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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI BRUNA PISKE JAYME MEDEIROS KAROLINE LIMBERGER MARTA MARTENDHAL MARIANNE MEDEIROS RICARDO SCHMELING LAUDO TÉCNICO BLOCO D4 - UNIVALI Itajaí 2015 BRUNA PISKE JAYME MEDEIROS KAROLINE LIMBERGER MARTA MARTENDHAL MARIANNE MEDEIROS RICARDO SCHMELING LAUDO TÉCNICO BLOCO D4 - UNIVALI Laudo Técnico do Bloco D4 da Univali, apresentado como requisito para a M2 na disciplina de Patologia das Construções do curso de Engenharia Civil pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do mar. Prof.: André Matte Sagave. Itajaí 2015 Ofício nº 01/2015 Itajaí (SC), 11 de Junho de 2015. PARA Universidade Do Vale Do Itajaí - UNIVALI Ilmo. Sr. André Matte Sagave Profº do Curso de Engenharia Civil Disciplina de Patologia das Construções Itajaí/SC Ref.: Parecer técnico sobre as condições de durabilidade das edificações do Bloco D4 do Campus I da UNIVALI. Prezado Senhor, Ao cumprimentá-lo cordialmente, servimo-nos do presente, para encaminhar a Vossa Senhoria o Laudo Técnico referente às condições de durabilidade das edificações do Bloco D4 do Campus I da UNIVALI, em Itajaí/SC. Fazem parte do Laudo a identificação e descrição das manifestações patológicas/problemas construtivos mapeados na edificação, discutindo as causas para posterior indicação de soluções e orçamento para a resolução dos problemas. Colocamo-nos à sua inteira disposição para o esclarecimento de quaisquer dúvidas, no telefone (47) 3341-0000. Sendo o que se apresentava, despedimo-nos, atenciosamente. ____________________________ Bruna Piske ____________________________ Jayme Medeiros ____________________________ Karoline Limberger ____________________________ Marta Martendhal ____________________________ Marianne Medeiros ____________________________ Ricardo Schmeling SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ......................................................................... 5 2 OBJETIVOS DO LAUDO ............................................................................................ 5 3 PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO ........................................................................... 5 4 IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ............. 7 4.1 Pavimento Superior .................................................................................................... 7 4.1.1 Fissuras ............................................................................................................... 7 4.1.2 Corrosão de Armaduras .................................................................................... 14 4.1.3 Disgregação ...................................................................................................... 20 4.1.4 Juntas de Movimentação ................................................................................... 21 4.1.5 Eflorescências ................................................................................................... 21 4.1.6 Fungos .............................................................................................................. 23 4.2 Pavimento Térreo ..................................................................................................... 25 4.2.1 Fissuras ............................................................................................................. 25 4.2.2 Corrosão de Armaduras .................................................................................... 31 4.2.3 Disgregação ...................................................................................................... 33 4.2.4 Juntas de Movimentação ................................................................................... 35 4.2.5 Eflorescências ................................................................................................... 35 4.2.6 Fungos .............................................................................................................. 35 5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 37 5 1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES As edificações são construídas com materiais e componentes que, quando expostos ao meio, dão início ao processo de degradação físico, químico, biológico ou mecânico. Tal processo acarreta a redução do desempenho inicial, até ser atingido um nível mínimo de desempenho, caracterizando uma deficiência ou manifestação patológica (VERÇOZA, 1991). O termo patologia é empregado na engenharia civil quando ocorre perda ou queda de desempenho de um produto ou componente da estrutura. Esse termo foi extraído da área da saúde e identifica o “estudo das doenças, seus sintomas e natureza das modificações que elas provocam no organismo” (ANDRADE; SILVA, 2005). Partindo do desejo da contratante em restaurar as condições de durabilidade das edificações do Bloco D4, do Campus I da UNIVALI, foi solicitado à equipe um Laudo Técnico para avaliar as manifestações patológicas da construção, investigando suas causas para posteriormente propor soluções corretivas para os problemas, apresentando ainda um orçamento para as atividades de recuperação e/ou reforço necessárias. Para as soluções, deverá ser mantido o padrão atual das Edificações em estrutura de concreto armado aparente e alvenaria de vedação em blocos cerâmicos também aparentes. 