetorial que vai depender da massa do corpo e da velocidade, inclusive da orientação que terá sempre a mesma orientação da velocidade. Agora vamos aos detalhes, que pode ou não aparecer nas questões, quando calcularmos o impulso, usando essa fórmula, só posso fazer uso dela se a força que atua sobre o corpo tiver valor constante. Se essa força mudar de valor a saída será gráfico: O gráfico envolve força e tempo, a força indica que está aumentando, ou seja, variando. A área desse gráfico vai ser numericamente igual ao impulso. Exercício: 2. Um automóvel sofre a ação de uma força 700 N durante 10 s, calcule o impulso dado pela força. Teorema do Impulso da Força Resultante O impulso aplicado a um corpo é numericamente igual a variação da sua quantidade de movimento que o corpo sofre. PRF VIP – Física – Prof. Alexei Muller 7concurseiro.vip Toda variação na quantidade de movimento que o corpo terá, vai depender da força resultante que atua sobre o corpo. Podemos perceber essa relação entre as duas grandezas, conforme o exemplo: 3. Um observador, situado em um sistema de referência inercial, constata que um corpo de massa igual a 2kg que se move com velocidade constante de 15m/s no sentido positivo do eixo x, recebe um impulso de 40N.s em sentido oposto ao de sua velocidade. Para esse observador, com que velocidade, especificada em módulo e sentido, o corpo se move imediatamente após o impulso? a) – 35m/s b) 35m/s c) – 10m/s d) – 5m/s e) 5m/s m= 2kg v= 15m/s I = – 40N.s (em sentido contrário será negativo) Teorema da Conservação da Imaginas que tu tens um corpo ‘A’ que está em movimento, simultaneamente há outro corpo ‘B’ também em movimento com sentido contrário. Em algum momento o corpo ‘A’ vai colidir com o corpo ‘B’. 8 concurseiro.vip A força de campo que está atuando sobre o ‘A’ é o Pa, que está empurrando o chão para baixo, da mesma forma o corpo ‘B’. E por consequência o chão reage. O meu Sistema é constituído pelos corpos ‘A’ e ‘B’. A força peso de ‘A’ e peso de ‘B’ são forças fora do sistema, chamadas de forças externas (terra e chão) e elas se anulam. A resultante das forças externas vale 0 e não conseguimos modificar a quantidade de movimento dos corpos. PRF VIP – Física – Prof. Alexei Muller 9concurseiro.vip Já na segunda situação os corpos colidiram, o ’A’empurra o ‘B’ e vice e versa, com uma força de mesma intensidade em situação oposta, estas forças são de dentro do sistema, forças internas. Os corpos ‘A’ e ‘B’ sofrerão umamudança na quantidade de movimento, que foram trocadas entre eles. Então o teorema da conservação da é se a força resultante externa que atua sobre o sistema for igual a 0, então a variação na quantidade de movimento no sistema também será zero. Na prática teremos duas situações para analisar, uma antes e uma depois, a quantidade de movimento que o sistema tem antes e depois será sempre a mesma. Exemplos são colisões e disparos, que teremos que analisar o antes e o depois. Exemplo 4) Vamos pensar em um canhão e um projetil do mesmo, imaginemos que tenhamos um canhão que está apoiado em uma superfície horizontal e dentro dele está o projetil. O canhão tem massa de 500kg e o projetil de 5kg, é feito o disparo. Logo o projetil vai para frente, que no nosso desenho será para direita. E por consequência o canhão irá se mover para trás. A velocidade do projetil é 100m/s. Qual seria a velocidade que o canhão irá se movimentar? V = 5.100/500 V = 1m/s 10 concurseiro.vip Exemplo 5) Um corpo de massa 4kg, se desloca com velocidade constante igual a 10m/s. Um outro corpo de massa 5kg é lançado com velocidade constante de 20m/s no sentido oposto ao do outro bloco. Quando os dois se chocarem ficarão presos por um velcro colocado em suas extremidades. Qual será a velocidade que os corpos unidos terão? 