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1 Rafaela Pamplona Imunologia Médica Recapitular Imunidade inata e adaptativa são integradas pelas células dendríticas (células especializadas na apresentação de antígenos) Imunidade inata: primeira linha de defesa (macrófagos e neutrófilos). Imediata, inespecífica e efêmera, não confere memória Imunidade adaptativa: linfócitos T e B. Específica, diversificada e duradoura, formação de células de memória. As infecções são combatidas por respostas imunes apropriadas que detectam antígenos estranhos. No caso de respostas adaptativas, é necessária a proliferação clonal de linfócitos para gerar quantidade suficiente de células antígeno-específicas. Há produção de anticorpos de classe apropriada para eliminar a infecção, os quais se ligam à superfície do patógeno. A formação de imunocomplexos contendo IgM ou lgG desencadeia a ativação da via clássica do complemento. lgG e componentes do complemento opsonizam microrganismos para a fagocitose subsequente. No caso de parasitoses, IL-4 e IL-13 produzidas por Th2 estimulam a produção de lgE por células B. Os patógenos intracelulares são combatidos por células NK, células T citotóxicas e células Th1 que produzem fatores ativadores de macrófagos, como IFN𝛾. Conceitos Importantes : pré-disposição genética produção anticorpos IgE de forma continua elevada, contra antígenos inócuos do meio ambiente, podendo levar a manifestações clínicas como asma, rinite, conjuntivite, alergia alimentar e dermatite atópica, ou seja, individuo com manifestação clínica de doença alérgica. : reação de hipersensibilidade, causando lesão tecidual (imunopatologia) : susceptibilidade genética + sensibilização ao alérgeno + fatores desencadeantes Definição de Alergia – Hipersensibilidade O termo hipersensibilidade está relacionado aos processos da resposta imune adaptativa que resultam em danos para o hospedeiro. É quando a resposta imune é inadequada, direcionada aos tecidos do hospedeiro ou desencadeada por microrganismos comensais ou antígenos ambientais que geralmente são inócuos. Nessas situações, a resposta imune, normalmente benéfica, torna-se a causa da doença Resposta imunológica excessiva e inapropriada do organismo a uma substância inócua (alérgeno) A primeira condição para que o sistema imunológico inicie um ataque aos agentes estranhos que penetraram no organismo é ser capaz de discernir quais estruturas devem ser consideradas diferentes das do próprio organismo Potenciais agentes agressores = antígenos Potencial de causar doença = patógeno A todo instante o organismo entra em contato com moléculas estranhas, porém não ameaçadoras a saúde Em algumas circunstâncias certos tipos de moléculas inócuas estimulam uma resposta imune adaptativa e o desenvolvimento de memória imunológica. Quando isso acontece a memória imune produz inflamação e lesão tecidual Requer um contato prévio do indivíduo com o alérgeno - sensibilização Resposta imunológica: humoral ou celular Causam inflamação sistêmica ou local Fatores de Risco para Doenças Atópicas História familiar de alergia Sexo masculino Baixo peso ao nascer História de tabagismo materno Família pequena Boas condições de higiene Alto status socioeconômico dos pais Baixa incidência de infecções durante a primeira infância Falta de estímulos infecciosos acarreta a desregulação do sistema imunológico. Classificação (tipo I) - É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais, tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade. 2 Rafaela Pamplona - As doenças de hipersensibilidade imediata (alergia ou atopia) são normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de IL- 4, IL-5 e IL-13, e pela produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos e eosinófilos e induzem inflamação. (tipo II) - Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o sistema complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo nas funções celulares normais. (tipo III) - Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue formam complexos com antígenos, e esses imunocomplexos podem se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causando inflamação, trombose e lesão tecidual. (tipo IV) - Lesão tecidual pode ser causada por linfócitos T que induzem inflamação ou matam diretamente as células-alvo. - Em muitas dessas doenças, o principal mecanismo envolve a ativação de células T auxiliares CD4+, as quais secretam citocinas que promovem inflamação e ativam leucócitos, principalmente neutrófilos e macrófagos. - Os linfócitos T citotóxicos (CTLs) contribuem para a lesão tecidual em algumas doenças. Tipo de Reação Mecanismo Imunológico Distúrbios