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OVINOCULTURA MANEJO DOS REBANHOS Entende-se por manejo o ato de utilizar recursos ordenadamente para obter um fim com a máxima eficiência; O manejo eficiente do rebanho é um fator fundamental para se obter um bom desempenho, sendo que seu custo é mínimo, já que constitui uma ação intelectual, mais do que financeira; O que se pode ter é perda financeira, direta ou indireta, devido a má execução do trabalho. Antes de entrarmos em detalhes sobre o manejo dos ovinos, devemos lembrar algumas normas que devem ser conhecidas pelas pessoas que manejam ovinos: Jamais os ovinos deverão ser imobilizados sendo segurados pelas patas ou puxados pela a lã. O correto é abraçá-los firme pelo pescoço e com a outra mão segurá-los pela virilha. Com o auxílio do joelho, podemos facilmente conduzi- los, sentá-los ou derrubá-los. - Segure o ovino colocando a mão esquerda firme sob a mandíbula mantendo a cabeça na posição normal e com a mão direita segure na anca ou na cauda. - Segure com as duas mãos na garacha, pele com lã na junção do pescoço e da mandíbula. Maneira prática de como derrubar um ovino: - Coloque a mão esquerda sob a mandíbula da ovelha e o pescoço e firme com a mão direita no flanco, firmando no osso do quadril. - Comum golpe rápido, com a mão esquerda force a cabeça da ovelha para a direita e com a mão direita pressione o quadril para baixo, colocado a ovelha numa posição sentada. - Force a cabeça e exerça pressão no posterior, fazendo- o rodar até sentar no chão. - Levante o animal em direção ao seu próprio corpo, passando pelo peito e pela cabeça, até que se acomode dentre suas pernas, exerça pressão para baixo no posterior. - Nesta posição e com a flexão do pescoço em direção ao solo, o animal fica perfeitamente acomodado e sujeitado ao operador, sem causar traumatismos ao ovino facilitando a vida do trabalhador. Para revisão do rebanho olhar inicialmente os animais um pouco distante, fazendo-os passar aos poucos; Devemos ter cuidado com o manejo no brete e mangueira e passagem em porteira para evitar amontoamento de animais e traumatismo. O ideal na mangueira é separar os animais em pequenos grupos; Jamais dosificar os animais deitados, comprimidos no brete ou com a cabeça para trás (comum em cordeiros segurados no colo); Limpeza da lã na cara ou desolhe Em algumas raças de ovinos, a lã cresce na cara e cobre os olhos dos animais. Isso dificulta a visão trazendo: - Riscos de acidentes; dificulta o manejo; Dificuldade de deslocamento e de alimentação para os animais. Com tesoura de esquilar, deve-se retirar a lã que encobre os olhos dos animais. Limpeza pré-parição Quinze a trinta dias antes do início da parição; Usasse um banco em forma de X, coloca-se a ovelha em decúbito dorsal (barriga para cima) e procede-se à limpeza do períneo (região vulvar e entre pernas) e do úbere, deixando livres os dois tetos. Pode-se retirar também a lã da cabeça para facilitar a visão; A limpeza da cabeça facilita para a mãe enxergar o cordeiro e se deslocar em busca de alimento. A limpeza do úbere facilita o acesso do cordeiro ao teto. A limpeza do períneo reduz o risco de contaminação. ASSINALAÇÃO, CASTRAÇÃO E DESCOLE Após o nascimento dos cordeiros, o próximo trabalho com o rebanho será assinalação, castração e descole da produção; Esse trabalho jamais deverá ser realizado em mangueiras empoeiradas, onde são realizados os trabalhos de rotina com o rebanho durante o anos, já que há mais risco de ocorrência de infecções como o tétano Deve-se evitar dias que não haja sol, preferencialmente em dias frios, com formação de geadas, para evitar miíases; Se as condições permitirem, o ideal é improvisar encerras, utilizando-se esteiras portáteis, em um canto do campo de cria; Castração: Ideal com 7 a 15 dias de idade; Algumas pessoas preconizam a castração entre 15 e 30 dias de idade do cordeiro, quando o mesmo encontra-se mais desenvolvido; Deve-se ter cuidado com a higiene e a desinfecção da área operada. Métodos de castração: Castração com testículo coberto realizada com a utilização de - Burdizzo ou borracha; - Criptorquidismo induzido: introdução e manutenção dos testículos na cavidade abdominal. Mantêm produção hormonal (testosterona). Castração com testículo descoberto feito com abertura cirúrgica do escroto e retirada dos testículos por