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- Como organizar os registros de uma consulta; - Diferentes formas de registro; - A importância de um bom registro. - registro em prontuário: relato bem escrito para consulta do médico, outros profissionais e como registro legal (documentos de necessária revisão em casos de processos éticos e judiciais, por exemplo) - o registro em prontuário é critério de avaliação da qualidade de um serviço de saúde e de um profissional: prontuários mal escritos traduzem uma qualidade ruim do serviço de saúde e de uma assistência mal prestada - o registro é uma forma de raciocínio clínico: quem fizer sua leitura deve entender a história clínica do paciente bem como o que foi feito durante a consulta e o que está programado para depois - o registro deve ser uma ferramenta de visão longitudinal: a partir do registro das consultas, conseguimos enxergar o paciente ao longo do tempo - o registro deve mostrar um FILME e não uma FOTOGRAFIA do paciente O Registro nada mais é do que: Informações das pessoas sobre o que sentem em relação à saúde “traduzidas” pelos profissionais por meio de abstrações, buscando-se transformar as queixas em sinais e sintomas ao se utilizarem termos técnicos → relato do paciente mais registros de exame físico, resultados laboratoriais, imagens, etc Registro em Saúde DEFINIÇÃO OBJETIVOS ASPECTOS-CHAVE - Os dados básicos para compor um prontuário são aqueles necessários ao médico para tomar uma decisão. A coleta dos dados deve ser adequada, fugindo-se dos extremos: coletar e registrar informações em demasia pode ser pouco produtivo, pois se perdem fatos importantes; enquanto que coletar menos informações do que é necessário pode implicar dados insuficientes, com consequente dificuldade de entendimento do caso e de tomada de decisões. - é importante que o registro não seja levado aos extremos: não pode ser muito sucinto nem muito extenso, com muitos textos e informações desnecessárias → a objetividade no registro é de suma importância, tão importante quanto sua clareza (coletar e registrar informações em demasia pode ser pouco produtivo, pois se perder fator importantes; coletar menos informações do que o necessário pode implicar em dados insuficientes, com consequente dificuldade de entendimento do caso e de tomada de decisão) - ajuda a garantir a continuidade e longitudinalidade do cuidado, auxilia na comunicação e tomada de decisão em equipe e permite um arquivo de dados-base das pessoas e famílias em seguimento, fornecendo eventualmente também dados para investigação científica ou provas para diligências legais. - serve para comunicar para o próprio médico ou para um colega o que foi feito e o que se pensou fazer sobre a situação da pessoa atendida → mostra o progresso que uma pessoa está tendo ou não em relação ao seu cuidado - É UM DOCUMENTO LEGAL - É importante distinguir registro de saúde de narrativa, sendo que, com frequência, se confundem essas duas atividades desde as disciplinas de propedêutica. O registro deve ser sempre sumário, para que as informações estejam disponíveis, e não há a necessidade de frases completas, embora diferentes estilos devam ser respeitados. - Um prontuário médico adequado deve dar acesso fácil e claro às informações sobre a pessoa, como dados socioeconômicos, aspectos clínicos, diagnósticos, ações implementadas, informações continuadas e principais mudanças emocionais, sociais ou familiares. - Nenhum registro vai conter todas as informações sobre uma pessoa, mas obrigatoriamente deve conter toda informação útil sobre o motivo da consulta ou problema de saúde apresentado, bem como dados de problemas inativos / resolvidos (o correspondente à história pregressa no registro hospitalar). • Tempo e acesso rápido às informações são muito importantes. Por isso, para ter melhor aproveitamento e encontrar os dados rapidamente, preconizam-se as anotações de uma forma estruturada baseada em quatro itens, que geram o acrônimo denominado SOAP: Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano - método de registro utilizado pelo sistema eletrônico do Ministério da Saúde MÉTODO SOAP - As hipóteses vão surgindo e sendo descartadas ou substituídas à medida que se coletam as informações e se compara com o que se tem como “arquivo” do conhecimento técnico. - método ajuda a sistematizar as informações com vistas a validá-las e aprofundá-las - Sendo o SOAP orientado por problemas, significa que se deve usá-lo para orientar a atuar de forma aberta, não se fechando para diagnósticos (embora sempre pensando neles) até que se tenham elementos suficientes para fazê-lo. - inicialmente desenvolvido em ambiente hospitalar, mas tem sua abrangência para