Tipo I imediata/anafilática IgE basófilos e mastócitos Anafilaxia Tipo II citotóxico IgG Ags na membrana de células Citopenias Tipo III imunocomplexos IgG Ags solúveis Doenças do soro Tipo IV Tardia ou celular Células T (Th1, Th2 ou Tc) Dermatite de contato Hipersensibilidade Tipo 1 Hipersensibilidade mediada pela IgE – imediata Possui duas fases: Fase de Sensibilização: requer um período de exposição ao alérgeno (antígeno envolvido em processos alérgicos) e resulta na ativação da resposta imune com a formação de linfócitos sensibilizados que interagem com os LB determinando a troca da síntese de imunoglobulina, ela, por sua vez, passa a ser da classe IgE, específica para o antígeno em questão. As moléculas de IgE liberadas permanecem na circulação e ancoradas em receptores de alta afinidade (FcεRI), presentes nas membranas de mastócitos e basófilos. Nessa fase, que pode durar de dias a anos, o paciente está sensibilizado, porém não apresenta sintomas. Fase de Provocação: ocorre por ocasião da nova exposição ao alérgeno, é representada pela reação de hipersensibilidade tipo I. Se caracteriza por uma fase imediata, resposta rápida que ocorre minutos após a exposição alergênica, em consequência da ligação do antígeno às moléculas de IgE ancoradas nos mastócitos e basófilos. Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos 3 Rafaela Pamplona Dentro de poucos minutos de exposição ao alérgeno um antígeno multivalente se junta a IgE, e ativa a degranulação dos mastócitos Mediadores pré-formados ou formados na hora são liberados, e causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral, estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo, aumento da permeabilidade vascular Mediadores de ácido araquidônico, citosinas e outras proteínas induzem a fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas horas depois Etapas 1) Sensibilização ao Alérgeno - Primeiro contato com o alérgeno - Apresentação do alérgeno aos linfócitos T naive, via APCs - Ativação dos linfócitos T naive a linfócitos ativados Produção de IL-4, IL-13, IL-9, IL-5 - Ativação de linfócitos B, que passam a produzir IgE - Ligação da IgE produzida à superfície de mastócitos e basófilos Via receptores de alta especificidade para a porção Fc 2) Reação Alérgica - Segundo contato com o alérgeno - Ligação do alérgeno às moléculas IgE presentes na superfície de mastócitos e basófilos - Degranulação de mastócitos e basófilos: liberação de mediadores químicos (histamina, leucotrienos e prostaglandinas), responsáveis pelos sintomas alérgicos. Resposta Imediata (segundos) Decorrente da atividade da histamina e prostaglandinas - Secreção de muco - Aumento da permeabilidade vascular - Edema - Contração da musculatura lisa/ brococonstrição - Prurido e rash (exantema) Resposta Tardia (8 a 10horas) Decorrente da liberação de leucotrienos, quimiocinas, citocinas e enzimas pelos mastócitos - Maior produção de muco, remodelagem tecidual - Responsável pela cronicidade de doenças respiratórias alérgicas (asma) 4 Rafaela Pamplona Efeitos Biológicos dos Mediadores da Hipersensibilidade Imediata Os mediadores de mastócitos e basófilos incluem: - Aminas vasoativas: liberadas a partir do armazenamento em grânulos, contendo histamina. - Enzimas armazenadas pré-formadas nos grânulos - Citocinas e mediadores lipídicos, os quais são amplamente sintetizados de novo quando há ativação celular. Aminas biogênicas e mediadores lipídicos induzem extravasamento vascular, broncoconstrição e hipermotilidade intestinal ⇒ resposta imediata. Citocinas e mediadores lipídicos: contribuem para a inflamação ⇒ reação tardia. Enzimas: contribuem para o dano tecidual Eosinófilos ativados liberam proteínas catiônicas pré-formadas, bem como enzimas tóxicas para parasitas e células do hospedeiro. Algumas enzimas dos grânulos dos eosinófilos provavelmente contribuem para o dano tecidual nas doenças alérgicas crônicas. a) Aminas biogênicas Histamina: vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar, contração do músculo liso e elevação da secreção de muco nas glândulas nasais, brônquicas e gástricas Adenosina: causa broncoconstrição, inibe a agregação plaquetária e fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos Proteases (quinase, triptase): lesão tecidual, produção de quininas pela ativação dos componentes do complemente, produzindo fatores quimiotáticos e inflamatórios (C3a) Proteoglicano ácidos: heparina e sulfato de condroitina.. Função de empacotar e armazenar outros mediadores nos grânulos. b) Mediadores Lipídicos – derivados de ácido araquidônico Prostaglandina D2: gerado pela via cicloxigenase, causa broncoespasmo intenso