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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS APOSTILA PROF. ESP. SÉRGIO ZAGO 4º SEMESTRE JUNDIAÍ – SP 2020/2 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 2 PLANO DE ENSINO CURSO: Ciências Contábeis SÉRIE: 4º Semestre DISCIPLINA: Contabilidade Empresarial CARGA HORÁRIA SEMANAL: 3 Horas/aula CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 Horas I – EMENTA Esta disciplina trata de problemas contábeis específicos de atividades empresariais, como o cálculo da folha de pagamento, a avaliação dos instrumentos financeiros, o tratamento contábil de operações financeiras com taxas pré-fixadas, pós-fixadas e em moeda estrangeira. Trata, também, da contabilização dessas operações e seus reflexos no patrimônio líquido e nos resultados das empresas. II – OBJETIVOS GERAIS Capacitar os estudantes a adquirir conhecimentos necessários para conceituar, classificar e contabilizar problemas contábeis diversos desenvolvidos nas empresas; reunir conhecimentos teóricos e práticos de modo a produzir informações úteis para atender aos diversos usuários da contabilidade e enfatizar a consciência ética e a responsabilidade social da contabilidade. III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desenvolver com os estudantes técnicas de mensuração e contabilização de problemas contábeis diversos e apresentação das respectivas informações necessárias para a elaboração das demonstrações contábeis. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 3 IV – COMPETÊNCIAS Compreende o conhecimento dos custos relacionados ao quadro de funcionários de uma empresa e os efeitos patrimoniais e no resultado da entidade, decorrentes de decisões da administração quanto aos tipos de investimentos em instrumentos financeiros e de financiamentos. V – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Folha de Pagamento 1.1 – Noções básicas de contabilização da folha de pagamento e encargos sociais; 1.2 – Conceitos básicos; 1.3 – Cálculo e contabilização da folha de pagamento e encargos sociais; 1.3.1 – Férias a pagar; 1.3.2 – 13º salário a pagar. 2. Instrumentos Financeiros 2.1 – Tipos de instrumentos financeiros: ativos financeiros e passivos financeiros; 2.2 – Mensuração dos ativos financeiros; 2.2.1 – Custo amortizado; 2.2.2 – Valor justo por meio de outros resultados abrangentes; 2.2.3 – Valor justo por meio do resultado; 2.3 – Mensuração dos passivos financeiros; 2.3.1 – Custo amortizado; 2.3.2 – Valor justo por meio do resultado. 3. Operações Financeiras 3.1 – Aplicações financeiras; 3.2 – Desconto de duplicatas; 3.3 – Financiamentos pré-fixados; 3.4 – Financiamentos pós-fixados; 3.5 – Financiamentos em moeda estrangeira. VI – ESTRATÉGIA DE TRABALHO Aulas expositivas, exercícios de fixação individuais e em grupo, exercícios em classe e extraclasse e pesquisa extraclasse. Os exercícios, em classe, ocorrerão em datas não fixadas, privilegiando a presença em sala de aula. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 4 VI – AVALIAÇÃO Provas escritas, trabalhos e exercícios desenvolvidos em classe e extraclasse, participações em questionamentos e debates. VIII – BIBLIOGRAFIA BÁSICA: FEA/USP Equipe de professores. Coordenação Sérgio de Iudícibus. Contabilidade introdutória (Livro texto). 12ª ed., São Paulo: Atlas, 2019. FEA/USP Equipe de professores. Coordenação Sérgio de Iudícibus. Contabilidade introdutória (Livro de exercícios). 12ª ed., São Paulo: Atlas, 2019. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada – esquematizado. Inclui análise de balanços. 6ª ed., São Paulo: Saraiva, 2019. COMPLEMENTAR: LIMA, Iran Siqueira; LOPES, Alexsandro Broedel; GALDI, Fernando Caio. Manual de contabilidade e tributação de instrumentos financeiros e derivativos. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2011. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12ª ed., São Paulo: Atlas, 2018. OLIVEIRA. Aristeu de. Manual de prática trabalhista. 52ª ed., São Paulo: Atlas, 2019. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade intermediária. 5ª ed., São Paulo: Saraiva, 2017. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade comercial (série em foco). 19ª ed., São Paulo: Saraiva, 2017. VIRTUAL: www.cpc.org.br CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação; CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação; CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 48 – Instrumentos Financeiros. http://www.cpc.org.br/ CONTABILIDADE EMPRESARIAL 5 SUMÁRIO 1 – FOLHA DE PAGAMENTO ............................................................................................................................................. 6 1.1 – RELATÓRIO DE FOLHA DE PAGAMENTO .......................................................................................................................... 6 1.1.1 – Proventos .............................................................................................................................................................. 6 1.1.2 – Descontos ............................................................................................................................................................. 7 1.2 – CÁLCULOS POR PARTE DA EMPRESA ............................................................................................................................ 10 1.3 – SALÁRIO FAMÍLIA .................................................................................................................................................... 11 1.4 – CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO ........................................................................................................................... 11 1.5 – ATIVIDADES PRÁTICAS .............................................................................................................................................. 12 2 – INSTRUMENTOS FINANCEIROS ................................................................................................................................. 19 2.1 – CONCEITOS ............................................................................................................................................................ 19 2.1.1 – Ativo Financeiro .................................................................................................................................................. 