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CONTEÚDO DE PROCESSUAL PENAL II

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
Liberdade provisória 
Art. 321 até o 350 do CPP 
Prisão preventiva Liberdade provisória 
Exceção (art. 312 e 313) Regra 
Art. 311 CPP Art. 321 CPP 
Verificar se é o caso de substituir por 
prisão domiciliar. (art. 318 CPP e art. 318-
A CPP 
Sem medidas cautelares 
 Com medidas cautelares (art. 319 CPP) 
Audiência de Custódia🡪 deve ser realizada em até 24 horas 
✔ O juiz poderá converter a prisão em flagrante em preventiva (art. 312 e 313); 
✔ Conceder a liberdade provisória (com ou sem fiança) e/ou 
✔ Relaxar a prisão 
Delegado só pode fixar fiança nos crimes em que a pena privativa de liberdade máxima não 
seja superior a 4 anos. 
O Juiz fixará a fiança nos casos em que a pena privativa de liberdade for superior a 4 anos. 
Recapitulando: 
JUIZ: PENA MAIOR QUE 4 ANOS 
DELEGADO: PENA MENOR QUE 4 ANOS 
O prazo para estabelecer a fiança será de 48 horas 
Não será cabível a fixação de fiança: 
⮚ Crimes de racismo 
⮚ HTTT hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo) 
⮚ Ação de grupos armados e contra a ordem constitucional e o Estado Democrático 
 
 
Aos que no mesmo processo 
 
 
 
⮚ Prisão civil ou militar 
● Súmula vinculante nº 25 do STF, não permite prisão do depositário infiel. 
⮚ Quando presentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva 
 
 
 
Quebraram fiança anteriormente fixada 
 
Infringiram qualquer das obrigações previstas nos 
art. 327 e 328 CPP 
 
 
QUEBRA DE FIANÇA 
 
PERDA DA FIANÇA 
Regularmente intimado deixa de 
comparecer sem justo motivo. 
Quando o acusado não se apresenta para o 
início do cumprimento da pena definitiva 
imposta. Obstrução ao andamento processual. 
Descumpri medidas cautelares impostas 
com a fiança. 
Resistir injustificadamente a ordem 
judicial. 
Praticar nova infração penal dolosa. 
Obs: Como consequências da quebra da fiança será a perda de uma PARTE do valor e como 
consequência da perda terá a perda TOTAL do valor da fiança. 
 
CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DE FIANÇA: 
✔ Perda da metade do valor 
✔ Juiz decide se impõe medidas cautelares, ou se for o caso decreta a prisão preventiva 
CONSEQUÊNCIAS DA PERDA: 
✔ Perde, na totalidade, o valor da fiança. 
FORMAS DE PRESTAR FIANÇA: 
❖ Depósito: 
🡺 Dinheiro 
🡺 Pedras Avaliados por perito nomeado pela autoridade. 
🡺 Objetos 
🡺 Metais preciosos 
❖ Títulos de dívida pública, federal, estadual ou municipal 
❖ Hipoteca em 1ª grau 
A fiança pode ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. (art. 334 CPP) 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO (art. 326 CPP) 
✔ Natureza da infração; 
✔ Condições de fortuna e vida pregressa do 
acusado; 
✔ Circunstâncias indicativas de sua periculosidade; 
✔ Custas processuais. 
OBJETIVO DO PAGAMENTO 
✔ Custas; 
✔ Indenização do dano 
✔ Prestação pecuniária 
✔ Multa; 
VALOR 
✔ 01 a 100 salários para a pena máxima até 04 anos. 
 
✔ 10 a 200 salários para penas superiores a 04 anos. 
Se a situação econômica recomendar: 
● Dispensa na forma do art. 350 do CPP 
● Reduzida até 2/3 
● Aumentada em até 1000 (mil) vezes 
 
Citações e intimações 
Espécies de comunicações processuais. 
Atualmente são três: 
a) Citação 
b) Intimação 
c) Notificação 
MP JUIZ RÉU 
Oferece denúncia Recebe ou Rejeita Citado 
O processo penal não pode prosseguir normalmente sem a observância do contraditório e da ampla 
defesa. Afinal, é por meio da colaboração das partes que o Poder Judiciário pode chegar ao 
acertamento do fato delituoso. Por conseguinte, de modo a se preservar o contraditório, concebido 
pelo binômio. Conhecimento e reação, às partes envolvidas devem ser asseguradas condições de saber 
o que nele se passa, podendo reagir de alguma forma aos atos ali praticados. 
Citação 
CONCEITO: 
É o ato de comunicação processual por meio do qual o acusado toma ciência do recebimento da 
denúncia ou queixa em face de sua pessoa, ao mesmo tempo que é chamado para se defender. 
Considerando que a instrução criminal deve ser conduzida sob o crivo do contraditório, a parte 
contrária deve ser ouvida (audiatur et altera pars). 
Para que ela seja ouvida, faz-se necessário o chamamento ao juízo, que é feito por meio da CITAÇÃO. 
CONSEQUÊNCIA DA AUSÊNCIA DA CITAÇÃO 
 
O CPP estabelece que sua ausência configura nulidade absoluta (art. 564, III, “e”, CPP). 
Logo, se a citação não existiu ou, tendo existido, estava eivada de nulidade, o processo estará nulo de 
início. Denomina-se CIRCUNDUÇÃO o ato pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficácia a citação; 
quando anulada diz que há CITAÇÃO CIRCUNDUTA. 
 