arrancamento. Castração com testículo aberto: burdizzo Coloque a “boca” do burdizzo no cordão espermático. Feche a boca e espere em torno de 60 segundos. - Cordeiro com cripotorquidismo induzido com borrachinha. Castração com testículo descoberto - Desinfecção do bisturi ou faca. - Corte do escroto - Exteriorização dos testículos - Retirada dos testículos - Aplicação spray repelente e cicatrizante Descole: Normalmente realizado junto com a castração. É preferível que estas operações sejam realizadas em dias frescos para evitar bicheiras; O descole favorece a estética e higiene do rebanho; Diferenciação sexual machos 15 cm e fêmeas 5 cm; Principais cuidados no descole: - No momento do corte não se deve puxar a cauda. Isto faz com que a pele, que iria ficar para proteger a região, saia com a cauda, deixando a vértebra exposta; - Após o corte e depois, três vezes por semana, devem- se fazerem curativos, com pomadas repelentes e cicatrizantes. - Riscos do descole Hemorragias, miíases, tétano, perda de peso, morte. Assinalação e/ou identificação do rebanho Assegura ao criador o direito de posse de seus animais; Como não é possível marcar os ovinos a fogo, o sinal representado por diferentes tipos de corte nas orelhas identifica perfeitamente os animais; Pode ser feito a faca ou por meio de pinças especiais; Pode-se usar também uma tatuagem feita com tatuadeiras especiais; Utilizam-se também brincos especiais numerados que são fixados nas orelhas dos animais por meio de pinças adequadas. Considerações: Não esquecer que o material cirúrgico deverá sofrer a melhor assepsia possível e estar sempre imerso em uma solução desinfetante, não tendo contato com a terra; Aspergir as lesões com um desinfetante; Após estes trabalhos os animais deverão ser imediatamente soltos no campo, evitando que fiquem na encerra. Em campos grandes, é conveniente pastorejar, aproximando as ovelhas dos cordeiros, para que não haja extravio; Até a completa cura das lesões, revisar periodicamente os animais, para evitar que surjam surtos de miíases; Aproveitar esse momento para vacinação dos cordeiros contra as clostridioses (principalmente carbúnculo sintomático, gangrena gasosa e enterotoxemia); TÉTANO se for o caso Normalmente aproveita-se esse momento para realização de dosificação estratégica do rebanho; Pode-se realizar a primeira dosificação dos cordeiros, caso seja necessário (depende da idade). Marcação: É usada para identificar a propriedade e classificar o rebanho segundo a idade, sexo, grau de sangue, parentesco, descarte, etc.; É feita com tintas especiais em regiões do corpo bem visíveis, como o lombo e a paleta; Essas marcas são feitas geralmente com ferro de marcação a fogo de bovinos, molhando-se em tinta especial para marcação e aplicando-se sobre a lã; Nunca se deve aplicar piche na marcação, pois esse produto é totalmente absorvido pela lã causando grande prejuízo ao criador pelos pequenos preços que consegue alcançar pelos velos; A marcação deve ser repetida sempre que for dissolvida pela chuva ou enfraquecida pela ação do sol. Corte de cascos No dia-a-dia da criação de ovinos, o produtor se depara com várias enfermidades que acometem o rebanho, mas que podem ser evitadasatravés da implantação de práticas simples de manejo que devem ser habituais. Uma delas é o casqueamento, técnica que consiste em "aparar" o casco dos animais a fim de evitar problemas que podem ocasionar baixo rendimento como: a podridão do casco, também conhecida como pododermatite necrótica; (Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum) Anomalias de postura (aprumo), principalmente em reprodutores; dificuldades de locomoção. A realização do casqueamento pode ser influenciada pelo terreno no qual os animais se locomovem, ou seja: em terrenos onde existem muitas pedras ou cascalho, o próprio meio causa abrasão nos cascos, sendo necessário realização de poucos aparos nos mesmos; em terrenos mais arenosos, o desgaste dos cascos quase não acontece, sendo necessário o casqueamento periódico. O material utilizado no casqueamento pode ser tesoura de casquear, faca, groza e lima. Com o auxílio da tesoura de casquear ou faca deve-se retirar todo o excesso de casco, iniciando os corte na parte anterior da unha circundando a cora do casco e prosseguindo até a parte posterior. Entre os dígitos remove-se o excesso de casco até que