19 2.1.2 – Passivo Financeiro .............................................................................................................................................. 19 2.1.3 – Instrumento Patrimonial .................................................................................................................................... 19 2.1.4 – Instrumento Financeiro Derivativo ..................................................................................................................... 20 2.2 – CLASSIFICAÇÃO E RECONHECIMENTO ........................................................................................................................... 20 2.3 – TIPOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS ....................................................................................................................... 20 2.3.1 – Investimentos Mantidos Até o Vencimento ....................................................................................................... 20 2.3.2 – Ativo Financeiro ou Passivo Financeiro Mensurado ao Valor Justo por Meio do Resultado .............................. 21 2.3.3 – Ativos Financeiros Disponíveis para Venda ........................................................................................................ 21 2.4 – EXEMPLO DE MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS ................................................................. 21 2.5 – ATIVIDADES PRÁTICAS ..............................................................................................................................................23 3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS ........................................................................................................................................ 25 3.1 – CONCEITOS ............................................................................................................................................................ 25 3.1.1 – Modalidades ....................................................................................................................................................... 25 3.2 – OPERAÇÕES COM DUPLICATAS ................................................................................................................................... 25 3.2.1 – Desconto de Duplicatas ...................................................................................................................................... 25 3.3 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................................................................................... 26 3.3.1 – Aplicações de Liquidez Imediata ......................................................................................................................... 26 3.3.2 – Aplicações com Rendimentos Pré-Fixados ......................................................................................................... 26 3.3.3 – Aplicações com Rendimentos Pós-Fixados ......................................................................................................... 26 3.4 – FINANCIAMENTOS ................................................................................................................................................... 26 3.4.1 – Financiamentos Pré-fixados ............................................................................................................................... 26 3.4.2 – Financiamentos Pós-Fixados .............................................................................................................................. 27 3.4.3 – Financiamentos em Moeda Estrangeira............................................................................................................. 27 3.5 – ATIVIDADES PRÁTICAS ............................................................................................................................................. 29 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 6 1 – FOLHA DE PAGAMENTO 1.1 – Relatório de Folha de Pagamento Folha de pagamento é o nome dado a uma lista das remunerações pagas aos funcionários de uma empresa. Também conhecido como holerite, o documento consiste na transformação das informações trabalhistas de cada funcionário em dados contábeis, para calcular o pagamento líquido e o pagamento bruto, que indica todos os dados, de cada funcionário, apresentando a divisão em partes distintas: proventos/descontos. A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para efeito de fiscalização trabalhista e previdenciária. A forma de apresentação desses dados não obedece a nenhum padrão pré-estabelecido, porém, por mais simples que seja, deve suprir as necessidades da empresa de registrar e controlar todos os proventos e descontos dos funcionários dentro do mês. Da folha de pagamento origina-se o recibo de pagamento (holerite), que indica todos os dados, de cada funcionário, apresentando a divisão em partes distintas: proventos/descontos. 1.1.1 – Proventos São valores que o funcionário tem direito de receber, dentre os quais os mais habituais são: ✓ Salário: É a importância fixa, devida e paga pelo empregador ao seu funcionário em razão do trabalho realizado e tempo à disposição. O salário deve ser firmado em contrato entre as partes, obedecendo a legislação. ✓ Adicional Noturno: O funcionário que realize seu trabalho entre às 22h e às 5h para trabalhado urbano e entre às 20h e as 4h para trabalhado rural deverá receber adicional noturno, isto é, o percentual de, no mínimo, 20% do seu valor hora. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 7 ✓ Horas Extras: É considerada hora extra o adicional de horas de trabalho realizado além das horas estabelecidas em contrato de trabalho. A legislação prevê que o funcionário poderá trabalhar por até duas horas além da jornada de trabalho normal. Essa jornada deverá ser paga com o acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal paga ao funcionário. ✓ Descanso Semanal Remunerado (DSR): Todo funcionário tem direito a um dia de descanso remunerado, ou seja, pago. A legislação estabelece que essa folga ocorra, preferencialmente, aos domingos, mas isso não é obrigatório. O repouso semanal deve ser de 24 horas, sem possibilidade de divisão desse tempo em horas diárias. ✓ Adicional de Insalubridade: Previsto no artigo 192 da CLT, o adicional de insalubridade deve ser pago ao funcionário que desenvolva suas atividades profissionais em condições insalubres acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho. Esse adicional é calculado sobre o salário-mínimo da região segundo se classifiquem, podendo ser de: • 10% para grau mínimo; • 20% para grau médio; • 40% para grau máximo. ✓ Adicional de Periculosidade: O adicional de periculosidade deve ser pago ao funcionário que desenvolva suas atividades em contato permanente com inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O adicional deverá ser de 30% sobre o salário base do funcionário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 1.1.2 – Descontos São os valores deduzidos do salário do funcionário. • Obrigatórios por lei: a empresa deve efetuá-los sem a necessidade de autorização do funcionário. • Os não obrigatórios fazem-se necessário a empresa solicitar autorização por escrito do funcionário. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 8 Os descontos em folha de pagamento obrigatórios por lei são os valores abatidos dos salários dos funcionários e regulamentado pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), legislação previdenciária e federal, onde temos os descontos legais, Contribuição para Previdência Social (INSS) e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) pagadora. Há também os descontos por determinação judicial, no caso da pensão alimentícia e os descontos facultativos autorizados pelo funcionário, que normalmente tratam-se de benefícios como, por exemplo, alimentação e vale-transporte, ambos com limites de descontos estabelecidos por lei. ✓ Previdência Social (INSS) Parte Funcionário: De acordo com a legislação atual, todo funcionário regido pela CLT, está obrigado a contribuir com a previdência social. Essa contribuição é descontada em folha, e varia de acordo com sua faixa salarial, calculada mediante a aplicação de um percentual sobre o salário de contribuição. Atenderá principalmente a: • Aposentadoria por idade; • Aposentadoria por invalidez; • Aposentadoria por tempo de contribuição; • Aposentadoria especial; • Auxílio doença; • Auxílio acidente; • Pensão por morte; • Salário maternidade; • Salário família. TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS OBRIGATÓRIOS (EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOS AVULSO) – Vigência a partir de 01.03.2020: Fonte: https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de- contribuicao-mensal/ Salário de contribuição Alíquota (R$) (%) até R$ 1.045,00 7,5% de R$ 1.045,01 a R$ 2.089,60 9,0% de R$ 2.089,61 a R$ 3.134.40 12,0% de R$ 3.134,41 a R$ 6.101,06 14,0% https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-mensal/ https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-mensal/CONTABILIDADE EMPRESARIAL 9 MÉTODO ALTERNATIVO: ✓ Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF): É um imposto variável de acordo com o valor do salário. Sobre o valor bruto do salário, aplicam-se os valores constantes na Tabela Progressiva Mensal. O IRRF é calculado sobre o pagamento após a subtração do INSS e também de R$ 189,59 para cada dependente. A alíquota varia de acordo com a renda. Tabela Progressiva Mensal - IRRF Base de cálculo mensal Alíquota Parcela a deduzir (R$) (%) (R$) até R$ 1.903,98 0,0 0,00 de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5% R$ 142,80 de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15,0% R$ 354,80 de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13 acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36 Dedução por dependente: R$ 189,59 Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa- fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal Salário de contribuição Alíquota Valor a deduzir (R$) (%) (R$) até R$ 1.045,00 7,5% - de R$ 1.045,01 a R$ 2.089,60 9,0% R$ 15,67 de R$ 2.089,61 a R$ 3.134.40 12,0% R$ 78,36 de R$ 3.134,41 a R$ 6.101,06 14,0% R$ 141,05 http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal CONTABILIDADE EMPRESARIAL 10 1.2 – Cálculos por Parte da Empresa São valores que a empresa tem a obrigação de pagar, dentre os quais os mais habituais são: ✓ Previdência Social (INSS) Parte Empresa: TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DA PARTE EMPRESA: Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuicoes-previdenciarias-pj#aliquota1 ✓ Fator Acidentário de Prevenção (FAP): O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um índice aplicado sobre a contribuição de Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – GILL-RAT (devida pelos empregadores), que tanto pode resultar em um aumento como diminuição da respectiva contribuição. O FAP consiste em um multiplicador variável num intervalo contínuo de cinquenta centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00), desprezando-se as demais casas decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota. ✓ Seguro Acidente do Trabalho (SAT/GIIL-RAT): O SAT/GIIL-RAT tem o objetivo de financiar os benefícios concedidos pelo INSS em razão do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho. Contribuição à Previdência Social Empresa 20% Previdência Social 1% até 3% Riscos Ambientais do (depende da atividade da empresa) Trabalho (GIIL-RAT) 5,8% (variável) Terceiros (Senac, Sesi, Sesc, Sebrae, outros) http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuicoes-previdenciarias-pj#aliquota1 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 11 As empresas nas quais o risco de acidente do trabalho relativo a atividade preponderante seja considerado como leve a alíquota é de 1%; para as de grau médio 2%; e para as de grau grave a alíquota é de 3%, incidentes sobre a totalidade da remuneração paga pelas empresas aos empregados e avulsos. ✓ Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): Corresponde a 8% sobre o valor bruto da folha de pagamento (total de proventos), é recolhido pela Caixa Econômica Federal em nome dos funcionários. Constitui uma despesa paga pela empresa aos funcionários. Ocorrência do Fato gerador: apuração dos rendimentos concedidos ao funcionário (mensal). 