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Resumo - Reações de Hipersensibilidade

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
Imunologia Médica 
 
Recapitular 
Imunidade inata e adaptativa são integradas pelas células dendríticas (células 
especializadas na apresentação de antígenos) 
 Imunidade inata: primeira linha de defesa (macrófagos e neutrófilos). 
Imediata, inespecífica e efêmera, não confere memória 
 Imunidade adaptativa: linfócitos T e B. Específica, diversificada e 
duradoura, formação de células de memória. 
As infecções são combatidas por respostas imunes apropriadas que 
detectam antígenos estranhos. No caso de respostas adaptativas, é 
necessária a proliferação clonal de linfócitos para gerar quantidade suficiente 
de células antígeno-específicas. Há produção de anticorpos de classe 
apropriada para eliminar a infecção, os quais se ligam à superfície do 
patógeno. A formação de imunocomplexos contendo IgM ou lgG 
desencadeia a ativação da via clássica do complemento. lgG e componentes 
do complemento opsonizam microrganismos para a fagocitose subsequente. 
No caso de parasitoses, IL-4 e IL-13 produzidas por Th2 estimulam a 
produção de lgE por células B. Os patógenos intracelulares são combatidos 
por células NK, células T citotóxicas e células Th1 que produzem fatores 
ativadores de macrófagos, como IFN𝛾. 
 
Conceitos Importantes 
 : pré-disposição genética produção anticorpos IgE de forma 
continua elevada, contra antígenos inócuos do meio ambiente, podendo 
levar a manifestações clínicas como asma, rinite, conjuntivite, alergia 
alimentar e dermatite atópica, ou seja, individuo com manifestação clínica 
de doença alérgica. 
 : reação de hipersensibilidade, causando lesão tecidual 
(imunopatologia) 
 : susceptibilidade genética 
+ 
sensibilização ao alérgeno 
+ 
fatores desencadeantes 
 
Definição de Alergia – Hipersensibilidade 
 O termo hipersensibilidade está relacionado aos processos da resposta 
imune adaptativa que resultam em danos para o hospedeiro. 
 É quando a resposta imune é inadequada, direcionada aos tecidos do 
hospedeiro ou desencadeada por microrganismos comensais ou 
antígenos ambientais que geralmente são inócuos. Nessas situações, a 
resposta imune, normalmente benéfica, torna-se a causa da doença 
 
 Resposta imunológica excessiva e inapropriada do organismo a uma 
substância inócua (alérgeno) 
 A primeira condição para que o sistema imunológico inicie um ataque aos 
agentes estranhos que penetraram no organismo é ser capaz de discernir 
quais estruturas devem ser consideradas diferentes das do próprio 
organismo Potenciais agentes agressores = antígenos 
Potencial de causar doença = patógeno 
 A todo instante o organismo entra em contato com moléculas estranhas, 
porém não ameaçadoras a saúde 
 Em algumas circunstâncias certos tipos de moléculas inócuas estimulam 
uma resposta imune adaptativa e o desenvolvimento de memória 
imunológica. Quando isso acontece a memória imune produz inflamação 
e lesão tecidual 
 
 
 
 Requer um contato prévio do indivíduo com o alérgeno - sensibilização 
 Resposta imunológica: humoral ou celular 
 Causam inflamação sistêmica ou local 
 
Fatores de Risco para Doenças Atópicas 
 História familiar de alergia 
 Sexo masculino 
 Baixo peso ao nascer 
 História de tabagismo materno 
 Família pequena 
 Boas condições de higiene 
 Alto status socioeconômico dos pais 
 Baixa incidência de infecções durante a primeira infância 
 Falta de estímulos infecciosos acarreta a desregulação do 
sistema imunológico. 
 
Classificação 
 (tipo I) 
- É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais, 
tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade. 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
- As doenças de hipersensibilidade imediata (alergia ou atopia) são 
normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de IL-
4, IL-5 e IL-13, e pela produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos 
e eosinófilos e induzem inflamação. 
 
 (tipo II) 
- Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfície celular 
ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o 
sistema complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo 
nas funções celulares normais. 
 
 (tipo III) 
- Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue 
formam complexos com antígenos, e esses imunocomplexos podem 
se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, 
causando inflamação, trombose e lesão tecidual. 
 
 (tipo IV)
- Lesão tecidual pode ser causada por linfócitos T que induzem 
inflamação ou matam diretamente as células-alvo. 
- Em muitas dessas doenças, o principal mecanismo envolve a ativação 
de células T auxiliares CD4+, as quais secretam citocinas que 
promovem inflamação e ativam leucócitos, principalmente neutrófilos e 
macrófagos. 
- Os linfócitos T citotóxicos (CTLs) contribuem para a lesão tecidual em 
algumas doenças. 
 
