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A importância da MPB na resistência contra o autoritarismo durante a ditadura militar

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20
		
 UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
HISTÓRIA
hudson vasconcelos de moura
A importância da mpb na resistência contra o autoritarismo durante a ditadura militar brasileira
Rio de Janeiro
2020
HUDSON VASCONCELOS DE MOURA
A importância da mpb na resistência contra o autoritarismo durante a ditadura militar brasileira
Relatório apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Projeto de Ensino do curso de História.
Prof° orientador: Caroline Torres Minorelli
Rio de Janeiro
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 TEMA	4
3 JUSTIFICATIVA	5
4 PARTICIPANTES	6
5 OBJETIVOS	7
6 PROBLEMATIZAÇÃO	8
7 REFERÊNCIAL TEÓRICO	9
8 METODOLOGIA	16
9 CRONOGRAMA	18
10 RECURSOS	19
11 AVALIAÇÃO	20
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
REFERÊNCIAS	22
ANEXOS	25
ANEXO A........................................................................................................26
ANEXO B........................................................................................................27
1 – INTRODUÇÃO:
A temática utilizada na realização deste projeto será a ‘’A importância da MPB na resistência contra o autoritarismo durante a Ditadura Militar Brasileira’’ demonstrando o papel fundamental na disseminação de mensagens contra o sistema político	opressor que vigorou no Brasil entre 1964 até 1985 para alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio. Os conteúdos apresentados serão demonstrados através de referenciais teóricos, utilizando documentários, artigos, músicas e livros que retratam toda essa temática.
O objetivo deste projeto de história é propor ao aluno um desenvolvimento na sua reflexão e pensamento crítico, além de aguçar sua percepção do mundo de forma analítica. Uma aula de história bem sucedida é aquela que se utiliza de diversas metodologias e materiais como filmes, documentários, livros, artigos, revistas e jornais, pelo fato de que ao utilizar estes artifícios, você consegue provocar a curiosidade e o interesse dos alunos em fatos ocorridos no passado e demonstrar a razão deles influenciarem o mundo contemporâneo na qual os mesmos vivem hoje.
O estudo de história é imprescindível na construção do conhecimento humano, o ensino desta matéria está em todos os campos da educação, como nas universidades, escolas e no cotidiano das pessoas, sendo assim estabelecer uma correlação entre o passado e o presente é de grande importância para o entendimento da engrenagem social em que estamos inseridos. Esta produção textual irá trabalhar na compreensão histórica brasileira durante o período opressivo da ditadura militar, onde os alunos irão compreender o impacto sócio cultural que a música popular brasileira teve na resistência a este regime autoritário, além de um aprofundamento de nuances específicas presentes neste período.
2 – TEMA:
Este projeto é focado em demonstrar a importância de utilizar novas metodologias de ensino de história na sala de aula, utilizando um campo como a ‘’música’’ para compartilhar conhecimentos e caracterísiticas específicas de um período histórico, nesse caso, brasileiro, com alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio. Esta linha de pesquisa veio de encontro à autores que amparassem perspectivas como; utilizar novos métodos de ensino, analisar minuciosamente todos os processos políticos econômicos e históricos relacionados ao golpe militar e a percepção de movimentos socio-culturais como a ‘’música popular brasileira’’, que teve um papel fundamental no combate ao autoritarismo presente na ditadura militar no Brasil (1964-1985).
Com a escolha deste tema, será proposto ao aluno fontes narrativas diversas para o compreendimento de processos e eventos históricos políticos e sociais. 
Com isso, esta temática além de atrair a atenção dos alunos de forma distinta do que vemos no nosso dia a dia nas salas de aula, contribui para a reflexão de pautas como a evolução do saber histórico, o impacto das inovações em sala de aula para a prática docente, processos metodológicos, liberdade de expressão e cultura. 
