Buscar

MÚSICA-NOS-SÉCULOS-XX-E-XXI-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
MÚSICA NOS SÉCULOS XX E XXI 
1 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2 
1. O PONTO DE PARTIDA: A INTERTEXTUALIDADE DA HISTÓRIA, ARTE E 
MÚSICA 3 
1.2 A MÚSICA EM SEUS PRIMÓRDIOS .....................................................3 
1.3 O CRISTIANISMO NA HISTÓRIA DA MÚSICA ...................................6 
1.4 O RENASCIMENTO ............................................................................6 
1.5 O BARROCO MUSICAL ......................................................................7 
1.6 O CLASSICISMO E MÚSICA ..............................................................8 
1.7 O PERÍODO DO ROMANTISMO .........................................................9 
2.0 A MÚSICA NO SÉCULO XX (MÚSICA MODERNA) ......................................... 10 
2.1 IMPRESSIONISMO, EXPRESSIONISMO E O DODECAFONISMO ....11 
2.2 A RELAÇÃO DE MÚSICA ERUDITA E A CONSTRUÇÃO DA MÚSICA 
CONTEMPORÂNEA .............................................................................................13 
2.3 MÚSICA ELETRÔNICA ........................................................................14 
2.4 JAZZ E BLUES .....................................................................................15 
2.5 ROCK ...................................................................................................16 
2.5 MPB ......................................................................................................20 
3.0 A MÚSICA NO SÉCULO XXI ............................................................................ 23 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em 
nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável 
e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. O PONTO DE PARTIDA: A INTERTEXTUALIDADE DA HISTÓRIA, 
ARTE E MÚSICA 
 
Considerando o ser humano como agente histórico de transformações e mudanças, 
podemos entender a música como forma de expressão humana, construída pela emoção, 
meios sociais e culturais. Para construirmos o conhecimento da formação da música nos 
séculos XX e XXI, é necessário compreendermos, o percurso percorrido até os tais. 
Segundo o estudioso da Psicologia Cognitiva, Daniel Levitin (2006, p.25), “não há nenhuma 
cultura conhecida no mundo que não tenha alguma forma de música, e alguns dos artefatos 
humanos mais antigos são instrumentos musicais [...]. De fato, o ato de fazer música 
antecede a agricultura nos registros arqueológicos”. O estudo da história da música, por 
essa razão, se torna, ao mesmo tempo, uma investigação das características socioculturais 
de cada período da humanidade. 
 
1.2 A MÚSICA EM SEUS PRIMÓRDIOS 
 
Pode se dizer que além da voz, a percussão é compreendida como a primeira forma 
de música realizada pelos homens primitivos. 
Em 1998, pesquisadores americanos e canadenses descobriram na Eslovênia 
(Balcãs, Europa) uma flauta rudimentar feita com pedaço de fêmur de uma espécie 
de urso, com 4 orifícios. Pesquisadores do Queens College, da Universidade de 
Nova Iorque, afirmaram que a idade aproximada da flauta foi estabelecida a partir 
da análise de cinco dentes de um urso das cavernas encontrados perto da flauta: 
45 mil anos. O Homem de Neandertal é o provável criador do mais antigo 
instrumento musical já descoberto no mundo. (FREDERICO, 1999, p.9) 
 
4 
 
 
 
 
Após isso com a evolução do homem em suas ferramentas, descoberta do fogo, 
manipulação de metais, diversos povos criaram instrumentos com notas musicais definidas, 
como flautas (chineses), arpas/saltérios (mesopotâmia), harpas (Egito), liras (Síria), etc. 
Embora já tivesse sido criado alguns instrumentos, acredita-se que a música daquele 
tempo era utilizada em caráter ritualístico, tendo a voz, como seu principal 
instrumento. Os gregos usavam a música e as artes para estarem mais próximos das 
divindades. Ao som da lira, vozes, teatro e dança, eram encenadas as chamadas 
“tragédias”. 
Um grande destaque nessa época foi Pitágoras que descobriu as notas e as escalas 
musicais. A partir daí a música passa a tomar forma e os gregos integram a base para 
construção dos processos de organização das notas, para posteriormente criação de 
escalas, tetracordes diatônicos (formados por dois tons e um semitom). 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Assim como mostra na imagem a seguir as Escalas Diapason de Tetracordes 
Ascendentes (Hiper) e descendente (Hipo): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já em Roma, tomando como grande influência os gregos e etruscos, a música era 
usada com a finalidade de comunicação entre soldados das tropas, comemoração com 
hinos mediante as vitórias, bem como em rituais de cultos aos deuses. Roma também se 
destaca por ter as chamadas “sacerdotisas”, que eram as mulheres que tocavam alguns 
instrumentos. 
 
 
Os chineses por sua vez, além de usarem a música em eventos religiosos e civis 
tiveram uma percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo 
chegando a usar a música como "identidade" ou forma de "personalizar" momentos 
históricos e seus imperadores. 
 