ESPÉCIE DE CITAÇÃO 
 
 A citação pode ocorrer por meio de duas espécies: 
a) Real (ou pessoal): Constitui a regra, devendo ser compreendida como aquela que é 
feita pessoalmente, ou seja, na pessoa do próprio acusado. Pode ser concretizada por mandado, 
por precatória, carta de ordem, ou por carta rogatória. 
b) Ficta (ou presumida): Trabalha-se com uma presunção legal (ficção) de tal ciência, 
com isso se satisfazendo o ordenamento processual. Sua utilização é medida excepcional, e 
deve ser levada a efeito apenas quando demonstrado que o acusado não foi encontrado para 
ser citado pessoalmente, ou quando se oculta para não ser citado. 
 
REAL FICTA 
Mandado Por edital 
Carta precatória Por hora certa 
Carta de ordem 
Carta rogatória 
Citação do militar 
Citação do funcionário público (Art. 359) 
Citação do preso 
CITAÇÃO POR MANDADO 
É a principal forma de citação, em que um oficial de justiça, munido de um mandado judicial de 
citação, comparece à presença do acusado para citá-lo pessoalmente. 
Ocorrerá nos casos em que o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que ordenou (CPP, 
art. 351). 
Requisitos intrínsecos são aqueles previstos no art. 352 do CPP. 
Requisitos extrínsecos são aqueles previstos no art. 357 do CPP. 
RESTRIÇÕES À CITAÇÃO 
 Não se aplica ao processo penal as restrições previstas no art. 244 do CPP. 
JUÍZO DE ORIGEM JUIZO DE DESTINO 
Deprecante Deprecado 
Art. 355, CPP - Carta precatória itinerante 🡪 quando o juiz deprecado toma conhecimento de que o 
réu está residindo em outra comarca e envia a carta precatória para tal. 
CARTA DE ORDEM 
 Comunicação feita entre os Tribunais de hierarquia distinta 
CITAÇÃO DO MILITAR 
Art. 358: a citação será por intermédio do chefe do militar. 
CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Art. 359: notifica funcionário e o seu chefe. 
CITAÇÃO DO PRESO 
Art. 360: se o réu estiver preso a citação ocorrerá pessoalmente. 
HORA CERTA 
ART. 362: o réu se oculta para não ser citado e a citação ocorre por intermédio de outra pessoa. 
EDITAL 
ART. 363, 1º: o réu foi encontrado. A citação ficará em divulgação de 15 a 90 dias. 
INTIMAÇÃO 
 A intimação para a doutrina diz respeito a FATO PASSADO. 
Ex: Tomar conhecimento da sentença. 
NOTIFICAÇÃO 
 A notificação para a doutrina diz respeito a um fato que ainda vai acontecer. 
Ex: Para apresentar alegações finais. 
 
Atos processuais 
O ato jurídico é uma declaração humana que se traduz numa declaração de vontade destinada a 
provocar uma consequência jurídica. 
 O ato processual é um ato jurídico praticado por algum dos sujeitos da relação processual no 
curso do processo. 
 Assim, o ato processual é toda conduta dos sujeitos processuais que tenha por efeito a criação, 
modificação ou extinção de situação jurídica processual. 
TIPOS DE ATOS PROCESSUAIS 
 
 Os atos processuais podem ser simples ou complexos. 
 São simples os atos que resultam da manifestação de apenas uma pessoa ou órgão 
(monocrático ou colegiado). 
 Atos complexos são aqueles cuja realização demanda uma série ou conjunto deoutros atos 
interligados entre si. 
Ex: Realização da audiência de instrução e julgamento, em que se verifica a oitiva de testemunhas e 
da vítima, eventuais esclarecimentos periciais, o interrogatório do réu – a apresentação das razões 
finais das partes e sentença. 
 
ATOS PRATICADOS PELAS PARTES 
 
 Qualquer que seja a natureza do procedimento a ser observado nele, as partes poderão praticar atos 
postulatórios, instrutórios e dispositivos. 
ATOS POSTULATÓRIOS: são requerimentos dirigidos pelas partes ao Juiz para que se manifeste 
sobre um conteúdo determinado. 
 Podem versar sobre o mérito da ação ou sobre o processo. Ex: Oferecimento da denúncia; 
resposta à acusação; pedido de revogação de prisão preventiva. 
INSTRUTÓRIOS: são os atos que integram a atividade probatório; que se prestam a produzir provas 
e instruir o processo de modo a permitir ao julgador o maior conjunto possível de informações a 
respeito dos fatos tratados. Ex: Perguntas feitas a determinada testemunha; o pedido de juntada de 
documentos. 
ATOS DISPOSITIVOS: são aqueles que materializam declaração de vontade em relação à tutela 
jurisdicional do Estado. Ex: A transação penal, a renúncia ao direito de queixa e o perdão do ofendido. 
TRANSAÇÃO PENAL: acordo feito pelo Ministério Público, com o acusado. 
 
ATOS JURISDICIONAIS 
 
 São atos jurídicos praticados no exercício da jurisdição por magistrado. 
 O juiz deve praticar atos instrutórios, de polícia processual, de coerção, decisórios e também 
atos anômalos. 
ATOS INSTRUTÓRIOS 
 São aqueles praticados com vistas a coletar provas que interessam para o julgamento do 
processo. Ex: Oitiva de testemunhas e vítima e interrogatório do réu. 
ATOS DE POLÍCIA PROCESSUAL 
 São aqueles tendentes à manutenção da ordem entre os presentes durante as audiências e 
sessões. Ex: O art. 497, I, do CPP, determina que o juiz deve regular a polícia das sessões nos 
julgamentos pelo Tribunal do Júri, e prender os desobedientes; o art. 794, do CPP dispõe que “a 
polícia nas audiências e das sessões compete aos respectivos Juízes ou ao presidente do tribunal, 
câmara, ou turma que poderão determinar o que for conveniente a manifestação da ordem. 
ATOS DE COERÇÃO 
 São aqueles em que o Juiz determina que algo se faça, mesmo contra a vontade de quem 
deveria realizar. Ex: Se a vítima e/ou testemunha regularmente intimada deixar de comparecer à 
audiência e nada justificar, o Juiz poderá determinar a condução coercitiva (CPP, art. 201, §1ª, e art. 
218) 
 