Tipo de Reação Mecanismo Imunológico Distúrbios 
Tipo I 
imediata/anafilática 
IgE 
basófilos e mastócitos 
Anafilaxia 
Tipo II 
citotóxico 
IgG 
Ags na membrana de células 
Citopenias 
Tipo III 
imunocomplexos 
IgG 
Ags solúveis 
Doenças do soro 
Tipo IV 
Tardia ou celular 
Células T 
(Th1, Th2 ou Tc) 
Dermatite de 
contato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipersensibilidade Tipo 1 
 Hipersensibilidade mediada pela IgE – imediata 
 Possui duas fases: 
 Fase de Sensibilização: requer um período de exposição ao alérgeno 
(antígeno envolvido em processos alérgicos) e resulta na ativação da 
resposta imune com a formação de linfócitos sensibilizados que 
interagem com os LB determinando a troca da síntese de 
imunoglobulina, ela, por sua vez, passa a ser da classe IgE, específica 
para o antígeno em questão. As moléculas de IgE liberadas 
permanecem na circulação e ancoradas em receptores de alta 
afinidade (FcεRI), presentes nas membranas de mastócitos e basófilos. 
Nessa fase, que pode durar de dias a anos, o paciente está 
sensibilizado, porém não apresenta sintomas. 
 Fase de Provocação: ocorre por ocasião da nova exposição ao 
alérgeno, é representada pela reação de hipersensibilidade tipo I. Se 
caracteriza por uma fase imediata, resposta rápida que ocorre 
minutos após a exposição alergênica, em consequência da ligação do 
antígeno às moléculas de IgE ancoradas nos mastócitos e basófilos. 
 Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Dentro de poucos minutos de exposição ao alérgeno um antígeno 
multivalente se junta a IgE, e ativa a degranulação dos mastócitos 
 Mediadores pré-formados ou formados na hora são liberados, e causam 
vasodilatação, contração do músculo liso visceral, estimulação da secreção 
de muco pelas glândulas do corpo, aumento da permeabilidade vascular 
 Mediadores de ácido araquidônico, citosinas e outras proteínas induzem a 
fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas horas depois 
 
 
 
 Etapas 
1) Sensibilização ao Alérgeno 
- Primeiro contato com o alérgeno 
- Apresentação do alérgeno aos linfócitos T naive, via APCs 
- Ativação dos linfócitos T naive a linfócitos ativados 
 Produção de IL-4, IL-13, IL-9, IL-5 
- Ativação de linfócitos B, que passam a produzir IgE 
- Ligação da IgE produzida à superfície de mastócitos e basófilos 
 Via receptores de alta especificidade para a porção Fc 
 
 
 
 
2) Reação Alérgica 
- Segundo contato com o alérgeno 
- Ligação do alérgeno às moléculas IgE presentes na superfície de 
mastócitos e basófilos 
- Degranulação de mastócitos e basófilos: liberação de mediadores 
químicos (histamina, leucotrienos e prostaglandinas), responsáveis pelos 
sintomas alérgicos. 
 
 
 
 
 
Resposta 
Imediata 
(segundos) 
Decorrente da atividade da histamina e prostaglandinas 
- Secreção de muco 
- Aumento da permeabilidade vascular 
- Edema 
- Contração da musculatura lisa/ brococonstrição 
- Prurido e rash (exantema) 
Resposta 
Tardia 
(8 a 10horas) 
Decorrente da liberação de leucotrienos, quimiocinas, 
citocinas e enzimas pelos mastócitos 
- Maior produção de muco, remodelagem tecidual 
- Responsável pela cronicidade de doenças 
respiratórias alérgicas (asma) 
 
 
 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 
 
Efeitos Biológicos dos Mediadores da Hipersensibilidade Imediata 
 Os mediadores de mastócitos e basófilos incluem: 
- Aminas vasoativas: liberadas a partir do armazenamento em grânulos, 
contendo histamina. 
- Enzimas armazenadas pré-formadas nos grânulos 
- Citocinas e mediadores lipídicos, os quais são amplamente sintetizados 
de novo quando há ativação celular. 
 Aminas biogênicas e mediadores lipídicos induzem extravasamento 
vascular, broncoconstrição e hipermotilidade intestinal ⇒ resposta 
imediata. 
 Citocinas e mediadores lipídicos: contribuem para a inflamação ⇒ reação 
tardia. 
 Enzimas: contribuem para o dano tecidual 
 Eosinófilos ativados liberam proteínas catiônicas pré-formadas, bem como 
enzimas tóxicas para parasitas e células do hospedeiro. Algumas enzimas 
dos grânulos dos eosinófilos provavelmente contribuem para o dano 
tecidual nas doenças alérgicas crônicas. 
a) Aminas biogênicas 
 Histamina: vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar, contração 
do músculo liso e elevação da secreção de muco nas glândulas nasais, 
brônquicas e gástricas 
 Adenosina: causa broncoconstrição, inibe a agregação plaquetária e 
fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos 
 Proteases (quinase, triptase): lesão tecidual, produção de quininas pela 
ativação dos componentes do complemente, produzindo fatores 
quimiotáticos e inflamatórios (C3a) 
 Proteoglicano ácidos: heparina e sulfato de condroitina.. Função de 
empacotar e armazenar outros mediadores nos grânulos. 
 
b) Mediadores Lipídicos – derivados de ácido araquidônico 
 Prostaglandina D2: gerado pela via cicloxigenase, causa broncoespasmo 
intenso com secreção de muco 
 Leucotrienos: gerado pela via lipooxigenase, LTC4 e LTD4. São 
potentes agentes vasoativos, causam broncoconstrição prolongada 
(importante mediador na asma). O LTB4 é altamente quimiotático para 
neutrófilo, eosinófilo e basófilo 
 Fator de ativação plaquetária (PAF) 
Causa agregação plaquetária, liberação de histamina, broncoespasmo, 
aumenta permeabilidade vascular e vasodilatação. Deficiência de PAF 
hidrolase aumenta o risco de asma precoce. 
 