Hiperdório – (si – lá – sol – fá / mi – ré – dó – si); 
Hipodório – (lá – sol – fá – mi / ré – dó – si – lá). [...]. 
Hiperfrígio – (lá- sol – fá – mi / ré – dó – si – lá); 
Hipofrígio – (sol – fá – mi – ré / dó – si – lá – sol). [...]. 
Hiperlídio – (sol – fá – mi – ré / dó – si – lá – sol); 
Hipolídio – (fá – mi – ré – dó / si – lá – sol – fá). [...]. 
Misturando-se (Mixo) algumas notas, 
com alterações na afinação, dos modos Lídio e Hiperdório chegou-se ao: 
Mixolídio – (si – lá – sol – fá / mi – ré – dó – si). [...]. 
O modo Hipófrígio gerou o: 
Modo Jônico – (dó – si – lá – sol / fá – mi – ré – dó). Um pouco mais grave 
 
 
6 
 
 
Quase todos os povos criaram escalas musicais, estas, por motivos culturais, foram 
organizadas de diferentes formas. Chineses, árabes, africanos entre outros, desenvolveram 
escalas diferentes das nossas e estas serviram como base para modificações futuras nos 
séculos XX e XXI. 
 
1.3 O CRISTIANISMO NA HISTÓRIA DA MÚSICA 
 
Destaca-se um papel de suma importância na história da música no que se refere ao 
período da idade Antiga para a Idade Média. Podemos destacar como marca desse 
período, o canto Monofônico (uma só voz sem harmonização), utilização de melismas 
(sustentação de uma mesma vogal alterando um tom acima/baixo), bem como o canto 
salmodia (o canto que chama a resposta). Com a ruptura das igrejas de Constantinopla e 
Romana, a música passa a dividir-se em duas vozes (diafonia), que é o que popularizamos 
como “segunda voz”, cantando uma terça ou quinta acima, até se dissolverem em um único 
som. 
 
1.4 O RENASCIMENTO 
 
Após esse período a história da músicapassa por algumas transformações, inicia-
se com os cristãos, após a queda do império romano e vai até o período do renascimento, 
momento no qual a razão passa a predominar sobre a religião. 
No período que chamamos de renascimento século XV e XVI ocorria grande 
renovação cultural e com isso um aumento na valorização das artes e ciências. Surge então 
a reforma protestante com Martinho Lutero, promotor de uma espécie de rito devocional, 
no qual eram integrados os corais polifônicos, cantados a capela. Nesse 
 
período, ainda não existiam marcações em andamento da música, pois o metrônomo não 
havia sido inventado. Para referência do andamento e velocidade das músicas eram 
utilizadas as danças, e a Suíte era o conjunto de danças que serviam como referências 
para dar andamento as composições. Nesse período, na Europa, cresce o interesse pela 
7 
 
 
música profana (que não era religiosa). Nessa modalidade a música também era 
trabalhada em várias melodias, porém as melhores composições ainda ficavam a encargo 
da igreja. 
 
 
 
1.5 O BARROCO MUSICAL 
 
Período que compreende desde o aparecimento da ópera até o início do classicismo. 
Destaca-se pela morte do alemão, violinista, compositor e maestro Johann Sebastian Bach. 
A música barroca foi muito fértil contendo elaborações, brilhantismo e imponência 
não vistos anteriormente na história da música, fato esse, talvez, devido à oposição aos 
 
 
modos gregorianos até então vigentes. A criação aflorou no período barroco e diversos 
gêneros musicais foram criados. A partir daí as partituras musicais ganham força, são 
criados novos instrumentos (1600-1750), onde podemos citar a criação dos violoncelos, 
violinos e outros. Surge-se a definição da estrutura da ópera, concertos musicais. Podemos 
dar destaque ao compositor de óperas, Cláudio Monteverdi (1567-1643), consagrado com 
8 
 
 
a Ópera Orfeu (1607), talvez tenhamos aqui a formação da primeira orquestra, já que para 
esta peça Monteverdi utilizou cerca de 40 instrumentos musicais, dentre eles famílias 
inteiras de instrumentos de corda. 
 
 
1.6 O CLASSICISMO E MÚSICA 
 
Já no século XVIII até o início do século XIX, entramos no que chamamos de 
período clássico, caracterizado pelo estilo galante, as sinfonias criadoras de períodos de 
 
 
tensão e relaxamento, no qual Mozart “considerado gênio em suas composições” e logo 
após Beethoven, foram os nomes representativos. 
No Classicismo, a música instrumental foi muito valorizada e os músicos buscaram 
libertar sua Arte de qualquer relação com um texto, seja ele poético, mitológico ou filosófico. 
Nesse período surge, a sonata, e os espetáculos de ópera e as orquestras começam a ter 
maior destaque. A orquestra nesse período toma forma, os metais começam a fazer parte 
da concepção harmônica, bem como alguns instrumentos de percussão. Nesse período, a 
9 
 
 
música instrumental passa a ter maior destaque, adquirindo "porte", elegância e 
sofisticação. O período do classicismo foi marcado por discursos musicais de forma sonata, 
esse estilo trata-se de divisões de temas tônicos, como se fosse uma ponte, apresenta se 
o primeiro tema, depois o segundo e logo após os dois temas alternando as tonalidades, 
finaliza-se com o retorno ao primeiro tema sem modulação. Além do estilo sonata, podemos 
mencionar a sinfonia, trata-se de um modelo de sonata para orquestra, significa “soar em 
conjunto”. Compreende-se como um discurso musical com início, meio e fim. Normalmente 
o primeiro movimento bem rápido, depois mais vagaroso e por fim mais brilhante e vigoroso, 
algumas vezes inseridos trios e minuetos. 
 
