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DIREITO ADMINISTRATIVO VIDEOAULA PROF. ARIEL ZVOZIAK Organização Administrativa www.acasadoconcurseiro.com.br http://www.acasadoconcurseiro.com.br DIREITO ADMINISTRATIVO 3 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Centralização • O Estado (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) executa suas tarefas diretamente por meio dos próprios órgãos e agentes administrativos que compõem a sua estrutura fun- cional. Descentralização • O Estado atribui estas competências a outra pessoa física ou jurídica. • INICIATIVA PRIVADA – por delegação (por contrato ou ato unilateral). • Concessionárias; • Permissionárias; • Autorizadas. 4 • ADMINISTRAÇÃO INDIRETA – por outorga (por lei). • Autarquias; • Fundações Públicas; • Empresas Públicas; • Sociedades de Economia Mista. Concentração • Desempenho das atribuições administrativas por meio de órgão público sem divisão inter- na, ou seja, a ausência de distribuição de tarefas entre as repartições internas. • Circunstância Rara. Desconcentração • As atribuições são distribuídas entre órgãos públicos, mas dentro da mesma pessoa jurídica. DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ENTRE ÓRGÃOS DE UMA MESMA PESSOA JURÍDICA. DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS PARA UMA NOVA PESSOA JURÍDICA. HÁ HIERARQUIA ENTRE ESSES ÓRGÃOS. NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE O QUE DESCENTRALIZOU E O ENTE DESCENTRALIZADO (HÁ VINCULAÇÃO, NÃO SUBORDINAÇÃO). OS ÓRGÃOS NÃO TÊM PERSONALIDADE JURÍDICA, NÃO PODENDO RESPONDER JUDICIALMENTE. QUEM RESPONDE É A PESSOA JURÍDICA A QUAL ESTÁ VINCULADO (UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS OU DISTRITO FEDERAL). AS ENTIDADES DESCENTRALIZADAS RESPONDEM JURIDICAMENTE PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS A TERCEIROS. EX.: TRANSFERÊNCIA DE UMA COMPETÊNCIA DE UM MINISTÉRIO PARA UMA SECRETARIA; OU PREFEITURA TRANSFERE COMPETÊNCIAS PARA UMA SUB-PREFEITURA. EX.: TRANSFERÊNCIA DOS SERVIÇOS PREVIDENCIÁRIOS PARA UMA AUTARQUIA (INSS); OU TRANSFERÊNCIA DA MANUTENÇÃO DE UMA RODOVIA PARA UMA CONCESSIONÁRIA (PESSOA PRIVADA). Administração Direta • CONCEITO (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo): • “Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas” DIREITO ADMINISTRATIVO | PROFESSOR ARIEL ZVOZIAK 5 • CARACTERÍSTICAS: • Composta pelos entes políticos: • UNIÃO; • ESTADOS; • DISTRITO FEDERAL; • MUNICÍPIOS. • São pessoas jurídicas de direito público; • Possuem competência legislativa e administrativa; • Exigência de concurso público para ingresso de seus agentes; • Quadro de pessoal composto por servidores estatutários; • Obrigatoriedade de licitação para a aquisição de bens e serviços. Administração Indireta • CONCEITO (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo): • “Administração indireta é o conjunto pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia po- lítica) que, vinculadas à administração direta, têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas” • CARACTERÍSTICAS: • Composta pelos entes administrativos: • AUTARQUIAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS; • EMPRESAS PÚBLICAS; • SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. • Possuem apenas competência administrativa. • Algumas Empresas públicas e Soc. De Economia Mista são criadas para exploração de atividades econômicas, não exercendo necessariamente funções administrativas (CF – Art. 173). Ex: Bancos, concessionárias de energia elétrica, etc. • Possuem personalidade jurídica + capacidade judiciária; • Criação e extinção dependem de lei; • Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público; • Relação de vinculação à Administração Direta (não há hierarquia ou subordinação). 6 • OUTRAS ENTIDADES QUE INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: • Agências Executivas (Lei 9.649/98) – não é nova forma de entidade e sim uma “qualifi- cação” que se dá a uma Autarquia ou Fundação, para que tenha maior autonomia; • Agências Reguladoras (ex.: ANATEL, ANS, ANVISA) – não é nova forma e sim uma espé- cie de “Autarquia em regime especial”, para que tenha maior estabilidade e indepen- dência; • Consórcio Público ou Associação Pública (Decreto 6.017/2007 – ex.: consórcio olímpi- co) quando vários entes da federação se juntam para um objetivo comum; não é nova forma de entidade, mas integra a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público, neste