2 OBJETIVOS DO LAUDO Os objetivos deste Laudo Técnico são: Levantar as manifestações patológicas no Bloco D4 do Campus I da UNIVALI; Apontar as causas das patologias encontradas; Propor ações corretivas para os problemas; Elaborar orçamento para as ações corretivas 3 PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO A edificação objeto deste Laudo Técnico situa-se no Campus I da UNIVALI, em Itajaí/SC. O Campus é dividido por blocos, sendo que o conjunto de Blocos D refere-se ao Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar. A vistoria para inspeção das manifestações patológicas foi realizada no dia 03 de junho de 2015, especificamente no Bloco D4, destacado em vermelho conforme mapa de localização da Figura 1. 6 Figura 1. Localização do Bloco D4 (destacado em vermelho), Campus I da UNIVALI. Fonte: Google Earth (2015). O Bloco D4 é composto por dois pavimentos, sendo que o pavimento térreo possui sete salas de aula e dois banheiros, e o segundo é formado por três salas de aula e por três laboratórios (Geoprocessamento, Geologia e Biologia). A estrutura do Bloco D4 é em concreto armado aparente e alvenaria de vedação em blocos cerâmicos também aparentes. A vistoria teve início no pavimento superior, em sentido horário, seguindo pelo pavimento térreo, com o intuito de avaliar a incidência das manifestações patológicas da edificação e investigar as causas e origens dos problemas, buscando mapear a influência dos fatores atuantes que podem interferir nos diferentes tipos de patologias existentes. Preferencialmente, a vistoria deveria ter sido iniciada pela cobertura, porém não foi possível pela ausência de autorização da contratante e dificuldade de acesso. Dessa forma, a vistoria de inspeção não abrangeu a cobertura da edificação, assim como as instalações internas das salas de aula e dos laboratórios, pelo fato de alguns ambientes estarem em uso no momento e outros por estarem trancados. 7 4 IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 4.1 Pavimento Superior 4.1.1 Fissuras Verçoza (1991) explica que as fissuras em concreto iniciam onde há tração, local que é o ponto fraco do concreto. A razão é que a resistência do concreto à tração é dez vezes menor que sua resistência à compressão. Pode-se dizer, de maneira aproximada, que o concretosempre inicia o colapso por uma forma de tração. Muitas vezes o concreto pode flexionar sem o aparecimento de fissuras visíveis, forma então as deformações excessivas, que, do mau aspecto, são o princípio de formação de fissuras maiores. Os elementos componentes de uma edificação estão também expostos a variações de temperaturas sazonais e diárias que provocam movimentos de dilatação e contração que, resultam em tensões e podem provocar fissuras (THOMAZ,1989). Figura 2. Fissura horizontal em alvenaria por provável movimentação térmica de elemento conectado a duas edificações diferentes. 8 Figura 3. Fissura no encontro da laje com a alvenaria, característica de movimentação térmica entre diferentes elementos (elementos horizontais possuem maior gradiente térmico), agravada pela ausência de juntas de movimentação. Figura 4. Fissuras no eixo longitudinal. De acordo com a inspeção verificou-se que a armadura que compõe a cinta tenha se oxidado em função da má proteção formada pela argamassa que a reveste, essa oxidação faz com que o aço expanda e provoque uma tensão superior a resistência das argamassas e blocos, assim rompe a alvenaria. Figura 5. Fissura em 45º da alvenaria, característica de movimentação estrutural, indicando recalque da parte central da parede. Nota-se que ocorre fissuração ora na argamassa de assentamento ora no bloco cerâmico, indicando o elemento com menor capacidade resistente ao esforço solicitado. 9 Figura 6. Fissura no avanço do piso da porta, devido ao adensamento do solo. Figura 7. Fissuração da viga de transição entre a viga baldrame, o bloco de fundação e o pilar, provavelmente por recalque diferencial e movimentação estrutural dos elementos. Figura 8. Fissura ocorrendo no encontro entre o pilar e a alvenaria, com maior abertura na parte superior, se fechando até a parte inferior. Característica movimentação térmica entre diferentes componentes causando o destacamento da alvenaria do pilar. 