ATOS DECISÓRIOS 
 
 São atos que só podem ser praticados por magistrados, e resolvem, em regra, questões 
controvertidas no processo. 
 Observado o disposto no art. 800 e nos arts 581, caput e 593, I, e II, todos do CPP, é possível 
apresentar a seguinte classificação. 
1- Despachos de expediente; 
2- Decisões. 
Considerado o momento em que se verifica e a natureza da matéria tratada, as decisões podem ser 
classificadas: 
2.1- Decisões interlocutórias, que podem ser: 
2.1.1- Decisões interlocutórias simples, ou 
2.1.2- Decisões interlocutórias mistas. 
2.2- Decisões definitivas em sentido lato 
2.3- Decisões definitivas em sentido estrito 
DESPACHOS DE EXPEDIENTE: são atos jurisdicionais relacionados para e simplesmente com a 
marcha ou andamento do processo. 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: são decisões que tratam de matérias controvertidas nos autos, 
não julgam o mérito, mas podem acarretar o fim do processo. 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS MISTA: são aquelas em que o juiz avalia e resolve 
determinada controvérsia, de modo a colocar fim ao processo ou uma fase processual, sem julgamento 
do mérito. Ex: Decisão de pronúncia. 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES: resolvem controvérsia sem colocar fim ao 
processo ou fase do procedimento. Ex: decisão que decreta a prisão preventiva ou impõe medida 
cautelar restritiva, decisão de recebimento da denúncia ou queixa. 
DECISÕES DEFINITIVAS EM SENTIDO LATO: são aqueles que embora decidam sobre a 
pretensão primitiva, são terminativas do processo sem tratar de procedência ou improcedência da 
imputação penal. Ex: Decisão que reconhece presente qualquer causa de extinção da punibilidade 
(morte do agente, prescrição, abolitio criminis, etc) 
DECISÕES DEFINITIVAS EM SENTIDO ESTRITO: são as sentenças que se apresentam 
terminativas para o processo, pois resolvem controvérsia processual com julgamento do mérito. 
ATOS PROCESSUAIS 
 
 
 
Despacho de expediente 
 simples 
 interlocutórios 
Decisões mista 
 Definitivas Sentido Lato 
 Sentido Estrito 
 
ATOS PRATICADOS POR AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
 Auxiliares da justiça são funcionários do Poder Judiciário incumbidos de dar cumprimento às 
determinações judiciais e no exercício de suas funções devem praticar atos de movimentação, de 
execução e de documentação. 
 São atos de movimentação aqueles destinados a cumprir a marcha processual. 
Ex: A abertura de vista dos autos ao Ministério Público ou ao defensor e a conclusão dos autos ao 
juiz. 
Atos de execução são destinados ao cumprimento, à efetivação das determinações judiciais. 
Ex: A efetiva expedição dos mandados de citação e intimação; a citação do acusado; a intimação de 
testemunhas ou perito para comparecimento em juízo. 
Atos de documentação são aqueles destinados a atestar ou certificar a prática de outro ato processual 
qualquer. 
Ex: O escrevente certifica que expediu mandado de citação ou de intimação; o oficial de justiça 
certifica que citou o acusado. 
 
ATOS PRATICADOS POR TERCEIROS 
 
 Algumas vezes, terceiros poderão praticar atos de natureza postulatória dentro do processo. 
Ex: Terceiro prejudicado que requer a restituição de um bem seu, apreendido nos autos. 
LOCAL DOS ATOS PROCESSUAIS 
Os atos processuais serão realizados nas sedes dos juízos ou Tribunais. Art. 792, caput, CPP. 
🡪 Excepcionalmente, os atos poderão ser realizados na casa do juiz ou em outro local por ele 
designado. Art. 792, § 2º, CPP. 
 
MOMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
As audiências e sessões de julgamento serão marcadas apenas durante a semana. 
Ex: Não serão marcadas audiências para domingos ou feriados. Os julgamentos iniciados em dia útil 
não se interromperam nos feriados ou domingos. 
Ex: Iniciado um júri na sexta-feira, se houver necessidade, ele poderá prosseguir no sábado ou 
domingo. 
Os demais atos processuais (citação e perícia) poderão ser realizados aos domingos e feriados. Art. 
797, CPP. 
PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS 
1- Regra: Audiências públicas. Art. 792, caput, CPP 
2- Portas fechadas e limitação de número de pessoas: escândalo ou perturbação da ordem. 
 Se a publicidade do ato puder resultar em escândalo, inconveniente grave ou perturbação da 
ordem, o ato poderá ser realizado a portas fechadas, com número limitado de pessoas. 
PRAZOS 
Contagem do prazo. 
Os prazos de CPP são prazos processuais: exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do fim. Art. 798, 
§ 1º, CPP. 
Ex: Prazo de dois dias para oposição de embargos de declaração. 
🡪 Os prazos não começarão a correr em sábados, domingos e feriados (dias útil seguinte) 
Ex: Réu intimado na sexta-feira – o início da contagem do prazo será na segunda-feira. 
🡪 No processo penal os prazos são contados em dias corridos, e não em dias úteis. 
Art. 798, CPP. 
Prorrogação de prazo concluído em finais de semana e feriados. 
Art. 798, § 3º, CPP 
Início dos prazos (art. 798, § 5º, CPP). 
Em regra, os prazos começarão a ser contados a partir da: 
- Intimação das partes 
- Audiência ou sessão em que houver a decisão, se presente à parte. 
- Ciência dos autos. 
PRAZOS JUDICIAIS PARA PROFERIR DECISÕES 
Art. 800, CPP 
CONSEQUÊNCIA DA PERDA DO PRAZO 
Se o juiz ou o membrodo Ministério Público perder o prazo para se manifestar, perderá tantos dias 
de vencimentos (salário) quantos forem os dias excedidos. Art. 801, caput, CPP. 
PRAZO EM DOBRO 
Apenas os defensores públicos têm direito ao prazo em dobro no processo penal. 
Art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94. 
🡪 Não terão prazos em dobro, no processo penal o defensor dativo e o Ministério Público. 
 
