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Drenagem Agrícola: Conceitos e Práticas

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SUMÁRIO
1. Introdução, 09
2. Drenagem Superficial, 11
3. Drenagem Subterrânea – Considerações Gerais, 29
4. Salinização de Solos, 35
5. Noções de solo, classificação de terras para irrigação e drenagem interna, 48
6. Drenos Subterrâneos - Envoltórios, 55
7. Topografia, 69
8. Estudo do lençol freático, 89
9. Condutividade Hidráulica - conceituação e aspectos gerais, 97
10. Condutividade Hidráulica - teste de infiltração por permeâmetro de anel, 102
11. Condutividade Hidráulica - testes de furo de trado em presença de lençol freático, 111
12.Condutividade Hidráulica - testes de furo de trado em ausência de lençol freático, 130
12.1. Método de Winger, 130
12.2. Método de Porchet, 144
13. Coeficiente de drenagem subterrânea ou recarga, 148
14. Cálculos de espaçamento entre drenos e dimensionamento de drenos subterrâneos, 151
15. Dimensionamento de estruturas de drenagem, 160
16. Terminologia e simbologia em drenagem agrícola, 166
17. Máquinas e custos diversos, 172
18. Especificações técnicas para estudos e elaboração de projeto executivo de sistema
de drenagem agrícola, 175
19. Especificações técnicas para implantação de sistema de drenagem agrícola, 182
20. Exemplo de projeto de drenagem subterrânea, 196
21. Manutenção de drenos, 209
22. Avaliação de desempenho de drenos subterrâneos, 212
ANEXOS – Plantas-Tipo, 217
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PREFÁCIO
A drenagem agrícola é uma prática significativa para o sucesso de projetos de irrigação,
principalmente para aqueles situados em regiões de acentuada deficiência hidro-
climática.
A drenagem subterrânea, em nosso país, praticamente não existia até meados da
década de 80, mesmo em projetos de irrigação e drenagem situados na região semi-
árida do Brasil, inclusive do Vale do Rio São Francisco.
Antevendo essa necessidade a CODEVASF decidiu implantar, de maneira experimental,
drenos subterrâneos em seus projetos de irrigação. Em 1984 foram implantados os
primeiros drenos subterrâneos entubados em 2,2 ha, na região semi- árida do Vale do
Rio São Francisco e posteriormente, conduzidos estudos semelhantes em outras
áreas de projetos públicos de irrigação, com a finalidade de se avaliar o desempenho
dos drenos entubados e assim desenvolver critérios de drenagem para os diversos
tipos de solo.
Atualmente, considerando apenas o semi-árido do Vale do Rio São Francisco, existem
cerca de 5600 ha com drenagem subterrânea, incluindo áreas de projetos privados, o
que mostra a credibilidade alcançada por esse tipo de técnica.
A CODEVASF, através desta publicação, que sintetiza os conhecimentos adquiridos
e desenvolvidos por seus técnicos de, drenagem, bem como pelos técnicos co-
autores da Secretaria de Recursos Hídricos - SRH, acredita estar dando importante
contribuição para a implantação de sistemas de drenagem agrícola, principalmente
para a região semi-árida do país.
Brasília, março de 2002
Airson Bezerra Locio
Presidente da CODEVASF
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COMENTÁRIOS À OBRA
A drenagem agrícola constitui uma parte essencial dos projetos de aproveitamento
hidroagrícola, pois traz, entre seus objetivos, o de facilitar o manejo do solo ao
evitar os indesejáveis encharcamentos deste, além de inibir processos de
salinização.
Curiosamente, apesar da importância que tem esse tipo de projeto, os pleitos de
outorga de direito de uso da água para irrigação, no Brasil, são acompanhados do
projeto de engenharia de derivação e de aplicação da água, raramente apresentando
o necessário projeto de drenagem.
A questão é tanto mais grave no caso da região semi-árida onde os ganhos hauridos
através de um bom projeto de irrigação podem ser desperdiçados pela falta de uma
orientação segura para a drenagem. Assim, a drenagem agrícola constitui fator de
incremento da produtividade no uso do solo e, portanto, deve ser alvo da preocupação
primeira dos gestores de recursos hídricos em relação ao aproveitamento hidro-
agrícola.
Este trabalho, da lavra dos engenheiros agrônomos Manuel Batista, Fabio de Novaes,
Devanir Garcia e Hermínio Suguino, reúne, em vinte um capítulos, um relevante
conjunto de conhecimentos e informações teórico-práticas capazes de tornar a
tarefa do projetamento da drenagem agrícola algo a um só tempo simples e objetivo,
criando as condições para resultados promissores noque se refere à utilização
racional dos recursos hídricos e do solo.
De especial interesse, pelo caráter prático contido na abordagem dos autores, des-
taquem-se os capítulos do 13 ao 21. Para o técnico já experimentado, aliás, a
leitura pode ser iniciada por esses capítulos, ficando o estudo dos demais para o
momento imediatamente seguinte.
A Secretaria de Recursos Hídricos se sente honrada em ter colaborado para a
elaboração deste livro e recomenda que os ensinamentos no mesmo contidos sejam
.observados, principalmente, pelos técnicos e especialistas que, no campo da gestão
do uso da água, se ocupam do exercício do mecanismo de outorga.
Brasília, março de 2002 .
Raymundo José Santos Garrido
Secretário dos Recursos Hídricos
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1. INTRODUÇÃO
É comum a existência nas áreas destinadas a
agricultura, de condições desfavoráveis de
drenagem natural .
Nas áreas de sequeiro, principalmente quando são
baixas e formadas por solos rasos ocorrem com
frequência inundações ou encharcamentos durante
o período de grandes chuvas, o que pode causar
perdas na produção agrícola, dificuldades de
manejo do solo e até perdas materiais.
Nas áreas irrigadas, além dos danos acima
mencionados pode haver salinização, principal-
mente na região semi-árida, com seus efeitos
daninhos sobre o solo e, em consequência, sobre
as culturas, o que torna a necessidade de
drenagem ainda maior, considerando-se que os
investimentos em infra-estrutura são altamente
significativos.
A drenagem agrícola é uma prática que além de
permitir a incorporação de áreas mal drenadas ao
processo produtivo, evita que ocorram inundações,
encharcamento e salinização de solos.
Quando de caráter superficial, tem a função de
remover o excesso de água da superfície do solo,
enquanto que a drenagem subterrânea visa a
remoção do excesso de água do perfil do solo,
com a finalidade de propiciar aos cultivos condi-
ções favoráveis de umidade, aeração, manejo agrí-
cola e de prevenir a salinização ou remover o
excesso de sais. Dessa forma a drenagem interna
facilita a melhoria das condições fisicas, quimicas
e biológicas do solo, criando condições favoráveis
para o aumento e a melhoria da produtividade/
qualidade dos produtos.
A drenagem agrícola, fundamentada em bases téc-
nicas e em experiências adquiridas no país, já vem
sendo praticada em escala apreciável, entre nós,
o que reflete os avanços alcançados nessa área.
No momento em que os projetos de irrigação e
drenagem começam a se libertar do empirismo,
até há pouco prevalescente, espera-se que esta
publicação de cunho prático e base técnica,
contribua para o desenvolvimento da drenagem
agrícola neste pais.
Introdução
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