com secreção de muco Leucotrienos: gerado pela via lipooxigenase, LTC4 e LTD4. São potentes agentes vasoativos, causam broncoconstrição prolongada (importante mediador na asma). O LTB4 é altamente quimiotático para neutrófilo, eosinófilo e basófilo Fator de ativação plaquetária (PAF) Causa agregação plaquetária, liberação de histamina, broncoespasmo, aumenta permeabilidade vascular e vasodilatação. Deficiência de PAF hidrolase aumenta o risco de asma precoce. c) Citocinas – reação tardia TNF e quimiocinas: recrutam e ativam leucócitos IL-3: proliferação de mastócitos IL-4, IL-5 e IL-13 (Th2): estimula a secreção de muco IL-6, GM-CSF e quimiocinas como proteína inflamatória de macrófagos à inflamação 5 Rafaela Pamplona Ativação dos Mastócitos Ativação dos Eosinófilos Formas Clínicas da Alergia Pode se apresentar como: - Desordem sistêmica: choque anafilático ou anafilaxia sistêmica - Desordem local: rinite alérgica, asma, alergia alimentar, eczema etc. - : mastócitos da mucosa nasal. Edema local, secreção nasal de muco, obstrução das vias aéreas e espirros. - (eczema): mastócitos da pele. Resposta inflamatória que causa exantema crônico, pruriginoso com erupções cutâneas Os vasos sanguíneos se dilatam e passam a vazar fluido e macromoléculas, produzindo vermelhidão e inchaço local (pápula). A subsequente dilatação dos vasos na borda do inchaço confere o aspecto de uma orla avermelhada (o eritema). 6 Rafaela Pamplona - : mastócitos submucosos das vias aéreas inferiores. Aumento da secreção de muco e broncoconstrição, causando dificuldade na respiração : mastócitos do TGI. As reações clínicas podem ocorrer alguns min a h após a ingestão do alimento e os sintomas variam de leves manifestações cutâneas, gastrintestinais a reações anafiláticas graves com risco de morte. A contração da musculatura lisa induz vômitos e diarreia. O aumento da permeabilidade das mucosas, devido aos alérgenos na corrente sanguínea, provoca urticaria. Na alergia alimentar não-IgE-mediada, como na doença celíaca (tipo IV), além da resposta celular, há a participação de anticorpos da classe IgG e IgA. ♥ Asma É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas associada à hiper- reatividade brônquica e limitação do fluxo aéreo, causando episódios recorrentes de tosse, aperto no peito, sibilos e dispneia. Os sintomas costumam reverter espontaneamente ou com tratamento. Epidemiologia - Afeta 7-10% da população mundial - A OMS estima que haja 150 milhões de asmáticos em todo o mundo - Cerca de 180 mil mortes por ano no mundo - No Brasil, há mais de 10 milhões de asmáticos - Cerca de 30% das crianças brasileiras apresentam sintomas indicativos de asma - 4ª principal causa de internamento no SUS Classificação - Asma atópica - Asma Não-atópica (ex.: infecções virais) - Asma induzida por drogas (ex.: aspirina) - Asma ocupacional Fisiopatologia - Lesões irreversíveis na musculatura brônquica 1. Espessamento da membrana basal 2. Hipertrofia e hiperplasia do músculo liso 3. Elevação no número de células caliciformes 4. Aumento das glândulas submucosas 5. Alteração no depósito/degradação dos componentes de matriz extracelular - Tudo isso pode contribuir para a irreversibilidade de obstrução Fase inicial: resposta brônquica ao antígeno inalado, da qual participam basicamente mastócitos mediadores Fase tardia: inflamatória dominada por eosinófilos. Tratamento: - Bloqueio de IgE e Citocinas → imunobiológicos. - Inibição das células efetoras → inibidores de ativação de mastócitos e corticosteróides tópicos - Antagonistas dos receptores → Anti-H1, B-2 agonistas, antagonistas de receptores de leucotrienos - Controladores da Inflamação → corticosteróides - Adrenalina → anafilaxia (bloqueia a resposta à histamina em órgãos alvos) 7 Rafaela Pamplona ♥ Anafilaxia Sistêmica Degranulação sistêmica de mastócitos Reação IgE-mediada potencialmente fatal - : dilatação e aumento da permeabilidade vascular, causando edema da derme superficial, com aparecimento súbito de pápulas eritematosas, isoladas ou confluentes, intensamente pruriginosas que desaparecem à digitopressão e não deixam cicatrizes. - : há comprometimento dos vasos da derme profunda e do tecido subcutâneo, levando a deformações reversíveis pouco pruriginosas, podendo levar à insuficiência respiratória nos casos de obstrução da glote. - O alérgeno ativa os mastócitos em muitos tecidos, resultando na liberação de mediadores que ganham acesso aos leitos vasculares em todo o corpo. A diminuição do tônus vascular e o extravasamento de plasma causado pelos mediadores dos mastócitos podem acarretar uma significativa queda na pressão arterial, ou choque, chamado choque