Procedimentos 
PERSECUÇÃO PENAL 
Conjunto de atividades do Estado que buscam a investigação e a apuração da responsabilidade penal, 
respeitando o devido processo legal, e a execução da sanção penal porventura aplicada ao réu. 
 
Fases da persecução penal: 
1º Investigação (fase pré-processual) 
2º Processo; 
3º Execução Penal 
FASE PRÉ-PROCESSUAL (INQUÉRITO PROCESSUAL) 
Cuida-se de um procedimento administrativo que antecede o processo, ou seja, não faz parte do 
processo, de acordo com o sistema acusatório. 
 
1 PROCESSO 
1.1 FASE POSTULATÓRIA: a fase postulatória abrange a peça acusatória (denúncia ou 
queixa) e a peça defensiva (resposta à acusação) 
1.2 FASE INSTRUTÓRIA: Fase processual em que são produzidas as provas requeridas pelas 
partes (acusação defesa) e também as determinadas pelo juiz, de ofício. 
 
PRINCÍPIO DA COCNENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
A grande maioria das provas serão produzidas na audiência de instrução, debates e julgamento, 
conforme está previsto no art. 400, §1º do CPP. 
Algumas provas, porém são produzidas fora da audiência. 
Ex: exame de Corpo de Delito (art. 161, CPP) 
 
1.3 FASE DECISÓRIA: Após as alegações finais das partes, o juiz sentencia conforme seu livre 
convencimento, pondo fim ao processo em primeira instância. 
1.4 FASE RECURSAL: a parte inconformada com a sentença do juiz poderá interpor recurso 
buscando a modificação daquela decisão. 
Fundamento: Princípio do duplo grau de jurisdição. 
 
Classificação dos procedimentos 
Art. 394, caput, CPP 
 
PROCEDIMENTO ESPECIAL PROCEDIMENTO COMUM 
Previsto para hipóteses específicas Subsidiário 
CPP: Júri, crimes funcionais, leis 
especiais: drogas, falências e etc. 
CPP: ordinário e sumário. Lei 9.099/95 
 
CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
Pena máxima superior 
ou igual a 4 anos. 
Pena inferior ou igual a 
4 anos, mas superior ou 
igual a 2 anos 
Subsidiário 
Ex: furto qualificado 
(reclusão de 2 a 8 anos) 
PROCEDIMENTO 
ORDINÁRIO 
Ex: Embriaguez ao 
volante(detenção de 6 
meses a 3 anos) 
PROCEDIMENTO 
SUMÁRIO 
CPP: ordinário e sumário, 
mas o sumaríssimo 
encontra-se previsto na lei 
dos juizados especiais 
PROCEDIMENTO 
SUMARÍSSIMO 
 
Art. 394, §1º, CPP 
Concurso material: soma as penas 
Qualificadoras e privilégios: devem ser considerados. 
Concurso de aumento de pena: aumento máximo (1/3 ou ½) 
Causas de diminuição de pena: diminuir no mínimo (1/3 ou ½) 
Agravantes e atenuantes: não devem ser consideradas (o juiz é quem decide oo quantum) 
No tocante aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, não se 
aplica o procedimento comum sumaríssimo, nos termos do art. 41 da Lei nº 11.343/06. 
 
Procedimento comum ordinário 
1- OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA (DENÚNCIA OU QUEIXA) 
A peça acusatória poderá ser denúncia ou queixa-crime e possuirão como requisitos: 
Exposição do fato criminoso (com circunstâncias) 
Qualificação do crime; 
Rol de testemunhas (sob pena de preclusão) 
Exposto no art. 41 do CPP. 
2- REJEIÇÃO OU RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
Hipóteses do art. 395, CPP 
 
2.1 Rejeição da peça acusatória de pressupostos processuais 
• Pressupostos processuais de existência: 
• Demanda (peça acusatória. Ex. Ação pena sem denúncia) 
• Jurisdição (juiz com investidura) ex. juiz aposentado 
• Capacidade de ser parte (personalidade) ex. condomínio réu de crime ambiental. 
 
Pressupostos processuais de validade: 
• ausência de vício ou defeito dos atos processuais. 
• Ex. Nova denúncia sobre o fato com coisa julgada material 
 
FALTA DE CONDIÇÃO DA AÇÃO 
 
GENÉRICAS ESPECÍFICAS 
Legitimidade de parte; 
Interesse de agir; 
Justa Causa para a Ação Penal 
Representação do ofendido ou 
requisição do Ministro da Justiça (ação 
condicionada da pública) 
 
Recursos cabíveis contra a rejeição da peça acusatória são a apelação no âmbito do Juizado 
especial e o recurso em sentido estrito nos procedimentos ordinários e sumários 
 
COISA JULGADA FORMAL 
A rejeição da peça acusatória acarreta apenas coisa julgada formal. 
Removido o defeito, é possível oferecer nova peça acusatória enquanto não extinta a punibilidade. 
Recebimento da peça acusatória (ausência do art. 395 do CPP) 
1ª corrente: após o oferecimento da denúncia (art. 396, CPP). Entendimento majoritário. 
2ª corrente: após a decisão de absolvição sumária 9art. 399, CPP) 
Não cabe recurso da decisão que recebe a denúncia. 
A jurisprudência tem aceito a impetração de habeas corpous, objetivando o trancamento da ação 
penal. 
3- CITAÇÃO 
Cita-se o acusado para o oferecimento de respostas à acusação. 
Art. 396, CPP. 
 