3 – JUSTIFICATIVA:
A escolha do tema trabalhado nesta produção textual, se deu pelas inovações presentes no ramo da historiografia nos ultimos anos, e nos meios metodológicos a fim de introduzir uma história inclusiva que fuja dos caminhos eurocentricos e positivistas. O despertar do interesse em propor a música popular brasileira como um instrumento documental histórico, se dá pela leitura do livro ‘’Ensinar História’’ das autoras Maria Auxiliadora Schimidh e Marlene Cainelli (2004), onde as mesmas citam sobre a desmitificação do professor como uma ‘’enciclopédia ambulante’’ através de inovações no compartilhamento do saber. Com isso, este projeto de ensino irá se utilizar de uma metodologia distinta para despertar o interesse dos alunos sobre o período da ditadura militar no Brasil, porém não irá ser utilizado interpretações rasas sobre os conteúdos líricos presentes nas músicas da época e sim toda uma analise do aspecto histórico que estas canções apresentam. Algo como a música sendo utilizada em sala de aula se torna prazeroso para os alunos, atrai sua atenção e promove a abertura de possibilidades de novos processos de ensino-aprendizagem.
Devemos nos atentar, que utilizar algo como a ‘’MPB’’ como documento histórico só é possível pelo surgimento da vertente historiográfica ‘’Escola dos Annales’’, que surge a partir da década de 30, no século XX. A escola dos Annales propôs uma nova perspectiva, onde o homem e as sociedades são identificados como objeto para o historiador, fazendo com que as temáticas sejam variantes, assim como o uso das fontes.
Este projeto de ensino irá apontar sobre a origem de um dos movimentos culturais que foram contra a censura conhecido como ‘’MPB’’ a fim de demonstrar uma inovação nos métodos de ensino trabalhados em sala de aula, uma mensagem a favor das liberdades individuais e os perígos presentes numa governabilidade ditatorial.
4 – PARTICIPANTES:
Os participantes na realização deste projeto de ensino serão alunos do Terceiro ano do Ensino Médio de acordo com a temática da BNCC.
5 – OBJETIVOS:
● Objetivo geral:
O presente projeto de ensino tem como objetivo geral demonstrar a utilização de novas metodologias de ensino no campo da história para inovar nas salas de aula, tornando a mesma ainda mais atrativa aos educandos. A utilização da MPB como documento histórico, propõe não só uma analise minuciosa referente a um período histórico na qual o Brasil se encontrava, mas também coloca em pauta nas salas de aula, temas de cunho social como movimentos contra censura, governos ditatoriais e a busca pela liberdade democrática.
Ao utilizar a música popular brasileira como documento histórico respeitando os assuntos propostos pelos Parametros Curriculares Nacionais, os alunos irão perceber o papel histórico que esta manisfestão artística presta ao construir e transformar conceitos, constituindo suas identidades históricas. 
Sendo assim, este projeto de ensino irá promover um desenvolvimento crítico e analítico dos alunos sobre a organização política e social do Brasil durante a ditadura militar e seus desdobramentos, comparar eventos ocorridos, e debater sobre pautas como liderdades individuais, artísticas e de expressão na busca de uma sociedade que respeite o cidadão.
● Objetivos específicos:
● Inovar em quesitos metodológicos na sala de aula.
● Analisar com precisão o período da ditadura militar brasileira.
● Analisar o papel de movimentos culturais como a MPB na resistência contra o autoritarismo da ditadura milita brasileira.
● Caracterizar o estado político e social do brasil entre das datas de 1964-1985 e seus desdobramentos históricos.
6 – PROBLEMATIZAÇÃO:
Partindo do que é observado e analisado em estudos especializados na ditadura militar brasileira, e levando em consideração artigos e livros que trabalham no impacto socio-cultural da mpbna mesma época, este projeto de ensino reúne vários exemplos coletados no intituito de responder ao problema da pesquisa: A MPB foi realmente importante na resistência contra o autoritarismo durante a ditadura militar brasileira ?
Para uma realização eficaz de um projeto dessa magnitude que responde uma questão tão importânte, é necessário um conhecimento teórico aprofundado fazendo com que todos os processos metodológicos sejam realizados com destreza a fim de que sua aplicação não contenha erros e não se torne massante aos alunos.
No entanto, uma investigação profunda e precisa em torno desta temática irá exigir um domínio nas pautas escolhidas, pois na mediação do projeto é preciso apresentar assuntos como; Os antecedentes do golpe militar, os seus motivos, a instauração da censura, o AI-5 (O Ato Institucional Número Cinco), a perseguição e o exílio de artistas na parte mais dura do período político militar (1968 a 1978), o uso da linguagem metafórica como forma de furar o bloqueio da censura, e seu fim por volta de 1985. Problematizar e trabalhar pautas como as citadas anteriormente, gera um pensamento de reflexão, voltado ao impacto das manifestações culturais, que através de suas realizações, influenciavam as novas gerações a lutarem e descobrirem sobre o que realmente é ‘’viver em sociedade’’ de maneira digna, sem repressão, censura e tortura, uma sociedade democrática real.