caso, terá natureza Autárquica; • CRIAÇÃO: • CF, Art. 37, XX – “depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub- sidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.” • Para criação de subsidiárias ou participação em empresa privada precisa de lei que au- toriza, porém, de acordo com o STF, não é necessário que haja uma lei para “cada caso”, bastando uma autorização genérica. • LEI ESPECÍFICA CRIA • AUTARQUIA • LEI ESPECÍFICA AUTORIZA A CRIAÇÃO • EMPRESA PÚBLICA • SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA • FUNDAÇÃO PÚBLICA • A área de atuação das Fundações é definida em Lei Complementar DIREITO ADMINISTRATIVO | PROFESSOR ARIEL ZVOZIAK 7 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Autarquias • CONCEITO: São pessoas jurídicas de Direito Público, integrantes de Administração Indireta, criadas por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam pró- prias e típicas do Estado. • O DL 200/1967 define como Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com per- sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- nistrativa e financeira descentralizada. • CARACTERÍSTICAS: • Criadas e extintas diretamente por lei (CF, art. 37, XIX), não precisando de registro; • Possuem personalidade jurídica de direito público (se sujeitam ao regime jurídico de direito público – têm as mesmas prerrogativas de Estado); • Exercem atividades típicas de Estado; • Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público; • Trata-se de um serviço público personificado; • Seus agentes são servidores públicos estatutários. • JUÍZO COMPETENTE: • Autarquia Federal – Justiça Federal; • Autarquia Estadual ou Municipal – Justiça Estadual. • ESPÉCIES DE AUTARQUIAS: • Autarquia Comum ou Ordinária – não tem peculiaridades, sendo criadas com as carac- terísticas previstas no DL 200. • Ex.: INSS • Autarquia Sob Regime Especial – quando há alguma peculiaridades além do previsto no regime comum ou ordinário da lei. • Ex.: Agências reguladoras, como ANAC, ANATEL, ANS • Autarquia Fundacional – é quando uma Fundação Pública é instituída diretamente por lei, com personalidade jurídica de direito público. • Associação Pública (Consórcios públicos) – integram a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público, tendo natureza Autárquica. 8 Fundações Públicas • CONCEITO: Segundo o art. 5º, IV do Decreto Lei 200/67 (com redação dada pela Lei 7.596/87) fundação pública é a “entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva- do, sem fins lucrativos, criada em virtude de uma autorização legislativa, para desenvolvi- mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire- ção, e funcionamento custeado por recursos da união e de outras fonte”. • Maria Sylvia Zanella Di Pietro: • “fundação instituída pelo poder público como patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de auto administração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei.” • CARACTERÍSTICAS: • Lei específica autoriza a criação e extinção,mas precisa de registro. • CF – Art. 37, XIX – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e au- torizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”; • Possuem personalidade jurídica de direito público ou de direito privado (dependendo da sua criação); • Exercem funções sem fins lucrativos; • Trata-se de um patrimônio público personificado; • Seus agentes são servidores públicos estatutários. • AUTOADMINISTRAÇÃO : • Não possuem autonomia política para criar suas próprias normas. • Possuem apenas autonomia administrativa, ou seja, auto- organização. • OBJETO: • Destinam-se às atividades de caráter social, tais como assistência social, assistência mé- dica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais. • JUÍZO COMPETENTE • Fundação Pública Federal – Justiça Federal; • Fundação Pública Estadual ou Municipal – Justiça Estadual. DIREITO ADMINISTRATIVO | PROFESSOR ARIEL ZVOZIAK 9 Fundações – Personalidade Jurídica Autarquia Fundação Pública Criada por lei específica Autorizada por lei específica(Exceto quando se fala em Fundação autárquica) Pessoa Jurídica de Direito Público (sempre) Pessoa Jurídica de Direito Público ou Privado Exerce atividades típicas do Estado Exerce atividades atípicas Possui natureza administrativa Possui natureza social (educativa, recreativa e assistencial) Empresas Públicas • CONCEITO: • “A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio pró- prio e capital exclusivo da União (ou outro ente federativo – tem que ser público), cria- do (autorizado) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público) que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito” • HELY LOPES MEIRELLES: • “As empresas estatais são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação é au- torizada por lei especifica, com patrimônio público ou misto, para a prestação de serviço público ou para a execução de atividade econômica de natureza privada”. 