anafilático, que frequentemente é fatal. Tratamento: epinefrina (adrenalina) sistêmica, reverte os efeitos broncoconstritores e vasodilatadores dos mediadores dos mastócito. Anafilaxia X Reações Anafiláticas X Reações Anafilactóides Reação anafilática é a reação alérgica ou hipersensibilidade do tipo I. Reação anafilactóide: clinicamente é igual à anafilática, só que não envolve o sistema imunológico, ou seja não está relacionada a presença de IgE, o mecanismo é outro. Raramente desenvolve choque.. Choque anafilático: choque é colapso cardiovascular,. quando a pessoa desenvolve colapso cardiovascular devido uma reação anafilática, chama- se choque anafilático. Anafilaxia é um tipo de hipersensibilidade, mas nem sempre vai levar ao choque anafilático. Reação anafilática Reação anafilactóide Sensibilização prévia Sim Não Reação na 1ºexposição Não Sim Testes alérgicos Sim Não Avaliação Laboratorial das Doenças Alérgicas Métodos de diagnostico imunológico in vivo e in vitro Prick – Teste ou Pach – Teste Gotas do Alérgeno são colocadas sobre a pele do antebraço ou das costas, numa disposição predeterminada, e a pele é então perfurada. Teste cutâneo de leitura imediata Teste cutâneo intradérmico Os alérgenos suspeitos são injetados na pele Desvantagem: são dolorosos e podem provocar reações alérgicas exacerbadas (choque anafilático) Fatores que Influenciam os resultados dos testes cutâneos - Reatividade cutânea - Qualidade e estabilidade dos extratos - Pureza e concentração dos alérgenos - Medicamentos utilizados pelo paciente nas 24 a 48 horas que precedem o teste - Resultados falso positivos devido a impurezas no alérgeno. - Resultado falso negativa devido à baixa concentração de alérgeno no extrato Diagnóstico em Doenças Alérgicas História clínica Testes cutâneos Pesquisa de IgE específico Exclusão Provocação Prevenção e Tratamento 1. O primeiro passo é identificar a causa da alergia e afastá-la 2. Para asma e rinite, recomendam-se medidas de controle ambiental contra a poeira e ácaros 3. Introduzir remédios para reduzir a inflamação e controlar os sintomas. 4. O uso de vacinas (imunoterapia). ⇒ Dessensibilização 5. Limpeza diária da casa deve ser feita com pano úmido, evitando o uso de espanadores. O ideal é que o ambiente seja arejado, sem tapetes ou cortinas 6. Deve-se evitar animais dentro de casa 7. O cigarro é proibido 8. Recomenda-se praticar esportes ao ar livre, ter alimentação saudável, com bastante líquido. O alérgico, bem orientado, pode levar uma vida normal, sem restrições 9. Acompanhamento médico 8 Rafaela Pamplona Hipersensibilidade Tipo II - Citotóxico Decorrente do efeito citopático, anticorpos dirigidos contra antígenos presentes na superfície ou matriz celular Os antígenos localizam-se nas superfícies de células como hemácias ou plaquetas. A estes antígenos ligam-se imunoglobulinas da classe IgG, havendo, posteriormente, ligação de proteínas do sistema complemento. Fagócitos e células natural killer, que apresentam receptores para a porção Fc da IgG, promovem a destruição celular. Esta reação é também denominada de citotoxicidade dependente de anticorpos. Algumas drogas como a penicilina podem levar a este tipo de reação e, muito raramente, pacientes com alergia a leite de vaca podem apresentar episódios de trombocitopenia secundários à ingestão deste alimento. Mediada por anticorpos: IgM e IgG - Combinação de anticorpos da classe IgG ou IgM contra determinantes antigênicos das membranas celulares ou antígenos/haptenos circulantes que se ligam à sua superfície, geralmente resultando em destruição celular. São classificadas como reações de hipersensibilidade tipo II as respostas contra as células sanguíneas, como reações transfusionais, doença hemolítica do recém-nascido, anemias hemolíticas autoimunes e reações adversas a medicamentos que são desencadeadas pela resposta contra a droga ou seus metabólitos ligados a componentes do sangue, resultando em lise celular. Ex.: anemia hemolítica causada pelo uso de penicilinas, indinavir e sulfonamida; plaquetopenia causada pela carbamazepina; agranulocitoses associada à administração de sufametoxasol. Reação hiperaguda a enxerto, como em transplantes de rins, miastenia grave e endocrinopatias, como tireoidite de Hashimoto e doença de Graves. Mecanismos de Ação 1) Fixação e ativação do sistema complemento pela ligação dos anticorpos com o antígeno na superfície da célula-alvo, geralmente resultando em sua lise. 2) Processo de fagocitose pela ligação da porção Fc dos anticorpos ou do fragmento C3b do complemento, que recobrem as células-alvo (opsonização), às células fagocitárias. 3) Citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC), onde a lise das células-alvo, recobertas por IgG, resulta da ação de células natural killer (NK), e LTCD8+ pela ligação da porção Fc do anticorpo. 4) Destruição de eritrócitos recobertos de imunocomplexos formados por IgG ou IgM, no baço e no fígado, respectivamente. Os anticorpos opsonizam as células e podem ativar o complemento, cujos produtos também opsonizam células, levando à sua fagocitose por meio dos receptores Fc ou dos receptores para C3b nos fagócitos. Os anticorpos recrutam os leucócitos pela ligação aos receptores Fc ou pela ativação do complemento e, desse modo, liberam subprodutos que são quimiotáticos para leucócitos. Os anticorpos específicos para receptores de hormônios ou de neurotransmissores da superfície celular interferem com a fisiologia normal. Ex.: Doença de Graves: autoanticorpos específicos para o receptor do hormônio estimulador da tireoide (TSH) na glândula tireoide estimulam a atividade dos receptores mesmo na ausência de TSH, causando liberação excessiva dos hormônios da tireoide (hipertireoidismo). Ex.: Miastenia grave: autoanticorpos específicos para o receptor da acetilcolina em células musculares bloqueiam a ação da acetilcolina, levando à paralisia. Quando células circulantes, como os eritrócitos ou as plaquetas, são cobertas (opsonizadas) por anticorpos, com ou sem a ativação do complemento, elas se tornam alvo da fagocitose dos neutrófilos e macrófagos. Essas células fagocitárias expressam receptores para a porção Fc da IgG e para os produtos da degradação de C3, uma proteína do complemento, e usam esses receptores para ligar e ingerir partículas opsonizadas. As células opsonizadas costumam ser eliminadas no baço, motivo pelo qual a esplenectomia é útil na trombocitopenia autoimune e na anemia hemolítica. 9 Rafaela Pamplona Os anticorpos se ligam a antígenos celulares ou teciduais e ativam o sistema complemento pela via “clássica”. Os produtos da ativação do complemento desempenham diversas funções, uma das quais é recrutar neutrófilos e monócitos, desencadeando inflamação nos tecidos. Os leucócitos também podem ser ativados pela ligação dos receptores de Fc, que reconhecem os anticorpos ligados. Ex.: Síndrome de Goodpasture: autoanticorpos contra a cadeia a 3 (IV) do colágeno tipo IV se ligam à membrana basal, alveolar e glomerular, causando glomerulonefrite progressiva e hemorragia pulmonar Ex.: Pênfigo vulgar: doença bolhosa intraepidérmica, potencialmente fatal, que afeta pele e mucosas. Os anticorpos contra hormônios ou outras proteínas podem neutralizar e bloquear as ações dessas moléculas, causando doença sem inflamação ou dano tecidual. Ex.: Miastenia Grave: anticorpos contra os receptores de ACh nas placas motoras dos músculos esqueléticos inibem a transmissão neuromuscular, causando fraqueza muscular. Os anticorpos também podem estimular a função das células de modo excessivo. Ex.: Doença de Graves: anticorpos contra o receptor do hormônio estimulante da tireoide estimulam as células epiteliais da tireoide para que secretem hormônios tireoidianos, causando o hipertireoidismo. Ex.: Anemia Perniciosa: anticorpos específicos para o fator intrínseco, necessário para a absorção de vitamina B12 Ex.: Imunodeficiências: causadas por anticorpos específicos para citocinas ❖ Reações Tipo II – Aloimunes (mesma espécie) Sistema AB0 - Em geral, relacionam-se as iso-hemaglutininas IgM, que são estimuladas por contato com antígenos da flora intestinal cuja estrutura é semelhante à dos carboidratos do grupo sanguíneo, de modo que os anticorpos produzidos reagem de modo cruzado com o tipo correspondente de hemácia. - No caso de transfusão, hemácias incompatíveis são recobertas pelas isso-hemaglutininas, o que causa grave hemólise intravascular mediada por complemento. Sistema Rh – Doença Hemolítica do Recém-nascido ou Eritroblastose Fetal - Ocorre quando a mãe é Rh negativo e o bebê Rh positivo - A classe predominante dos anticorpos produzidos é IgG, que são capazesde atravessar a placenta nas gestações subsequentes. Que se ligam especificamente aos antígenos eritrocitários do feto, devido à incompatibilidade tratam o feto como “invasor” - A reação com o antigeno D existente nas hemácias fetais provoca sua destruição por aderência opsônica, cuja consequência é: Doença hemolítica do recém-nascido: destruição das hemácias fetais pelos anticorpos da mãe Eritroblastose fetal: o feto lança muitos eritroblastos (hemácias jovens e anucleadas) na sua circulação - No momento do parto, há troca de sangue faz com que as hemácias do bebê entrem na circulação materna e ativem a sua resposta imunológica, produzindo na resposta