7 – REFERÊNCIAL TEÓRICO:
Segundo Bueno (2013) nas datas de 31 de março a 2 de abril de 1964, um golpe militar é conduzido no Brasil, de acordo com uma conspiração realizada pelos militares contra o governo do presidente João Goulart devido a insatisfação das elites com os projetos realizados nesse governo, principalmente as reformas de base. Os Estados Unidos também esteve presente neste momento, financiando instituições e campanhas de políticos conservadores a fim de deteriorar o governo de Jango, já que sua política de governo não atendiam os interesses americanos.
O primeiro referêncial teórico utilizado na realização deste projeto foi o livro ‘’Brasil, uma história’’ (2013) do autor Eduardo Bueno. A principal função de utilizar essa referência bibliográfica neste projeto, foi o alto nível de detalhes e informações no quesito de antecedentes históricos referentes à ditadura militar, facilitando uma boa introdução aos alunos sobre o tema.
Segundo Bueno (2013, p.386) 
Era um golpe há muito premeditado. Os tambores da conspiração já haviam rufado, ruidosos, em 1954. O tiro que rebentou o coração de Vargas os abafou. Os rumores da intriga voltariam a ecoar em 1955 e em 1961. Mas só uma década após o suicidio do homem que vislumbrava o populismo como o caminho para a reforma social no Brasil é que seus inimigos enfim conseguiram tomar o poder, derrubando João Goulart e Leonel Brizola – herdeiros à esquerda de Vargas. O motivo ‘’oficial’’ para o desfecho do golpe de 1964 foi o ‘’espectro do comunismo’’. Nas forças Armadas, esse era um sentimento genuíno. Mas não foi apenas ele – alimentado pelos delírios estatizantes do governo Goulart – que moveu golpistas militares e civis.
O trecho anteriormente citado serve para demonstrar que este golpe militar a muito tempo estava premeditado a acontecer no Brasil, e que seu motivo não apenas foi o ‘’espectro do comunismo’’.
Segundo Bueno (2003, p.386)
O que se travou no Brasil, da posse (em setembro de 1961) à queda (em abril de 1964) de Goulart, foi o choque entre duas visões conflitantes da política e especialmente da economia. Em vez das ‘’reformas de base’’ propostas por Jango, o binômio ‘’segurança e desenvolvimento’’, sugerido pelos teóricos da Escola Superior de Guerra (ESG). Em lugar da ‘’república sindicalista’’, a concentração de renda, o arrocho salarial e o alinhamento subserviente ao grande capital internacional. No confronto entre dois modelos desenvolvimentistas distintos, venceu a ‘’modernização conservadora’’ proposta pela ESG, com o apoio dos Estados Unidos. Para concretiza-la foi preciso romper o jogo democrático e promover o fechamento político – e assim se fez. Chamado de ‘’revolução’’ durante anos – e festejado como tal nos quarteis, até 1997 -, o movimento político-militar deflagrado em 31 de março de 1964 foi, na verdade um golpe de estado. Mas não apenas um golpe militar, como em geral se supõe: a sociedade civil e o congresso tiveram participação decisiva nele.
Sendo assim, o autor demonstra com clareza em seu livro a polarização de ideias presentes naquele período e a razão do modelo de desenvolvimento conservador ter garantido a vitória, que resulta no rompimento do jogo democrático e o fechamento político.