c) Citocinas – reação tardia 
 TNF e quimiocinas: recrutam e ativam leucócitos 
 IL-3: proliferação de mastócitos 
 IL-4, IL-5 e IL-13 (Th2): estimula a secreção de muco 
 IL-6, GM-CSF e quimiocinas como proteína inflamatória de macrófagos 
à inflamação 
 
 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
Ativação dos Mastócitos 
 
 
Ativação dos Eosinófilos 
 
 
 
 
 
Formas Clínicas da Alergia 
 Pode se apresentar como: 
- Desordem sistêmica: choque anafilático ou anafilaxia sistêmica 
- Desordem local: rinite alérgica, asma, alergia alimentar, eczema etc. 
 
 
 
- : mastócitos da mucosa nasal. Edema local, secreção nasal de muco, 
obstrução das vias aéreas e espirros. 
- (eczema): mastócitos da pele. Resposta inflamatória 
que causa exantema crônico, pruriginoso com erupções cutâneas 
 Os vasos sanguíneos se dilatam e passam a vazar fluido e 
macromoléculas, produzindo vermelhidão e inchaço local (pápula). A 
subsequente dilatação dos vasos na borda do inchaço confere o 
aspecto de uma orla avermelhada (o eritema). 
 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
- : mastócitos submucosos das vias aéreas inferiores. Aumento da 
secreção de muco e broncoconstrição, causando dificuldade na 
respiração 
: mastócitos do TGI. As reações clínicas podem 
ocorrer alguns min a h após a ingestão do alimento e os sintomas variam 
de leves manifestações cutâneas, gastrintestinais a reações anafiláticas 
graves com risco de morte. A contração da musculatura lisa induz vômitos 
e diarreia. O aumento da permeabilidade das mucosas, devido aos 
alérgenos na corrente sanguínea, provoca urticaria. 
Na alergia alimentar não-IgE-mediada, como na doença celíaca (tipo IV), 
além da resposta celular, há a participação de anticorpos da classe IgG e 
IgA. 
 
♥ Asma 
 É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas associada à hiper-
reatividade brônquica e limitação do fluxo aéreo, causando episódios 
recorrentes de tosse, aperto no peito, sibilos e dispneia. Os sintomas 
costumam reverter espontaneamente ou com tratamento. 
 Epidemiologia 
- Afeta 7-10% da população mundial 
- A OMS estima que haja 150 milhões de asmáticos em todo o mundo 
- Cerca de 180 mil mortes por ano no mundo 
- No Brasil, há mais de 10 milhões de asmáticos 
- Cerca de 30% das crianças brasileiras apresentam sintomas indicativos 
de asma 
- 4ª principal causa de internamento no SUS 
 Classificação 
- Asma atópica 
- Asma Não-atópica (ex.: infecções virais) 
- Asma induzida por drogas (ex.: aspirina) 
- Asma ocupacional 
 Fisiopatologia 
- Lesões irreversíveis na musculatura brônquica 
1. Espessamento da membrana basal 
2. Hipertrofia e hiperplasia do músculo liso 
3. Elevação no número de células caliciformes 
4. Aumento das glândulas submucosas 
5. Alteração no depósito/degradação dos componentes de matriz 
extracelular 
- Tudo isso pode contribuir para a irreversibilidade de obstrução 
 
 
 
 Fase inicial: resposta brônquica ao antígeno inalado, da qual participam 
basicamente mastócitos mediadores 
 Fase tardia: inflamatória dominada por eosinófilos. 
 
 
 Tratamento: 
- Bloqueio de IgE e Citocinas → imunobiológicos. 
- Inibição das células efetoras → inibidores de ativação de mastócitos e 
corticosteróides tópicos 
- Antagonistas dos receptores → Anti-H1, B-2 agonistas, antagonistas de 
receptores de leucotrienos 
- Controladores da Inflamação → corticosteróides 
- Adrenalina → anafilaxia (bloqueia a resposta à histamina em órgãos 
alvos) 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
♥ Anafilaxia Sistêmica 
 
 
 
 Degranulação sistêmica de mastócitos 
 Reação IgE-mediada potencialmente fatal 
- : dilatação e aumento da permeabilidade vascular, causando 
edema da derme superficial, com aparecimento súbito de pápulas 
eritematosas, isoladas ou confluentes, intensamente pruriginosas que 
desaparecem à digitopressão e não deixam cicatrizes. 
- : há comprometimento dos vasos da derme profunda e do 
tecido subcutâneo, levando a deformações reversíveis pouco 
pruriginosas, podendo levar à insuficiência respiratória nos casos de 
obstrução da glote. 
- 
 O alérgeno ativa os mastócitos em muitos tecidos, resultando na 
liberação de mediadores que ganham acesso aos leitos vasculares em 
todo o corpo. A diminuição do tônus vascular e o extravasamento de 
plasma causado pelos mediadores dos mastócitos podem acarretar 
uma significativa queda na pressão arterial, ou choque, chamado 
choque anafilático, que frequentemente é fatal. 
 Tratamento: epinefrina (adrenalina) sistêmica, reverte os efeitos 
broncoconstritores e vasodilatadores dos mediadores dos mastócito. 
 