10 • “Serviço público, no caso, entendido no seu sentido genérico, abrangendo também a realização de obras (estradas, edifícios, casas populares etc.). Na verdade, as em- presas estatais são instrumentos do Estado para a consecução de seus fins, seja para atendimento das necessidades mais imediatas da população (serviços públi- cos), seja por motivo de segurança nacional ou por relevante interesse coletivo (ati- vidade econômica)”. • OBJETO: • O desempenho de atividades de caráter econômico ou de prestação de serviços públi- cos. • CAPITAL SOCIAL: • É admitida a participação de outras pessoas jurídicas de Direito Público Interno, bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União (decreto lei 900/69). Sociedades de Economia Mista • CONCEITO: • “A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada (autorizada) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público), sob a forma de sociedade anônima (S.A.), cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União (ou outro ente federativo) ou a entidade da Administração Indireta”. • MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO: • “(...) a sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, em que há conjugação de capital público e privado, participação do poder público na gesta e organização sob forma de sociedade anônima, com as derrogações estabelecidas pelo direito público e pela própria lei das S.A. (Lei n. 6404, de 15-12-76); executa atividades econômicas, algumas delas próprias da iniciativa privada (com sujeição ao art. 173 da Constituição) e outras assumidas pelo Estado como serviços públicos (com sujeição ao art. 175 da Constituição)”. • OBJETO: • Tem por objeto o desempenho de atividades de caráter econômico ou a prestação de serviços, assim como as Empresas Públicas. • CAPITAL SOCIAL: • É formado pela composição de recursos públicos e privados, sendo que o controle acio- nário pertence ao poder Público, independentemente de serem exploradoras de ativi- dades economicas ou prestadora de serviços públicos (50%+1). • Se não tiver capital privado, converte-se em empresa pública; se não for a maioria pú- blico, será uma empresa privada com participação estatal, que não integra a adminis- tração. DIREITO ADMINISTRATIVO | PROFESSOR ARIEL ZVOZIAK 11 Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista • CARACTERÍSTICAS COMUNS: • Lei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro; • CF – Art. 37, XIX – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e au- torizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”; • Possuem personalidade jurídica de direito privado (mas o regime jurídico é híbrido, se- gue regras de direito público e de direito privado); • Exercem exploração de atividade econômica e/ou serviços públicos; • Em regra, sujeitam-se a licitação (porém, as regras são mais flexíveis quando for explo- radora de atividade econômica) e concurso público; • Em regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT. Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Pessoa Jurídica de Direito Privado Pessoa Jurídica de Direito Privado Formação do capital social: 100% patrimônio público (sendo possível a participação outros entes federativos ou da A.I.) Capital social dividido entre o poder público (50%+1) e particular (privado) Forma de constituição: qualquer forma, exceto em conta de participação Somente S/A Se da União = Justiça Federal Se Estadual ou Municipal = Justiça Estadual Tem seus feitos julgados pela Justiça Estadual, mesmo se forem federais. (STF – se a União intervém da ação, desloca a competência para JF) Bens não podem ser penhorados, se forem prestadoras de serviços públicos Bens podem ser penhorados ou executados Finalidade: a) Prestação de serviço público; b) Exploração de atividade econômica. Finalidade: a) Prestação de serviço público; b) Exploração de atividade econômica.
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