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TEORIA DO CRIME Aula 2 - Princípios Norteadores, Garantidores e Limitadores do Direito Penal. Funções no Estado Democrático de Direito. TEORIA DO CRIME • Leitura obrigatória: • Leia mais no artigo "O Desvalor da Conduta como Critério de Identificação da Insignificância para Aplicação do Princípio de Intervenção Mínima "(BUSATO, 2011, p.1-21), disponível em: < • https://periodicos.ufsc.br/index. php/sequencia/article/view/217 7-7055.2011v32n62p97/18575 • Assista ao filme "Minority Report", trailer disponível em:< • https://www.youtube.com/watc h?v=WncVJ0TNCDc https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2011v32n62p97/18575 https://www.youtube.com/watch?v=WncVJ0TNCDc 1- PRINCÍPIOS Conceitos e distinção de regras e princípios - Tanto os princípios quanto as regras faz parte das normas. Os princípios são considerados OXIGÊNIO da Constituição, porque ele vai iluminar a interpretação do direito. Robert Alexy (Teoria mais utilizada pelo STF) afirma ser os princípios, mandados de otimização, ou seja, ordens para que se realize o máximo possível para implementação do Direito. Já as regras são mandados definitivos, se aplicando na lógica do tudo ou nada (Ronald Dworkin). 2- O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 2.1 Funções em um Estado Democrático de Direito: garantia e tutela penal dos direitos fundamentais. Para que se obtenha a efetividade das propostas do Estado Democrático de Direito é essencial destacar dois princípios: princípio da dignidade da pessoa humana e princípio do devido processo legal. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: Preservação do ser humano, desde o nascimento até a sua morte, garantindo-lhe o mínimo existencial. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Assegurar a fiel aplicação do devido processo legal, para a consideração da inocência ou da culpa. 3- PRINCÍPIOS 3.1 Princípios constitucionais e infraconstitucionais: Os princípios constitucionais são ais importantes, pelo fato de comporem o texto fundamental do Estado Democrático de Direito. Os princípios infraconstitucionais são encontrados em códigos e leis especiais e devem irmanar-se com os constitucionais. 3.2 Princípios em Direito Penal e a legitimimação do controle social penal. Em qualquer situação os princípios coordenam o sistema normativo, não podendo ser afastados da aplicação da norma. Quando o conflito social (a ofensa ao bem jurídico) se reveste de especial gravidade, o Estado, nesse caso, precisa intervir por meio do Direito, incluindo-se o criminal (de forma subsidiária). O controle social penal deve assegurar a objetividade da intervenção, bem como o devido respeito às garantias das pessoas envolvidas no conflito. 3- PRINCÍPIOS Legalidade: formal e material, máxima taxatividade. Não há o que se falar em matéria penal sem a aplicação do princípio da legalidade, consistente no seguinte preceito: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (Art. 5, XXXIX da CRFB/88). No mesmo dispositivo constitucional outros dois importantes princípios penais: a anterioridade e a taxatividade. O primeiro deles é explícito, quando se diz anterior e prévia. O segundo advém da expressão que o defina. (doutrina) Intervenção mínima, subsidiariedade e fragmentariedade. Princípio da Intervenção Mínima ou Ultima Ratio – O Direito Penal só deve ser aplicado quando for estritamente necessário, mantendo-se subsidiário, não deve ser visto como primeira opção (prima ratio) para compor conflitos. O Direito penal é considerado ULTIMA RATIO. 