10 Figura 9. Fissura ocorrendo no topo do pilar no encontro com a laje, possivelmente por movimentação estrutural da laje de cobertura ou ainda indícios de expansão da armadura por corrosão. Figura 10. Fissura ocorrendo no encontro entre o pilar e a alvenaria, com maior abertura na parte superior, se fechando até a parte inferior. Característica movimentação térmica entre diferentes componentes causando o destacamento da alvenaria do pilar. Figura 11. Fissura entre edificação nova e antiga, decorrente de movimentação térmica, agravada por falta de juntas de movimentação. 11 Figura 12. Fissura vertical no eixo longitudinal do pilar, acompanhando a armadura. Características de corrosão da armadura, que causa a expansão do elemento e consequente fissuração do concreto. A fixação do aparato metálico no interior do pilar pode ter agravado o processo de corrosão pela diferença de potencial criada entre os dois metais. Figura 13. Fissura vertical no eixo longitudinal do pilar, acompanhando a armadura. Características de corrosão da armadura, que causa a expansão do elemento e consequente fissuração do concreto. A fixação do aparato metálico no interior do pilar pode ter agravado o processo de corrosão pela diferença de potencial criada entre os dois metais. 12 Figura 14. Fissura vertical no eixo longitudinal do pilar, acompanhando a armadura. Características de corrosão da armadura, que causa a expansão do elemento e consequente fissuração do concreto. Figura 15. Fissura próxima ao apoio, provavelmente no ponto onde terminam as armaduras positiva curtas. Aparece nas variações bruscas de armadura, por retração, em elementos muito impedidos de se dilatarem. Figura 16. Fissura vertical no eixo longitudinal do pilar, acompanhando a armadura. Características de corrosão da armadura, que causa a expansão do elemento e consequente fissuração do concreto. 13 Figura 17. Fissura em viga por provável retração hidráulica do concreto, não oferecendo riscos à estrutura. Deve-se verificar se a fissura não sofre variação cíclica (morta). Figura 18. Fissura entre edificação nova e antiga, decorrente de movimentação térmica, agravada por falta de juntas de movimentação. Figura 19. Fissura vertical entre o pilar e a alvenaria, decorrente de movimentação térmica. 14 4.1.2 Corrosão de Armaduras Ao se deparar com incidências não previstas, e ainda por tempo de uso prolongado, as estruturas de concreto armado estão sucessíveis à corrosão, maximizando suas possibilidades de ocorrência em ambientes de regiões litorâneas e industriais. A corrosão é o processo de reação química que existe entre o elemento químico ferro e o meio que o rodeia. A corrosão de armadura pode ocorrer de duas maneiras, química e eletroquímica. A corrosão química acontece quando algum agente químico entra em contato com o metal causando a degradação do metal, já a corrosão eletroquímica depende de três fatores para ocorrer, são eles: presença de um eletrólito (água), diferença de potencial (ddp) e oxigênio. Esta é a forma mais comum de ocorrer corrosão em estruturas de concreto armado. Quando o aço está em estado corrosão, pode expandir em até dez vezes o seu tamanho original. Com esta expansão ocorre a fissuração do concreto por esforço de tração, podendo em alguns casos ocorrer a disgregação do concreto. Para que ocorra essa corrosão pode ser causada por alguns fatores que facilitaram a sua ascensão no material como por exemplo, fatores internos que são os materiais, cura do concreto, descimbramento, como por falhas na concepção do projeto (cobrimentos mínimos, falta de armadura). Desta maneira será relatado a seguir as possíveis causas de cada patologia e o motivo de estarem se comportando de tal maneira. Figura 20. Pode-se notar que a armadura positiva está aparente, e que está em processo de corrosão. Isso pode estar relacionado ao momento negativo na ponta do balanço onde a solicitação neste ponto da laje está a flecha máxima, a torção do material pode fazer com que o concreto na região tracionada fissure e rompa se sua resistência média a tração for superada. Se isso for em grande amplitude pode gerar algumas desagregações. A incidência de sol também nesta região pode gerar fissuras 15 devido à expansão e retração (fissuras térmicas), de maneira cíclica fazendo com que também deixem as armaduras expostas. Essa corrosão é típica por ser eletroquímica, pois nota-se a expansão da armadura e desplacamento devido a tração gerada pelo aumento de seção da armadura. É possível notar também que o cobrimento mínimo da seção não foi respeitado e com a armadura exposta isso tende a aumentar gradativamente. Figura 21. Nesta imagem é perceptível a corrosão da armadura positiva da laje, que está aparecendo por entre o concreto. Está numa fase bem inicial, pois ainda não aparenta aumento de seção e desplacamento. As possíveis causas podem ser corrosão eletroquímica, e o cobrimento mínimo parece não estar sendo respeitado. Figura 22. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. 16 Figura 23. Como na figura 20 está típica de uma corrosão eletroquímica, devido a armadura apresentar expansão. Pode ter ocorrido por fissuras de variação de temperatura deixando a armadura exposta, pouco tempo de escoramento, causando flecha maiores que as permitidas e tracionando o concreto podendo gerar desplacamento. Figura 24. Aqui ocorre o mesmo caso da figura 22, onde o aço expandiu e ocorreu o desplacamento do concreto com o aço. As causas são as mesmas da figura 22. Figura 25. Aqui a corrosão ocorreu na amarração da alvenaria. Como pode-se notar está no meio dos dois pilares, ocorrida devido a exposição daarmadura, gerada possivelmente pela flecha na viga que está sustentando a alvenaria. Neste ponto o aço expandiu. 17 Figura 26. Esta corrosão pode ser possivelmente pela diferença de potencial entre os metais que são de íons diferentes. No caso o eletrodutos está suspenso por um metal de outro tipo do aço da armadura, gerando a pilha de corrosão. Com pode-se notar, está acontecendo em todos os encaixes dos eletrodutos. Figura 27. Conforme figura 26, este acontecimento pode estar ocorrendo por diferença de potencial dos metais que estão em contato, serem de quantidade de íons diferentes gerando a pilha de corrosão. Corrosão eletroquímica, com aumento de seção da armadura e pouco cobrimento utilizado. Figura 28. Corrosão ocorrendo, pode estar relacionada a incidência de variação de temperatura, gerando fissuração e exposição da armadura. Pode também estar ocorrendo devido ao baixo cobrimento utilizado. 18 Figura 29. A corrosão aqui pode estar ocorrendo pela variação de temperatura, gerando fissuração e exposição da armadura, e ainda por falta de cobrimento necessário para a proteção da armadura. Já está em processo de expansão da seção e disgregação do concreto. Figura 30. Conforme figura 27, corrosão eletroquímica que pode estar sendo ocasionada devido ao diferente tipo de metal em contato, gerando a pilha de corrosão (diferença de potencial) através da diferença de íons entre os metais. Oxidação da armadura. Figura 31. Neste tipo de corrosão parece ocorrer vários tipos de agravantes em conjunto. A variação de temperatura, juntamente com a água que está gerando eflorescências ao redor do cano, e pouco cobrimento mínimo. Está ocorrendo a disgregação do concreto devido ao aumento de seção da armadura. 19 Figura 32. Esta laje de cobertura está sujeita a variações térmicas durante o dia, gerando expansão e retração podendo ocorrer fissuras que deixem a armadura exposta e gerem corrosão. Pode-se notar que o ferro está em expansão e na peça de concreto foi ocorrida a disgregação, e o cobrimento mínimo também não foi respeitado. Figura 33. Neste tipo de corrosão pode-se notar que é um lugar com variação de temperatura constante de grande incidência solar e que está ocorrendo um desplacamento do concreto. O cobrimento mínimo não foi respeitado e a peça está em processo de expansão da armadura. 20 4.1.3 Disgregação A disgregação do concreto é caracterizada pela ruptura do mesmo, especialmente em regiões salientes dos elementos estruturais. O concreto disgregado é são e conserva suas características de origem, porém não foi capaz de suportar os esforços anormais que atuaram sobre o mesmo (BAUER, 2009). Figura 34. Neste caso, podemos notar que o concreto está disgregado em uma região de canto, mais sensível do pilar, que pode estar relacionada à expansão do aço pela corrosão. Figura 35. Localidades em áreas litorâneas estão sujeitas a maior ação de corrosão de seus elementos. Uma vez que o aço inicia seu processo de corrosão, ele pode aumentar sua área em até 10 vezes, causando o desplacamento do concreto. Áreas de canto como as da imagem estão mais expostas a essas ações devido à falta de cobrimento do aço. 21 4.1.4 Juntas de Movimentação Figura 36. A falta de junta de dilatação que tem como função fazer a separação física entre duas partes de uma estrutura, podendo se movimentar sem transmitir esforço entre si. Neste caso, a junta apresenta problemas por ter sofrido uma reparação de má qualidade que inutiliza a junta, fazendo com que ela perca sua característica de dar “mobilidade” à estrutura. Figura 37. Imagem retrata juntas mal feitas, que possibilitam a ação da umidade causando fissuras e bolor entre as construções. 