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Criterios e diagnosticos HAS 2021

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Gabriela C. 
 
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al. 
Critérios diagnósticos e classificação da 
hipertensão arterial sistêmica e 
estratificação de risco cardiovascular 
Recomenda-se que a PA seja classificada como HA 
ótima, normal, pré-hipertensão ou estágios 1 a 3, de 
acordo com a PA do consultório. 
Programas de triagem para HA são recomendados. 
Todos os adultos (≥ 18 anos) devem ter a PA no 
consultório medida e registrada em seu prontuário 
médico e estar cientes da PA. 
Diante da simplicidade da medida realizada pela 
técnica oscilométrica, a utilização de dispositivo 
automático de braço pode ser preferível ao 
auscultatório, quando as duas técnicas estiverem 
disponíveis. 
Indica-se a medida da PA, anualmente, se a PA do 
consultório for < 140/90 mmHg. 
Recomenda-se que a PA no consultório seja medida 
em ambos os braços pelo menos na primeira 
consulta, porque uma diferença de PAS entre os 
braços > 15 mmHg é sugestiva de doença 
ateromatosa e está associada a um risco CV 
aumentado. 
Se uma diferença entre os braços < 15mmHg da PA 
for registrada, recomenda-se que todas as leituras 
subsequentes da PA usem o braço com uma leitura 
mais alta da PA. 
Na suspeita de HA secundária à coartação da aorta, 
a medida deverá ser realizada também nos 
membros inferiores, utilizando-se manguitos 
apropriados para a circunferência do braço ou da 
coxa. 
Em idosos, diabéticos, disautonômicos ou naqueles 
em uso de anti-hipertensivos, a PA também deve ser 
medida 1 minuto e 3 minutos após estar em pé 
(imóvel). A hipotensão ortostática é definida como 
uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 
mmHg dentro do 3o minuto em pé e está associada 
a um risco aumentado de mortalidade e eventos 
cardiovasculares. 
Nos indivíduos obesos, o uso de um manguito com 
tamanho e forma ideais em relação ao braço do 
paciente é de importância primordial. Manguitos 
mais longos e largos são necessários nesses pacientes 
para não haver superestimação da PA. A 
abordagem do antebraço deve ser considerada 
válida e pode ser usada em contextos clínicos para 
medir a PA, quando a medição do braço for 
desafiadora na obesidade grave (circunferência 
superior a 50 cm, em que não há manguito 
disponível). Assim, o pulso auscultado deve ser o 
radial, embora haja restrições a tal prática. 
Classificação 
São considerados hipertensos os indivíduos com PAS 
≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg. 
Quando utilizadas as medidas de consultório, o 
diagnóstico de HA deverá ser sempre validado por 
medições repetidas, em condições ideais, em duas 
ou mais visitas médicas em intervalo de dias ou 
semanas; ou de maneira mais assertiva, realizando-
se o diagnóstico com medidas fora do consultório 
(MAPA ou MRPA), excetuando-se aqueles pacientes 
que já apresentem LOA ou doença CV. 
Define-se a classificação de acordo com a PA do 
consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica 
ou diastólica. Indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e PAD 
< 90 mmHg são definidos como portadores de HA 
sistólica isolada, enquanto a presença de níveis de 
PAS < 140 mmHg e PAD ≥ 90 mmHg caracteriza a HA 
diastólica isolada. Tanto a HA sistólica isolada quanto 
a HA diastólica isolada apresentam maior 
prevalência de HA do avental branco (HAB). 
Medida da Pressão Arterial Fora do Consultório 
A MRPA fornece valores de PA mais reprodutíveis e 
está mais fortemente relacionada com a LOA, 
particularmente à hipertrofia ventricular esquerda, e 
a predição de morbimortalidade CV do que a PA do 
consultório. Há também evidências de que a MRPA 
pode ter um efeito benéfico na adesão à 
medicação e no controle da PA, especialmente 
quando combinada com orientação e 
aconselhamento. O telemonitoramento e os 
aplicativos de smartphone podem oferecer 
vantagens adicionais à MRPA, como auxílio à 
memória das medidas da PA e uma maneira 
conveniente de armazenar e editar os dados da PA 
em laudo digital. A MAPA é melhor preditor de risco 
CV e de LOA do que a PA do consultório. 
Hipertensão do Avental Branco (HAB) e 
Hipertensão Mascarada (HM) 
Define-se a normotensão verdadeira (NV) como as 
medidas da PA no consultório e fora do consultório 
normais, a HA sustentada (HS) quando ambas são 
anormais, a HAB quando a PA é elevada no 
consultório, mas é normal fora dele, e HM quando a 
PA é normal no consultório, mas é elevada fora dele. 
HA mascarada não controlada, quando a PA está 
controlada no consultório, mas elevada fora dele; HA 
do avental branco não controlada quando a PA 
está elevada no consultório, mas normal fora dele; 
HA sustentada não controlada, quando a PA no 
consultório e a fora dele estão elevadas; e HA 
controlada, quando a PA está normal no consultório 
e fora dele. 
Gabriela C. 
 