4- RESPOSTA Á ACUSAÇÃO 
 
Alegar tudo o que interessar à defesa: 
Arguir preliminares; 
Juntada de documentos; 
Especificação de provas; 
Rol de testemunhas (sob pena de preclusão) 
PRAZO: 10 dias 
A resposta à acusação é uma peça obrigatória e sua não apresentação impõe a nomeação de 
defensor dativo para ofertá-la (art. 396-A, CPP) 
 
Objetivo: obter uma decisão de absolvição sumária (art. 397, CPP) 
 
5- 5- OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
No procedimento ordinário, não há previsão legal de manifestação do Ministério Público após a 
resposta à acusação e antes da decisão do juiz sobre eventual absolvição sumária. 
Doutrina: Convém intimar o Ministério Público, prestigiando o contraditório, em analogia ao art. 
409 do CPP (1ª fase do procedimento especial do júri) 
6- ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
Hipóteses art. 397, CPP 
6.1- INIMPUTÁVEL 
● O inimputável (art. 26, caput, CP) não será absolvido sumariamente. 
● A imposição de medida de segurança (que é uma sanção penal) exige o devido 
processo legal. 
● É necessário abrir a instrução probatória para permitir que o inimputável se defenda e 
possa, ao final, tentar uma absolvição própria (sem medida de segurança). 
● Não é possível a absolvição imprópria no procedimento ordinário e sumário. 
É possível a absolvição sumária imprópria do inimputável? 
Procedimento ordinário / 
sumário 
1ª fase do procedimento do júri 
Única tese defensiva Há outras teses defensivas 
Não Sim Não 
Audiência de instrução e 
sentença 
Absolvição sumária 
imprópria 
Pronúncia submissão ao 
júri 
 
COGNIÇÃO SUMÁRIA 
A decisão da absolvição é fundada em juízo de cognição sumária. 
- O juiz decide ANTES de designar a audiência de instrução, em que a prova oral será produzida. 
GRAU DE CONVENCIMENTO 
 Ao absolver sumariamente, o juiz deve ter um juízo de certeza. 
 Em caso de dúvida, o juiz não deverá proceder à absolvição sumária. 
 Vigência do princípio “in dubio pro sociedade”. 
COISA JULGADA 
 A decisão de absolvição sumária tem natureza de sentença definitiva de mérito. 
 Portanto, faz coisa julgada formal e material. 
RECURSOS EM FACE DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
 No caso dos incisos I, II, III do art. 397 do CPP caberá apelação. 
 Ver art. 593, I, CPP. 
 Quanto ao inciso IV do art. 397 do CPP caberá recurso em sentido estrito. 
 A natureza da decisão que extingue a punibilidade é declaratória – e não absolutória. 
 Ver art. 581, VIII do CPP. 
 Deve se aplicar aos artigos 395 a 398, ambos do CPP, a todos os procedimentos penais de 
primeiro grau. 
 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
 
1- Oferecimento da peça acusatória; 
2- Recebimento ou rejeição da peça; 
3- Citação, 10 dias; 
4- Resposta à acusação; 
5- Manifestação do Ministério Público; 
6- Absolvição sumária; 
7- Audiência de instrução, debates e julgamento 
8- Sentença; 
9- Recurso. 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO● Preliminares 
● Documento 
● Provas 
● Rol de testemunhas 
● Tudo o que interessa a defesa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: Lei 9.099/95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENTENÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NULIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recursos 
 
CONCEITO: Direito que a parte possui de, na mesma relação jurídica processual, atacar decisão 
judicial que contrarie seus interesses, pleiteando sua revisão, total ou parcial. 
NATUREZA JURÍDICA: 
 