se forme um espaço entre os mesmos; com a ajuda da lima faz-se o arredondamento da coroa e o nivelamento da sola. Após a realização dos cortes os cascos devem ser deve- se emergir o casco ou passar os animais em pedilúvio com solução a base de formol, sulfato de cobre ou sulfato de zinco (10%), para prevenir a proliferação de bactérias indesejáveis, em possíveis lesões nos cascos decorrentes da prática. Os cascos devem ser aparados no mínimo uma vez por ano, com revisão a cada seis meses, principalmente no período chuvoso. Aplicação de medicamentos Dosificações Os locais mais recomendados para aplicações injetáveis de vacinas e injeções de medicamentos são: 1 - ENDOVENOSA ( veias) : na jugular; 2 - SUBCUTÂNEA ( entre a pele e a carne): de preferência na axila, podendo ser na tábua do pescoço ou atrás da paleta ou virilha ; 3 - INTRAMUSCULAR ( no músculo): de preferência na anca ou pescoço; MANEJO REPRODUTIVO DE OVINOS Na criação animal, a reprodução representa uma fase que requer grande atenção, pois a partir dela o rebanho cresce em quantidade e qualidade quando os acasalamentos são bem direcionados. Desde a escolha dos animais para reprodução até a gestação e início da lactação, o criador deve seguir alguns cuidados que podem ser determinantes para o desenvolvimento da criação. Essas atividades devem ser seguidas de perto pelo técnico, criador ou tratador, para garantir a “eficiência reprodutiva” do rebanho. Eficiência reprodutiva: A eficiência de reprodução de um rebanho está diretamente relacionada com o número de produtos obtidos, sendo portanto, fundamental se obter altas taxas de reprodução; Com o aumento do número de cordeiros obtidos tem-se mais animais para venda, o que é importante do ponto de vista econômico, bem como maiores possibilidades para fazer a reposição do rebanho. Além disso, obtenção de ganhos em termos de quantidade e de qualidade da produção (lã, carne, leite, animais de genética, etc.) De maneira geral, existem 3 vias para se aumentar os índices reprodutivos do rebanho: a) Diminuindo o número de ovelhas “falhadas”, ou seja, não prenhas e não paridas (taxa de parição); b) Aumentando o número de cordeiros nascidos por ovelha parida (taxa de prolificidade); c) Diminuindo o número de cordeiros que morrem após o nascimento (taxa de mortalidade). Algumas atividades que necessitam de atenção para um bom desempenho reprodutivo do rebanho: 1) Escolha do reprodutor: O carneiro é importante no melhoramento genético do rebanho e é a aquisição de maior relevância para a criação; O carneiro pode produzir anualmente mais de 50 descendentes, enquanto que a ovelha produz um ou dois; Por essa grande capacidade que possuem os reprodutores de fecundarem elevado número de ovelhas, é indispensável muita cautela e observação deste animal. Características a serem observadas no reprodutor, antes do início da cobertura: o Boa conformação e características racias; o Testículos simétricos, ovóides, firmes e presentes na bolsa escrotal; o Deve ter integridade escrotal; o O animal deve ser isento de alterações penianas ou prepuciais; o Deve apresentar boa libido; o Deve apresentar aspecto masculino; o Isento de doenças; o Não deve apresentar hérnia umbilical nem tetas supranumerárias; o Não deve ser prognata; o Deve ter bons cascos e aprumos; o Deve apresentar o espermograma dentro dos padrões da normalidade. 2) Escolha da Matriz Para uma fêmea ser selecionada como matriz, deve apresentar as seguintes características: - Boas características raciais; - Deve ter ausência de raquitismo e alterações ósseas; - Úbere bem inserido, com apenas duas tetas sadias; - Boa produção de leite (partos anteriores); - Boa habilidade materna (partos anteriores); - Não ter vulva infantil e nem deformada; - Apresentar gestações e partos normais (aborto, distocia); - Apresentar boa fertilidade e prolificidade; - Ser livre de doenças infecciosas; - Ausência de defeitos eliminatórios (prognatismo, etc.) - Ter aspecto feminino. 3) Idade dos animais para entrar em reprodução: - Machos: - 6 meses de idade apto a cobrir e fecundar uma ovelha. Pode comprometer o desenvolvimento; - Melhor época 18 meses quando já se apresenta vigoroso. Fêmeas: - Puberdade se manifesta em torno de seis meses de idade; - Cobertura com essa idade pode prejudicar o seu desenvolvimento; - Pode-se esperar dois dentes; - Apresentar 60 a 70% do seu peso vivo adulto; - Tem-se preconizado ±40 kg de peso vivo; - A ovelha normalmente é usada para reprodução até os seis a sete anos de idade, sendo depois descartada. 