Anafilaxia X Reações Anafiláticas X Reações Anafilactóides 
 Reação anafilática é a reação alérgica ou hipersensibilidade do tipo I. 
 Reação anafilactóide: clinicamente é igual à anafilática, só que não envolve 
o sistema imunológico, ou seja não está relacionada a presença de IgE, o 
mecanismo é outro. Raramente desenvolve choque.. 
 Choque anafilático: choque é colapso cardiovascular,. quando a pessoa 
desenvolve colapso cardiovascular devido uma reação anafilática, chama-
se choque anafilático. Anafilaxia é um tipo de hipersensibilidade, mas nem 
sempre vai levar ao choque anafilático. 
 
 Reação anafilática Reação anafilactóide 
Sensibilização prévia Sim Não 
Reação na 1ºexposição Não Sim 
Testes alérgicos Sim Não 
 
 
Avaliação Laboratorial das Doenças Alérgicas 
Métodos de diagnostico imunológico in vivo e in vitro 
Prick – Teste ou Pach – Teste Gotas do Alérgeno são colocadas sobre a pele do antebraço ou das 
costas, numa disposição predeterminada, e a pele é então perfurada. 
 Teste cutâneo de leitura imediata 
Teste cutâneo intradérmico 
 Os alérgenos suspeitos são injetados na pele 
 Desvantagem: são dolorosos e podem provocar reações alérgicas 
exacerbadas (choque anafilático) 
Fatores que Influenciam os resultados dos testes cutâneos 
- Reatividade cutânea 
- Qualidade e estabilidade dos extratos 
- Pureza e concentração dos alérgenos 
- Medicamentos utilizados pelo paciente nas 24 a 48 horas que 
precedem o teste 
- Resultados falso positivos devido a impurezas no alérgeno. 
- Resultado falso negativa devido à baixa concentração de alérgeno no 
extrato 
 
Diagnóstico em Doenças Alérgicas 
 História clínica 
 Testes cutâneos 
 Pesquisa de IgE específico 
 Exclusão 
 Provocação 
 
Prevenção e Tratamento 
1. O primeiro passo é identificar a causa da alergia e afastá-la 
2. Para asma e rinite, recomendam-se medidas de controle ambiental contra 
a poeira e ácaros 
3. Introduzir remédios para reduzir a inflamação e controlar os sintomas. 
4. O uso de vacinas (imunoterapia). ⇒ Dessensibilização 
5. Limpeza diária da casa deve ser feita com pano úmido, evitando o uso 
de espanadores. O ideal é que o ambiente seja arejado, sem tapetes ou 
cortinas 
6. Deve-se evitar animais dentro de casa 
7. O cigarro é proibido 
8. Recomenda-se praticar esportes ao ar livre, ter alimentação saudável, com 
bastante líquido. O alérgico, bem orientado, pode levar uma vida normal, 
sem restrições 
9. Acompanhamento médico 
 
 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
Hipersensibilidade Tipo II - Citotóxico 
 Decorrente do efeito citopático, anticorpos dirigidos contra antígenos 
presentes na superfície ou matriz celular 
 Os antígenos localizam-se nas superfícies de células como hemácias ou 
plaquetas. A estes antígenos ligam-se imunoglobulinas da classe IgG, 
havendo, posteriormente, ligação de proteínas do sistema complemento. 
Fagócitos e células natural killer, que apresentam receptores para a 
porção Fc da IgG, promovem a destruição celular. Esta reação é também 
denominada de citotoxicidade dependente de anticorpos. Algumas drogas 
como a penicilina podem levar a este tipo de reação e, muito raramente, 
pacientes com alergia a leite de vaca podem apresentar episódios de 
trombocitopenia secundários à ingestão deste alimento. 
 Mediada por anticorpos: IgM e IgG 
- Combinação de anticorpos da classe IgG ou IgM contra determinantes 
antigênicos das membranas celulares ou antígenos/haptenos circulantes 
que se ligam à sua superfície, geralmente resultando em destruição 
celular. 
 São classificadas como reações de hipersensibilidade tipo II as respostas 
contra as células sanguíneas, como reações transfusionais, doença 
hemolítica do recém-nascido, anemias hemolíticas autoimunes e reações 
adversas a medicamentos que são desencadeadas pela resposta contra a 
droga ou seus metabólitos ligados a componentes do sangue, resultando 
em lise celular. 
Ex.: anemia hemolítica causada pelo uso de penicilinas, indinavir e 
sulfonamida; plaquetopenia causada pela carbamazepina; agranulocitoses 
associada à administração de sufametoxasol. Reação hiperaguda a 
enxerto, como em transplantes de rins, miastenia grave e 
endocrinopatias, como tireoidite de Hashimoto e doença de Graves. 
 
 
 
Mecanismos de Ação 
1) Fixação e ativação do sistema complemento pela ligação dos anticorpos 
com o antígeno na superfície da célula-alvo, geralmente resultando em 
sua lise. 
2) Processo de fagocitose pela ligação da porção Fc dos anticorpos ou 
do fragmento C3b do complemento, que recobrem as células-alvo 
(opsonização), às células fagocitárias. 
3) Citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC), onde a lise das 
células-alvo, recobertas por IgG, resulta da ação de células natural killer 
(NK), e LTCD8+ pela ligação da porção Fc do anticorpo. 
4) Destruição de eritrócitos recobertos de imunocomplexos formados 
por IgG ou IgM, no baço e no fígado, respectivamente. 
 