 
1.7 O PERÍODO DO ROMANTISMO 
 
Nesse período, a música estava em busca de uma quebra da estrutura clássica e 
em busca de expressões mais vivas e abstratas, com emoções, dores, imaginação, 
misticismo, sentimentos, era uma verdadeira expressão da alma, a ópera ganha uma nova 
vida é o período da música erudita em que um grande número de músicos ficaram 
conhecidos: Tchaikovsky, Brahms, Liszt, Wagner e Chopin, entre outros. As composições 
buscavam uma a reconhecimento do indivíduo, exaltação do belo, expressões de 
melancolia e saudade. A Artes de pintura e literatura voltam a fazer parte das músicas e 
surgem festivais de músicas. O período do romantismo é marcado pela música 
programática, aquela na qual tem uma busca por evocar ideias, significados, mensagem e 
sentimentos que vão além da música em si. O concerto nesse período também sofreu 
algumas modificações, apenas o solista apresentava os movimentos para a orquestra. A 
Ópera ganhou mais vida com danças, artes cênicas e artes plásticas. 
10 
 
 
 
Considera-se importante uma contextualização da sequência dos passos musicais 
como passar dos séculos, para melhor compreensão de como se formou a música do 
século XX. Por essa razão, o estudo da música passa a ser uma investigação das 
características culturais de cada tempo, conforme as transformações ocorridas. 
 
2.0 A MÚSICA NO SÉCULO XX (MÚSICA MODERNA) 
 
Para iniciarmos esse tópico é importante partir do pressuposto de que a música do 
século XX, não se trata de uma nova doutrina de forma a esquecer a construção anterior 
advinda das contribuições sociais e culturais dos períodos, todavia parte do pressuposto de 
que os objetivos artísticos e musicais hoje analisados, foram originados em outras épocas 
e culturas distintas. 
Compreendemos então que os novos compositores só conseguiram chegar ao 
“novo” compreendendo e valorizando os aspectos do passado. A esse respeito, Eric 
Salzman (1967, p. 1-2), professor de música do Queens College, afirmou “a música do 
século XX parece ser tão fundamentalmente diferente da música do passado, e tão variada 
e abrangente nela mesma, que se torna difícil compreender que a música do nosso tempo 
11 
 
 
tenha raízes profundas naquilo que veio antes e, ao mesmo tempo, uma unidade penetrante 
que a distingue deste passado”. Em um contexto de grande influência nas artes, por Freud, 
além de conflitos políticos e guerras mundiais, os músicos dos romantismos começaram a 
se libertar das formas estabelecidas pelos clássicos. 
Nesse período podemos destacar Debussy, em sua obra “La Mer”, na busca da 
transmissão de imagens aos ouvinte; O russo Igor Stravinsky “grande músico do século 
XX”, na sua exploração da harmonia e uso dos instrumentos; No Brasil Heitor Villa-Lobos 
e sua apresentação na Semana da Arte Moderna (1922), e sua rica contribuição cultural, 
viajando pelo país e unindo as tradições e costumes musicais , produzindo “Bachianas 
Brasileiras” , músico erudito de maior destaque no Brasil. Um grande marco na história da 
música neste tempo foi a expansão do rádio e a invenção da televisão, isso promoveu uma 
avanço na difusão da comercialização, formas de composição e novos instrumentos, 
rompendo com as barreiras físicas e adentrando no processo de globalização. Nesse 
período desenvolve-se também a música popular, estilos como Blues, Rock, Jazz, 
ganham seu espaço 
 
2.1 IMPRESSIONISMO, EXPRESSIONISMO E O DODECAFONISMO 
 
Desenvolvido na França o Impressionismo iniciou-se no século XIX e foi até o século 
XX, foi caracterizado pelo uso das escalas maior e menor, ausência de uma delimitação 
melódica nítida, grande importância aos sons contidos dentro das obras dedilhados, 
floreios, etc. São considerados grandes nomes do impressionismo, Claude Debussy 
(Imagem abaixo) e Maurice Ravel. Diferindo da música programática no que tange a não 
buscar contar uma história, apenas estimular percepções ou melhor impressões, com 
acordes não resolvidos e harmonias quase modais, as vezes sem compasso e barras. O 
Impressionismo também influenciou a música de músicos de jazz, bossa-nova, assim como 
o maestro Tom Jobim, que utilizou não só motivos impressionistas, como também 
estruturas harmônicas similares às de Debussy e Ravel, nas suas músicas popularescomo 
nas eruditas. 
 
12 
 
 
 
 
Após o impressionismo a música avança para o Expressionismo. Desenvolvido 
principalmente na Alemanha com Arnold Schoenberg e seus alunos Anton Webern e Alban 
Berg, o expressionismo caracterizava-se pela emotividade intensa, harmonias cromáticas, 
melodias frenéticas, desconjuntadas caracterizando o estilo atonal. Por outro lado, do ponto 
de vista de Wozzeck (obra de Alban Berg), o expressionismo toma uma forma menos 
angustiante e sofrida, caracterizada pela atonalidade livre, para uma forma mais inteligente 
construída. Por esta razão, os expressionistas usam formas tradicionais, tais como: cânone, 
invenção, fuga, suite, minueto, marcha, serenata, valsa, sonata clássica e especialmente a 
base da forma da canção. Através de formas tradicionais, eles fazem a ponte entre o 
racional e o emocional. 
 