1.3 – Salário Família Esse benefício é concedido pela previdência social a funcionários que possuem dependentes na condição de filhos com idade até 14 anos incompletos, ou inválidos de qualquer natureza. Para o recebimento da cota por filho, ainda existe a condição do valor recebido de salário, conforme tabela da Previdência: Fonte: https://www.inss.gov.br/beneficios/salario-familia/valor-limite-para-direito-ao-salario-familia/ 1.4 – Cálculo da Folha de Pagamento O período em que o funcionário permanece à disposição da empresa chama-se jornada de trabalho. Sua duração deve ser de, no máximo, 8 horas diárias ou 44 horas semanais, de acordo com a Constituição Federal/88, artigo 7º, inciso XIII. 44 horas semanais / 6 dias úteis da semana = 7,33333 horas ou 7 h 20 minutos de trabalho diário e 30 dias x 7,33333 horas = 220 horas / mês Salário Cota até R$ 1.425,56 R$ 48,62 https://www.inss.gov.br/beneficios/salario-familia/valor-limite-para-direito-ao-salario-familia/ CONTABILIDADE EMPRESARIAL 12 1.5 – Atividades Práticas 1. Com base nos dados abaixo, correspondentes a data do encerramento do período, o valor da provisão para férias e para encargos sociais sobre férias considerando que esse último corresponde hipoteticamente a 20% do total das férias provisionadas, são respectivamente: Funcionários N° de Meses Salário Base Pedro Silva 5 $ 1.200,00 Marta Santos 14 $ 2.400,00 a) $ 2.000,00 e $ 400,00 b) $ 3.600,00 e $ 720,00 c) $ 4.400,00 e $ 880,00 d) $ 3.300,00 e $ 660,00 e) $ 4.800,00 e $ 960,00 2. A empresa Petrópolis Ltda., elaborou sua folha de pagamento com salários de $ 45.000,00, e alíquotas de previdência de 32% sendo 20% de parte patronal, 1% de GIIL-RAT e 11% de taxa média da parte dos funcionários. Assim, marque a alternativa que indica a opção de contabilização das contribuições da previdência a recolher: a) D – Despesas de Encargos Sociais $ 14.400,00 C – Encargos Sociais a Recolher $ 14.400,00 b) D – Despesas de Encargos Sociais $ 4.950,00 C – Encargos Sociais a Recolher $ 4.950,00 c) D – Salários a Pagar $ 14.400,00 C – Encargos Sociais a Recolher $ 14.400,00 d) D – Despesas de Salários $ 9.450,00 C – Encargos Sociais a Recolher $ 9.450,00 e) D – Salários a Pagar $ 4.950,00 D – Despesas de Encargos Sociais $ 9.450,00 C – Encargos Sociais a Recolher $ 14.400,00 3. Em novembro passado, a folha de pagamento da empresa Rubi Vermelho Ltda. discriminava: Salários: $ 120.000,00 Horas extras trabalhadas: $ 8.000,00 INSS patronal: 20% GIIL-RAT (Riscos Ambientais do Trabalho): Médio Risco – 2% INSS do funcionário (taxa média): 11% FGTS do funcionário: 8% CONTABILIDADE EMPRESARIAL 13 No mês de dezembro não foi computado nenhum reajuste salarial e a jornada de trabalho foi absolutamente igual ao mês anterior. Esta folha está dividida de tal modo que não há imposto de renda recolhido na fonte. Exclusivamente a partir desses dados, considerando que a empresa acima encerra o exercício em 31 de dezembro, podemos afirmar que esta folha de pagamento ocasionou para a empresa em questão, uma despesa total no mês de dezembro de: a) $ 180.480,00 b) $ 166.400,00 c) $ 156.160,00 d) $ 152.320,00 e) $ 149.920,00 4. José de Almeida, funcionário de uma empresa com matrícula nº 1520, pediu para conferir os cálculos de seu holerite, tendo encontrado os seguintes valores: Salários: $ 550,00 Horas extras trabalhadas: 18 horas extras com acréscimo de 50% INSS do funcionário (taxa média): 11% INSS patronal: 26% FGTS: 8% Obs.: o mês comercial é composto por 220 horas Pelos cálculos de José de Almeida, podemos concluir que sua remuneração mensal vai provocar para a empresa um débito em despesas no valor de: a) $ 752,88 b) $ 777,22 c) $ 794,20 d) $ 827,45 e) $ 902.02 5. A empresa Arboresse Ltda., mandou elaborar a folha de pagamento do mês de outubro com os seguintes dados: Salários: $ 21.000,00 Horas extras: $ 2.000,00 Imposto de Renda Retido na Fonte: $ 2.500,00 INSS, parte dos funcionários (taxa média): 11% INSS, parte da empresa: 20%Depósito para o FGTS: 8% Com base nos dados e informações acima fornecidos pode-se dizer que a empresa, em decorrência dessa folha de pagamento, terá despesas totais no valor de: CONTABILIDADE EMPRESARIAL 14 a) $ 31.970,00 b) $ 29.440,00 c) $ 34.470,00 d) $ 26.910,00 e) $ 24.410,00 6. Determinada empresa possui dois funcionários: Funcionários Salário Base Horas Extras Dependentes Maria Alice $ 7.000,00 $ 300,00 2 Paulo Albuquerque $ 5.000,00 $ 900,00 3 Considere as tabelas hipotéticas: INSS: limite $ 2.800,00, alíquota 11% Dependentes: dedução de $ 126,00 por dependente IRRF: 27,5% - deduzir $ 500,00 do cálculo Encargos Sociais: 26,8% FGTS: 8% Com base nas informações o total da conta de Salários a Pagar da empresa, será de: a) $ 13.200,00 b) $ 10.296,65 c) $ 9.460,65 d) $ 10.127,25 e) $ 9.291,25 7. Analise os dados da folha de pagamento da Cia. Ponte: Salários: $ 4.000,00 Horas extras: $ 200,00 Provisão para férias e 13° salário: $ 800,00 INSS, descontado dos funcionários: $ 300,00 INSS, sobre folha de pagamento: $ 1.000,00 FGTS: $ 425,00 IRRF, descontado dos funcionários: $ 120,00 O valor registrado nas contas de despesas da Cia. Ponte será de: a) $ 6.000,00 b) $ 6.005,00 c) $ 6.305,00 d) $ 6.425,00 e) $ 6.845,00 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 15 8. Considere as seguintes informações para a folha de pagamento do mês de junho na empresa comercial Cia. Unip: Funcio- Salário Depen- Assistência Vale Vale Horas Adto. nário Bruto ($) dentes Médica ($) Transp. ($) Ref. ($) Extras (Hrs) Salarial ($) 1 7.000,00 3 100,00 12,00 50,00 10 2.800,00 2 1.050,00 1 100,00 12,00 50,00 20 420,00 Dados Adicionais: • Considere que as contas abaixo têm os seguintes saldos no livro razão: - Adiantamento de Salários $ 3.220,00 - Despesas c/ Vale Transporte $ 1.200,00 - Despesas c/ Assistência Médica $ 2.000,00 - Despesas c/ Refeição $ 1.800,00 • Os funcionários 1 e 2 têm um filho menor de 14 anos; • O funcionário 1 recebe hora extra de 50% e o funcionário 2 recebe hora extra de 80%; • Considerar para o INSS da empresa 27,8%; • Considerar para o FGTS da empresa 8%; • As horas normais contratadas por funcionário são de 220 horas mensais. Pede-se: a) Elaborar e contabilizar em razonetes a folha de pagamento; b) Calcular e contabilizar em razonetes o INSS e o FGTS parte da empresa; c) Calcular e contabilizar a provisão de férias (6 meses) e 13º salário; d) Calcular e contabilizar a provisão de encargos sociais. Cálculo das horas extras: Funcionário 1: ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ Funcionário 2: ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ CONTABILIDADE EMPRESARIAL 16 Cálculo do INSS: Funcio- Salário Alíquota Parcela Valor nário Contribuição ($) (%) a deduzir ($) a recolher ($) 1 2 Cálculo do IRRF: Descrição referente Funcionário 1 Valor $ Total de Proventos ( - ) Desconto INSS ( - ) No.de dependentes x $/dependente (= ) Base de cálculo para o IRRF Aplicar a alíquota referente a faixa salarial ( - ) Descontar a parcela a deduzir do IRRF (= ) Valor do IRRF a Recolher Descrição referente Funcionário 2 Valor $ Total de Proventos ( - ) Desconto INSS ( - ) No.de dependentes x $/dependente (= ) Base de cálculo para o IRRF Aplicar a alíquota referente a faixa salarial ( - ) Descontar a parcela a deduzir do IRRF (= ) Valor do IRRF a Recolher Cálculo do INSS parte da empresa: ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ Cálculo do FGTS parte da empresa: ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ CONTABILIDADE EMPRESARIAL 17 Empresa: Cia. Unip – Folha de Pagamento referente ao período de: Proventos Funcio- Salário Horas Total nário Bruto Extras Proventos 1 2 Totais Descontos Funcio- INSS IRRF Adto. Assist. Vale Vale nário Salarial Médica Transporte Refeição 1 2 Totais Salário Funcio- Salário Salário Líquido nário Líquido Família a Receber 1 2 Totais CONTABILIDADE EMPRESARIAL 18 Contabilização nos razonetes: CONTABILIDADE EMPRESARIAL 19 2 – INSTRUMENTOS FINANCEIROS 2.1 – Conceitos São todos e quaisquer contratos que gerem um ativo financeiro para uma parte enquanto, para a segunda parte, é gerado um passivo financeiro ou um instrumento patrimonial: 2.1.1 – Ativo Financeiro É um ativo que contém as seguintes características: • Caixa; • Um instrumento patrimonial de outra entidade. Por exemplo: investimento, participação no patrimônio líquido, tais como: ações, quotas, bônus e subscrições de ações; • Direito contratual de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade ou de trocar ativos ou passivos financeiros com outra entidade em condições potencialmente favoráveis; • Um contrato que pode ser liquidado em títulos patrimoniais da própria entidade. Em resumo, um instrumento financeiro ativo não é um bem de uso (como máquina e equipamento ou imóvel) e sim um instrumento de troca. 2.1.2 – Passivo Financeiro É um passivo que estabelece: • Uma obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; • Trocar ativos ou passivos financeiros em condições que são potencialmente desfavoráveis; • Um contrato que pode ser liquidado em ações da própria empresa. 2.1.3 – Instrumento Patrimonial Devem obedecer a duas condições: a) O instrumento não possuir obrigação contratual de: Entregar caixa ou outro ativo financeiro à outra entidade; Trocar ativos financeiros ou passivos financeiroscom outra entidade sob condições potencialmente desfavoráveis ao emissor. b) Se o instrumento será ou poderá ser liquidado por instrumentos patrimoniais do próprio emitente, temos as seguintes condições: CONTABILIDADE EMPRESARIAL 20 • Um não derivativo que não inclui obrigação contratual para o emitente de entregar um número de seus próprios instrumentos patrimoniais; • Um derivativo que será liquidado pelo emitente por meio da troca de um montante fixo de caixa ou outro ativo financeiro por número fixo de seus instrumentos patrimoniais. Em resumo, um instrumento patrimonial não pode implicar em a entidade ter que entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade. 2.1.4 – Instrumento Financeiro Derivativo Possui três características simultâneas: • Investimento inicial nulo ou muito pequeno; • Está baseado em um ou mais itens subjacentes (que não se manifesta, mas está oculto ou submetido); • Será liquidado por diferença (pelo líquido) em data futura. 2.2 – Classificação e Reconhecimento Quanto à classificação, existem as seguintes categorias: • Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado pelo valor justo por meio de resultado; • Investimentos mantidos até o vencimento; • Ativos financeiros disponíveis para a venda; • Empréstimos e recebíveis. 2.3 - Tipos de Instrumentos Financeiros 2.3.1 – Investimentos Mantidos Até o Vencimento São aqueles para os quais a entidade demonstre essa intenção e mostre, objetivamente, que tem condições de manter essa condição, que continuam também como antes: registrados pelo valor original mais os encargos ou rendimentos financeiros (ou seja, ao "custo amortizado", "pela curva"). A apropriação de receita ou despesa para esses instrumentos se dá pela taxa efetiva de juros. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 21 2.3.2 – Ativo Financeiro ou Passivo Financeiro Mensurado ao Valor Justo por Meio do Resultado São compostos pelos ativos e passivos financeiros destinados a serem negociados e já colocados nessa condição de negociação, a serem avaliados ao seu valor justo (normalmente valor de mercado), com todas as contrapartidas das variações nesse valor contabilizadas diretamente no resultado. 2.3.3 – Ativos Financeiros Disponíveis para Venda São constituídos pelos que serão negociados no futuro, a serem registrados pelo "custo amortizado" e, após isso, ajustados ao valor justo. As contrapartidas do ajuste pela curva (encargos e rendimentos financeiros) vão ao resultado e, após isso, os ajustes ao valor justo ficam na conta de patrimônio líquido ajustes de variação patrimonial até que os ativos e passivos sejam reclassificados para o item anterior ou efetivamente negociados, o que ocorrer primeiro. Como a denominação dos tipos de instrumentos financeiros é uma tradução do original em inglês, fica difícil entender a diferença entre "destinados à negociação" e "disponíveis para venda". O Manual da FIPECAFI, através do Suplemento do “Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações”, 1ª Edição, sugere que tais instrumentos sejam chamados de “Destinados à negociação imediata” e “disponível para venda futura”, o que destaca bem a diferença entre eles. 2.4 – Exemplo de Mensuração e Contabilização de Instrumentos Financeiros Uma determinada empresa adquiriu 3 títulos do Governo, pelo valor unitário de $ 10.000 cada um, com a seguinte finalidade: Título 1 - será mantido até o vencimento; Título 2 - classificado como "destinado à negociação imediata"; Título 3 - classificado como "disponível para venda futura". Contabilização no momento da compra: D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento” $ 10.000 D – Instrumentos financeiros “destinados à negociação imediata” $ 10.000 D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura” $ 10.000 C – Caixa/Bancos $ 30.000 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 22 No final do ano, tais títulos apresentam um rendimento de juros de $ 600, os quais serão pagos no vencimento do título, e o seu valor justo é de $ 11.000. Contabilização: 1 – Mantidos até o vencimento: D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento” $ 600 C – Receita de juros (resultado) $ 600 Não há avaliação a valor justo. O título é registrado pelo custo amortizado, ou seja, pelo valor pago mais os rendimentos apropriados por competência. 