 
 
 Os anticorpos opsonizam as células e podem ativar o complemento, 
cujos produtos também opsonizam células, levando à sua fagocitose 
por meio dos receptores Fc ou dos receptores para C3b nos fagócitos. 
 Os anticorpos recrutam os leucócitos pela ligação aos receptores Fc 
ou pela ativação do complemento e, desse modo, liberam subprodutos 
que são quimiotáticos para leucócitos. 
 Os anticorpos específicos para receptores de hormônios ou de 
neurotransmissores da superfície celular interferem com a fisiologia 
normal. 
Ex.: Doença de Graves: autoanticorpos específicos para o receptor do 
hormônio estimulador da tireoide (TSH) na glândula tireoide estimulam 
a atividade dos receptores mesmo na ausência de TSH, causando 
liberação excessiva dos hormônios da tireoide (hipertireoidismo). 
Ex.: Miastenia grave: autoanticorpos específicos para o receptor da 
acetilcolina em células musculares bloqueiam a ação da acetilcolina, 
levando à paralisia. 
 
Quando células circulantes, como os eritrócitos ou as plaquetas, são cobertas 
(opsonizadas) por anticorpos, com ou sem a ativação do complemento, elas 
se tornam alvo da fagocitose dos neutrófilos e macrófagos. Essas células 
fagocitárias expressam receptores para a porção Fc da IgG e para os 
produtos da degradação de C3, uma proteína do complemento, e usam 
esses receptores para ligar e ingerir partículas opsonizadas. As células 
opsonizadas costumam ser eliminadas no baço, motivo pelo qual a 
esplenectomia é útil na trombocitopenia autoimune e na anemia hemolítica. 
 
 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
Os anticorpos se ligam a antígenos celulares ou teciduais e ativam o sistema 
complemento pela via “clássica”. Os produtos da ativação do complemento 
desempenham diversas funções, uma das quais é recrutar neutrófilos e 
monócitos, desencadeando inflamação nos tecidos. Os leucócitos também 
podem ser ativados pela ligação dos receptores de Fc, que reconhecem 
os anticorpos ligados. 
Ex.: Síndrome de Goodpasture: autoanticorpos contra a cadeia a 3 (IV) do 
colágeno tipo IV se ligam à membrana basal, alveolar e glomerular, 
causando glomerulonefrite progressiva e hemorragia pulmonar 
Ex.: Pênfigo vulgar: doença bolhosa intraepidérmica, potencialmente fatal, 
que afeta pele e mucosas. 
 
 
Os anticorpos contra hormônios ou outras proteínas podem neutralizar e 
bloquear as ações dessas moléculas, causando doença sem inflamação ou 
dano tecidual. 
Ex.: Miastenia Grave: anticorpos contra os receptores de ACh nas placas 
motoras dos músculos esqueléticos inibem a transmissão 
neuromuscular, causando fraqueza muscular. Os anticorpos também 
podem estimular a função das células de modo excessivo. 
Ex.: Doença de Graves: anticorpos contra o receptor do hormônio 
estimulante da tireoide estimulam as células epiteliais da tireoide para 
que secretem hormônios tireoidianos, causando o hipertireoidismo. 
Ex.: Anemia Perniciosa: anticorpos específicos para o fator intrínseco, 
necessário para a absorção de vitamina B12 
Ex.: Imunodeficiências: causadas por anticorpos específicos para citocinas 
 
❖ Reações Tipo II – Aloimunes (mesma espécie) 
 Sistema AB0 
- Em geral, relacionam-se as iso-hemaglutininas IgM, que são estimuladas 
por contato com antígenos da flora intestinal cuja estrutura é 
semelhante à dos carboidratos do grupo sanguíneo, de modo que os 
anticorpos produzidos reagem de modo cruzado com o tipo 
correspondente de hemácia. 
- No caso de transfusão, hemácias incompatíveis são recobertas pelas 
isso-hemaglutininas, o que causa grave hemólise intravascular mediada 
por complemento. 
 
 
 
 Sistema Rh – Doença Hemolítica do Recém-nascido ou Eritroblastose Fetal 
- Ocorre quando a mãe é Rh negativo e o bebê Rh positivo 
- A classe predominante dos anticorpos produzidos é IgG, que são 
capazesde atravessar a placenta nas gestações subsequentes. Que se 
ligam especificamente aos antígenos eritrocitários do feto, devido à 
incompatibilidade tratam o feto como “invasor” 
- A reação com o antigeno D existente nas hemácias fetais provoca sua 
destruição por aderência opsônica, cuja consequência é: 
 Doença hemolítica do recém-nascido: destruição das hemácias 
fetais pelos anticorpos da mãe 
 Eritroblastose fetal: o feto lança muitos eritroblastos (hemácias 
jovens e anucleadas) na sua circulação 
 
 
 