 
 
Com as contribuições de Arnold Schoenberg surge também o Dodecafonismo, nesse 
sistema as notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais 
podem ser usadas de quatro diferentes maneiras. As doze notas da escala apareciam 
Claude Debussy 
(1862 –1918) 
 
 
 
 
Arnold 
Schoenberg 
(1874 —1951) 
13 
 
 
melodicamente na série e numa ordem determinada que se mantinha inalterável ao longo 
de toda a obra. Construiu então, um método para organizar os doze sons da escala 
cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 sons", que logo 
ficou conhecida como dodecafonismo serial. Possibilitou algo diferente, ou seja, a 
construção de uma base para a renovação da linguagem musical. Décadas depois, 
compositores como Pierre Boulez e Milton Babbitt ampliaram o conceito original e criaram 
o serialismo integral, que tratava-se de uma técnica, na qual os músicos tinham à 
disposição uma linguagem de organização coerente dos sons, ao longo de uma obra. Nesta 
variação da técnica todos os parâmetros musicais, como duração, timbre, altura e 
intensidade são ordenados segundo os princípios elaborados por Schoenberg. No Brasil o 
dodecafonismo iniciou com Hans-Joachim Koellreutter, pode se citar outros nomes que 
também o utilizaram em suas composições Tom Jobim, Arrigo Barnabé, César Guerra-
Peixe, Edino Krieger, entre outros. 
 
2.2 A RELAÇÃO DE MÚSICA ERUDITA E A CONSTRUÇÃO DA 
MÚSICA CONTEMPORÂNEA 
 
Nós capítulos anteriores vemos como a música ganhou forma expressiva, inserindo 
novas tensões, e buscando pela atonalidade. O serialismo entra como grande tendência 
no século XX, uma vez que, por mais que o entendimento do sistema não nos permita 
perder a possibilidade de contemplação da expressividade da obra, talvez o contrário seja 
possível, isto é, a organização matemática chega a níveis tão complexos que a “ordem de 
orientação” das músicas, a partir da série (como queria Schöenberg), talvez seja 
dificilmente perceptível para maioria dos ouvintes. De um lado a música serialista, de outro 
a música minimalista, que trata-se de um movimento muito menos complexo, com 
discurso musical mínimo com justaposição de elementos musicais, harmonia estática e 
repetições transcendendo o conceito tradicional de ritmo e forma musical. Em 1952 John 
Cage traz uma nova representação de música, que é a música aleatória. Em sua 
execução, o músico posiciona-se no palco, e em silêncio aciona um cronometro e utiliza os 
ruídos da plateia como os sons da música. 
Na França os compositores Pierre Schaeffer, Pierre Henry e Oliver Messiaen, com 
o desenvolvimento científico, utilizavam meios eletrônicos para gravar sons concretos, 
14 
 
 
nesse estilo é como se o compositor cortasse, manipulasse e editasse a melodia e o ritmo, 
de forma a buscar o melhor deles, buscando possibilidades novas do “rascunho original”, 
estilo conhecido como música concreta. 
 
 
 
2.3 MÚSICA ELETRÔNICA 
 
 De forma linear a música concreta, cria-se a música eletrônica em meados 1948, 
consistia em uma grande variedade de sons, com supressão de frequências indesejadas, 
adição de vibratos e reverberação entre tantas outras formas que se buscou de alterar um 
som fundamental ao ponto de se buscar um Som Puro, ou seja, um som que não soasse 
harmônico. Somente a nota real deveria aparecer. A música para fita magnética, criada sem 
sons naturais, foi batizada de Elektronische Musik,” por compositores como Karlheinz 
Stockhausen e Herbert Eimert.Pierre Schaeffer em 1948, realiza a difusão de Études de 
Bruits pela “Rádiodiffusion Télévision – Française”, a primeira obra gravada em fitas 
magnéticas. A música eletrônica e música concreta expandiram a gama de sonoridades 
disponíveis para a criação musical e abriram precedentes para a experimentação também 
no âmbito instrumental, suscitando técnicas “estendidas” de execução instrumental, esse 
estilo musical só começa a ganhar foco com o surgimento dos sintetizadores digitais (os 
samplers) e quando se torna possível criar batidas em computadores pessoais, que 
possuíam recursos de áudio fáceis para se montar um estúdio caseiro. 
 
15 
 
 
 
 
2.4 JAZZ E BLUES 
 
 Iniciamos esse título com o posicionamento do historiador britânico Eric Hobsbawm 
sobre a história do jazz, e o que o define como um estilo. Para o autor trata se de uma 
manifestação a) baseada na mistura de linguagens musicais africanas e europeias, 
“fermentadas” nos Estados Unidos, no século XX; b) cujo apoio fundamental é o ritmo; c) 
na qual são empregados timbres instrumentais e vocais próprios; d) que originou formas 
musicais e repertórios específicos; e) que se trata de uma música “de executantes”, ou seja, 
em que há espaço para a improvisação individual (HOBSBAWM, 1990, p.42-47). 
 
16 
 
 
 
 
Pode ser considerado com uma das matrizes musicais mais importantes no século 
XX e XXI, grande parte do que ouvimos nos dias atuais sofreram influência desses estilos. 
O Jazz possui algumas particularidades musicais que vem da cultura africana, mais 
conhecida como “escala blue”, apoiado no ritmo constante e uniforme (geralmente de dois 
ou quatro por compasso). As formas comuns usadas pelo jazz são o blues e a balada. 
 