4.1.5 Eflorescências A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície do concreto ou argamassas. Como resultado da sua exposição à água de infiltrações ou intempéries. É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação profunda. A modificação no aspecto visual é intensa onde há um contraste de cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita. 22 Figura 38. Neste local, a eflorescência ocorre pela infiltração que ocorre no corredor do pavimento superior e é apresentado no fundo da laje vista do térreo. O corredor superior está sujeito a chuvas, e seu revestimento do piso é de cerâmica, provavelmente a base não foi impermeabilizada permitindo a infiltração de água resultando na eflorescência. Figura 39. Eflorescência no fundo da laje, ocasionada pela infiltração que ocorre na junção da laje, do pavimento superior para o térreo, provavelmente uma área de junta fria. Figura 40. A eflorescência que ocorre neste local é devido à infiltração que ocorre da laje do piso superior, pois não há impermeabilização na laje que recebe água pluvial. 23 Figura 41. O acúmulo de água na laje, juntamente com uma provável alta permeabilidade do concreto, somada a falta ou má impermeabilização, possibilitaram a percolação da água surgindo bolor em toda a laje e eflorescências. Figura 42. Em todo o beiral da edificação, é observada a presença de manchas de eflorescências devido à presença de umidade na laje. 4.1.6 Fungos O desenvolvimento de micro-organismos, na maioria constituídas de algas, liquens, fungos e musgos formam colônias na superfície da edificação, alterando a aparência das mesmas. Seu desenvolvimento está baseado na presença de umidade e sais minerais, potencializada a sua ocorrência em regiões de maior fluxo ou retenção de água, porosidade da superfície e menor insolação. 24 Figura 43. Ocorrência de fungos e bolor em alvenaria, em decorrência de pouca insolação no local, pois a fachada em destaque situa-se entre duas edificações, desfavorecendo a incidência solar. Figura 44. Os fungos apresentados nas imagens são resultados da falta de insolação, umidade que recebe da laje, e infiltração que ocorre nas microfissuras que ocorrem no encontro de materiais com dilatação diferente, como no caso do tubo de PVC e a laje de concreto. Figura 45. A presença de musgo na viga corre pelo acúmulo de umidade na superfície, a falta de declividade ocasiona um ambiente propicio ao crescimento de material biológico, juntamente com a falta de insolação na fachada. 25 4.2 Pavimento Térreo 4.2.1 Fissuras Figura 46. Fissura ocorrendo no encontro entre o pilar e a alvenaria, com maior abertura na parte superior, se fechando até a parte inferior. Característica movimentação térmica entre diferentes componentes causando o destacamento da alvenaria do pilar. Figura 47. Fissura observada em paredes com janelas que transmitem ao solo tensões diferenciais de compressão, ocasionadas por cargas menores nos peitoris e maiores nas laterais de janelas. Tensões diferenciais podem provocar recalques diferenciais e consequentes fissuras verticais. Um agravante comum neste caso é a sobrecarga na alvenaria devido à abertura sem o dimensionamento adequado da contraverga. 26 Figura 48. Fissura semelhante à figura 47 sofre tensões diferenciais de compressão e sobrecarga na alvenaria devido à abertura sem o dimensionamento adequado da contraverga causando a fissura. Figura 49. Fissuras no piso devido ao adensamento do solo. Pelo fato do contato direto com o solo, a presença de umidade agrava o quadro com pela agressividade ao rejunte e a possibilidade de crescimento de vegetação entre as fissuras. Figura 50. Trincas em pisos com essa configuração pode ser causada pelo recalque do baldrame e/ou fundação, entretanto há mais indícios de adensamento do solo. Figura 51. Fissuras na alvenaria próxima a viga baldrame, pela inclinação de 45º há indícios de recalque da viga deapoio da alvenaria ou adensamento do solo, conforme mostrado na Figura 50 acima. 27 Figura 52. Conforme discutido nas Figuras 5 e 50, o recalque diferencial e adensamento do solo provocaram fissuras na alvenaria e no piso, sendo que tentou-se corrigir o problema do piso no encontro entre pilar e bloco de fundação, entretanto o problema continuou a ocorrer, voltando o surgimento de fissuras. 28 Figura 53. Fissuras no piso devido ao adensamento do solo. Figura 54. Fissuras e destacamento do piso. Houve o adensamento do solo, e aparentemente não ocorreu recalque no pilar, a base do pilar se manteve rígida, apenas o piso se movimentou, fissurando e destacando o revestimento cerâmico. 29 Figura 55. Nesta situação, semelhante à figura 50, as trincas em pisos são causadas pelo recalque do baldrame e/ou fundação. Prejudicial para a estrutura e causa um grande incomodo visual. Figura 56. Fissura ocorrendo no encontro entre o pilar e a alvenaria, com maior abertura na parte superior, se fechando até a parte inferior. Característica movimentação térmica entre diferentes componentes causando o destacamento da alvenaria do pilar. 