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O INÍCIO DO TRABALHO EM ESF Profª Ruth Kelly Oliveira Disciplina: Saúde da Família Macroprocessos básicos da Atenção Primária a Saúde: •Territorialização •Cadastramento das famílias •Classificação de riscos familiares •Diagnóstico local •Estratificação de risco das condições crônicas •Programação e monitoramento por estratos de risco •Agenda •Contratualização CONCEITOS IMPORTANTES TERRITÓRIO – espaço geográfico porém dinâmico ACESSIBILIDADE – possibilidade de acesso a determinado serviço CONCEITOS IMPORTANTES VULNERABILIDADE – suscetibilidades populacionais GRUPO DE RISCO – contato entre infectado e suscetível COMPORTAMENTO DE RISCO – exposição ao contágio TERRITORIO Segundo Mendes (1993), há, pelo menos, duas concepções de território aplicadas aos sistemas de serviços de saúde: • Território solo: definido por critérios geográficos; é estático, portanto, não acompanha as mudanças continuas do território; • Território processo: definido por critérios geográficos, políticos, econômicos, sociais e culturais; é dinâmico, pois acompanha as mudanças permanentes do território. DIVISÕES DOS TERRITÓRIOS: Território distrito: Obedece à lógica político administrativa, sendo adequado para municípios de grande porte, para possibilitar a aproximação entre a administração pública e a população. Objetivo: Delimitação de um território administrativo assistencial, contendo um conjunto de pontos de atenção à saúde e uma população adstrita, com vistas ao planejamento urbano e ações intersetoriais. DIVISÕES DOS TERRITÓRIOS: Território área: é um território processo, de responsabilidade de uma Unidade de APS, com enfoque na vigilância à saúde e corresponde à área de atuação de uma, no máximo, três equipes de saúde. Objetivo: Planejar as ações, organizar os serviços e viabilizar os recursos para o atendimento das necessidades de saúde dos cidadãos/famílias residentes no território, com vistas à melhoria dos indicadores e condições de saúde da comunidade. DIVISÕES DOS TERRITÓRIOS: Território microárea: é uma subdivisão do território área de responsabilidade da equipe de saúde. Corresponde à área de atuação do ACS. Objetivo: É a delimitação de espaços onde se concentram grupos populacionais homogêneos de risco ou não risco, com vistas à identificação das necessidades de saúde das famílias residentes, programação e acompanhamento das ações destinadas à melhoria das suas condições de saúde. TERRITORIALIZAÇÃO É o processo de apropriação do território pela equipe da ESF; permite conhecer as condições em que os indivíduos moram, vivem, trabalham, adoecem e amam a depender do segmento social em que se situam. Esse conhecer implica assumir o compromisso de responsabilizar-se pelos indivíduos e pelos espaços onde esses indivíduos se relacionam. A adscrição da clientela à unidade de saúde não é uma mera regionalização formal do atendimento, mas um processo necessário para definir relações de compromisso. • Cadastrar 100% da população residente no território; • Identificar 100% das lideranças comunitárias e entidades associativas e representativas da comunidade residente no território; • Construir o mapa inteligente destacando os aspectos geográficos, ambientais, sociais e marcando os problemas identificados em cada área. VULNERABILIDADES – aspectos a serem considerados nas três dimensões das análises de vulnerabilidades individual Valores Interesses Crenças Credos Desejos Conhecimentos Atitudes comportamentos Relações familiares Relações afetivo-sexuais Relações profissionais Situação material Situação psicoemocional Situação física Redes e suportes sociais VULNERABILIDADES – aspectos a serem considerados nas três dimensões das análises de vulnerabilidades social Normas sociais Referências culturais Relações de gênero Relações de raça/etnia Relações entre gerações Normas e crenças religiosas Estigma e discriminação Emprego Salários Suporte social Acesso a saúde Acesso a educação Acesso a justiça Acesso a cultura, lazer, esporte Acesso a mídia Liberdade de pensamento e expressão Participação política Cidadania VULNERABILIDADES – aspectos a serem considerados nas três dimensões das análises de vulnerabilidades Programática (ênfase no setor saúde) Compromisso político dos governos Definição de políticas específicas Planejamento e avaliação das políticas Participação social no planejamento e avaliação Recursos humanos e materiais para as políticas Governabilidade Controle social Sustentabilidade política, institucional e material da política Articulação multissetorial das ações Atividades intersetoriais Organização do setor saúde Acesso aos serviços Qualidade dos serviços Integralidade da atenção Equidade das ações Equipes multidisciplinares Enfoques interdisciplinares VULNERABILIDADES – aspectos a serem considerados nas três dimensões das análises de vulnerabilidades Programática (ênfase no setor saúde) Integração entre prevenção, promoção e assistência Preparo tecnocientífico dos profissionais e equipes Compromisso e responsabilidade dos profissionais Respeito, proteção e promoção de direitos