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al. 
Medida da pressão arterial no consultório 
O paciente deve sentar-se confortavelmente em um 
ambiente silencioso por 5 minutos, antes de iniciar as 
medições da PA. Explique o procedimento ao 
indivíduo e oriente a não conversar durante a 
medição. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas 
antes ou depois do procedimento. 
Certifique-se de que o paciente NÃO: 
• Está com a bexiga cheia; 
• Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 
minutos; 
• Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; 
• Fumou nos 30 minutos anteriores. 
Três medidas de PA devem ser realizadas, com 
intervalo de 1 a 2 minutos; e medidas adicionais 
somente se as duas primeiras leituras diferirem em > 
10 mmHg. Registre em prontuário a média das duas 
últimas leituras da PA, sem “arredondamentos” e o 
braço em que a PA foi medida. 
Medidas adicionais podem ter que ser realizadas em 
pacientes com valores instáveis da PA devido a 
arritmias. Nos pacientes com FA, os métodos 
auscultatórios devem ser preferencialmente usados, 
pois a maioria dos dispositivos automáticos não foi 
validada para a medida da PA. 
Use o manguito adequado para a circunferência do 
braço. O manguito deve ser posicionado ao nível do 
coração. A palma da mão deve estar voltada para 
cima e as roupas não devem garrotear o braço. As 
costas e o antebraço devem estar apoiados; as 
pernas, descruzadas; e os pés, apoiados no chão. 
Meça a PA nos dois braços na primeira visita, de 
preferência simultaneamente, para detectar 
possíveis diferenças entre os braços. Use o braço com 
o maior valor como referência. 
Para pesquisar hipotensão ortostática, meça 
inicialmente a PA (de preferência, em posição 
supina), e depois medir a PA 1 minuto e 3 minutos 
após a pessoa ficar em pé. As medições da PA em 
repouso e em pé devem ser realizadas em todos os 
pacientes na primeira consulta e também 
consideradas em visitas subsequentes em idosos, 
diabéticos, disautonômicos e pessoas em uso de 
anti-hipertensivo. 
Registre a frequência cardíaca. Para excluir arritmia, 
use palpação do pulso. 
Informe o valor de PA obtido para o paciente. 
 