2 – Destinados à negociação imediata: Pelo rendimento: D – Instrumentos financeiros “destinados à negociação imediata” $ 600 C – Receita de juros (resultado) $ 600 Há avaliação a valor justo. Como o valor justo é de $ 11.000, será necessário fazer a contabilização do ajuste: D – Instrumentos financeiros “destinados à negociação imediata” $ 400 C – Ajuste a valor justo (resultado) $ 400 3 – Disponíveis para venda futura: Pelo rendimento: D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura” $ 600 C – Receita de juros (resultado) $ 600 Pela avaliação a valor justo: D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura” $ 400 C – Ajuste de avaliação patrimonial (PL) $ 400 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 23 2.5 – Atividades Práticas 1. Derivativo é um instrumento financeiro ou outro contrato com as seguintes características: i. Seu valor se altera em razão das alterações de taxas (juro, câmbio), de preços (instrumento financeiro, commodity), índices (de preços ou de taxas) e outras variáveis; ii. Não é necessário desembolso inicial ou é menor do que o exigido para outros tipos de contratos de semelhante resposta às mudanças nos fatores de mercado considerados; iii. Deve ser liquidado em data futura. Com base nas informações acima, assinale a alternativa correta: a) Apenas a “i” é verdadeira; b) Apenas a “ii” é verdadeira; c) Apenas a “iii” é verdadeira; d) “i, ii e iii” são verdadeiras; e) “i, ii e iii” são falsas. 2. Mercado de derivativos é o mercado de liquidação futura onde são eles operados: a) Em mercados de futuros, a termos e presentes; b) Mercado de futuros, a termos e opções; c) Em mercado de derivativos específicos; disponíveis para venda e opções; d) Mercado de swaps, hedges e mantidos até o vencimento; e) Disponíveis para negociação imediata, mercado de opções e swaps. 3. Assinale a alternativa correta: a) O instrumento financeiro híbrido: quando contém direito de conversão para instrumento financeiro, o emissor deve identificar os componentes correspondentes; b) Derivativos embutidos: quando embutidos em um contrato-mãe inteiramente relacionados, devem ser contabilizados como um derivativo isolado; c) Regras de baixa ou desreconhecimento de ativos e passivos financeiros: Fluxo de decisões para determinar a baixa ou não de um ativo transacionado, tendo como foco se o controle, direitos, obrigações e os riscos foram integralmente transferidos também; d) Regras de baixa ou desreconhecimento de ativos e passivos financeiros: Fluxo de decisões para determinar a baixa de um ativo transacionado, tendo como foco se o controle, direitos, obrigações e os riscos foram integralmente transferidos também; CONTABILIDADE EMPRESARIAL 24 e) Derivativos embutidos: quando contém direito de conversão para instrumento patrimonial, o emissor deve identificar os componentes correspondentes. 4. O BCB estabeleceu o regramento dos registros contábeis das operações com instrumentos financeiros derivativos pela Circular 3082/01 (COSIF 1.4.1) que, em síntese, são: a) Nas operações a termo: registro na adequada conta do ativo ou passivo, na data da operação, do valor dos prêmios pagos ou recebidos, respectivamente, nela permanecendo até o efetivo exercício da opção, se for o caso, quando então deve ser baixado comoredução ou aumento do custo do bem ou direito, pelo efetivo exercício, ou como receita ou despesa, no caso de não exercício, conforme o caso; b) Nas operações com opções: registrado do diferencial a receber ou a pagar na adequada conta de ativo ou passivo, devendo ser apropriado como receita ou despesa, no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços; c) Nas operações de futuro: registro na adequada conta do ativo ou passivo, na data da operação, pelo valor final contratado, deduzido da diferença entre esse valor e o preço à vista, em subtítulo retificador de uso interno, reconhecendo as receitas e despesas em razão do prazo de fluência dos contratos; d) Nas operações de swap (permuta): registro do valor dos ajustes diários na adequada conta do ativo ou passivo, devendo ser apropriados como receita ou despesa, no mínimo, por ocasião dos balancetes mensais e balanços; e) NDA. 5. Instrumentos de hedge são classificados como: a) Hedges de Valor Justo: de proteção à variação no valor justo de um ativo ou passivo reconhecido, como um todo ou em parte; b) Hedges de Fluxo de Caixa: de proteção à variação nos fluxos de caixa presentes relacionados a um ativo, passivo ou compromisso assumido; c) Hedges de Investimento no exterior: de proteção de investimento em entidade nacional e deve ser tratado como hedge de fluxo de caixa; d) Hedges de Valor Justo: de proteção à variação nos fluxos de caixa futuros relacionados a um ativo, passivo ou compromisso assumido; e) Hedges de Fluxo de Caixa: de proteção de investimento em entidade estrangeira e deve ser tratado como hedge de fluxo de caixa. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 25 3 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS 3.1 - Conceitos São operações realizadas pelas empresas com o objetivo de gerar recursos financeiros (dinheiro). 3.1.1 – Modalidades São diversas as modalidades das operações financeiras, destacando-se: • Operações com duplicatas; • Aplicações financeiras; • Empréstimos bancários; 3.2 – Operações com Duplicatas 3.2.1 – Desconto de Duplicatas O desconto de duplicatas é uma das formas mais comuns de obtenção de capital de giro pela empresa e consiste basicamente na "compra" à vista de tais títulos pelo banco, com cobrança de despesas bancárias e de juros correspondentes (geralmente, os de mercado para esse tipo de operação). Caso o devedor (sacado) não quite seu débito, a empresa (cedente) é responsável pelo pagamento do título. Nesse caso, o valor será debitado na conta corrente da cedente. Isso significa que, enquanto a duplicata não for quitada, a empresa tem uma obrigação para com o banco. Consiste na transferência dos títulos ao banco, mediante endosso. A empresa transfere ao banco o direito de recebimento dos títulos. O valor do desconto é determinado em função do número de dias que faltam para que os títulos sejam liquidados. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 26 Neste tipo de operação, a empresa endossante é responsável, coobrigada pela liquidação dos títulos descontados. Assim sendo, a responsabilidade da empresa somente desaparece quando do pagamento do título pelo devedor. A operação é semelhante à cobrança simples, no que diz respeito à remessa dos títulos. Neste tipo de operação, a empresa transfere a posse e a propriedade dos títulos ao banco. A empresa endossante desconta títulos e recebe do banco o valor nominal (constante dos títulos), suportando os juros correspondentes ao prazo que falta decorrer para o vencimento dos títulos negociados. 3.3 – Aplicações Financeiras 3.3.1 – Aplicações de Liquidez Imediata Essas aplicações correspondem, geralmente, a compras de títulos do governo, como, por exemplo, letras e bônus. Tais títulos têm liquidez imediata porque a empresa pode resgatar o valor aplicado mais os rendimentos no dia em que desejar. Os rendimentos correspondem à inflação ocorrida no período em que o dinheiro permaneceu aplicado, sendo geralmente baseada na variação dos títulos do governo. 3.3.2 – Aplicações com Rendimentos Pré-Fixados Neste tipo de aplicação, a empresa fica sabendo, no dia da aplicação, o valor dos seus rendimentos, que correspondem à correção monetária pré-fixada mais juros. 3.3.3 – Aplicações com Rendimentos Pós-Fixados Neste tipo de aplicação, a empresa somente fica sabendo quanto ganhou com a operação no dia de seu resgate. 3.4 – Financiamentos 3.4.1 – Financiamentos Pré-fixados Neste tipo de financiamento, a empresa sabe, no dia da transação, qual o montante dos encargos referentes à correção monetária incidente sobre a operação. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 27 3.4.2 – Financiamentos Pós-Fixados Neste tipo de financiamento, a empresa somente sabe qual o montante dos encargos referentes à correção monetária incidente sobre a operação no dia do vencimento. 3.4.3 – Financiamentos em Moeda Estrangeira Pode ser a taxa de câmbio brasileira atrelada ao dólar, a maioria dos financiamentos em moeda estrangeira é denominada em dólar. As mais comuns são: Adiantamento sobre Contratos de Câmbio Nesse tipo de operação, os exportadores, com base em contrato de fornecimento ou pedido de compra, vendem a termo os valores em moeda estrangeira que serão gerados pela futura exportação, recebendo antecipadamente o valor equivalente em moeda local, convertido pela taxa de câmbio da data da operação. Antes do embarque da mercadoria, a operação recebe o nome de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), mas após o embarque, essa operação passa a chamar-se Adiantamento sobre Contrato de Exportação (ACE). Por ser um incentivo financeiro à exportação, o custo dessa operação é, geralmente, mais baixo do que a taxa de mercado. Resolução 63 Essa operação é regulamentada pela Resolução 63 do Banco Central. Os bancos repassam aos tomadores locais, em moeda estrangeira, os recursos captados no exterior por meio de lançamentos de bônus e outros instrumentos financeiros. Todas as condições do empréstimo original, com datas de pagamentos de juros e amortização, taxas de juros e imposto de renda sobre a remessa de juros, coincidem com os vencimentos do empréstimo original. O prazo máximo da operação para o tomador local não pode exceder o vencimento do empréstimo original, mas o banco pode repassar o recurso por um prazo menor. O banco local cobra do tomador uma comissão de repasse, que pode ser antecipada ou paga juntamente com os juros, e sobre essa comissão não incide Imposto de Renda, por ser paga em moeda nacional. Cesta de Moedas - UMBNDES É o custo dos financiamentos do BNDES que tenham base nos recursos captados em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse em condições específicas. É definido a partir do custo médio das captações do Banco no mercado internacional e compõe-se da seguinte forma: CONTABILIDADE EMPRESARIAL 28 Unidade Monetária BNDES (UMBNDES) A variação da UMBNDES reflete a média ponderada das variações cambiais das moedas existentes na Cesta de Moedas do BNDES. Sempre que o BNDES efetua novas captações externas e/ou amortiza operações existentes, sua composição é alterada. No sistema de cotação de moedas, a UMBNDES, expressa em valor, tem o código 590. Encargos da Cesta de Moedas (ECM) Os Encargos da Cesta de Moedas (ECM) referem-se às condições financeiras para a concessão de financiamento com equivalência em dólares americanos mediante a utilização de recursos captados pelo BNDES em moeda estrangeira. Em moedas contratuais, os Encargos da Cesta de Moedas (ECM), expressos em percentual ao ano, têm o código 006. ECM = Taxa de Juros Variável + Imposto de Renda Taxa de Juros Variável: A média ponderada de todas as taxas e despesas não tributárias, incorridas pelo BNDES na captaçãodos recursos, sendo apurada trimestralmente. No sistema de cotação de moedas, a Taxa de Juros Variável da Cesta de Moedas, expresso em percentual ao ano, tem o código 001; Imposto de Renda: Equivalente ao imposto de renda médio ponderado incidente sobre os juros remetidos pelo BNDES aos seus credores externos, sendo, também, apurado trimestralmente. No sistema de cotação de moedas, o Imposto de Renda da Cesta de Moedas, expresso em percentual ao ano, tem o código 002. http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Custos_Financeiros/Moedas_Contratuais/index.html CONTABILIDADE EMPRESARIAL 29 3.5 – Atividades Práticas 1. Dados: Desconto de duplicatas: • Carteira de clientes: $ 140.000,00; • Taxa mensal de administração: 2,5% sobre o total do borderô. Relação de duplicatas enviada ao banco: Borderô Cliente emissão vencto. valor 283 3/1/2012 2/2/2012 7.000,00 290 6/1/2012 5/2/2012 13.500,00 297 9/1/2012 8/2/2012 6.300,00 304 12/1/2012 11/2/2012 4.200,00 311 15/1/2012 14/2/2012 3.000,00 318 18/1/2012 17/2/2012 18.500,00 325 21/1/2012 20/2/2012 1.700,00 332 24/1/2012 23/2/2012 5.800,00 Total 60.000,00 data • O banco debitou na C/C o valor do título do cliente 318, devido à falta de pagamento; • O banco enviou um relatório informando o recebimento dos outros títulos. Com base nas informações acima, efetuar as contabilizações. 