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Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento Disciplina: Metodologia para elaboração de textos acadêmicos Docente: Prof. Cristiano J. Castro de Almeida Cunha Discente: Tainara Volan Matrícula: 202100791 Paper Didático 4 – Argument Synthesis. De modo a iniciar a discussão sobre síntese de argumento, faz-se importante identificar o que é um argumento, segundo Behrens e Rosen (2010), “um argumento é a principal forma utilizada por autores para influenciar ou persuadir pessoas de seus pontos de vista sobre temas discutíveis”. Mas podemos nos perguntar: por que argumentar? A argumentação envolve todas as áreas da vida pessoal e profissional, a argumentação ocorre com o cônjuge, filhos, chefe, empregados, dentre outros. A síntese argumentativa se apoia em uma variedade de fontes na tentativa de persuadir os outros da veracidade e da validade de um ponto de vista sobre um tema discutível, do qual pessoas possam discordar. Existem alguns elementos presentes na síntese argumentativa: • Alegação: afirmações do autor acerca do assunto que está sendo abordado. É a palavra expressa e que dá corpo às visões subjetivas que o autor pode ter sobre o assunto. • Sustentação: são as evidências utilizadas para apoiar os argumentos. • Suposição: é o elemento subjetivo, aquilo que o autor pensa sobre o assunto em questão. Crença ou princípio subjacente do autor, e que será a motivação para argumentar em relação ao assunto específico. Além dos elementos de um argumento, há também os apelos. O primeiro é Logos, apelo à razão. Mais impessoal, trabalha em um nível abstrato. Pode ser dividido em dedutivo e indutivo. A racionalização dedutiva começa com uma generalização, depois cita um caso específico, de onde deduz-se a conclusão. Já a racionalização indutiva inicia com uma série de evidências específicas, de onde o autor tira suas conclusões. O segundo é o ethos, apelo à autoridade, reputação ou à credibilidade da fonte utilizada, ou ainda da própria pessoa que está fazendo o argumento. As características de credibilidade referem-se à qualificação das pessoas para oferecer opiniões e evidências sobre o assunto que está sendo abordado. E, por fim, há o páthos, que é o apelo às emoções do autor. Atinge o individuo de forma mais direta e pessoal, por esse motivo é um poderoso recurso de argumentação. Isso se deve, uma vez que, como o objetivo de um argumento é persuadir as pessoas a adotarem o nosso ponto de vista, as emoções são aliadas, já que tendem a mover as pessoas com mais força do que simplesmente dados e evidências factuais. Apesar dos diferentes elementos e apelos, o ponto principal de uma síntese de argumento é ter claro o propósito da escrita. O propósito é determinante, tanto para a construção das alegações que serão feitas pelo autor no decorrer do texto, quanto na organização das fontes utilizadas como referência na argumentação. O propósito pode ser definido antes de escrever a argumentação ou também no processo de investigação das fontes para sustentar as suposições do autor sobre o assunto. A chave para desenvolver argumentos eficazes é encontrar e usar os tipos de apoio que fortalecem de forma mais persuasiva sua afirmação. Não existe um método único de apresentar esses argumentos, mas alguns arranjos podem ajudar nesse processo. Alguns autores se apoiam em evidências, na forma de fatos, estatísticas e depoimentos de especialistas, e apelos motivacionais baseados na emoção e na autoridade do orador. Nesse ponto, voltamos a aprendizados iniciais no processo de escrita: “resumir, parafrasear e citar evidências”, esses pontos básicos estarão presentes por toda a vida acadêmica (e profissional também), já que para escrever utilizará de fontes. Um dos arranjos aqui apresentados é a de ordem de clímax, as evidências são apresentas por ordem de impacto, do menor para o maior. É utilizado quando você planeja oferecer uma série de categorias ou elementos de suporte para sua reivindicação. O princípio básico é que se deve guardar as evidências mais importantes para o final, porque tudo que for dito/escrito por último será o que os leitores provavelmente lembrarão com maior facilidade. Em seguida, coloque o segundo argumento principal por primeiro. Outro arranjo é o de ordem lógica ou convencional, é a utilização de um modelo padrão ou plano pré-estabelecido para argumentar o caso. Um padrão usual é a descrição ou discussão de um problema/solução. Ele inicia com uma introdução na qual, normalmente, define o problema, talvez explique suas origens, em seguida, oferece uma ou mais soluções, depois conclui. Outro padrão é apresentar os dois lados de uma controvérsia. Usando este padrão, você introduz a controvérsia e (em uma síntese de argumento) seu próprio ponto de vista ou afirmação, então você explica os argumentos do outro lado, fornecendo razões pelas quais seu ponto de vista deve prevalecer. Esses padrões ou outras formas de apresentar os elementos de um argumento é, muitas vezes, ditada pelas convenções da disciplina, área ou da comunidade científica em que está escrevendo. Por exemplo, os relatórios de laboratório e experimentos nas ciências e ciências sociais geralmente seguem este padrão: abertura ou introdução, métodos e materiais (do experimento ou estudo), resultados e discussão. No entanto, os argumentos jurídicos geralmente seguem o formato: problema, regra, aplicação e conclusão. Ao desenvolver argumentos sobre um tópico controverso, você pode usar o contra-argumento de forma eficaz para ajudar a apoiar suas afirmações. Quando você usa contra-argumento, você apresenta um argumento contra sua afirmação e, em seguida, mostra que esse argumento é fraco ou falho. A vantagem dessa técnica é que você demonstra que está ciente do outro lado do argumento e que está preparado para respondê-lo. Apresenta-se também a concessão, é uma variação do contra-argumento. Como no contra-argumento, você apresenta um ponto de vista oposto, mas em vez de rejeitar essa posição, você admite que ela tem alguma validade, embora a sua própria posição seja a mais variável. Essa concessão reforça sua posição como uma pessoa imparcial que não é cega para as virtudes do outro lado. Um tipo particularmente importante de síntese de argumento é construído em padrões de comparação e contraste, permitem que você examine dois assuntos (ou fontes) em termos um do outro. Quando você compara, você considera as semelhanças. Quando você contrasta, você considera as diferenças. Para organizar um argumento de comparação e contraste, você deve ler cuidadosamente as fontes a fim de descobrir critérios significativos para análise. Um critério é um ponto específico ao qual ambos os autores se referem e sobre o qual eles podem concordar ou discordar. Os melhores critérios são aqueles que permitem que você não apenas considere as semelhanças e diferenças óbvias - aqueles sobre os principais aspectos de suas fontes ou assuntos - mas também para sondar mais fundo, explorando comparações e contrastes sutis, porém significativos, entre detalhes ou subcomponentes, que você pode relacionar à sua tese geral. Todo argumento terá limites, sejam eles em relação à capacidade do autor em formular teses sobre o assunto, seja também pela própria abertura e capacidade do leitor em absorver opiniões divergentes às suas em alguns temas discutíveis. A melhor forma de desenvolver uma síntese de argumento é por meio de tentativa e erro, só com a prática chega-se à resultados. Bibliografia BEHRENS, L.; ROSEN, L. J. A sequence for academic writing. New York: Longman, 2010.
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