3- PRINCÍPIOS *Princípio da Subsidiariedade do Direito Penal: O direto penal não deve ser usado a todo momento. Deverá ser utilizado apenas quando os demais ramos de direito não puderem tutelar o bem jurídico que se busca proteger. *Princípio da Fragmentariedade do Direito Penal: O dieito penal só deve tutelar bens jurídicos de grande relevância social. *Pelo princípio da ofensividade ou lesividade, não há crime sem ofensa a bem jurídico (nullum crimen sine injuria). Como subprincípio da lesividade, temos o princípio da alteridade: o bem jurídico ofendido deve ser de outrem. Ou seja, não se pune ofensa a bem jurídico próprio. Se alguém, por exemplo, em um acesso de fúria destrói seu próprio automóvel, não há crime contra a propriedade. 3- PRINCÍPIOS *Culpabilidade - Significa que ninguém será penalmente punido se não houver agido com dolo ou culpa. A liberdade é a regra, sendo a exceção a prisão ou restrição de direitos. Art. 18 do CP. *Humanidade, pessoalidade, individualização e proporcionalidade das penas - O princípio da humanidade significa que o direito penal deve pautar-se pela benevolência, garantindo o bem-estar da coletividade, incluindo-se o dos condenados. Art. 5º, XLIX da CRFB/88. *Já o princípio da pessoalidade significa que a punição, em matéria penal, não deve ultrapassar a pessoa do apenado. A família do condenado, por exemplo, não deve ser afetada pelo crime cometido. Art. 5º, XLV da CRFB/88. *Na individualização e proporcionalidade da pena, o princípio significa que a pena não deve ser padronizada, cabendo a cada delinquente a exata medida punitiva pelo que fez. Sendo assin, o junto é fixar a pena de maneira individualizada. Art. 5º, XLVI da CRFB/88. 3- PRINCÍPIOS Princípio da Insignificância: Representa a desnecessidade de se aplicar sanção penal a uma infração considerada insignificante. Exemplo: Subtrair um grampo de uma loja. MARI – (STF) - Mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento, inexpressividade da lesão jurídica). EXCLUI A TIPICIDADE MATERIAL DO FATO, NÃO HÁ crime. Os Tribunais não aplicam este princípio para os crimes que envolvam violência ou grave ameaça, como o roubo e extorsão. No princípio da adequação social, condutas socialmente aceitáveis pela comunidade não podem ser consideradas lesivas ao bem jurídico. Ex.: Tatuagem (EXCLUDENTE DE TIPICIDADE). Atividade Autônoma Aura Olá, seja bem-vindo! Sabemos que você quer aprender mais, por isso, selecionamos duas questões que revisam o tema/tópico ministrado nesta aula. Você deve resolvê-las, completando, assim, sua jornada de aprendizagem do dia. Acesse o Plano de Aula da disciplina e encontre-as no campo Aprenda +! TEORIA DO CRIME Questão 1: 1. Analisando os princípios e funções do Direito Penal com possibilidades de intervenção penal para, sob o enfoque técnico-jurídico, o conceito que segue correspondente ao princípio da: são consideradas atípicas as condutas que afetam muito pouco a um bem jurídico penal. A lesão nada relevante ao bem jurídico protegido não justifica a imposição de uma pena, excluindo-se a tipicidade em caso de danos de pouca importância: a) Princípio da Insignificância b) Princípio da Ofensividade. c) Princípio da Intervenção Mínima. d) Princípio da Culpabilidade. Questão 2: 2. Utilizando-se das funções e missões do Direito Penal, assinale a alternativa que se melhor se relaciona ao tema: a) Enfatizar o poder do Estado frente aos indivíduos. b) Satisfazer o clamor popular por meio de instrumentos simbólicos de punição. c) Concretizar a seletividade social, restringindo a liberdade de quem se oponha às visões políticas daqueles que estejam a frente dos governos. d) Promover a vingança privada, como, por exemplo, acontece na legítima defesa. e) Servir como instrumento de garantias para a pessoa acusada. PARA PRÓXIMA AULA: • Aula 3 – Crédito Digital – Missões e a seletividade do Direito Penal com o poder punitive do Estado. • AULA 4 – Crédito Digital – Sistemas Processuais Penais. OBRIGADA! Prof.ª Ana Paula Pimenta
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