- No momento do parto, há troca de sangue faz com que as hemácias 
do bebê entrem na circulação materna e ativem a sua resposta 
imunológica, produzindo na resposta anticorpos IgG anti-Rh. 
 1ª gestação, o bebê nascerá saudável, pois não foi afetado pela 
resposta imunológica da mãe. 
 2ª gestação: a mãe sensibilizada, possui anticorpo anti-Rh. E por 
isso, caso o bebe seja Rh positivo novamente, a mulher 
transferirá, pela placenta, seus anticorpos anti-Rh para o bebê 
- Como os anticorpos maternos reconhecerão os eritrócitos desse bebê, 
dependendo da quantidade de anticorpos, ele desenvolverá a doença 
hemolítica, com aumento dos eritroblastos na sua circulação, que é uma 
forma imatura dos eritrócitos, podendo desenvolver anemia, icterícia 
neonatal, hepatoesplenomegalia etc. 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
- Como forma de prevenção à 
eritroblastose fetal, a gestante deve 
tomar a imunoglobulina anti-Rh ou 
Anti-D, aplicada geralmente na 28ª 
semana de gestação e também em 
até 72h após o parto, para bloquear 
a produção dos anticorpos anti-Rh, 
evitando a sensibilização da mãe. 
- Para a profilaxia anti-Rh indica-se a administração de imunoglobulina anti-
D, vacina conhecido comercialmente como rolgan ou matergam, que 
destrói as células Rh+ do feto, prevenindo a produção de anticorpos 
anti-Rh, deve ser administrado o mais cedo possível, uma vez que sua 
meia-vida na circulação de indivíduos de IgG é de aproximadamente, 3 
a 4 semanas. 
 
 Os aloenxertos estimulam a produção de anticorpos humorais no 
hospedeiro contra antígenos de superfície do transplante, que podem ser 
diretamente citotóxicos ou causar aderência das células fagocitárias ou 
ainda ataque por ADCC. 
 Os anticorpos também podem causar aderência plaquetária quando se 
ligam a antígenos na superfície do endotélio vascular. 
 A rejeição hiperaguda e mediada por anticorpos pré-formados no 
receptor do transplante. 
 
❖ Reações Tipo II – Autoimune 
 Principalmente IgM 
 Produção de anticorpos contra as próprias hemácias 
 
 Principalmente IgG → contra plaquetas e megacariócitos 
 Produção de anticorpos contra as próprias plaquetas, principalmente pela 
eliminação de macrófagos teciduais, mediada por receptores Fcᵧ, no baço 
e fígado 
 Manifestação clínica: surgimento de equimoses, petéquias, sangramento 
de mucosas e aumento do baço 
 O achado de manchas na pele de coloração eritêmato-violácea que não 
desaparecem à vitropressão caracteriza a púrpura ou petéquia 
 Relacionada à infecções virais e algumas vacinas (MMR e Hepatite B) 
 A denominação vai depender do tamanho das manchas: 
- Petéquia < 3mm 
- Purpura > 3mm 
- Equimose > 1cm 
Hemoglobina Bilirrubina Hemossiderina 
Vermelho-azulado Azul-esverdeado Marrom-dourado 
 
 
 
 Em termos fisiopatológicos, quando encontramos purpura, petéquia ou 
equimose ao exame físico é, em ultima analise, a constatação de 
extravasamento de hemácias dos vasos, levando a sangramento visível na 
pele 
 
 Tem autoanticorpos que, na presença 
de complemento, são diretamente 
citotóxicos para células tireoidianas 
humanas isoladas em cultura. 
 
 Os autoanticorpos reconhecem o colágeno tipo IV na membrana basal 
alveolar e glomerular. Esses anticorpos, juntamente com componentes do 
complemento, ligam-se à membrana basal no local onde a ação do 
sistema complemento total causa lesão grave ⇒ glomerulonefrite 
progressiva e hemorragia pulmonar 
 
 É a retirada dos receptores de acetilcolina da placa motora muscular por 
autoanticorpos 
 
Hipersensibilidade Tipo III – Imunocomplexos 
 Caracterizada por ativação do sistema complemento e inflamação aguda 
 O antígeno é solúvel e forma, com o anticorpo da classe IgG, 
imunocomplexos que se depositam na parede dos vasos sanguíneos e 
em determinados órgãos como rins, articulações e pele. 
 O depósito nos rins e nas articulações é explicado pelas altas 
pressões hemodinâmicas associadas à função de filtração dos 
glomérulos e sinóvia. 
 Para a deposição, é necessária a formação de imunocomplexos menores, 
pois, os grandes têm a capacidade de fixar complemento e são 
fagocitados. 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
 A lesão tecidual ocorre porque estes imunocomplexos ligam-se a 
receptores Fc dos leucócitos e ativam complemento liberando C5a, que 
aumenta o processo inflamatório e a permeabilidade vascular 
 Os complexos imunes podem se formar na circulação e se depositar nos 
vasos ou se formar nos locais em que o antigeno se encontrar 
(complexos imunes in situ) 
 Causas importantes para a deposição dos imunocomplexos 
- Infecções persistentes → Ex: Hepatites virais 
- Doenças autoimunes → Ex: Lúpus, artrite reumatoide 
- Inalação de material antigênico → Ex: Doença do criador de pombo 
 
 
 