 
Classificação da pressão arterial de acordo com a 
medição no consultório a partir de 18 anos de idade 
PA ótima < 120 e < 80 
PA normal 120-129 e/ou 80-84 
Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89 
HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99 
HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109 
HA Estágio 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110 
 
MAPA 
Vantagens: Leituras noturnas; Permite medições em 
condições de vida real; Uso em pacientes com 
cognição prejudicada e nos raros casos de 
comportamento obsessivo; Permite avaliar a 
variabilidade da PA em períodos curtos de tempo; 
Evidência prognóstica mais robusta 
Desvantagens: Custo elevado; Disponibilidade por 
vezes limitada; Pode ser desconfortável. 
MRPA 
Vantagens: Baixo custo e amplamente disponível; 
Medição em um ambiente domiciliar, que pode ser 
mais relaxado do que o do consultório; Permite 
avaliar a variabilidade da PA no dia a dia; 
Envolvimento do paciente na medição da PA; Maior 
adesão ao tratamentoDesvantagens: Somente PA em repouso; Potencial 
para erro de medição; Não tem leitura noturna. 
 
Indicações: 
• Pesquisa de HA do avental branco e HA 
mascarada; 
• Confirmação do diagnóstico de HA resistente 
• Avaliação do controle da HA, especialmente em 
pacientes de alto risco CV 
• Indivíduos com resposta exacerbada da PA ao 
exercício 
• Presença de grande variabilidade da PA no 
consultório 
• Avaliação de sintomas sugestivos de hipotensão 
durante o tratamento 
Indicações específicas para MAPA: 
• Avaliação da PA durante o sono e/o descenso 
vigília/sono (p. ex., suspeita de HA noturna, apneia 
obstrutiva do sono, doença renal crônica, diabetes, 
HA endócrina ou disfunção autonômica) 
• Investigação de hipotensão postural e pós-prandial 
em pacientes não tratados e tratados. 
 
 
Gabriela C. 
 
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al. 
Estratificação de Risco Cardiovascular 
 
A DCV é uma condição multifatorial que depende 
de interações sinérgicas em todo o complexo causal 
responsável por seu desenvolvimento. 
Quantificar o risco do paciente hipertenso pode 
nortear estratégias preventivas e de tratamento. 
A presença de um ou mais FRCV adicionais aumenta 
o risco de doença coronariana, cerebrovascular, 
renal e arterial periférica nos pacientes hipertensos. 
A identificação dos FR adicionais deve fazer parte da 
avaliação diagnóstica do paciente hipertenso, 
especialmente quando há história familiar de DCV. 
Uma estimativa confiável do risco CV pode ser feita 
de forma prática por meio da identificação de FR, 
como: 
Idade > 65 anos, Sexo (homens > mulheres), 
Frequência cardíaca (> 80 bpm), Aumento do peso 
corporal, Diabetes melito, Elevação do LDL-c, História 
familiar de DCV, História familiar de HAS, Tabagismo 
e fatores psicossociais e/ou socioeconômicos; 
Lesões em Órgãos Alvos: presença de HVE, DRC 
moderada a grave (RFG-e < 60 mL/min/1,73m2) ou 
de outra avaliação que confirme presença de LOA 
Doenças prévias: DAC, IC, AVE, DAOP, FA e DRC 
estágio 3 ou maior. 
Razões para realizar a estimativa de avaliação de risco 
•Estimar o risco de eventos cardiovasculares em 
médio e longo prazos 
•Determinar o nível de atenção à saúde, como 
frequência dos atendimentos 
•Determinar a precocidade de início do tratamento 
farmacológico 
•Determinar a intensidade do controle dos fatores de 
risco modificáveis. 
 
 
 
Fatores que podem modificar o risco do paciente 
hipertenso 
•História familiar ou nos pais de início precoce de 
hipertensão arterial 
•Nível muito elevado de um FR individual, incluindo 
HA estágio3 
•Eclâmpsia/pré-eclâmpsia prévia 
•Apneia do sono 
•Pressão de pulso > 60 (em pacientes idosos) 
•Ácido úrico > 7 mg/dL (homens) e > 5,7 mg/dL 
(mulheres) (GR: I, nível: C) 
•PCR ultrassensível > 2mg/L (GR: I, nível B) 
•FC > 80 bpm 
•Síndrome metabólica 
•Sedentarismo 
•Fatores psicossociais e econômicos 
•Distúrbios inflamatórios crônicos

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