Seguindo adiante, a leitura do livro ‘’História do Brasil’’ (2012) de Boris Fausto, auxiliou a desenvolver durante o projeto, uma percepção aprofundada sobre os mandatos dos 5 presidentes que governaram durante a ditadura militar e algumas das características presentes neste período. Podemos começar como a instauração do primeiro Ato Institucional, a promulgação da constituição de 1967 e a aprovação da lei da imprensa no governo de Humberto Castello Branco. No segundo governo, Costa e Silva assume o poder com a intenção de restabelecer a democracia, mas passa a ser visto como inimigo da linha dura-ultranacionalista, além de também decretar o famoso ‘’AI-5’’ o ato instucional que lhe dava poderes de fechar o congresso, cassar políticos e institucionalizar a repressão. Outro fato intrigrante que surge durante seu governo, é o movimento da ‘’luta armada’’, onde grupos de esquerda fortementes influenciados pela revolução cubana, assumem a perspectiva de que só uma luta armada botaria fim ao regime militar. A junta militar entra em seu governo, após seu derrame em agosto de 1969, fazendo com que os ministros militares decidem substitui-lo violando a regra constitucional que apontava como substituto o vice Pedro Aleixo. O Governo do General Emílio Médici passa-se no período de maior repressão da ditadura militar, onde práticas como a da tortura e morte de opositores eram presentes, assim como a censura à imprensa e cerceamento de liberdades individuais. Os slogans utilizados durante seu governo eram ‘’este é um país que vai para frente’’ e ‘’Brasil: ame-o ou deixe-o’’. Seu mandato foi marcado por um ‘’milagre econômico’’ que ocorre devido a um grande crescimento do PIB que foi resultado do incentivo à industria nacional, por meio de subsídios e benefícios fiscais. A indsustria de transformação cresceu por meio de 13% e o setor da construção civil que é um grande empregador, teve ganhos de 15%. O período também foi marcado pelas chamadas ‘’obras faraônicas’’ como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio Niteroi. O milagre econômico tem seu decaímento devido ao aumento na taxa da inflação, desvalorização do salario mínimo, crise no petróleo, desigualdade e um grande aumento na dívida externa. Quando citamos o governo do General Ernesto Geisel, lembramos do seu entusiasmo na extração petrolífera e a tentativa de um projeto rumo a uma ‘’democracia relativa’’ que não da certo devido a crise financeira e a reação da ‘’linha dura’’ do exército. E por fim o ultimo presidente do período militar, General João Baptista Figueiredo, assina a lei da anistia e o retorno do multipartidarismo. A leitura do livro auxilia a também compreender o impacto da instauração dos atos institucionais no país, estes que foram ‘’diplomas legais baixados pelo poder executivo durante o período de 1964 a 1969’’, utilizados como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, estabelecendo a eles diversos poderes extra constitucionais. O foco principal será o AI-5, por estar relacionado diretamente com a censura, exílio de artistas e a MPB.
Segundo Fausto (2012, p.464)
O AI-5 foi um instrumento de uma revolução dentro da revolução ou, se quiserem, de uma contra revolução dentro da contra-revolução. Ao contrário dos atos anteriores, não tinha prazo de vigência e não era, pois, uma medida excepcional transitória. Ele durou até o início de 1979.
O presidenteda república voltou a ter poderes para fechar provisóriamente o congresso. Podia além disso intervir nos Estados e municípios, nomeando interventores. Restabeleciam-se os poderes presidenciais para casar mandatos e suspender direitos políticos, assim como demitir ou aposentar servidores públicos.
Com a instauração do AI-5, temos o que foi conhecido como ‘’Anos de Chumbo’’, o período mais repressivo e sangrento da ditadura militar no Brasil, contendo diversos desaparecimentos e mortes de civis. O cerceamento à liberdade de imprensa, expressão e manifestação, deu origem a inspirações artisticas que fossem contra o período repressivo, um desses movimentos foi a MPB.
A revista ‘’Aventuras na História’’ (2008) se tornou um referencial importante do projeto ao consolidar informações adicionais a produção textual, principalmente de temas como ‘’Os Anos de Chumbo’’ e a instauração do AI-5. A revista além de apresentar informações que fossem valiosas no desenvolver da metodologia deste projeto, também possui um acervo gráfico que contém imagens, e ilustrações que auxiliam a compreender todos os processos históricos presentes naquele período.
Quando realizamos a leitura do capítulo voltado aos anos de chumbo, já conseguimos compreender sobre o quão pequeno era o AI-5, (tendo apenas 4 páginas e 12 artigos) e o quão perigoso ele era para a nação. Quando este ato institucional foi aprovado na reunião de conselho nacional, o Brasil mergulhava em um período de trevas. Neste período os militares reprimiam com violência manifestações, greves passeatas ou manifestações culturais. Como citado anteriormente, neste período movimentos como a luta armada cresciam, assim como o clima de radicalização. Os chefes militares daquele período realizaram um cerco virtual ao presidente da época, Costa e silva, estabelecendo a argumentação de que ou se aprovava o AI-5 ou as forças armadas não teriam como garantir a segurança nacional interna, inclusive era usual dizer que o AI-5 representou um golpe dentro do golpe.
