Slides_ESCRITA DE SINAIS 2

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Introdução e Escrita de Sinais
Profª Me. Camila Neto Fernandes Andrade
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AULA 2
Registros na Cultura Surda
Registros na Cultura Surda
Do ponto de vista da cultura surda, o uso da língua oral de seu país,
como única opção de escrita significa não só que as relações pessoais entre
surdos que são contemporâneos uns dos outros, mas que estão distanciados no
espaço, bem como, as manifestações dos surdos de outras épocas, precisam ser
mediadas e registradas em forma escrita numa língua que não é a própria, o
que implica, necessariamente, na intervenção de um processo de adaptação
entre as línguas de sinais e falada que estão em questão.
STUMPF, 2005, p. 37
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Fonte: https://ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/incluir/libras/curso_de_libras_-
_graciele.pdf
Registros na Cultura Surda
A hegemonia ouvintista está também
relacionada com a língua escrita, ou seja, a forma
mais comum de se fazer um registro escrito é
através da escrita da língua portuguesa.
Para o surdo, que se comunica pela Libras, é
muito difícil fazer esses registros, lembrando que
tanto da Língua Portuguesa quanto a Língua
Brasileira de Sinais tem estrutura gramatical própria.
Teatro, narrativas, literatura surda em geral, só podem ser escritos
após serem vertidos para uma língua falada, mesmo quando criados
originalmente em língua de sinais. Os surdos não podem construir sua
própria escrita de acordo com a maneira de sinalizar.
STUMPF, 2005, p. 37
Registros na Cultura Surda
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A língua de conforto para o surdo sinalizante é a língua de sinais. Ao
ouvinte fluente em língua de sinais, a sua língua de conforto é a língua oral.
O surdo consegue amplificar sua criatividade na sua língua de conforto,
assim, existem diversas histórias, poesias, piadas, peças de teatro, entre
outros, produzidos em língua de sinais. Artistas surdos trouxeram a língua de
sinais para pintura, esculturas, ilustrações.
Registros na Cultura Surda
O registro escrito revela muitas narrativas da população ouvinte
ocidental, no entanto o mesmo não acontece com os surdos, uma vez que
estes não conseguem escrever em sua própria língua.
Registros na Cultura Surda
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A cultura surda, por consequência, permaneceu essencialmente
apenas em sua via expressiva, isto é, sinalizada, o que seria equivalente às
demais línguas em sua modalidade oral.
Por esta razão, não temos registro escrito em Línguas de Sinais dos
testemunho de pessoas surdas, seus diários, relatórios, literatura (contos,
poesia, piadas, etc.) ou qualquer outra forma de esforço em documentar, via
escrita, a experiência de vida surda do ponto de vista de um surdo em sua
própria língua. Com o avanço das tecnologias, esta comunicação face a face
migrou-se também para a Internet e telefonia móvel através das mais
variadas formas.
(BARRETO, BARRETO, 2015, p.56)
Registros na Cultura Surda
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Vigotski (2007) menciona que a linguagem escrita...
(...) é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as
palavras da linguagem falada, os quais, por sua vez, são signos das
relações e entidades reais. Gradualmente, esse elo intermediário (a
linguagem falada) desaparece, e a linguagem escrita converte-se num
sistema de signos que simboliza diretamente as entidades reais e as
relações entre elas. (p.126)
Linguagem Escrita
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Se há o que reconstruir, não é o surdo, mas sim, o projeto educacional
destinado a ele. E, nesse sentido, apenas os integrantes dessa comunidade,
como surdos, podem contribuir, de modo efetivo, para a educação das crianças
surdas. Ignorar sua competência, neste momento de nossa história, passou a
ser encobrir uma evidência. A adoção de uma filosofia educacional, consistente,
que dê conta de um projeto educacional para surdos, não pode ignorar a
interlocução constante. Não há apenas surdos a ensinar, mas ouvintes e surdos
a aprender como educar surdos. Os últimos 100 anos de educação de surdos no
Brasil, foram mais do que suficientes para aprendermos como não educar
surdos e, também, como não formar educadores surdos.
(FERNANDES, 2003, p.55)
Projeto educacional para surdos
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Ainda encontramos dificuldade em garantir aquilo que é
direito do surdo: de se manifestar na sua própria língua e com isso
criar a sua identidade e sua cultura própria.
Registros na Cultura Surda
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Na área da educação, ainda temos impedimentos na
contratação de professores surdos para atuarem junto aos
estudantes surdos, ficando esse cargo para professores
ouvintes com fluência na língua de sinais.
Registros na Cultura Surda
Os educadores surdos têm buscado o 
reconhecimento linguístico da Libras propondo uma 
educação onde os estudantes surdos possam 
construir novas identidades surdas, diferente da 
identidade ouvinte e, para isso, existe a necessidade 
de se incluir no currículo o uso da escrita de sinais.
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Referências
BARRETO, Madson; BARRETO, Raquel. Escrita de Sinais sem mistérios. 2.ed. rev. atual. ampl. Salvador:
Libras Escrita, 2015.
FERNANDES, Eulália. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Editora Artmed, 2003.
STUMPF, Marianne Rossi. Aprendizagem de Escrita de Língua de Sinais pelo sistema SignWrinting:
Línguas de Sinais no papel e no computador. Porto Alegre: UFRGS, 2005.
VIGOTSKI, Lev Semyonovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.