2.5 ROCK 
 
Assim como o jazz, o iginou a partir de várias influências estilísticas (incluindo o 
próprio jazz), e é um gênero musical que pode ser definido a partir de elementos comuns 
que aparecem nas obras, tais como o ritmo, o timbre, o conteúdo das letras ou as formas 
musicais. No rock, o ritmo tem uma especificidade. Além da organização geral, respeitando, 
muitas vezes, a estrutura dos quatro compassos (revisitada várias vezes neste texto), é um 
ritmo quaternário, ou seja, cada unidade de tempo (compasso) é formada por quatro 
batidas. Se ouvirmos um rock e batermos a mão, é provável que uma frase musical 
completa se desenvolva a cada 16 batidas ou 4 compassos, com 4 batidas cada. A 
especificidade do rock é a acentuação das 4 batidas em cada compasso. Em diversos 
estilos musicais instrumentais ou na música dançante, de forma geral, a acentuação é feita 
dessa forma: fraco, forte, meio-forte, fraco. Já no rock, há um contratempo, isto é, 
comparados à estrutura anterior, os tempos fracos são acentuados. Como a bateria possui 
17 
 
 
um bumbo e uma caixa-clara, o ritmo básico do rock é feito dessa forma: bumbo (marcado), 
caixa (forte), bumbo (menos marcado), caixa (forte). O contratempo, então, se dá no toque 
forte da caixa (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo). 
 
 
Na análise dos timbres da banda de rock, ganham destaque quatro fontes sonoras 
básicas: a bateria, o (contra)baixo elétrico, a guitarra elétrica e o vocal. Os 29Por isso, é 
que dizemos que, ao dançar, fazemos “dois pra lá, dois pra cá”, ou seja, os dois passos 
principais correspondem aos tempos forte e meio-forte de cada compasso. I 51 I timbres da 
bateria são variados, não só porque o instrumento agrupa vários em um só (pratos, bumbo 
e caixas), mas também porque podemos tocar com baquetas mais oumenos duras ou 
mesmo com aquelas que imitam uma vassourinha. O vocal também possui diferentes tipos 
de timbre, que vão desde um canto mais suave até o chamado drive ou vocal gutural 
rasgado, típico de alguns estilos, dentro do rock. O baixo elétrico é uma espécie de versão 
do contrabaixo acústico encontrado em uma orquestra. 
 
18 
 
 
 
 
Já a guitarra, amplificada e, muitas vezes, tendo seu som manipulado por meio de 
mecanismos como os pedais de distorção, oferece uma variedade de timbres muito 
utilizada não só para acompanhamento das melodias do vocal, mas nos solos (momentos 
solistas) das músicas, quando o guitarrista se destaca do fundo sonoro da banda e, assim 
como no jazz, faz uma improvisação ou um solo escrito pelo compositor da música. Esse 
instrumento foi desenvolvido a partir da década de 1930, e perdeu a caixa de ressonância 
(como a do violão) a partir das criações de Leo Fender, na década de 1950 (MADALOZZO, 
MADALOZZO, no prelo). 
 Por fim, do ponto de vista formal, o rock é organizado segundo o mesmo sistema de 
repetição versus contraste, já abordado nos capítulos anteriores. Dizendo de outra forma, 
as estrofes mais longas são alternadas com o refrão, que em geral, é a parte mais 
facilmente memorizável pelo ouvinte. Além disso, o rock tem um elemento organizador 
denominado riff. Trata-se de uma frase curta, em geral, tocada pela guitarra, repetida várias 
vezes na música, em especial, no refrão: é aquela frase musical que, quando ouvimos, nos 
faz remeter imediatamente à música (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo). Assim como 
no jazz, é inviável citarmos todas as variações do rock como estilo, ao longo dos séculos 
XX e XXI, mas podemos afirmar que as suas origens são parecidas com as do jazz, 
incluindo a música country, o blues e a música gospel americana. A fusão desses 
elementos foi experimentada por diversos músicos, inclusive por Chuck Berry (1926- ), por 
muitos, considerado o criador do rock. Uma de suas músicas mais famosas é Johnny B. 
Goode30 (1955), que possui o mesmo baixo característico do boogie-woogie aqui citado, e 
19 
 
 
um solo de guitarra, na parte central, em algumas gravações (MADALOZZO, MADALOZZO, 
no prelo). Seguindo uma cronologia, podemos destacar a ousada letra da canção Like a 
rolling stone (1965), de Bob Dylan (1941), e o famoso riff, com timbre de órgão. Fora dos 
Estados Unidos, foram fundamentais para o desenvolvimento do rock, bandas como The 
Beatles e The Rolling Stones. Na trajetória dos Beatles, fica evidente o quanto as músicas 
evoluem, pois os timbres, ritmos, melodias e 30A partir deste ponto, não forneceremos 
orientações sobre a busca de áudios na internet porque, de forma geral, os exemplos 
musicais podem ser mais facilmente encontrados a partir de seus títulos e dos nomes dos 
compositores. São estruturas simples do início da carreira passam por um aprimoramento 
e por uma complexidade musical e temática ao longo dos anos. 
 No Brasil, o rock da década de 1950 dividiu espaço com a Bossa Nova, considerada 
um estilo erudito. A partir da influência de movimentos como a “Jovem Guarda” ou das 
experimentações acerca da fusão de elementos do rock com a cultura brasileira, feitas pela 
banda “Os Mutantes”, o rock passou a escrever uma história em nosso país, incluindo o 
uso sistemático da guitarra elétrica, importada dos Estados Unidos. Contudo, é interessante 
lembrar que, em 1967, houve uma passeata contra o uso desse instrumento, da qual 
participaram artistas, como Jair Rodrigues, Geraldo Vandré, Edu Lobo e Gilberto Gil, que 
protestavam contra uma suposta invasão de ideais norte-americanos na música brasileira, 
representados pelo uso da guitarra elétrica. (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo). 
 