4.10-5.20 = 9.v1,2 40 – 100 = 9 v1,2 -60=9v1,2 -60/9 = v1,2 -20/3 = v1,2 v1,2 = -6,6 m/s Colisões (Choques) PRF VIP – Física – Prof. Alexei Muller 11concurseiro.vip 1 – separados e sem deformações (Colisão elástica/perfeitamente) A energia antes da colisão será a mesma depois da colisão 2 – separados e com deformações (Colisão parcialmente elástica ou inelástica) 3 – juntos com ou sem deformações (Colisão inelástica / perfeitamente inelástica) A quantidade de movimento que o sistema tem antes da colisão é igual a quantidade de depois, independentemente de como os corpos irão ficar. Exercício: 6. Um condutor, ao desrespeitar a sinalização, cruza seu veículo de 5000 kg por uma linha férrea e é atingido por um vagão ferroviário de 20 t que trafegava a 36 km/h. Após o choque, o vagão arrasta o veículo sobre os trilhos. Desprezando-se a influência do atrito e a natureza do choque como sendo perfeitamente inelástico, qual a velocidade em que o veículo foi arrastado? a) 9m/s b) 10m/s c) 8m/s d) 12m/s e) nula 20 toneladas = 20000 kg v = 36km/s = 10m/s Trem = Q Trem + Carro 12 concurseiro.vip m.v = . m (t+c). v (t+c) 20000.10 = 25000. v (t,c) 20000.10/25000 = 8m/s 7. Uma bala de revólver de massa igual a 10g foi disparada com velocidade v, na direção do bloco de massa igual a 4kg, suspenso por um fio, conforme ilustrado na figura acima. A bala ficou encravada no bloco e o conjunto subiu até uma altura h igual a 30cm. Considerando as informações e considerando que a aceleração da gravidade seja igual a 10m/s2 , julgue o item abaixo. Se toda a energia cinética que o conjunto adquiriu imediatamente após a colisão fosse transformada em energia potencial, a velocidade do conjunto após a colisão e a velocidade com que a bala foi disparada seriam respectivamente superiores a 2,0m/s e 960m/s. ( X ) Certo ( ) errado mp = 10g = 0,01 kg mb = 4kg h = 30cm = 0,3m g = 10 m/s2 v > 2m/s (colisão) v > 960 m/s (bala) v = 2,45m/s Qp = Q p,b mp.vp = m(p,b). v (p,b) 0,01.vp = 4,01 . 2,45 PRF VIP – Física – Prof. Alexei Muller 13concurseiro.vip Vp = 4,01 Vp = 9,8245/ 0,01 = 982,45 m/s X 2,45 2005 1604 802 ____ 9,8245 OBS.: Velocidade Relativa Quando se falar em velocidade relativa a gente tem duas situações: Eu posso ter os corpos se movendo em sentidos iguais ou em sentidos opostos. Quando os corpos se movem em sentidos iguais: Exemplo: o corpo ‘A’ em 80km/h e o corpo ‘B’ 60km/h, sendo que essas velocidades que o velocímetro do carro ou uma lombada eletrônica, irá me informar será relativa o carro. O espaço dos carros varia entre eles 20km/h, essa é a velocidade relativa. Quando os corpos se movem em sentidos opostos: Exemplo: o corpo ‘A’ vai a 80km/h e o corpo ‘B’ vem a 60km/h, a velocidade relativa irá obter com a somas das velocidades, que será 140km/h. 14 concurseiro.vip Quando corpos colidem existe um coeficiente de restituição C, é o que vai ter depois da colisão. Achamos o coeficiente de restituição dividindo a velocidade relativa depois da colisão pela velocidade relativa antes da colisão e esquece o sinal. O resultado que irei obter necessariamente o valor será entre 0 e 1 . Colisão perfeitamente elástica: Pega uma bola de snocker e joga na outra bola, as bolinhas ficarão separadas sem deformações. A velocidade relativa entre elas antes e depois vai ser a mesma, sendo o coeficiente 1. Colisão perfeitamente inelástica: Quando os corpos ficam juntos, a velocidade relativa depois da colisão será 0, então o coeficiente será 0. Colisão parcialmente elástica ou inelástica: O coeficiente de restituição será um valor > 0 e < 1.
Compartilhar