4) Ciclo estral: • Poliéstrica estacional • Fotoperíodo negativo • Melatonina – hormônio produzido pela gl. Pineal, intermedeia a reposta a modificações do fotoperiodismo em ovinos • Níveis ↑ na escuridão e ↓ durante o período de luz • Sinal de indicação da duração do dia no eixo neuroendócrino Os ovinos são animais poliéstricos estacionais, sendo considerado um animal de dia curto; - O cio da ovelha dura 24 a 48 horas reaparecendo 14 a 21 dias depois (média de 17 dias), quando não foi fecundada; - Desde que não tenha sido fecundada, a ovelha continua apresentando-se periodicamente em cio, durante o período reprodutivo. - A ovulação (liberação do óvulo) na sua fase final; - Principais sintomas de cio: - a fêmea abana a cauda; - presença de muco vaginal; - vulva apresenta-se inchada; - animais ficam inquietos; - berram; - aceitam a monta. - ausência de movimentos pela fêmea quando o macho se aproxima Fatores que influenciam na duração do cio: - Raça nas raças de lã é maior que nas de carne; - Idade aumenta com a mesma. Em borregas, a duração do cio é menor (3 a 24 horas). Encarneiramento em separado pode ser boa opção. - Momento da temporada reprodutiva na metade da temporada a duração do cio é maior do que no início e no final; 5) Período pré-acasalamento: - 30 dias antes do acasalamento seleção de todas as fêmeas que irão entrar em reprodução, observando-se: - aspecto geral (nutrição (ECC), sanidade, padrão racial, etc.); - defeitos de dentição; - exame de glândula mamária (mastite, tamanho das tetas, tetas segas); - exame de vulva; - histórico anterior. - Quanto ao reprodutor: - Não deve estar muito gordo; - recomenda-se fazer exame andrológico do sêmen para avaliar a fertilidade e relacionar com a idade. 6) Época de cobertura: - Carneiros todo o ano no rebanho, apresenta gravesinconvenientes: - Parição muito irregular; - Falta de melhores cuidados com o recém nascido; - Dificuldades no manejo nutricional e sanitário do rebanho de cria; - Desgaste excessivo dos machos; - Ausência do “efeito macho”; - Lotes desuniformes de cordeiros e de cordeiras. Origem geográfica dos animais e latitude importantes fatores que condicionam o efeito da luz sobre a atividade reprodutiva dos ovinos: Raças de lã fina menor estacionalidade (próximo ao equador); Raças de lã grossa maior estacionalidade Cruzamento lã grossa x lã fina comportamento intermediário. 7) Duração do período de acasalamento 45 a 60 dias são suficientes em épocas adequadas. No mínimo, duas oportunidades para serem servidas e concentração da parição. 8) Métodos de reprodução: - Monta natural: - método mais usual de reprodução; - machos soltos com as fêmeas na época de cobertura até que não haja mais ovelhas para fecundar; - Em função do número de ovelhas, aconselha-se fazer rodízio de reprodutores; - Opção de encarneiramento somente a noite no início - Pode-se marcar o carneiro no peito para controlar as coberturas. MONTA CONTROLADA OU DIRIGIDA: - As fêmeas permanecem no campo com os rufiões; - Passa-se no peito do rufião uma mistura de tinta xadrez com gordura. Ao montar, ele marca a fêmea em cio e esta é levada até o reprodutor que fica alojado em uma baia do aprisco; - Menor desgaste do reprodutor; - A cada 14 dias troca-se a cor da tinta do rufião (retorno ao cio); - Controle da data de cobertura; - Utiliza-se em média 1 rufião para cada 50 ovelhas; - Exige mão de obra qualificada; - Se mal conduzida, pode resultar em menor taxa de fertilidade. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL: - Carneiros de maior qualificação genética (pais de cabanha), são caros e não comporta a sua utilização em rebanhos gerais, é aconselhável a inseminação artificial que proporcionará uma melhoria nesses rebanhos; - Importante no melhoramento genético dos rebanhos; - O cio das ovelhas pode ser induzido e/ou sincronizado e detectado através de rufiões; - O sêmen é colhido dos reprodutores através de vagina artificial ou, em algumas circunstâncias, obtido através de estímulos elétricos pela utilização do eletroejaculador; - A qualidade do sêmen é checada e este é diluído e utilizado imediatamente; - O uso de sêmen congelado na inseminação implica em