 Fases da doença sistêmica causada por imunocomplexos 
1. Formação de imunocomplexos antigeno-anticorpo na circulação 
 Os complexos mais patogênicos são formados durante o excesso 
de antígenos, são pequenos ou de tamanho moderado, eliminados 
com menos eficiência pelos macrófagos e, portanto, circulam por 
mais tempo 
2. Depósito dos complexos imunes em vários tecidos 
 Para que os complexos saiam da circulação e se depositem deve 
ocorrer um aumento na permeabilidade vascular. Esse aumento é 
desencadeado quando os complexos imunes se ligam aos 
leucócitos e mastócitos através dos receptores Fc e C3b, 
estimulando a liberação de mediadores que aumentam a 
permeabilidade vascular 
3. Reação inflamatória nos locais de depósito 
 Os complexos ativam o sistema do complemento, levando à 
liberação de fragmentos biologicamente ativos, como as 
anafilatoxinas (C3a e C5a), que aumentam a permeabilidade 
vascular e são quimiotáticas para os neutrófilos e monócitos. 
 Os complexos também se ligam aos receptores Fcᵧ nos neutrófilos 
e mastócitos, ativando-os. 
 A tentativa de fagocitar os complexos imunes pelos leucócitos 
resulta na secreção de uma variedade de substâncias inflamatórias, 
incluindo prostaglandinas, peptídeos vasodilatadores e substâncias 
quimiotáticas, assim como enzimas lisossômicas capazes de digerir 
a membrana basal, colágeno, elastina e cartilagem, e espécies 
reativas de oxigênio, que danificam os tecidos. 
 Os complexos imunes também causam a agregação plaquetária e 
ativam o fator de Hagernan; essas duas reações iniciam a formação 
de microtrombos que contribuem para a lesão tecidual produzindo 
isquemia local 
 Febre, urticária, artralgias, linfadenopatia e proteinúria 
 
 
 
–
 Cerca de 5 dias após a injeção de uma proteína estranha, são produzidos 
anticorpos, que reagem com o antígeno presente na circulação para 
formar o complexo antigeno-anticorpo. 
 Os complexos se depositam nos vasos sanguíneos do leito vascular de 
diversos tecidos, desencadeando uma reação inflamatória danosa 
subsequente. 
 As lesões se resolvem à medida que os complexos e o antígeno 
remanescente são removidos e anticorpos livre aparecem na circulação 
 
 
 
 Vasculite de vasos de médio calibre, que poupa arteríolas, vênulas e 
capilares, e não se associa com glomerulonefrite. 
 Manifestação clínica: fadiga, astenia, febre, mialgias e artralgias. 
 Ao exame histopatológico, a doença cutânea revela vasculite de artérias 
médias e arteríolas. 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
 A imunofluorescência direta na poliartrite nodosa cutânea demonstradepósitos de IgM e complemento nos vasos afetados. 
 Tratamento: corticosteroides e IgG IV 
 
–
 Após injeção subcutânea de um antígeno, os anticorpos circulantes se 
ligam rapidamente ao antígeno injetado e formam imunocomplexos que 
são depositados nas paredes de pequenos vasos no local da injeção. Essa 
deposição dá origem a uma vasculite cutânea local, com trombose dos 
vasos afetados, levando à necrose tecidual. 
 As lesões de Arthus evoluem no decorrer de algumas horas, atingindo 
seu pico 4 - 10h após a injeção, quando o local da injeção desenvolve 
edema visível com hemorragia grave, as vezes seguida por ulceração 
 
 
 
Hipersensibilidade Tipo IV – Tardia 
 Imunidade celular mediada por células, linfócitos T, com resposta 48 a 72h 
após o estímulo, que pode ser cutâneo ou intradérmico. 
 Linfócitos T ⇒ provocam lesão tecidual pela produção de citocinas que 
induzem inflamação ou pela destruição direta das células alvo 
 Relacionada a alterações autoimunes, infecciosas (tuberculose, lepra, 
blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose etc.) e 
granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma 
de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, 
agentes químicos, metais pesados etc.) nos quais as lesões são mais 
papulares 
 
 
 
 
 Tratamento: corticosteroides, antagonistas de TNF e Anti-CD20 
 Dois tipos de reações das células T são capazes de causar lesão tecidual 
e doença: 
 
 
1) Inflamação mediada por citocinas, na qual as citocinas são produzidas 
principalmente por células TCD4+ 
 As células CD4+ dos subtipos TH1 e TH17 secretam citocinas, que 
recrutam e ativam neutrófilos, macrófagos, mastócitos, formando 
um infiltrado de células inflamatórias 
 
 
 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
2) Citotoxicidade celular direta mediada pelas células T CD8+ 
 Responsáveis pelo dano tecidual 
 Os linfócitos T citotóxicos (CD8+) desempenham um papel 
importante na rejeição de transplantes de órgãos sólidos e podem 
contribuir para doenças imunológicas, como diabetes do tipo 1 
 As células TCD8+ também podem secretar INFᵧ e contribuir para 
a inflamação mediada por citocinas, mas menos do que as células 
CD4+ 
 
 
 
 Os antígenos que penetram no extrato córneo são fagocitados pelas 
células de Langerhans e apresentados aos linfócitos TH1 específicos. 
 Após o reconhecimento e a interação destas células, há liberação de IL-1 
e IL-2 e expansão do clone específico de linfócitos T 
 
 
 