Uma das partes fundamentais do estudo deste referencial bibliográfico se da por conta do capítulo ‘’A censura é brega – Temas e sucessos põem música cafona na mira da censura’’(ANAZ 2008). Ao realizar a leitura deste trecho, consigo apresentar aos alunos sobre as diferentes fases das resistências artísticas durante o regime militar. Após 1968 a resistência cultural passa por maus momentos, já que se instalam nas redações dos principais jornais e revistas da época os ‘’Funcionários da divisão de Censura da Polícia Federal’’. O aparato repressivo neste período resultou na destruição de teatros, sequestros, interrogatório de artistas e no exílio de compositores e escritores. Os artistas que permaneceram no país se utilizavam de metáforas e mensagens disfarçadas em suas músicas para darem seu recado e contornarem a censura. A revista cita exemplos de composições como ‘’Apesar de você’’, de Chico Buarque, que se utilizava de métodos metafóricos para mandar uma mensagem ao presidente da época Medici. Esta estratégia porém teve um curto período de sucesso, já que o regime se endurece e a repressão se intensifica, criando o que o autor Alceu de Amoroso Lima classificava como ‘’terrorismo cultural’’.
Realizando a leitura do livro ‘’Canção popular no Brasil’’ da autora Santuza Cambraia Naves(2010), entendemos que o surgimento da canção politizada foi no início dos anos 60, e da MPB, em medados da década, onde passou a atender apelos externos, tantos políticos quanto sociais. O fenômeno da MPB surge como uma criação dos músicos de uma geração posterior à bossa nova, procurando conciliar a veia experimental de compositores e intérpretes como Tom Jobim e João Gilberto, com as informações políticas e cuturais de um momento que foi marcado pela busca ao igualitarismo social, liberdade política e a busca pelo sentimento de brasilidade.
Um dos artistas que este livro trabalha, é Chico Buarque de Holanda, que foi conhecido como uma figura representativa da estirpe de compositores que fizeram parte da criação da ideia de MPB. A instauração do Ato Institucional nº 5 contribuiu para que artistas como ele, mudassem o teor de suas canções a fim transmitirem uma mensagem que projete um futuro melhor, sem repressão.
Segundo Naves (2010, p.49)
[...]Ao que parece, o AI-5 é o marco a partir do qual o compositor substituiu a perspectiva de uma redenção a ser realizada no presente pela utopia de um futuro libertador. E é também a partir daí que a palavra ‘’samba’’ aparece em sua obra como metáfora de libertação política, de um amanhã transformado, mais justo. Ao proceder desse modo, criando imagens imagens de uma redenção postergada para o futuro, Chico não está sozinho, pois compartilha com os companheiros de sua geração uma visão utópica e otimista em relação ao que está por vir [...]
Para o desenvolvimento deste projeto com essa temática voltada à ditadura militar brasileira e a importância da MPB contra o autoritarismo presente na época e o uso da música como documento histórico, se criou uma reflexão voltada ao entendimento da concepção do que realmente é ‘’ensinar história’’, assim como as inovações que tem sido presentes no ramo historiográfico. Sendo assim, o uso da linha argumentativa das autoras Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli em seu livro ‘’Ensinar História’’(2004) foi essencial para desenvolver um projeto que use a música como documento histórico.
Um dos objetivos deste livro é servir como um ‘’manual’’ aos professores, levando sugestões, orientações e reflexões para transformar e enriquecer o ensino. Quando pensamos em desenvolver um projeto de ensino, devemos realizar buscas de referênciais de profissionais que possuem uma profunda experiência acadêmica e uma forte prática docente, neste livro conseguimos encontrar isso, já que as duas autoras já foram presentes em campos de atuação como; classes de crianças e adolescentes, aulas universitárias ou até mesmo práticas de formação continuada de professores. 
O momento inspirador do livro que serviu como base para o desenvolvimento deste projeto, é quando as autoras citam as mudanças na forma de pensar o ensino de história. Essas mudanças contribuem para que a prática docente se afaste da clássica imagem do ‘’professor enciclopedia’’, e se construa a imagem de um professor ‘’consultor’’, que contribua para a construção do conhecimento dos alunos em sala de aula, que fornaça aos alunos ferramentas de trabalho necessárias a pensar históricamente.