uma menor taxa de fertilidade. Vagina artificial • Mais empregado – Assemelha a monta natural • O carneiro realiza a cópula em um aparelho adaptado Partes: • Tubo rígido de borracha (válvula) • Tubo flexível de borracha • Cintas elásticas • Tubo ou copo coletor Montagem: • Introduzir água quente para preencher o espaço entre o tubo rígido e tubo flexível • Temp. interna da Vagina Artificial: 40 a 42Cº • Controle da temperatura com termômetro • Cuidar a pressão interna da Vagina Artificial Técnica de coleta - Contenção da ovelha - Posição do operador - Excitação do carneiro - Desviar: falso salto - Coleta A dose a ser utilizada é de 0,05 ml por ovelha Limpar a vulva com papel higiênico; Introduzir cuidadosamente o espéculo tubular com a mão esquerda, enquanto os lábios vulvares são afastados com o dedo polegar e indicador da mão direita. Acender a lâmpada para visualizar o colo. Com a mão direita, introduzir a pistola pelo espéculo e dirigir a extremidade da pipeta em direção do orifício do colo. Se o cervix é penetrável, a pipeta deverá ser introduzida suavemente o máximo possível para então retirar alguns milímetros, permitindo, dessa forma, a saída do sêmen. Inseminação intra-uterina - Deposição de pequenas doses de sêmen diretamente nos cornos uterinos via laparoscopia - Pode-se utilizar sêmen congelado (65 a 80%) 9) Relação macho-fêmea e horário de monta: - Quando reprodutores adultos são utilizados: - média de 1 macho para 40 a 50 fêmeas; - pode chegar a 1:100 quando os piquetes são pequenos; - 1:30 em áreas grandes e acidentadas. - A relação macho:fêmea precisa ser ajustada quando são utilizados borregos ou quando o cio das ovelhas é sincronizado. Nestes casos, não se deve trabalhar com mais de 25 fêmeas para um único macho; - Dois picos diários de atividade reprodutiva são observados: das 4 às 8 horas e da 16 às 20 horas, coincidindo com o amanhecer e o entardecer; - O cio da ovelha dura 24 a 48 horas; - Encarneiramento ou rufiões a noite. 11) Métodos de indução e sincronização de cio: - Fotoperíodo principal fator ambiental que controla o período reprodutivo nos ovinos. Secundariamente a temperatura e a nutrição; - A estacionalidade é um obstáculo para o aumento na produtividade ovina. Problema para organizar e estabilizar o mercado da carne. - Indução de cio para contornar a sazonalidade reprodutiva e produtiva. - Programa de luz consiste no fornecimento de luz artificial para completar um total de 16 a 18 horas diário, por um período de 60 dias. Após esse período, retira-se a fonte de luz artificial e 30 a 60 dias depois as fêmeas começam a manifestar cio. (10 W/m2 com lâmpadas a 2 m acima da cabeça dos animais). Final do outono e inicio do inverno. - Melatonina este hormônio apresenta relação direta com a percepção que o animal tem do fotoperíodo. Fornecido por meio de injeções, alimentação ou implante; - Efeito macho esta prática é baseada na separação dos machos por um período de 60 dias (bem distante das fêmeas) a posterior reintrodução. As fêmeas costumam desencadear sintomas de cio após 5 dias do contato com os machos (importância do período de encarneiramento); Progestágenos • Simular ação do CL; • Utilizado fora da estação reprodutiva; • Aplica-se na esponja 1 ml (50mg) de Acetato de Medroxi-progesterona. • Em forma de pessários vaginais – “esponjas”. Permanece por 14 dias. • Associado ao eCG (200 UI) no dia da retirada aumenta a taxa de ovulação. • Inseminação 54 a 56hs após a retirada (período de crescimento folicular no proestro e ovulação no estro); • Dia 0 aplicação de PGF2 em todos os animais; • Dia 7 repete a aplicação. • Ex. 0,4 ml de PROLISE 12) Fatores que afetam a fertilidade das ovelhas: a) Fatores genéticos (Raça e genes prolíferos) Raça - Na prática observa-se que raças especializadas para produção de carne normalmente apresentam taxas de fertilidade superiores as raças de lã; a) Fatores genéticos (Raça e genes prolíferos) Raças prolíferas - Finnish Landrace e Frisona Milchschaf; Genes prolíferos - Gene booroola e Gene Vacaria; b) Idade A fertilidade da ovelha aumenta com a idade até aproximadamente aos 6 anos, e logo diminui rapidamente. O número de cordeiros nascidos aumenta até esta idade como conseqüência de um incremento na proporção de partos múltiplos e uma diminuição na proporção de ovelhas falhadas. A maior proporção de cordeiros desmamados