Outros movimentos do rock são o rock progressivo e o punk rock, que representaram 
a incorporação de outros elementos ao estilo, como diferentes timbres instrumentais, letras 
e harmonias mais complexas e longas (no caso do rock progressivo), além de temas como 
a sexualidade, as drogas e a política, em canções mais curtas e simples (no caso do punk 
rock) 32. Ainda, podemos mencionar o rock alternativo, formado por misturas musicais, a 
20 
 
 
ponto de não estar bem definido em nenhum outro estilo específico (MADALOZZO, 
MADALOZZO, no prelo). A partir deste rápido panorama sobre o rock, bem com o 
desenvolvimento de suas principais características, fica evidente o fato de que se trata de 
um gênero musical complexo e com muitas variações, que podem ser trabalhadas 
pedagogicamente, não apenas por meio das características musicais específicas de cada 
obra estudada, mas também por esse pano de fundo histórico, que é tão importante para a 
compreensão das canções. Por considerarmos que o rock é um estilo musical que tem 
muita visibilidade nos dias de hoje, e cujos exemplos musicais são facilmente encontrados 
nas gravações em discos e na internet, propomos um trabalho de pesquisa e de 
identificação de outros elementos musicais, dentro da vasta produção de canções que 
caracterizam as evoluções históricas do gênero. Lembramos que, por estar relativamente 
próximo das preferências musicais de diversas gerações, o rock é um estilo que pode ter 
grande aceitação pelos alunos, quando trabalhamos com a história e a percepção musical. 
 
2.5 MPB 
 
A expressão “música popular” é usada por aqui há séculos, mas sem se referir a 
nenhum movimento ou grupo artístico específico. A história da MPB só começa de verdade 
na segunda metade da década de 60. O contexto era o seguinte: a bossa nova, com 
influências do samba e do jazz americano, fazia sucesso com sua proposta de criar músicas 
mais sofisticadas, falando do cotidiano e das belezas do Brasil. Grandes nomes como Tom 
Jobim, Vinicius de Moraes e Nara Leão já faziam sucesso com esse movimento. Ao mesmo 
tempo, havia um outro grupo que queria resgatar as origens da música brasileira, buscando 
inspiração no folclore e nos ritmos tradicionais vindos de diferentes regiões do país. O 
Surgimento da “música popular brasileira”, assim como no caso do jazz e do rock, remonta 
ao século XIX (suas influências vindas ainda de antes). Carlos Sandroni, professor de 
música da UFPE, afirma que, no final do século XIX, não se falava ainda, em “música 
popular”. A “música” era aquela considerada como Arte (com letra maiúscula), ou seja, pela 
complexidade e erudição, Como os escravos não eram considerados parte do “povo”, suas 
manifestações também não eram entendidas como música popular (SANDRONI, 2006). A 
ideia de “música popular” surgiu na década de 1920, quando Mário de Andrade e outros 
pesquisadores passaram a considerar que o povo brasileiro, na sua maioria, vivendo no 
21 
 
 
meio rural, havia criado manifestações musicais com alta carga de identidade cultural 
(SANDRONI, 2006). 
Segundo a autora, ao longo daquela década, a produção musical rural ficou 
conhecida como “música folclórica”, numa tentativa de diferenciá-la da música urbana, 
veiculada nas rádios e registrada nos discos, denominada “música popular”. É apenas nos 
anos 1960, que aparece a sigla MPB. Sobre isso, Sandroni (2006, p.1) argumenta que ela 
condensa, “[...] além de significações musicais – na qual ‘popular’ se define por oposição a 
‘folclórico’ e ‘erudito’ – associações políticas, onde ecoam não apenas os CPCs [Centros 
Populares de Cultura] de antes do golpe, mas também o MDB de depois do golpe”. Dessa 
forma, se em sua origem, o conceito já buscava definir um tipo específico de produção 
musical distante do erudito, por um lado, e do folclórico, por outro, com o passar das 
décadas, percebemos que há uma indefinição da MPB como gênero musical específico, 
abrindo um leque de possibilidades muito grande sob a mesma denominação. 
 
 
O marco inicial da MPB foi a música Arrastão, escrita por Edu Lobo e Vinicius de 
Moraes e interpretada por Elis Regina. Além de inaugurar o que viria a ser conhecidocomo 
Música Popular Brasileira, a canção ainda foi o pontapé inicial da brilhante carreira de Elis. 
No ano seguinte, a música Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, também entrou para a lista 
da MPB, e a partir daí foram surgindo mais e mais sucessos. Em 1966, as músicas 
Disparada, interpretada por Jair Rodrigues, e A Banda, de Chico Buarque, foram 
consideradas o marco definitivo de ruptura da MPB com a segunda geração da Bossa Nova. 
Por ter surgido como bandeira de luta, a Música Popular Brasileira nasceu com letras 
22 
 