8 – METODOLOGIA:
Neste projeto, será apresentado aos alunos aulas teóricas e interativas, onde ocorrerão análises de imagens e vídeos retratando o período estudado. Este conteúdo será designado para turmas do 3° ano do ensino médio.
Aula 1 – Na introdução do projeto, será primeiramente expostos aos alunos, um debate questionando o conhecimento dos mesmos sobre o golpe militar de 1964. 
No segundo momento da aula, será iniciado de fato o projeto, ensinando sobre os reais motivos de ter se instaurado uma ditadura militar no Brasil naquele período. Nesta sessão será utilizado o vídeo ‘’A ditadura militar no Brasil’’ de um dos historiadores que serviu como referencial teórico para este projeto de ensino, Eduardo Bueno. Nesta aula será exibido o vídeo anteriormente citado e imagens referentes ao período, além de uma discussão final com os alunos pertinente a temática.
Aula 2 – Dando continuidade à primeira aula, primeiramente ocorrerá uma recapitulação do que foi comentado na aula anterior, e seguindo adiante, será trabalhado principalmente a data de 13 de dezembro de 1968, o início de um dos períodos mais críticos e sombrios da ditadura militar e da história brasileira, a instauração do AI-5 (O Ato Institucional Número Cinco). 
Com isso, no segundo momento da aula, será exibido o contexto histórico deste ato institucional e suas consequências para a sociedade. Nesta aula os alunos irão se reunir e debater sobre os maleficios sociais que este ato causou.
Aula 3 – Aproveitando os tópicos trabalhadosna aula anterior, será introduzido aos alunos uma discussão sobre a censura aos meios de comunicação estabelecida pelo AI-5 e o surgimento de um movimento artístico brasileiro conhecido como a ‘’MPB’’ e a exibição de músicas que retratavam o período. 
No segundo momento da aula, irá ser trabalhado, a importância desse movimento artístico no combate a opressão da ditadura, e sobre as metáforas utilizadas nas letras para driblar a censura. Nesta aula os alunos irão ouvir algumas músicas de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Elis Regina, que continham estas metáforas, e debaterem com o professor sobre o conteúdo lírico presente nas músicas correlacionando com o período político presente na época.
Aula 4 – Dando continuidade as informações apresentadas na aula anterior, será debatido entre o professor e os alunos, os anos finais da ditadura militar, assim como o fim do forte movimento da MPB até meados da década de 1980.
No segumento momento da aula, será apresentado aos alunos, o documentário ‘’MPB dos Tempos de Repressão’’, que reune grandes personalidades da Música Popular Brasileira, fortemente ligadas à luta contra a ditadura militar. O documentário é marcado por possuir grandes interpretações de músicas com alto teor crítico e político.
Aula 5 – Na ultima aula, os alunos irão se reunir em grupos, e cada grupo deverá realizar um trabalho de pesquisa focado em uma figura artística da MPB que foi perseguida ou censurada durante a ditadura militar.
Este trabalho deverá conter informações sobre a vida do artista, sua tragetória na MPB e citar uma música que contenha o conteúdo lírico metafórico, relacionado ao período da censura.
9 – CRONOGRAMA DO PROJETO:
A realização deste projeto foi executada em diversas etapas:
1ª etapa: (duração 21 dias)
- Escolha do tema.
- Pesquisa Bibliográfica sobre o tema ‘’Ditadura Militar’’ e ‘’MPB contra o autoritarismo’’.
- Escolha e leitura da fundamentação teórica escolhida: Brasil: Uma História – Eduardo Bueno, História do Brasil – Boris Fausto, Aventuras na História – Ditadura no Brasil, Canção Popular no Brasil – Santuza Cambraia Naves e Ensinar História – Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli.
2ª etapa: (duração 14 dias)
- Iníco da elaboração da introdução do projeto.
- Elaboração dos objetivos do projeto.
- Elaboração da redação do relatório do projeto no word conforme a orientação presente no manual do projeto de ensino.
- Elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino baseado na fundamentação teórica escolhida.
- Escolha de imagens e documentários para os alunos observarem e analisarem em sala de aula.
3ª Etapa: (duração 07 dias)
- Reflexão sobre o tema ‘’A Importância da MPB na Resistência Contra o Autoritarismo na Ditadura Militar Brasileira’’
- Término da elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino.