anticorpos IgG anti-Rh. 1ª gestação, o bebê nascerá saudável, pois não foi afetado pela resposta imunológica da mãe. 2ª gestação: a mãe sensibilizada, possui anticorpo anti-Rh. E por isso, caso o bebe seja Rh positivo novamente, a mulher transferirá, pela placenta, seus anticorpos anti-Rh para o bebê - Como os anticorpos maternos reconhecerão os eritrócitos desse bebê, dependendo da quantidade de anticorpos, ele desenvolverá a doença hemolítica, com aumento dos eritroblastos na sua circulação, que é uma forma imatura dos eritrócitos, podendo desenvolver anemia, icterícia neonatal, hepatoesplenomegalia etc. 10 Rafaela Pamplona - Como forma de prevenção à eritroblastose fetal, a gestante deve tomar a imunoglobulina anti-Rh ou Anti-D, aplicada geralmente na 28ª semana de gestação e também em até 72h após o parto, para bloquear a produção dos anticorpos anti-Rh, evitando a sensibilização da mãe. - Para a profilaxia anti-Rh indica-se a administração de imunoglobulina anti- D, vacina conhecido comercialmente como rolgan ou matergam, que destrói as células Rh+ do feto, prevenindo a produção de anticorpos anti-Rh, deve ser administrado o mais cedo possível, uma vez que sua meia-vida na circulação de indivíduos de IgG é de aproximadamente, 3 a 4 semanas. Os aloenxertos estimulam a produção de anticorpos humorais no hospedeiro contra antígenos de superfície do transplante, que podem ser diretamente citotóxicos ou causar aderência das células fagocitárias ou ainda ataque por ADCC. Os anticorpos também podem causar aderência plaquetária quando se ligam a antígenos na superfície do endotélio vascular. A rejeição hiperaguda e mediada por anticorpos pré-formados no receptor do transplante. ❖ Reações Tipo II – Autoimune Principalmente IgM Produção de anticorpos contra as próprias hemácias Principalmente IgG → contra plaquetas e megacariócitos Produção de anticorpos contra as próprias plaquetas, principalmente pela eliminação de macrófagos teciduais, mediada por receptores Fcᵧ, no baço e fígado Manifestação clínica: surgimento de equimoses, petéquias, sangramento de mucosas e aumento do baço O achado de manchas na pele de coloração eritêmato-violácea que não desaparecem à vitropressão caracteriza a púrpura ou petéquia Relacionada à infecções virais e algumas vacinas (MMR e Hepatite B) A denominação vai depender do tamanho das manchas: - Petéquia < 3mm - Purpura > 3mm - Equimose > 1cm Hemoglobina Bilirrubina Hemossiderina Vermelho-azulado Azul-esverdeado Marrom-dourado Em termos fisiopatológicos, quando encontramos purpura, petéquia ou equimose ao exame físico é, em ultima analise, a constatação de extravasamento de hemácias dos vasos, levando a sangramento visível na pele Tem autoanticorpos que, na presença de complemento, são diretamente citotóxicos para células tireoidianas humanas isoladas em cultura. Os autoanticorpos reconhecem o colágeno tipo IV na membrana basal alveolar e glomerular. Esses anticorpos, juntamente com componentes do complemento, ligam-se à membrana basal no local onde a ação do sistema complemento total causa lesão grave ⇒ glomerulonefrite progressiva e hemorragia pulmonar É a retirada dos receptores de acetilcolina da placa motora muscular por autoanticorpos Hipersensibilidade Tipo III – Imunocomplexos Caracterizada por ativação do sistema complemento e inflamação aguda O antígeno é solúvel e forma, com o anticorpo da classe IgG, imunocomplexos que se depositam na parede dos vasos sanguíneos e em determinados órgãos como rins, articulações e pele. O depósito nos rins e nas articulações é explicado pelas altas pressões hemodinâmicas associadas à função de filtração dos glomérulos e sinóvia. Para a deposição, é necessária a formação de imunocomplexos menores, pois, os grandes têm a capacidade de fixar complemento e são fagocitados. 11 Rafaela Pamplona A lesão tecidual ocorre porque estes imunocomplexos ligam-se a receptores Fc dos leucócitos e ativam complemento liberando C5a, que aumenta o processo inflamatório e a permeabilidade vascular Os complexos imunes podem se formar na circulação e se depositar nos vasos ou se formar nos locais em que o antigeno se encontrar (complexos imunes in situ) Causas importantes para a deposição dos imunocomplexos - Infecções persistentes → Ex: Hepatites virais - Doenças autoimunes → Ex: Lúpus, artrite reumatoide - Inalação de material antigênico → Ex: Doença do criador de pombo Fases da doença sistêmica causada por imunocomplexos 1. Formação de imunocomplexos antigeno-anticorpo na circulação Os complexos mais patogênicos são formados durante o excesso de antígenos, são pequenos ou de tamanho moderado, eliminados com menos eficiência