PRINCÍPIOS 
 
A) Duplo grau de jurisdição – O recurso deve ser entendido como a possibilidade de um reexame 
integral da decisão do juízo a quo, a ser confiado a órgão jurisdicional diverso. 
B) Fungibilidade – O juiz pode conhecer um recurso como se fosse outro, desde que não tenha má-
fé. (Art. 579, CPP). 
OBS: De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, presume-se a má-fé por erro 
grosseiro e intempestividade. 
C) Voluntariedade – A existência de um recurso está condicionada à manifestação da vontade da 
parte. 
Obs: Há casos de recurso de ofício pelo juiz. (Reexame necessário, recurso oficial). 
Hipóteses = Art. 574, CPP; 
Art. 746, CPP; 
Art. 7º da Lei 1.521/51 
D) Disponibilidade – Enquanto a voluntariedade tem aplicação antes da interposição do recurso, a 
disponibilidade é aplicável após esta interposição. 
Obs: Para o Ministério Público, no entanto, vale a indisponibilidade, nos termos do art. 576 do CPP. 
E) Proibição (ne/nom) da reformatio in pejus - É a vedação do Código de Processo Penal na 
hipótese de, havendo recurso apenas por parte da defesa, o tribunal profira decisão que torne mais 
gravosa sua situação, ainda que haja erro evidente na sentença, como, por exemplo, pena fixada 
abaixo do mínimo legal. 
Pode ser classificada como direta ou indireta. 
Ver art. 617 do CPP. 
Súmula 160 do STF. 
Reformatio in pejus direta: Corresponde ao agravamento da situação do réu, pelo próprio tribunal, 
ao julgar o recurso exclusivo da defesa. É sempre proibida, conforme se infere do art. 617, 2.ª parte, 
do CPP. Exemplo: Considere-se que o réu, condenado a dez anos de reclusão, interponha apelação 
para ver-se absolvido. Todavia, ao julgar este recurso, o Tribunal não apenas indefere o pleito 
absolutório, como também aumenta a pena para quinze anos de prisão. Este julgamento será nulo, 
pois implicou agravamento da pena imposta ao réu sem que tenha havido recurso do Ministério 
Público, importando em reformatio in pejus direta. 
Reformatio in pejus indireta: Ocorre na hipótese em que, anulada a sentença por força de recurso 
exclusivo da defesa, outra vem a ser exarada, agora impondo pena superior, ou fixando regime mais 
rigoroso, ou condenando por crime mais grave, ou reconhecendo qualquer circunstância que a torne, 
de qualquer modo, mais gravosa ao acusado. Exemplo: Imagine-se que o réu, condenado a dez anos 
de reclusão, recorra invocando nulidade do processo. Considere-se, também, que o Ministério Público 
não tenha apelado da decisão para aumentar a pena. Se o tribunal, acolhendo o recurso da defesa, der-
lhe provimento e determinar a renovação dos atos processuais, não poderá a nova sentença agravar a 
situação em que já se encontrava o réu por força da sentença (v. G., fixando quinze anos de prisão), 
sob pena de incorrer em reformatio in pejus indireta. 
F) Possibilidade da reformatio in mellius - Entende-se que, se o recurso for exclusivo da acusação 
(Ministério Público ou querelante), o tribunal pode reconhecer e aplicar ao réu reprimenda mais 
benéfica em relação àquela constante da sentença (diminuição da pena), na medida em que o artigo 
617 só proíbe a reformatio in pejus. 
JUIZO DE PRELAÇÃO: O Juízo de admissibilidade ou de prelibação ocorre quando o juízo a 
quo verifica, após a interposição do recurso, se este deve ser ou não ser recebido e processado. Faz – 
se análise da presença ou ausência dos pressupostos objetivos e subjetivos, assim positiva, o recurso 
será conhecido. Se essa análise for negativa, não será conhecido o recurso. 
PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE 
Cabimento – Conforme Greco Filho “Esta exigência corresponde à previsão legal do recurso para a 
decisão recorrida” Ela existe porque há atos do juiz que são irrecorríveis, como os despachos de mero 
expediente. Além disso, interpor um recurso inexistente no ordenamento jurídico será inócuo. 
Adequação – Para Capez, “O recurso deve ser adequado à decisão que se quer impugnar, pois, para 
cada decisão, a lei prevê um recurso adequado”. A doutrina majoritária tem o mesmo posicionamento 
que Capez no sentido de que, mesmo diante do princípio da fungibilidade recursal, deve haver um 
recurso adequado para cada decisão, ou seja, este princípio não torna inoperante o pressuposto da 
adequação. 
Tempestividade - Trata-se do lapso temporal previsto em lei que é concedido a parte para manejar 
o recurso. Após esse lapso temporal, mesmo que a parte interponha o recurso esse será inócuo. 
Contudo, há hipóteses, que também devem ser previstas em lei, em que mesmo manejado fora do 
período oportuno, os efeitos negativos não o atingirão. Exemplo disso é o artigo 575 do CPP: “Não 
serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem 
seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo”. 
Inexistência de fatos impeditivos - Quando se fala em recursos, há que se pensar que estes dependem 
da opção da parte. Ao elencar o pressuposto da inexistência de fatos impeditivos dentre os 
pressupostos recursais, o legislador buscou inibir comportamentos contraditórios das partes. Tais 
comportamentos podem se dar antes ou depois do manejo do instrumento recursal. Caso ocorra antes, 
estaremos diante da hipótese da renúncia, ou seja, a parte abre mão de seu direito de recorrer sem que 
tenha lançado mão de qualquer apetrecho recursal. Por outro lado, se a parte já houver utilizado o 
mecanismo recursal pertinente, e após, manifesta sua vontade no sentido de abdicar do instrumento 
utilizado, estaremos diante da desistência. 
Outro ponto que deve ser destacado diz respeito à proibição de renúncia ou desistência pelo órgão do 
Ministério Público. Tal impossibilidade está prevista em Lei, no artigo 576 do CPP “O Ministério 
Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 
 Regularidade - Trata-se da imposição de que o recurso deve atender a todas as formalidades legais 
para que seja conhecido. A primeira formalidade imposta aos recursos é relacionada à forma. Existem 
duas formas de interposição do recurso: a petição e o termo nos autos. Podemos exemplificar o termo 
nos autos como a manifestação oral da vontade da parte em recorrer que posteriormente será 
registrado nos autos. 
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE 
Legitimidade - Os legitimados a recorrer estão elencados no texto legal. Conforme o artigo 577 do 
CPP “O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu 
procurador ou seu defensor”. 
Interesse recursal - O interesse jurídico está previsto no art. 577, parágrafo único do Código de 
Processo Penal: “Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou 
modificação da decisão”. 
EFEITOS DOS RECURSOS CRIMINAIS 
A) Obstativo – A interposição de um recurso impede a geração da preclusão temporal (impede a 
coisa julgada). 
B) Devolutivo – Consiste na transferência do conhecimento da matéria impugnada ao órgão 
jurisdicional. 
“Tantum devolutum quantum appelatum” 
C) Suspensivo – Em determinadas situações, a interposição do recurso suspende a execução da 
decisão atacada. 
D) Regressivo, interativo ou diferido – Consiste na devoluçãoda matéria impugnada para reexame 
do mesmo órgão jurisdicional. 
Permite o juízo de retratação. 
Ex: art. 589, CPP, (RESE). 
E) Extensivo – Consequência do principio da isonomia. Acusados da prática de um mesmo crime 
devem ser tratados da mesma maneira, quando se enquandram na mesma situação jurídica. Exceto 
quando se tratar de caráter pessoal. 
Art. 580 do CPP. 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: RESE 
Regra: princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. 
 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008); 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento 
de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em 
flagrante; 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da 
punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; 
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. 
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-
A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
Caráter residual do RESE 
Art. 593, § 4º, do CPP Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, 
ainda que somente de parte da decisão se recorra. 
Métodos para verificar o cabimento 
Decisão antes da sentença? Olhe o art. 581 do CPP. 
Decisão na sentença? Apelação 
Decisão depois do trânsito em julgado? Agravo em execução. 
Juízo de retratação 
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois 
dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe 
parecerem necessários. 
Prazo 
O recurso em sentido estrito tem prazo de cinco dias para interposição, nos termos do 
artigo 586 do Código de Processo Penal, in verbis: “o recurso voluntário poderá ser interposto no 
prazo de cinco dias”. 
Uma vez interposto, o juiz o recebendo determinará a intimação do recorrente para apresentação de 
suas razões no prazo de dois dias, a teor do artigo 588 do Código de Processo Penal: “dentro de dois 
dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer 
com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual 
prazo”. 
APELAÇÃO 
Hipóteses de cabimento 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não 
previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri 
ATENÇÃO: Princípio da soberania dos veredictos. 
Decisão do júri x decisão do juiz presidente 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos 
jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. 
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der 
provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. 
§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a 
decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para 
sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. 
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que 
somente de parte da decisão se recorra. 
Outras hipóteses de cabimento além do art. 593 do CPP 
 