 
críticas, as chamadas canções de protesto — músicas que tentam chamar a atenção dos 
ouvintes para problemas políticos e sociais. Podemos citar como exemplo a clássica Pra 
Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré. Nesse mesmo contexto, estava 
acontecendo outro fenômeno que mudou a história do Brasil: a popularização da televisão. 
A música, que até então só era ouvida no rádio, ganhou espaço nas telinhas e surgiram os 
famosos festivais musicais, responsáveis por consagrar de vez a MPB. Apesar da censura 
do regime, muitos artistas conseguiram se apresentar nos festivais cantando músicas que 
eram verdadeiras canções de protesto contra a ditadura. Alguns, infelizmente, não 
conseguiram fugir da censura, como Chico Buarque e Gilberto Gil, que tiveram o áudio 
cortado ao apresentarem a música Cálice, no festival Phono 73. 
A música Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, foi apresentada no 3º Festival de 
Música Popular Brasileira, em 1967, e marcou o início definitivo de um importante 
movimento dentro da MPB: o Tropicalismo. Ao contrário do que se fazia até o momento, as 
músicas perderam o tom sério de crítica direta e passaram a abusar dos trocadilhos, das 
ironias e das figuras de linguagem, adotando uma sonoridade mais pop e experimental. 
Durante o mesmo período, surgiu uma outra vertente que consagrou nomes como Erasmo 
Carlos e Wanderléa: a Jovem Guarda. O movimento também teve seu espaço garantido na 
televisão e no coração dos brasileiros. Acontece que a Jovem Guarda foi para um caminho 
bem diferente do que tomava a MPB: adotou um estilo mais voltado para o rock, com 
guitarra elétrica, ritmos dançantes e letras com temas mais superficiais. 
A Música Popular Brasileira teve importância em vários movimentos sociais. É por 
isso que ela costuma ser classificada como um conjunto de manifestações artísticas e 
culturais que vão além do gênero musical. Ela foi muito importante na luta contra a censura 
e na busca pelo resgate das raízes culturais brasileiras, tanto que a história da MPB chega 
a se misturar com a do Brasil. Mas se engana quem pensa que a importância da MPB ficou 
no passado. Artistas como Tiago Iorc são um ótimo exemplo de que ela continua aqui para 
questionar e nos fazer refletir sobre os problemas sociais. Vários novos artistas têm se 
destacado e dado novos ares à MPB, seja buscando a fórmula “original” ou construindo 
novos conceitos. 
 
 
 
23 
 
 
3.0 A MÚSICA NO SÉCULO XXI 
 
Como tudo na vida se transforma, a música também passa por esse processo de 
transformação. As novas tecnologias fizeram com que as apresentações de música 
ganhassem um espaço alternativo: o cinema, a televisão, o rádio, a internet, os aparelhos 
de som e vídeo. Assistir a uma apresentação pela televisão é diferente de vê-la ao vivo no 
seu espaço real, pois, a falta de contato direto com os instrumentistas e vocalistas altera 
nossas sensações, ações e reações diante do espetáculo. As músicas promovidas pela 
indústria cultural são aquelas conhecidas como músicas de massa, aquelas que fazem 
parte das “paradas de sucesso” e são difundidas pela mídia e consumidas pela população. 
Os meios de comunicação, ao veicular os diferentes estilos de músicas fazem com que 
possamos conhecer, ouvir e cantar de várias partes do mundo. 
Apesar de atualmente a nossa referência para ouvir e apreciar uma música seja a 
escala cromática, a partir do início do século XX começaram a ocorrer uma série de 
transformações na música, contrapondo–se aos padrões clássicos da música tonal. 
Músicos como Arnold Schoenberg passaram a compor música atonal, rompendo com a 
tonalidade; Igor Stravinsky rompe com a rigidez métrica da música clássica e utiliza novos 
ritmos e harmonias; Maurice Ravel compõe O Bolero, prenunciando a música minimalista 
(que utiliza o mínimo de variações rítmicas, melódicas e harmônicas) tão presente na 
música hoje. Você já deve ter ouvido O Bolero de Ravel ou a Sagração da primavera (de 
Stravinsky). Estas músicas estão presentes nas propagandas, no rádio e até mesmo como 
campainha de celular. No Brasil, Carlos Gomes baseia-se na cultura brasileira para 
escrever a ópera O Guarani e Heitor Villa-Lobos compõe suas músicas a partir de temas 
do folclore e da cultura popular. A nossa música popular mistura elementos da música 
clássica com sons africanos, indígenas e orientais, por meio do trabalho de músicos como 
Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Cartola e tantos outros que passam a ser prestigiadose 
tornam-se populares. 
O blues, que tem sua raiz nos cantos de trabalho dos povos de origem africana nos 
Estados Unidos, é uma sobreposição harmônica do sistema tonal e sistema modal. 
Originário deste grupo social específico, o blues passa a ser conhecido por vários outros 
povos, sendo a base para outras formas musicais, como o jazz e, posteriormente, o rock. 
24 
 
 
Após tantos fios levantados, ainda não é hora de costurá-los. Mais do que fechar 
conceitos ou resolver questões, o objetivo deste estudo foi abrir possibilidades de trabalho 
com história da música. Se, no início dele, afirmamos que a história é o registro de nossos 
movimentos como agentes ao longo do tempo, sejamos agentes também da formação 
musical de nossos alunos, buscando ampliar possibilidades de contato com a música, na 
sala de aula, mostrando que a história é algo em transformação a cada dia, e vai além de 
um conjunto de datas “velhas” a serem memorizadas. Trata-se de um convite à exploração 
musical da diversidade que temos no nosso mundo atual. 
 