pelos macrófagos e, portanto, circulam por mais tempo 2. Depósito dos complexos imunes em vários tecidos Para que os complexos saiam da circulação e se depositem deve ocorrer um aumento na permeabilidade vascular. Esse aumento é desencadeado quando os complexos imunes se ligam aos leucócitos e mastócitos através dos receptores Fc e C3b, estimulando a liberação de mediadores que aumentam a permeabilidade vascular 3. Reação inflamatória nos locais de depósito Os complexos ativam o sistema do complemento, levando à liberação de fragmentos biologicamente ativos, como as anafilatoxinas (C3a e C5a), que aumentam a permeabilidade vascular e são quimiotáticas para os neutrófilos e monócitos. Os complexos também se ligam aos receptores Fcᵧ nos neutrófilos e mastócitos, ativando-os. A tentativa de fagocitar os complexos imunes pelos leucócitos resulta na secreção de uma variedade de substâncias inflamatórias, incluindo prostaglandinas, peptídeos vasodilatadores e substâncias quimiotáticas, assim como enzimas lisossômicas capazes de digerir a membrana basal, colágeno, elastina e cartilagem, e espécies reativas de oxigênio, que danificam os tecidos. Os complexos imunes também causam a agregação plaquetária e ativam o fator de Hagernan; essas duas reações iniciam a formação de microtrombos que contribuem para a lesão tecidual produzindo isquemia local Febre, urticária, artralgias, linfadenopatia e proteinúria – Cerca de 5 dias após a injeção de uma proteína estranha, são produzidos anticorpos, que reagem com o antígeno presente na circulação para formar o complexo antigeno-anticorpo. Os complexos se depositam nos vasos sanguíneos do leito vascular de diversos tecidos, desencadeando uma reação inflamatória danosa subsequente. As lesões se resolvem à medida que os complexos e o antígeno remanescente são removidos e anticorpos livre aparecem na circulação Vasculite de vasos de médio calibre, que poupa arteríolas, vênulas e capilares, e não se associa com glomerulonefrite. Manifestação clínica: fadiga, astenia, febre, mialgias e artralgias. Ao exame histopatológico, a doença cutânea revela vasculite de artérias médias e arteríolas. 12 Rafaela Pamplona A imunofluorescência direta na poliartrite nodosa cutânea demonstradepósitos de IgM e complemento nos vasos afetados. Tratamento: corticosteroides e IgG IV – Após injeção subcutânea de um antígeno, os anticorpos circulantes se ligam rapidamente ao antígeno injetado e formam imunocomplexos que são depositados nas paredes de pequenos vasos no local da injeção. Essa deposição dá origem a uma vasculite cutânea local, com trombose dos vasos afetados, levando à necrose tecidual. As lesões de Arthus evoluem no decorrer de algumas horas, atingindo seu pico 4 - 10h após a injeção, quando o local da injeção desenvolve edema visível com hemorragia grave, as vezes seguida por ulceração Hipersensibilidade Tipo IV – Tardia Imunidade celular mediada por células, linfócitos T, com resposta 48 a 72h após o estímulo, que pode ser cutâneo ou intradérmico. Linfócitos T ⇒ provocam lesão tecidual pela produção de citocinas que induzem inflamação ou pela destruição direta das células alvo Relacionada a alterações autoimunes, infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados etc.) nos quais as lesões são mais papulares Tratamento: corticosteroides, antagonistas de TNF e Anti-CD20 Dois tipos de reações das células T são capazes de causar lesão tecidual e doença: 1) Inflamação mediada por citocinas, na qual as citocinas são produzidas principalmente por células TCD4+ As células CD4+ dos subtipos TH1 e TH17 secretam citocinas, que recrutam e ativam neutrófilos, macrófagos, mastócitos, formando um infiltrado de células inflamatórias 13 Rafaela Pamplona 2) Citotoxicidade celular direta mediada pelas células T CD8+ Responsáveis pelo dano tecidual Os linfócitos T citotóxicos (CD8+) desempenham um papel importante na rejeição de transplantes de órgãos sólidos e podem contribuir para doenças imunológicas, como diabetes do tipo 1 As células TCD8+ também podem secretar INFᵧ e contribuir para a inflamação mediada por citocinas, mas menos do que as células CD4+ Os antígenos que penetram no extrato córneo são fagocitados pelas células de Langerhans e apresentados aos linfócitos TH1 específicos. Após o reconhecimento e a interação destas células, há liberação de IL-1 e IL-2 e expansão do clone específico de linfócitos T Acomete indivíduos sensibilizados com o bacilo da tuberculose Cerca de 8-12 horas após a injeção intracutânea de tuberculina, aparece uma área local de eritema e endurecimento, atingindo um pico (tipicamente de 1-2 cm de diâmetro) em 24-72h Exame