 Acomete indivíduos sensibilizados com o bacilo da tuberculose 
 Cerca de 8-12 horas após a injeção intracutânea de tuberculina, aparece 
uma área local de eritema e endurecimento, atingindo um pico 
(tipicamente de 1-2 cm de diâmetro) em 24-72h 
 Exame histológico: a reação de HR é caracterizada pelo acúmulo 
perivascular (cuffing) de células T auxiliares CD4+ e macrófagos 
 A secreção local de citocinas por essas células inflamatórias 
mononucleares leva a um aumento da permeabilidade microvascular, 
causando edema dérmico e depósito de fibrina (=responsável pela rigidez 
de tecido) 
 Testes 
- Mantoux (ppd) – Tuberculina 
- Machado guerreiro – Chagas 
- Matsuda – Lepra 
- Montenegro – Leishmaniose 
 
 
 
 O infiltrado inicial perivascular de células T CD4+ é progressivamente 
substituído por macrófagos ao longo de um período de 2-3 semanas. 
 Esses macrófagos acumulados 
tipicamente apresentam evidências 
morfológicas de ativação, isto é, eles 
se tornam grandes, lisos e 
eosinofílicos, e são chamados de 
células epitelioides ⇒ misturam-se 
sob influência das citocinas (INFᵧ) 
para formar as células gigantes 
multinucleadas. 
 Granuloma: é o agregado microscópico de células epitelioides, tipicamente 
rodeado por um colar de linfócitos. Granulomas mais velhos desenvolvem 
um envoltório capsular de fibroblastos e tecido conjuntivo. 
 O processo é essencialmente a forma crônica da inflamação mediada por 
Th1 e ativação de macrófagos. 
 O reconhecimento de um granuloma é um importante diagnóstico por 
causa do número limitado de doenças: 
 Ex.: Tuberculose, hanseníase, sífilis, doença da arranhadura de gato, 
sarcoidose e doença de Crohn 
 
 
 
 Reações incontroladas que envolvem as células T, direcionadas contra as 
bactérias intestinais 
 Caracterizada por inflamação granulomatosa transmural com 
acometimento da toda a parede intestinal, desde a mucosa até a serosa, 
e pela ocorrência de fibrose, microperfurações e fístulas. 
 Pode haver inflamação em todo o TGI 
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Rafaela Pamplona 
 As células ᵦ das ilhotas pancreáticas são destruídas por uma reação 
autoimune das células T citolíticos 
 Produção local de citocinas ⇒ INFᵧ, TNF e IL-1 
 
 Reação imune ao glúten, proteína de armazenamento principal do trigo 
 Antígeno: gliadina ⇒ peptídeo resistente a degradação por proteases 
gástricas, pancreáticas e do intestino 
 Capaz de interagir com HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 em células 
apresentadoras de antígenos e ser apresentada ao linfócito 
TCD4+ 
 Além das células CD4+, há um acúmulo de células CD8+ que 
não são específicas para gliadina, mas podem desempenhar um 
papel auxiliar em causar danos nos tecidos 
 
 
 
 Consequência: atrofia vilosa do intestino delgado, causando má absorção 
 O quadro histopatológico é caracterizado por aumento do número de 
linfócitos T CD8+ intraepiteliais, com linfocitose intraepitelial, hiperplasia das 
criptas e atrofia das vilosidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
▪ As respostas imunes que causam injúria tecidual são chamadas de reações 
de hipersensibilidade, e as doenças causadas por essas reações são 
chamadas de doenças de hipersensibilidade ou doenças inflamatórias 
imunomediadas. 
▪ Reações de hipersensibilidade podem surgir de respostas descontroladas 
ou anormais a antígenos estranhos ou respostas autoimunes contra 
antígenos próprios. 
▪ As reações de hipersensibilidade são classificadas de acordo com o 
mecanismo de lesão tecidual. 
 A hipersensibilidade imediata (tipo I, comumente chamada de alergia) é 
causada pela produção de anticorpo IgE contra antígenos ambientais 
ou medicamentos (alérgenos), sensibilização dos mastócitos pela IgE e 
degranulação desses mastócitos na exposição subsequente ao 
alérgeno. 
↳ As manifestações clínicas patológicas da hipersensibilidade imediata 
resultam das ações dos mediadores secretados pelos mastócitos: 
dilatação vascular, contração dos músculos lisos e inflamação. 
↳ O tratamento das alergias visa inibir a produção e antagonizar as ações 
dos mediadores e combater seus efeitos nos órgãos terminais. 
 Os anticorpos contra antígenos celulares e teciduais podem causar 
lesão tecidual e doença (hipersensibilidade tipo II). Os anticorpos IgM e 
IgG promovem a fagocitose das células a que se ligam, induzindo 
inflamação pelo recrutamento de leucócitos mediado por receptor de 
Fc e complemento, e podem interferir nas funções das células ao se 
ligarem a moléculas e receptores essenciais. 
 Nas doenças do complexo imune (hipersensibilidade tipo III), os 
anticorpos podem ligar-se aos antígenos circulantes para formar os 
complexos imunes, que são depositados nos vasos, levando à 
inflamação na parede do vaso (vasculite), que provoca de maneira 
secundária a lesão tecidual em função do fluxo sanguíneo 
comprometido. 
 Doenças mediadas por célula T (hipersensibilidade tipo IV) resultam de 
inflamação causada por citocinas produzidas por células CD4+ TH1 e 
TH17 ou pelo extermínio de células do hospedeiro por CTL CD8+.

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