aparece ao redor dos 6 anos, e é uma conseqüência de uma menor taxa de mortalidade dos cordeiros. c) Peso corporal A fertilidade está diretamente relacionada com o peso corporal dos animais no momento de encarneirar. Contudo, ovelhas excessivamente gordas podem ter problemas de fertilidade; O peso vivo no momento da concepção como único elemento não explica por si só, sua correlação com o índice de reprodução. Estudos demonstraram que sobre o peso vivo no momento da fecundação, poderia incidir três situações: 1 – Que o animal estivesse perdendo peso; 2 – Que o animal não estivesse ganhando e nem perdendo peso; 3 – Que o animal estivesse ganhando peso. Quer dizer que com o mesmo peso no momento da concepção, podem dar-se três resultados distintos de índice de reprodução,segundo o animal esteja perdendo, ganhando ou estático em seu peso. d) Escore de condição corporal A avaliação da condição corporal através de escores obtidos pela palpação da região lombar, auxilia no manejo nutricional e reprodutivo do rebanho. Para identificar a região da palpação, deve-se localizar a última costela e subir com os dedos até encontrar a vértebra lombar. Nesta, sente- se dois processos denominados de apófises espinhosa e transversa. O escore obtido varia de 1 a 5 e se baseia na sensibilidade da palpação à deposição de gordura e músculo na vértebra. O escore 1 significa que o animal apresenta uma pobre condição corporal. Neste caso, sente-se muito as apófises espinhosa e transversa na palpação. Por outro lado, o escore 5 representa uma deposição excessiva de gordura, impedindo a sensibilidade das apófises. O escore de condição corporal sugerido para ovelhas na fase de reprodução (encarneiramento), varia entre 3 e 4. d) Nutrição: - O estímulo nutritivo antes e durante o serviço, conhecido como flushing, incrementa acentuadamente a cifra ovulatória e a incidência de partos múltiplos; - 21 dias antes até 21 dias após o início do período de cobertura. e) Momento da estação reprodutiva: - A ovelha aumenta sua fertilidade (número de óvulos liberados), até alcançar um máximo na metade da temporada reprodutiva; f) Cobertura de lã na cara: a fertilidade é menor em ovelhas com essa característica. GESTAÇÃO A gestação das ovelhas dura aproximadamente 150 dias, ou seja, em torno de 5 meses. O período de gestação é considerado em duas fases distintas: - 1a Fase da gestação É o período correspondente aos dois primeiros terços, ou seja, os três primeiros meses ou até 90 a 100 dias de gestação; - 2a Fase da gestação É o período correspondente ao terço final, ou seja, a partir dos 100 dias da gestação ou os últimos 50 dias antes do parto. O feto ou fetos irão crescer 70% dos seus pesos corporais e também as ovelhas terão o início da lactação (em torno de 30 dias antes do parto). Portanto, neste período as matrizes devem receber a melhor alimentação possível, em quantidade e qualidade. • Principais problemas relacionados a má nutrição da ovelha durante a gestação: a) Produção de lã a diminuição qualitativa e quantitativa da lã determinará graves perdas econômicas. Ovelha e cordeiro (maturação folicular); b) Mortalidade de ovelhas toxemia da gestação (principalmente quando gestando gêmeos); c) Mortalidade de cordeiros: - dificuldades ao parto devido a debilidade das ovelhas; - cordeiros muito pequenos e débeis ao nascimento, com menor possibilidade de sobrevivência; - diminuição na produção de leite das ovelhas, o que provocará mortalidade de cordeiros por inanição. d) Queda de imunidade das ovelhas durante a lactação. Diagnóstico de gestação É muito importante em rebanhos ovinos. – Avaliação imediata do serviço de cobertura / Inseminação; – Identificação de fêmeas vazias; Com a comprovação da prenhez: - Prever a data de parição e organizar lotes de parição (mostrar planilha setor); - Previsão e definição do manejo sanitário e de alimentação; - US • Cuidados durante a gestação: – As ovelhas devem gozar de tranqüilidade e de uma alimentação mais abundante, especialmente no terço final de gestação. Recomenda-se como alimentação uma ração suplementar de grãos, além de pastagens mais nutritivas, fenos, silagem, etc. – Devem ser evitadas as longas caminhadas e os banhos sarnicidas; – Quando forem conduzidas aos currais, corredores, bretes, etc., deve-se tomar o cuidado para que não se comprimam umas às outras. Cuidados