30 Figura 57. Fissura vertical por sobrecarga ocorre devido à deformação transversal da argamassa sob ação das tensões de compressão ou flexão local dos componentes de alvenaria. A resistência à tração dos componentes de alvenaria é igual ou inferior à resistência à tração da argamassa. Figura 58. Fissura decorrente de provável corrosão da armadura, agravada pela diferença de potencial em função do encontro de dois diferentes metais (armadura e parafusos de fixação do corrimão da escada). Figura 59. Fissuras na base do pilar decorrente de provável corrosão da armadura, agravada pela diferença de potencial em função do encontro de dois diferentes metais (armadura e aparato de fixação do mecanismo do SDPA). 31 4.2.2 Corrosão de Armaduras Figura 60. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. Figura 61. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. Figura 62. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. No local também existe um problema de 32 recalque e/ou afundamento de baldrame, originando fissuras que facilitam a entrada de agentes corrosivos. Figura 63. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. Figura 64. Corrosão na armadura na escada devido ao cobrimento inadequado a camada de concreto. Figura 65. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. Agravamento pelo cobrimento inadequado do concreto. 33 Figura 66. A corrosão na base do pilar pode estar relacionada a corrosão eletroquímica, pois há um aumento de seção na armadura lateral, gerando uma separação do concreto e deixando a mesma exposta no ambiente. Agravamento pelo cobrimento inadequado do concreto. 4.2.3 Disgregação Figura 67. Nesta imagem podemos notar novamente a ação de corrosão do aço como agente disgregador do concreto em áreas de canto, que estão sujeitas a menor cobrimento do concreto e que expõe a armadura ao maior risco. Além disso, a fixação da exausora por meio de parafusos causou a disgregação do concreto nestes pontos. 34 Figura 68. Disgregação do concreto pela fixação do suporte da exautora. Peça ainda sofre com a ação de fungos e bolor. Figura 69. Disgregação do concreto na base do pilar em função da expansão da armadura por corrosão. Figura 70. Disgregação do concreto na base do pilar em função da expansão da armadura por corrosão, agravado pelo cobrimento insuficiente. 35 4.2.4 Juntas de Movimentação Figura 71. Imagem retrata juntas sem manutenção, que possibilitam a ação da umidade causando fissuras e bolor entre as construções. 4.2.5 Eflorescências No pavimento térreo não foram registrados casos de manifestações patológicas envolvendo eflorescências. 4.2.6 Fungos Figura 72. Os fungos precisam sempre de um teor de umidade elevado no material onde se desenvolvem ou uma umidade relativamente bastante elevada no ambiente, como ocorre neste pilar que sofre com a umidade recorrente do piso, devido à falta de cobertura e declividade do local, somado a orientação da fachada que não permite a insolação. 36 Figura 73. Da mesma forma que ocorre na Figura 72, o pilar apresenta fungos pela presença de umidade, pouca insolação e falta de cobertura. Figura 74. As junções de laje e parede podem apresentar falhas como microfissuras que permitem a passagem de umidade, como ocorre na nesta figura, a orientação também não admite a insolação no local, tornando o local propicio ao surgimento de musgo. 37 5 REFERÊNCIAS ANDRADE, T.; SILVA, A. J. C. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: IBRACON, 2005. 2 v. BAUER, L. A. F. Materiais de construção: Novos Materiais para Construção Civil. v.1. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009, p. 409. CÁNOVAS, M. F. Patologia e terapia do concreto armado. São Paulo: Pini, 1988. HELENE, P. R. L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto. 2. ed. São Paulo: Pini, 1992. MAGALHÃES, E. F. de. Fissuras em Alvenarias: Configurações Típicas e Levantamento de Incidências no Estado do Rio Grande do Sul. 2004. 180 f. Trabalho de Conclusão (Mestre em Engenharia) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10135/000521582.pdf> Acessado em: 14 de junho de 2015. MOCH, T. Interface Esquadria/Alvenaria e seu Entorno: Análise das Manifestações Patológicas Típicas e Propostas de Solução. 2009. 178 f. Dissertação (Mestre em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21254/000735067.pdf?sequence=1> Acessado em: 14 de junho de 2015. SOUZA; V. C. M.; RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1998. THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1989. VERÇOZA, E. J. Patologia das edificações. São Paulo: Editora Sagra, 1991.
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