humanos Participação comunitária na gestão dos serviços Planejamento, supervisão e avaliação dos serviços Responsabilidade social e jurídica dos serviços DIAGNÓSTICO LOCAL Perfil demográfico Gênero Migração Tipos de família Domicílios Perfil epidemiológico Morbidade (incidência, prevalência, fatores de risco, internações e incapacidade) Mortalidade (faixas etárias acometidas, causas, letalidade) DIAGNÓSTICO LOCAL Perfil socioeconômico Moradia Hábitos Costumes Estilo de vida Atividades econômicas Renda Escolaridade Crenças religiosas Meios de comunicação Transporte Lazer Participação social DIAGNÓSTICO LOCAL Perfil ambiental Saneamento básico. Micro áreas de risco (água contaminada, esgoto a céu aberto foco de vetores, lixão, poluição do ar, radioatividade, agrotóxico, radiação eletromagnética). Demandas/necessidades sentidas pela população Dados coletados através do cadastramento familiar Discutido com a comunidade e suas lideranças RECONHECIMENTO E DEFINIÇÃO Aspectos físicos e geográficos . Quais e como são os limites geográficos (barreiras geográficas, ligação com outros bairros ou regiões do mesmo bairro e como é o acesso). Característica geral da área (tipo de bairro e aspecto). Coleta de lixo (como é, destino e necessidades). Arborização, pavimentação (presença, tipo e preservação) e transporte público (funcionamento e disponibilidade). Rede telefônica e elétrica (presença e preservação). Esgoto tratado e suprimento público de água (presença, destino e falta). Elementos poluidores (presença e tipo). RECONHECIMENTO E DEFINIÇÃO • Hortas, feiras livres, comércio, serviços, táxi (pontos e tipos) e serviço de correio. • Religião (quais, atuação e mais frequentadas) • Animais errantes (quais e perigo que oferecem) • Acesso (ao centro, a hospitais e a centros de saúde) • Equipamentos sociais • Tipos de construção (predominância) • Terrenos baldios, praças públicas e áreas de lazer (presença, preservação, lixo acumulado, quem frequenta) • Vias para pedestres (segurança e preservação) • Pontos de: tráfico de drogas, prostituição, desmonte de carros, imóveis desocupados/abandonados/para alugar ou vender • Creches e escolas (presença, quantidade, tipo e atendimento) RECONHECIMENTO E DEFINIÇÃO Aspectos populacionais e de organização social Associação de moradores e comissão local de saúde (atuação e reuniões), outras associações e ONGs. Grupos comunitários. Características das pessoas da micro área (quantidade, idade, sexo, faixa etária, escolaridade, evasão escolar, trabalho infantil [tipo], ocupação dominante, desempregos, egressos do sistema penitenciário).Tipo de estrutura familiar (nuclear – casal sozinha ou casal + filhos; monoparental – só a mãe ou só o pai + filhos; ampliada – agregados, parentes ou não; unipessoal – pessoa sozinha; outros). Característica das residências (quantidade de pessoas por residência, número de pessoas por cômodo, outros cômodos sendo “transformados” em quartos, presença de 1 quarto 1 cozinha e 1 banheiro). • Segurança das ruas e presença/ausência das pessoas. • Acidentes de trânsito (local e frequência). • Utilização dos recursos do território, dos Núcleos de Saúde da Família e de serviços privados de saúde. • Solidariedade entre famílias. • Relação entre as pessoas. • Padrão de renda familiar - Renda per capita dos moradores Miseráveis 0,5 salário mínimo per capita Indigentes 0,5 a 1 salário mínimo per capita Pobres 1 a 2 salário(s) mínimo(s) per capita Acima da linha da pobreza 2 ou mais salários mínimos per capita POR QUE FAZER O DIAGNÓSTICO LOCAL? Propor ações para solucionar os problemas identificados Definir prioridades e recursos a ser empregados Ou seja: fazer o PLANEJAMENTO ASCENDENTE Resultados Esperados da Territorialização Estabelecer as áreas de responsabilidade das equipes de saúde, para que possam fazer o planejamento: diagnóstico, identificação e priorização dos problemas de saúde e programação, operacionalização e monitoramento das ações de saúde. MAPEAMENTO ATRAVÉS DE MAPAS Podem-se sobrepor dados sócio ambientais e sanitários para melhor focalização de problemas; Facilita o planejamento de ações; Visualiza informações espacialmente. MAPA INTELIGENTE Define as microáreas de abrangência da UBSF; Permite a integração de ações e informações sobre ambiente e saúde para o diagnóstico e planejamento de atividades de campo; É possível juntar informações e fazer comparações , localizar ‘objetos’ e a distância entre eles (ex: ratos). Referencia Caccia-Bava, MCGG, Teixeira RA, Pereira MJB . A arena política da territorialidade. 2007. Gadelha CAG, Machado CV, Lima LD, Baptista TWF. Saúde e territorialização na perspectiva do desenvolvimento. Ciênc. saúde coletiva [internet]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232011000600038&script=sci_arttext Gondim GM, Monken M. Territorialização em Saúde. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz. P. 1-6 MENDES E. V. 1993b. A construção social da Vigilância à Saúde do Distrito Sanitário, Série Desenvolvimento de Serviços de Saúde, n. 10,: 7-19, Brasília, OPS.
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