na limpeza pré-parição e esquila de inverno; – É sempre conveniente dispor de abrigos para resguardar as ovelhas durante a época de parição, evitando-se assim a perda de cordeiros durante as épocas de muito frio ou de chuvas muito fortes. • Sintomas que indicam a parição: Variação estacional na proporção de partos múltiplos e de ovelhas falhadas (animais com idade média de 2 anos). RAÇA Época de encarneiramento % de ovelhas encarneiradas que pariram gêmeos % de ovelhas falhadas Dezembro 6,7 18,6 Ideal Abril 25,0 15,2 Janeiro 10,6 56,4 Corriedale Fevereiro 13,7 33,2 Março 29,2 20,8 Abril 19,1 12,0 Dezembro 1,6 30,2 Merino Abril 16,9 9,5 – Ventre caído, os flancos deprimidos, as mamas desenvolvidas, tanto que ao serem espremidas mostram uma secreção; – A vulva se apresenta intumescida escorrendo dela uma mucosidade e entre a ponta das nádegas e a base da cauda aparece uma depressão causada pela dilatação dos ligamentos que unem as duas regiões. PARIÇÃO Durante o período de parição, a “recorrida do campo” deverá obrigatoriamente ser feita duas vezes ao dia: pela manhã e à tardinha. Ocorre que algumas ovelhas, como a da foto, podem deitar mal e não conseguir levantar-se vindo a morrer, além de serem presa fácil para predadores. Identificação inicial de partos distócicos também é importante. PLANILHA DE PARIÇÃO • Problemas durante a parição (partos distócicos): - Cordeiro com elevado peso ao nascer super alimentação das fêmeas no terço final da gestação; - Cordeiro em posição anormal; - Idade da ovelha as borregas apresentam maior dificuldade de parto do que as ovelhas, principalmente se os cordeiros forem grandes; - Cruzamentos mal programados. • Se for decidido pelo auxílio ao parto, alguns cuidados devem ser tomados: - Higiene das mãos e do local o local deve ser limpo e as mãos bem lavadas. O correto é usar luvas; - O cordeiro deve ser colocado na posição correta antes de se tracionar, sendo que esta não deve ser muito forte; - Sempre que for necessário tracionar uma pata que está para trás, procurar envolver o casco do cordeiro com a mão para proteger o útero da ovelha; - Após retirar o cordeiro, colocá-lo imediatamente em contato com o focinho da mãe e deixar que ela o reconheça. Isto é importante para evitar casos de rejeição do cordeiro pela mãe; - Observar se o cordeiro vai mamar o colostro. Para a defesa do animal, é importante que o cordeiro mame o colostro nas primeiras horas de vida. MORTALIDADE NEONATAL • Um dos maiores problemas na ovinocultura é a alta mortalidade de cordeiros, que é um grande entrave do sistema produtivo; • As principais causas da alta mortalidade normalmente estão relacionadas com o manejo inadequado do rebanho – principalmente NUTRICIONAL; • A maior parte das perdas de cordeiros ocorrem nos três primeiros dias de vida (mortalidade neonatal); • Tem-se observado variações na mortalidade de cordeiros oscilando entre 15 a 30%, sendo que desses, apenas 3% morrem entre a assinalação e o desmame; Os principais fatores que influenciam sobre a mortalidade dos cordeiros são: • Nutrição Inadequada e Inanição do cordeiro principal causa da mortalidade de cordeiros. A taxa de mortalidade de cordeiros aumenta à medida que o peso ao nascer diminui. Os principais problemas do baixo peso do cordeiro ao nascimento são: – Poucas reservas energéticas; – Falta de vitalidade para buscarem o úbere de mãe e ingerirem colostro, e com isso, tornam-se menos resistentes; – Menor resistência ao frio. • Fatores climáticos adversos frios, ventos e chuvas, principalmente quando atuam juntos, podem provocar altas porcentagens de mortalidade de cordeiros recém-nascidos. Deve- se proteger as ovelhas recém paridas em instalações apropriadas. • Predadores cachorro, graxaim, carcará, corvos, onça, javali, porco doméstico solto, etc.; – Controlar predadores. – Manter as ovelhas em piquetes próximos para que sejam constantemente observadas; Partosdistócicos podem terminar com a morte do cordeiro e, em muitos casos, se a ovelha não for atendida a tempo, com a de ambos; Falta de habilidade materna estas ovelhas devem ser descartadas; Idade da ovelha Ovelhas de primeira cria e ovelhas muito velhas podem perder mais cordeiros. As borregas só devem ser colocadas em reprodução quando atingirem 60 a 70% do peso adulto, caso contrário, elas não conseguem manter a gestação até o final e se