- Avaliação do projeto de ensino e elaboração das considerações finais.
10 – RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS:
Recursos humanos:
● Professor de história.
● Alunos do 3° ano do Ensino Médio. 
Recursos materiais:
● Computador.
● Datashow.
● Caixa de som.
● Cadeiras.
● Mesas.
● Papel.
● Canetas.
11 – AVALIAÇÃO:
O método avaliativo a ser utilizado neste projeto será a realização de um trabalho voltado as figuras artísticas afetadas pela perseguição, censura e repressão no período militar, suas composições de maior impacto correlacionadas ao período, e a identificação de metáforas presentes nas letras que driblavam o método de censura.
Os critérios avaliativos irão girar em torno da coerência da escrita, da estrutura do trabalho e a sua devida apresentação.
12 – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O curso de licenciatura em História proporcionou ao longo de seus semestres o contato com diversas disciplinas fundamentais na construção do conhecimento humano, e de novos docentes na área. Estudar os conceitos históricos e sua características, temporalidades, controvérsias, impactos sociais e ainda por cima estagia-los, nos proporciona uma experiência enriquecedora do que é se tornar um ‘’professor de história’’.
O professor não é apenas aquele que detem o conhecimento, é aquele que troca experiências com seus alunos, compartilha reflexões e se importa com o aprender dos mesmos, pois com essa disseminação do conhecimento, transformamos todo o mundo ao nosso redor em um lugar melhor e evoluído. Este projeto demonstrou que o ensino de história não precisa mais se prender em formas padrozinadas no quesito metodologico, podemos nos aprofundar em inovações que surgem no campo historiográfico afim de tornar as aulas ainda mais interessantes e com uma carga de conteúdos informativos ainda maior. Um período complexo como a ditadura militar, como foi apresentado no projeto, pode se tornar massante aos alunos, então toda essa evolução no campo metodológico de ensino, contribui para que exista o surgimento de novas opções de fontes históricas, dando a possibilidade de tornar as aulas mais interessantes ao olhar do aluno. Um exemplo foi o que fizemos neste projeto ao utilizar a música como documento histórico, que abriu espaço para discussões sociais que envolvam autoritarismo, censura, cultura, liberdade de expressão e democracia.
Sendo assim, vale salientar que o aprendizado não para por aqui, todo profissional da área de educação necessita continuar aprendendo, a fim de evoluir seus métodos, didática e oratória, além de estar sempre com o olhar sensível para com os alunos, porque o conhecimento muda vidas.
REFERÊNCIAS:
A DITADURA MILITAR NO BRASIL. Direção de Eduardo Bueno. Rio de Janeiro: Flocks.tv.2017. (14min). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=wgPxYk87mWo&ab_channel=BuenasIdeias>
Acesso em: 16 ago.2020
ALEGRIA, ALEGRIA. Caetano Veloso.(2:45). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=WL8l8olaMmI&list=PLdSqd_CFt3I749j1DvdUrF3NL2OCZBiGl&index=6&ab_channel=CaetanoVelosoVEVO>
Acesso em 20 ago.2020.
ALMEIDA NETO, Antônio S. de. Projetar sobre projetos: currículo e ensino de História. Educar em Revista, Curitiba, v. 36, jul. 2020. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602020000100127&tlng=pt>
 Acesso em: 15 ago. 2020.
APESAR DE VOCÊ. Chico Buarque.(3:52 min). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0&list=PLdSqd_CFt3I749j1DvdUrF3NL2OCZBiGl&index=3&ab_channel=RodrigoValim>
Acesso em 20 ago.2020
AVENTURAS NA HISTÓRIA. São Paulo: Abril, 01 nov. 2008.
BUENO, Eduardo. Brasil: Uma História: Cinco séculos de um país em construção. 1. ed. [S. l.]: Leya, 2012. 480 p. ISBN 8562936170.
CANDAU, Vera Maria F.; KOFF, Adélia Maria N. S. A Didática hoje: reinventando caminhos. Educ. Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 2, p. 329-348, jun. 2015. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362015000200329&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>
Acesso em: 15 ago. 2020.
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Acesso em 21 ago.2020.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História: pensamento e ação no magistério. São Paulo: Scipione, 2004. 160 p.
ANEXOS
ANEXO A – Imagens utilizadas na primeira aula.
ANEXO B – Imagens utilizadas na segunda aula.

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