histológico: a reação de HR é caracterizada pelo acúmulo perivascular (cuffing) de células T auxiliares CD4+ e macrófagos A secreção local de citocinas por essas células inflamatórias mononucleares leva a um aumento da permeabilidade microvascular, causando edema dérmico e depósito de fibrina (=responsável pela rigidez de tecido) Testes - Mantoux (ppd) – Tuberculina - Machado guerreiro – Chagas - Matsuda – Lepra - Montenegro – Leishmaniose O infiltrado inicial perivascular de células T CD4+ é progressivamente substituído por macrófagos ao longo de um período de 2-3 semanas. Esses macrófagos acumulados tipicamente apresentam evidências morfológicas de ativação, isto é, eles se tornam grandes, lisos e eosinofílicos, e são chamados de células epitelioides ⇒ misturam-se sob influência das citocinas (INFᵧ) para formar as células gigantes multinucleadas. Granuloma: é o agregado microscópico de células epitelioides, tipicamente rodeado por um colar de linfócitos. Granulomas mais velhos desenvolvem um envoltório capsular de fibroblastos e tecido conjuntivo. O processo é essencialmente a forma crônica da inflamação mediada por Th1 e ativação de macrófagos. O reconhecimento de um granuloma é um importante diagnóstico por causa do número limitado de doenças: Ex.: Tuberculose, hanseníase, sífilis, doença da arranhadura de gato, sarcoidose e doença de Crohn Reações incontroladas que envolvem as células T, direcionadas contra as bactérias intestinais Caracterizada por inflamação granulomatosa transmural com acometimento da toda a parede intestinal, desde a mucosa até a serosa, e pela ocorrência de fibrose, microperfurações e fístulas. Pode haver inflamação em todo o TGI 14 Rafaela Pamplona As células ᵦ das ilhotas pancreáticas são destruídas por uma reação autoimune das células T citolíticos Produção local de citocinas ⇒ INFᵧ, TNF e IL-1 Reação imune ao glúten, proteína de armazenamento principal do trigo Antígeno: gliadina ⇒ peptídeo resistente a degradação por proteases gástricas, pancreáticas e do intestino Capaz de interagir com HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 em células apresentadoras de antígenos e ser apresentada ao linfócito TCD4+ Além das células CD4+, há um acúmulo de células CD8+ que não são específicas para gliadina, mas podem desempenhar um papel auxiliar em causar danos nos tecidos Consequência: atrofia vilosa do intestino delgado, causando má absorção O quadro histopatológico é caracterizado por aumento do número de linfócitos T CD8+ intraepiteliais, com linfocitose intraepitelial, hiperplasia das criptas e atrofia das vilosidades Resumo ▪ As respostas imunes que causam injúria tecidual são chamadas de reações de hipersensibilidade, e as doenças causadas por essas reações são chamadas de doenças de hipersensibilidade ou doenças inflamatórias imunomediadas. ▪ Reações de hipersensibilidade podem surgir de respostas descontroladas ou anormais a antígenos estranhos ou respostas autoimunes contra antígenos próprios. ▪ As reações de hipersensibilidade são classificadas de acordo com o mecanismo de lesão tecidual. A hipersensibilidade imediata (tipo I, comumente chamada de alergia) é causada pela produção de anticorpo IgE contra antígenos ambientais ou medicamentos (alérgenos), sensibilização dos mastócitos pela IgE e degranulação desses mastócitos na exposição subsequente ao alérgeno. ↳ As manifestações clínicas patológicas da hipersensibilidade imediata resultam das ações dos mediadores secretados pelos mastócitos: dilatação vascular, contração dos músculos lisos e inflamação. ↳ O tratamento das alergias visa inibir a produção e antagonizar as ações dos mediadores e combater seus efeitos nos órgãos terminais. Os anticorpos contra antígenos celulares e teciduais podem causar lesão tecidual e doença (hipersensibilidade tipo II). Os anticorpos IgM e IgG promovem a fagocitose das células a que se ligam, induzindo inflamação pelo recrutamento de leucócitos mediado por receptor de Fc e complemento, e podem interferir nas funções das células ao se ligarem a moléculas e receptores essenciais. Nas doenças do complexo imune (hipersensibilidade tipo III), os anticorpos podem ligar-se aos antígenos circulantes para formar os complexos imunes, que são depositados nos vasos, levando à inflamação na parede do vaso (vasculite), que provoca de maneira secundária a lesão tecidual em função do fluxo sanguíneo comprometido. Doenças mediadas por célula T (hipersensibilidade tipo IV) resultam de inflamação causada por citocinas produzidas por células CD4+ TH1 e TH17 ou pelo extermínio de células do hospedeiro por CTL CD8+.
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