mal alimentadas, além de terem o seu desenvolvimento prejudicado podem vir a parir cordeiros de baixa viabilidade; Enfermidades infecciosas brucelose, toxoplasmose, tétano, etc. PERÍODO DE LACTAÇÃO • Se denomina lactação a produção de leite da ovelha desde o parto até que se realize o desmame. Uma baixa produção de leite neste período, além de reduzir a produção de lã e de carne, põe em perigo a vida do recém nascido; • Colostro: – é fundamental para a sobrevivência dos cordeiros (banco de colostro); – leite de cor amarela e com cheiro forte, sendo que seu valor energético é o dobro do leite normal. Possui duas vezes mais proteínas que o leite; – oferece ao recém nascido anticorpos, os quais são transferidos via leite do sangue da mãe para a cria. Este fenômeno é essencial para os ruminantes, já que não ocorre esta transferência via placentária; – sua ação laxante permite ao cordeiro eliminar os restos fecais do intestino (mecônio). ADMINISTAÇÃO DO COLOSTRO POR SONDA Cordeiro recém nascido recebendo colostro por sonda estomacal; 50 ml/kg de PV nas primeiras 6 horas de vida; Colostro congelado deve ser fornecido morno. Descongelar em água quente agitando até que fique morno; Não deve passar 56oC no descongelamento, para não inativar os anticorpos presentes. • Fatores que afetam a produção de leite: – A raça existe raças mais produtoras de leite do que outras, devido ao fato delas ou das raças que a originaram, terem sofrido um processo de seleção para estas características; – Idade A produção de leite aumenta até a quarta lactação e a partir daí começa a diminuir; – Número de cordeiros amamentados Aa ovelhas que criam gêmeos, produzem mais leite do que aquelas de parto simples, sendo que estas diferenças têm sido registradas oscilando em torno de 30%. Contudo, se um dos cordeiros morre, a ovelha passa a produzir leite como se tivesse um só cordeiro; – Nutrição A alimentação durante a prenhes avançada afeta a lactação ao modificar o crescimento do tecido do úbere. Além disso, influencia sobre o momento de iniciação da lactação. A nutrição insuficiente reduz o rendimento inicial e altera a curva de lactação, fazendo-a mais plana. DESMAME • Quando a quantidade de pasto é fator limitante concorrência entre ovelha e cordeiro, pelo alimento disponível. Com isto, tanto um como o outro comem menos do que suas necessidades exigem, situação esta que traz transtornos ao normal desenvolvimento dos cordeiros; • Outro aspecto importante é que, estando os cordeiros com as ovelhas no momento em que começam a pastar, ficam grandemente expostos a infestações parasitárias, pois nas primeiras semanas pós-parto as ovelhas apresentam uma menor resistência às verminoses, com o que passam a constituir um grande foco de contaminação dos pastos. • Tendo em vista que, aos 8 dias de idade os cordeiros já começam a experimentar alimentos sólidos e que a partir dos 21 começam a ingerir ração, à suplementação dos cordeiros com uma ração inicial poderá favorecer: – o ritmo de crescimento; – reduzir a mortalidade bem como evitar restrições na produção futura do animal; – adaptação à dieta sólida, possibilitando desmame precoce; Importante ferramenta para obtenção de 3 partos em dois anos. • em sistemas intensivos de produção. A alimentação suplementar poderá ser realizada com a utilização de creep feeding, conforme a figura abaixo. DESMAME • Na maior parte dos estabelecimentos rurais gaúchos o desmame dos cordeiros ocorre quando estes apresentam cerca de 4 meses de idade; • Contudo, a partir da 8a semana de vida, o cordeiro já se apresenta como verdadeiro ruminante, o que não justificaria mais sua presença junto com a mãe; • Pode-se também desmamar precocemente com 45 ou 60 dias de idade; • As principais vantagens da realização de um desmame precoce são: 1)Aumenta a eficiência de conversão da forragem em carne de cordeiro ao evitar o duplo processo de transformação: pasto-leite e leite-carne; 2) Com o manejo apropriado a desmama precoce pode reduzir a infestação de vermes nos cordeiros; 3) Ovelhas sem o cordeiro ao pé normalmente produzem mais lã; 4) As fêmeas conseguem recuperar o seu escore corporal mais rápido; 5) O desmame precoce facilita o manejo do rebanho e as fêmeas apresentam cio mais cedo. • Obs: Utilização de creep-feeding para desmame precoce.
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