No tribunal do júri, contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária (art. 416 do CPP); 
 
Da sentença que absolve sumariamente o réu no procedimento comum; 
 
Da decisão que rejeita a denúncia/queixa-crime nos processos que correm pelo rito do juizado 
especial criminal (art., 82 da Lei n. ° 9,099/95); 
 
ATENÇÃO: Não confundir essa última hipótese com aquela prevista no art. 581, I, do CPP. 
 
Prazo 
 
Prazo comum: 
Interposição: 5 dias (art. 593 do CPP) 
Razões: 8 dias (art. 600 do CPP) 
 
 
 
Prazo do assistente de acusação: 
Interposição: 15 dias (art. 598, p. único do CPP) 
Razões: 3 dias (art. 600, §1º do CPP) 
 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
Os Embargos de Declaração, também chamados de Embargos Declaratórios, são uma espécie de 
recurso com a finalidade específica de esclarecer contradição ou omissão ocorrida em decisão 
proferida por juiz ou por órgão colegiado. 
Em regra, esse recurso não tem o poder de alterar a essência da decisão, e serve apenas para sanar os 
pontos que não ficaram claros ou que não foram abordados. 
A Lei Penal é mais restrita e permite o oferecimento de embargos de declaração, somente no caso de 
acórdãos proferidos por Turmas ou Câmara Criminais, no prazo de 2 dias após a publicação da 
decisão. 
 
 
CONCEITO: As ações autônomas de impugnação são sanções cabíveis contra decisões criminais 
condenatórias já com trânsito em julgado (diferente dos recursos, que só pode ser interpostos se a 
decisão ainda não transitou em julgado), ou contra as quais não haja previsão de recurso. 
 