APS - percebeu-se que quando o registro era baseado na queixa trazido pelo paciente, a ideia que FOTOGRAFIA ao invés de FILME era preponderante → ao contrário da anamnese orientada à queixa, o diagnóstico tende a se fechar ao longo do tempo, e não ao longo de uma única consulta ou encontro. - as hipóteses vão surgindo e sendo descartadas ou substituídas à medida que se coletam as informações e se compara com o que se tem como “arquivo” do conhecimento técnico - SOAP: orientado por problemas → orientar a atuar de forma aberta, não se fechando para diagnósticos (embora sempre pensando neles) até que se tenham elementos suficientes para fazê-los → o objetivo da consulta NÃO é baseado em entregar um diagnóstico imediato: ele pode (e deve) ir se formando ao longo dos encontros - SUBJETIVO (S): aspectos subjetivos da consulta 1) história relatada pelo paciente: espontânea → é importante registrar as palavras do paciente, colocar a frase proferida entre aspas, assim teremos uma impressão maior de como o paciente vê sua situação além do seu próprio entendimento sobre a condição // história referida: as respostas do paciente perante a pergunta do médico 2) momento de registro qualitativo referente às queixas e sintomas → quando começou, o que o paciente acha que causou, como que piorou/melhorou ao longo do tempo (evolução), o que ele já fez para tentar melhorar a situação, como o paciente pensa que podemos ajudá-lo 3) registrar tendências de melhora e piora, alterações na funcionalidade, indicativos de complicações, grau de adesão, percepção de resultados na terapia instituída 4) incluir avaliação, entendimento e interpretação da pessoa (e, eventualmente, familiares) sobre o problema apresentado 5) nenhuma informação deve ficar subentendida 6) sobre o problema: início, fatores causais, história prévia, manejo, fatores de melhora e piora, objetivos com a consulta, modelo explicativo estabelecido (percepção, experiência) 7) revisão: mudança no estado geral nos últimos 12 meses, cirurgias passadas, lista de medicamentos - inclusive vitaminas, chás, fitoterápicos, ACO, hábitos de vida, história familiar 8) contexto: aspectos culturais e religiosos, condições de trabalho, aspectos sociais (onde e com quem mora, ocupação e forma de trabalho - carteira assinada, autônomo, bico, desempregado, eventualmente renda) → a estrutura de trabalho pode estar ligada ao processo de adoecimento do paciente, portanto, seu registro torna-se importante 9) importante registrar “queixas de nega”: deve ser focado, para evitar excesso de dados irrelevantes (se o paciente está com cefaleia, não preciso perguntar se sua urina está escurecida, por exemplo) → informação em excesso pode ser um obstáculo para a excelência do cuidado e para que o registro seja efetivo para toda a equipe - OBJETIVO(O): aspectos objetivos da consulta → tudo aquilo que foi constatado - exame da pessoa à frente: as emoções percebidas (detalhes que o paciente não fala mas o olhar atento do médico observa), resultados de exames laboratoriais e de imagem, exame físico, a percepção do paciente sobre eles - para exames: sempre anotara data de realização - única parte do SOAP que pode não ser preenchida: exemplo → consulta de rotina para renovação de receita, sem alteração do quadro desde o encontro anterior - AVALIAÇÃO (A): lista de problemas do dia da consulta - pensamento e reflexão sobre os problemas de saúde identificados → o que entrou no S como “dor de cabeça” (cefaleia frontal), pode entrar no A como “enxaqueca”, de acordo com o curso da consulta - usar o maior grau de especificidade, sem tentar forçar um fechamento definido de diagnóstico - definirá a etapa seguinte → a definição do plano - PLANO (P): tomada de decisão - manejo terapêutico, exames solicitados, referenciamentos, orientações, programações futuras, educação em saúde → planejamento sistematizado de abordagem de cada problema - essa etapa ENVOLVE a prescrição, mas não se resume apenas à ela - para cada problema na etapa anterior, abre-se um item P - todo plano é negociado com o paciente e ele deve estar de acordo com tudo - geralmente dividido em 4 partes: Tratamento (medicamentoso ou não), Diagnóstico, Educação em Saúde, Monitorização (acompanhamento do paciente) ERROS FREQUENTES: - colocar no A diagnósticos não confirmados, seguidos de interrogação, ou colocar nesse item diagnósticos previamente estabelecidos não abordados na consulta do dia - colocar medicações e resultados de exames no A - usar hífen no texto (pode confundir com sinal de menos) - rasurar o texto - não anotar a data dos exames realizados - não datar ou assinar o prontuário (quando feito à mão)
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