2. Com base nas informações abaixo, efetuar as contabilizações – Aplicação de liquidez imediata: • Aplicação em títulos do governo no valor de $ 100.000 em 31.12.X1; • Resgate do valor total de $ 50.000 em 31.01.X2; • Inflação do período: 0,5% a.m. 3. Com base nas informações abaixo, efetuar as contabilizações – Aplicação com rendimentos pré-fixados: • Aplicação em CDB no valor de $ 100.000 em 31.12.X1; • Resgate no valor de $ 50.000 em 31.12.X2; • Remuneração: 10% a.a. + Variação do CDI (0,6% a.m.) CONTABILIDADE EMPRESARIAL 30 Conversão da taxa – anual para mensal: 10011 100 anualtaxa 12 1 x taxa − += = 0,8% a.m. 4. Com base nas informações abaixo, efetuar as contabilizações – Aplicação com rendimentos pós-fixados: • Aplicação em título de renda fixa no valor de $ 100.000 em 31.12.X1; • Resgate no valor de $ 100.000 em 31.12.X2; • Remuneração na data do resgate 10% a.a. + Variação do CDI (0,6% a.m.) Conversão da taxa – mensal para anual: 7,44% 5. Em 29.11.X1 uma empresa comercial obteve um empréstimo pré-fixado para capital de giro no valor de $ 20.000 com vencimento para liquidação em 28.01.X2 no valor total de $ 23.000. Considerando que os juros se referem ao período de 29.11.X1 a 28.01.X2, o valor dos encargos financeiros a serem apropriados no ano de X2 será de: a) $ 1.400; b) $ 1.550; c) $ 1.600; d) $ 3.000; e) $ 1.500. 6. Certa empresa captou em 30.07.X0 um empréstimo pré-fixado no valor de $20.000 com taxa de juros simples de 5% ao mês e despesas de cobrança e comissão de $ 300. Considerando o pagamento da operação dois meses depois, a conta empréstimos a pagar será debitada em: a) $ 20.000; b) $ 22.000; c) $ 22.300; d) $ 17.700; e) $ 18.000. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 31 7. A Cia. Danúbio efetuou empréstimo pré-fixado no valor de $ 100.000 nas seguintes condições: • Data do empréstimo: 21.03.X6 • Data do vencimento: 20.05.X6 • Encargos financeiros: 6% no período Na data do fechamento do balanço patrimonial em 31.03.X6, o saldo das contas empréstimos a pagar e encargos financeiros a vencer, será de: a) $ 100.000 e $ 1.000; b) $ 106.000 e $ 6.000; c) $ 100.000 e $ 5.000; d) $ 100.000 e $ 6.000; e) $ 101.000 e $ 1.000. 8. Uma empresa obteve um empréstimo pós-fixado de longo prazo pelo período de 4 anos em 01.07.X3 no valor total de $ 10.000 e o registrou corretamente em sua contabilidade. Qual dos itens abaixo representa o lançamento a ser feito em 31.12.X3, término do seu exercício social nesse ano-calendário, sabendo-se que: • O empréstimo foi feito com encargos calculados com base na variação da taxa referencial (TR) mais juros simples de 6% ao semestre; • Os juros deverão ser pagos junto com o empréstimo, na data do seu vencimento em 30.06.X7; • O valor da TR no período entre 01.07.X3 e 31.12.X3 foi de 20%; • Os encargos financeiros somente são contabilizados ao final do semestre. a) D - Despesas financeiras $ 2.000 C - Variações monetárias passivas $ 2.000 b) D - Variações monetárias passivas $ 2.600 C - Juros a vencer $ 2.600 c) D - Empréstimos a pagar $ 2.720 C - Despesas financeiras $ 2.720 d) D - Despesas financeiras $ 2.000 C - Empréstimos a pagar $ 2.000 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 32 e) D - Despesas financeiras $ 2.720 C - Empréstimos a pagar $ 2.720 9. A Cia. Contábeis, conseguiu um financiamento bancário no valor de $ 200.000 em 16.03.X5 para pagamento em 15.04.X5, com correção monetária pós-fixada pela TR mais juros simples de 2% a.m., também calculados no vencimento sobre o valor do empréstimo atualizado pela taxa do dia. A variação da TR do período foi de 3%. Assim, no dia do vencimento, a empresa liquida a dívida pelo valor de: a) $ 206.000; b) $ 210.000; c) $ 210.120; d) $ 204.000; e) $ 212.180. 10. A Cia. Estrela efetuou um financiamento pós-fixado no valor de $ 200.000, com as seguintes características: • Data do financiamento: 16.03.X5 • Data do vencimento: 15.04.X5 • Variação da TR até 31.03.X5: 3% • Juros: 2% ao mês (juros simples) O lançamento a ser efetuado para o fechamento do balanço em 31.03.X5 será: a) D - Bancos $ 200.000 D - Variações monetárias passivas $ 6.000 D - Juros passivos $ 2.060 C - Financiamentos $ 208.060 b) D - Bancos $ 200.000 D - Variações monetárias passivas a vencer $ 6.000 D - Juros passivos a vencer $ 2.060 C - Financiamentos $ 208.060 c) D - Bancos $ 208.060 C - Financiamentos $ 208.060 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 33 d) D - Bancos $ 208.000 D - Variações monetárias passivas $ 6.000 D - Juros passivos $ 2.000 C - Financiamentos $ 208.000 e) D - Bancos $ 200.000 D - Variações monetárias passivas $ 6.000 D - Juros passivos $ 4.120 C - Financiamentos $ 210.120 11. Dados de um financiamento externo obtido pela Comercial Exportadora Contábil S/A: • Valor do financiamento: USD 200.000,00 • Data da operação: 31.12.X0 • Taxas de câmbio (hipotéticas): 31.12.X0 = $ 1,00/USD 1,00 30.06.X1 = $ 1,40/USD 1,00 31.12.X1 = $ 1,80/USD 1,00 • Amortizações efetuadas: 30.06.X1 = USD 100.000,00 31.12.X1 = USD 50.000,00 As perdas cambiais decorrentes da desvalorização do real frente ao dólar, ocorridas em função dos pagamentos efetuados e da avaliação do saldo da obrigação em moeda estrangeira no balanço, somente foram contabilizadas em 31.12.X1. Analise os dados fornecidos, faça os cálculos necessários e, em seguida, assinale a opção que contém a conta de resultado debitada e o montante das perdas, respectivamente: a) Despesas administrativas $ 120.000; b) Variações cambiais ativas $ 120.000; c) Variações cambiais passivas $ 120.000; d) Variações cambiais ativas $ 80.000; e) Variações cambiais passivas $ 80.000. CONTABILIDADE EMPRESARIAL 34 12. A Cia. Exportadora S/A adquiriu em 04.01.X1 diversos equipamentos, mediante financiamento de USD 40.000.00, o qual foi pago em 4 (quatro) prestações da seguinte forma: 04.03.X1 = USD 15.000,00 04.07.X1 = USD 10.000,00 04.11.X1 = USD 8.000,00 04.03.X2 = USD 7.000,00 Taxas de câmbio: 04.01.X1:USD 1,00 = $ 1,20 04.03.X1: USD 1,00 = $ 1,25 04.07.X1: USD 1,00 = $ 1,50 04.11.X1: USD 1,00 = $ 1,80 31.12.X1: USD 1,00 = $ 2,00 Considerando exclusivamente a operação descrita, na DRE de 31.12.X1, o valor das variações cambiais passivas foi de: a) $ 14.150; b) $ 15.250; c) $ 14.750; d) $ 16.000; e) $ 12.050. * * * * * * *
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