Esta ação autônoma de impugnação visa a reexaminar sentença condenatória ou decisão condenatória 
proferida por tribunal ja transitada em julgada. 
No processo penal, a revisão criminal se assemelha com o que ocorre no processo civil com a ação 
rescisória, pois seu objetivo precípuo é a desconstituição da coisa julgada material. No entanto, no 
processo penal, a revisão criminal só pode ser oferecida em favor do réu, em proteção ao seu estado 
de liberdade, atendendo ao favor rei e à verdade real, não sendo possível, portanto, manejo desta ação 
pro societate. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
As hipóteses de cabimento da revisão criminal têm previsão no artigo 621 do CPP. O rol é taxativo, 
motivo pelo qual não é possível o oferecimento de revisão criminal contra sentença absolutória ou 
que reconheça prescrição. 
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos 
autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocênciado condenado ou de 
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. 
Há ainda que se ressaltar que essa ação de impugnação pode ser oferecida contra qualquer espécie de 
decisão condenatória, inclusive aquela proferida no Tribunal do Júri, sem que isso implique em 
violação do princípio constitucional da soberania dos vereditos. 
Quanto ao prazo, não há nenhuma previsão legal para o oferecimento da revisão criminal, nos termos 
do artigo 622, caput, do CPP. Para seu cabimento, como pressuposto logico, exige-se apenas o transito 
em julgado da decisão penal condenatória. 
De qualquer forma, com base no artigo 622, parágrafo único do CPP, “não será admissível a reiteração 
do pedido, salvo se fundado em novas provas”. 
LEGITIMIDADE AD CAUSAM 
A legitimidade ad causam ativa para o oferecimento da revisão criminal tem previsão no artigo 623 
do CPP, ditando que “ a revisão poderá ser pedida pelo réu ou por procurador legalmente habilitado 
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão”. 
O habeas corpus é uma ação autônoma de impugnação, de caráter penal, que visa proteger a liberdade 
de locomoção quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder. 
O Habeas corpus poderá ser preventivo (quando a privação da liberdade estiver prestes a acontecer), 
ou repressivo (quando a privação de liberdade de locomoção já tiver ocorrido – habeas corpus 
liberatório). 
Diante da essência do instituto, são aplicados os princípios da celeridade (qualquer do povo pode 
impetrar, mesmo sem advogado), gratuidade (o impetrante não necessita recolher custas 
processuais), e informalidade (não há forma previamente definida). 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
A causa de pedir da ação de habeas corpus é a violação ou ameaça de violação à liberdade de ir e 
vir do indivíduo, nos termos do artigo 5º inciso LXVIII, da CF, e do artigo 647, do CPP. 
Nesses termos, ele pode ser preventivo, ou repressivo (liberatório). Há também o habeas corpus 
suspensivo, que é aquele a ser impetrado quando já existe constrangimento ilegal, mas o sujeito ainda 
não foi preso. 
LIGITIMIDADE 
Há três sujeitos processuais envolvidos: 
- Impetrante: é quem inventa a ação penal. Pode ser qualquer do povo, pessoa física ou jurídica, 
inclusive o Ministério Público, não exigindo a atuação de advogado. O HC pode ser concedido 
também de ofício pelo juiz ou tribunal, o que implica em relaxamento da prisão, sendo exceção ao 
princípio da inercia – art. 654, parágrafo 2º CPP. 
- Paciente: é o beneficiado pelo habeas corpus. Pode acontecer de o paciente ser também o 
impetrante. Não pode, no entanto, ser pessoa jurídica, pois ela não é sujeita a pena privativa de 
liberdade. 
- Impetrado: é a parte passiva da ação, responsável pelo ato ilegal. Não precisa ser necessariamente 
uma autoridade. O habeas corpus pode ser interposto ainda contra ato de Juízo civil, nas prisões cíveis 
do devedor de pensão alimentícia, apesar de ser cabível o recurso de agravo. 
FORMAS DE PROPOSITURA E RITO 
O habeas corpus tem forma livre de propositura, podendo ser escrito (digitado, datilografado ou de 
próprio punho, em qualquer tipo de papel), ou oral. Pode ser interposto, também, por telegrama, 
radiograma, telefone ou e-mail. 
O habeas corpus segue o rito sumário. É possível a concessão de medida liminar, com ou sem oitiva 
previa do coator, mesmo sem previsão legal expressa nesse sentido. 
Em seguida, a autoridade julgadora poderá requisitar as informações do coator por escrito (artigo 662 
do CPP). Importante salientar que o julgamento do habeas corpus tem prioridade em relação a todos 
os outros - art. 664 do CPP. 
MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL 
O mandado de segurança é a ação autônoma de impugnação cabível para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. Constata-se que o mandamus tem caráter subsidiário, vez que cabível sempre que não 
couber habeas corpus ou habeas data. 
O mandado de segurança ainda é admitido como sucedâneo recursal, ou seja, sempre que não for 
admitido recurso. 
Pode ser impetrado de forma preventiva (quando há ameaça a direito líquido e certo) ou repressiva 
(quando há violação a direito líquido e certo). 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Para o cabimento do mandando de segurança, é necessário que tenha havido ameaça ou violação a 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, por ato ilegal ou arbitrário de 
autoridade ou de pessoa no exercício de função pública, podendo esse ato ser comissivo ou omissivo. 
Cumpre dizer que não cabe o mandamus contra lei em tese, contra ato judicial passível de recurso ou 
correição, nem contra decisão com transito em julgado. 
O artigo 5º da Lei 12.016/09 também evidencia algumas hipóteses do não cabimento do mandando 
de segurança: 
É possível ainda o manejo da ação para o trancamento de inquérito policial ou ação penal, se o crime 
não for punido com pena privativa de liberdade, bem como se envolver pessoa jurídica (pois ela não 
está sujeita a pena de privativa de liberdade). 
O mandado de segurança tem prazo decadencial de 120 dias. 
LEGITIMIDADE 
No polo ativo, tem-se a figura do impetrante, que é quem sofre a violação ou ameaça de direito líquido 
e certo. Pode ser pessoa física ou jurídica. Pode ser o acusado, querelante, defensor, ofendido 
(assistente de acusação) e o Ministério Público. 
Ao contrário do que ocorre com o habeas corpus, o mandado de segurança exige a representação por 
meio de advogado. 
Já o sujeito passivo é a autoridade coatora, embora na atual sistemática, da Lei nº 12.016/09, a pessoa 
jurídica interessada também deva ser comunicada acerca do oferecimento da ação para que, caso 
queira, intervenha no feito (art. 7º inciso II, da referida Lei). 
PROCEDIMENTO 
A petição inicial do mandado de segurança deve ser apresentada em duas vias e indicar a autoridade 
coatora e a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou a qual exerce 
atribuições. (artigo 6º, caput, da Lei nº 12.016/09). 
Deve vir, necessariamente acompanhada dos documentos indispensáveis à comprovação do direito 
líquido e certo, pois não será admitida dilação probatória. (Art. 6º, caput. Lei nº 12.016/09). 
Após a apresentação da inicial, o órgão jurisdicional competente deverá determinar a notificação da 
autoridade coatora para, no prazo de 10 dias, apresentar a suas informações. Deverá também dar 
ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia 
da inicial, para que, querendo, ingresse no feito. 
Poderá também conceder medida liminar suspendendo o ato que deu motivo ao pedido, com ou sem 
oitiva previa da autoridade impetrada. 
Contra a decisão que concede ou denega a liminar, cabe o recurso de agravo de instrumento previsto 
no CPC. Caso o mandamus tenha sido interposto pelo Ministério Público, deverá também determinar 
a citação do acusado. 
Em seguida, deverá abrir vista dos autos ao Ministério Público, para que participe do feito como 
custos legis, manifestando-se no prazo de 10 dia. 
Por fim, há o julgamento do mandado de segurança, obrigatoriamente no prazo de 30 dias, que pode 
ou não confirmar a medida liminar. 
Contra a decisão do mandado de segurança, se proferido em primeiro grau, caberá recurso de apelação 
cível, mesmo envolvendo matéria criminal. Além disso, se essa sentença for condenatória da 
segurança, está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatória.

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