O progresso das novas tecnologias, a generalização do conhecimento e o 
desenvolvimento da era da Informação tornam cada vez mais pertinente repensar as 
dinâmicas do sistema musical contemporâneo, nomeadamente os papéis do músico no 
século XXI perante uma nova morfologia social: a rede, com um carácter demarcadamente 
virtual. 
Considerar a composição em pleno deslanchar do século XXI, após todos os rumos 
tão diversos pelos quais trilhou o pensamento musical no decorrer do século passado, em 
que o paradigma da tonalidade deixou de ser hegemônico e quando até mesmo o intérprete 
passou a ser prescindível para que ocorra o fato musical (como nas poéticas acusmáticas, 
importante vertente da música eletroacústica), remete-nos às relações da composição com 
sua própria história. 
Percebe-se, por fim, que esse ensaio precisou caminhar por um caminho que não 
fosse linear e descobrisse as suas trilhas infindáveis, ocultas. E, que, precisasse ser 
reiniciado a qualquer momento quando se percebesse em um limiar, não como um fundo 
25 
 
 
inesgotável, mas como seu próprio limite, reconhecido em si mesmo. O tema em si tem a 
preocupação de trazer a força do espírito grego transformador discutido em Nietzsche para 
o pensamento pós-moderno no século XXI, cenário que é notório a repetição dos mesmos 
valores estéticos morais modernos para comportamentos plenos em suas vontades e 
capacidades através da transvaloração de todos os valores e a construção de uma memória 
do futuro, desligados de padrões e modelos estéticos e morais modernos. 
Nesse sentido, percebe-se também que, em face da grande extensão das obras de 
Nietzsche divididas pelas suas três fases correspondentes, esse ensaio alcançou seu 
objetivo em deixar preparadas reflexões articuladas aos pensamentos de Nietzsche 
interligados à arte e a criação. Assim, os caminhospercorridos e suas trilhas desveladas 
se mostram, ainda, como uma pequena contribuição de grande valia para futuros trabalhos 
que se preocupem com a música e a criação de valores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Coelho, T. J. História da Música Erudita e Popular I, II e III.Rede Itego. Governo de 
Goiás.Brasil.2017 
HOBSBAWM, Eric J. História social do jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 
Enciclopédia da música do século XX. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
GROVE Dicionário de Música – Edição Concisa. ed. Stanley Sadie. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 1994. p.407 
COLLIER, James. Jazz: a autêntica música americana. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar,1995. 
GRIFFITHS, Paul. A música moderna: uma história concisa e ilustrada de Debussy 
a Boulez. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. 
Madalozzo, Tiago. Música no século XX. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO 
CENTRO-OESTE UNICENTRO. Paraná. Brasil. 2014 
PAHLEN, Kurt. História Universal da Música. São Paulo: Melhoramentos, 1965. 
SCHAFER, R. Murray. A Afinação do Mundo. São Paulo: FEU, 1997. 
ALALEONA, Domingos. História da Música- Desde a antiguidade até nossos dias. 
São Paulo: Ricordi, 1984. 
BENNET, Roy. Uma Breve História da Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 
1986. 
WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. 2.a ed. São Paulo: Cia. das Letras, 2004. 
VIDEOCULTURA. Arte e cultura. TV Cultura, Fundação Padre Anchieta. São Paulo. 
Disponível em: 
 
 
 
 
27 
 
 
GROUT, Donald. J; PALISCA, Claude. V. História da Música Ocidental. 5º edição, 
Lisboa: Gradiva, 2007. 
Cavalcanti, Anna Hartmann. Símbolo e alegorias: a gênese da concepção de 
linguagem em Nietzsche. São Paulo. . 
Ed. Annablume; Ed. FAPESP. Rio de Janeiro: Ed. DAAD, 2005. 
Cavalcanti, Anna Hartmann. Arte e natureza em Nietzsche e August Schlegel. Rev. 
Filos., Aurora, Curitiba, v. 20, n. 27, p. 351-366, jul./dez. 2008 
São Paulo. Ed. Brasil Seikyo. 2010. Jardim, Antônio. Música: vigência do pensar 
poético. Rio de janeiro. Ed.7 letras. 2005. 
Macedo, Roberto. Nietzsche e a verdade. 2ªEd. São Paulo.Ed. Paz e Terra S.A. 
1999; Rio de Janeiro. Graal, 2002. ______________. O nascimento da tragédia:de Schiller 
a Nietzsche. Rio de Janeiro. 
Ed. Jorge Zahar. 2006. Makiguti, Tsunessaburo. Educação para uma vida 
Criativa.trad. Eiane Carpenter Fraga Lourenço. 4ª Ed. Rio de Janeiro. Ed. Record. 1999. 
Nietzsche, Friedrich. A origem da tragédia proveniente do espírito da música. Trad. e notas. 
Erwin Theodor. Digitalizada dos originais. Ed.cuppolo. 1948 Sciacca, Michele 
Federico. História da Filosofia: antiguidade e idade média. Trad. De Luis Washington Vita. 
São Paulo. Ed. Mestre Jou.1968 
MONTEIRO, Maurício. MÚSICA NA CORTE DO BRASIL. Disponível em: 
http://dc.itamaraty.gov.br/imagens-e- -textos/revista-textos-do-brasil/portugues/revista12-
mat4.pdf - Acesso em: 23/03/2017. 
NAPOLITANO, Marcos. História & Música- História cultural da música popular. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2002. PEREZ, Luana Castro Alves. Semana de Arte Moderna – 
Dispovível em: Acesso em: 03/04/2017 
https://www.letras.mus.br/blog/historia-da-mpb/. Acesso em 12/08/2020

Outros materiais