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1 Iana Barbosa Martins – MED 31 Sistema Reprodutor Feminino ÓRGÃOS QUE COMPÕE: Ovários (gônadas femininas), tubas uterinas, útero, vagina, órgãos externos (pudendo feminino) – vulva. Glândulas mamárias – parte do tegumento e do sistema reprodutor. Semelhante a amêndoas em tamanho e forma. Par de glândulas – gônadas femininas. Mesma origem embrionárias dos testículos – homólogas. Produzem gametas: oócitos II e óvulos maduros (após a fertilização). Produzem hormônios: progesterona, estrogênios, inibina e relaxina. EMBRIOLOGIA Saco vitelínico origina os óvulos. No 3° mês de desenvolvimento, descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica. ANATOMIA Ligamentos largo do útero – prega do peritônio parietal, se insere nos ovários pelo mesovário (uma dobra de 2 camadas de peritônio). Ligamentos útero-ovárico - ancora os ovários no útero. Ligamento suspensor do ovário – os insere na parede pélvica. Hilo – cada ovário tem um. Entrada e saída de vasos e nervos ligados ao mesovário. HISTOLOGIA Epitélio germitativo – camada de epitélio simples prismático baixo ou escamoso que recobre a superfície dos ovários. Não dá origem aos óvulos. Túnica albrigínica – imediatamente profunda ao epitélio germitativo. Cápsula esbranquiçada de tecido conjuntivo denso. Córtex do ovário – imediatamente profunda à túnica albrigínica folículos ovarianos recobertos de tecido conjuntivo denso irregular, com fibras de colágeno e células estromais. Medula do ovário – tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. Folículos ovarianos - oócitos. Uma camada circundante (células foliculares), duas camadas (células granulosas). Nutrem o oócito e secretam estrogênio. Localizados no córtex. Folículo maduro – folículo grande e cheio de líquido que rompe e expulsa o oócito durante a ovulação. Corpo lúteo - produz progesterona, estrogênio, relaxina e inibina. Quando se degenera em um tecido cicatricial fibroso é chamado de corpo albicante. Duas tubas que se estendem lateralmente a partir do útero. Aproximadamente 10 cm de comprimento. Encontram-se no interior das pregas do ligamento largo do útero. Transporte de oócitos II, óvulos fecundados e via para passagem de espermatozóides. Infundíbulo da tuba uterina (parte em forma de funil) está próxima do ovário e se abre para a cavidade pélvica, terminando em franjas de projeções digitiformes ligadas à extremidade lateral do ovário, as fimbrias da tuba uterina. A ampola da tuba uterina é a parte mais larga e longa, com 2/3 laterais do comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte curta, estreita, mais medial e de paredes espessas que se une ao útero. 2 Iana Barbosa Martins – MED 31 HISTOLOGIA 3 camadas: TÚNICA MUCOSA – epitélio e lâmina própria de tecido conjuntivo areolar. O epitélio contem: Células colunares ciliadas simples - atuam como uma esteira transportadora ciliar, ajuda a mover um óvulo fertilizado ou oócito II do interior da tuba ao útero. Células intercalares - contém microvilosidades e secretam liquido para nutrir o óvulo. TÚNICA MUSCULAR – camada do meio, composta por anel circular interno espesso de músculo liso e uma região externa fina de músculo liso longitudinal. As contrações peristálticas da túnica muscular e a ação ciliar da túnica mucosa ajudam a mover o oócito ou ovulo fertilizado para o útero. TÚNICA SEROSA – camada externa de membrana serosa. A fertilização geralmente acontece na ampola da tuba uterina, mas pode ocorrer na cavidade peritoneal. Ocorre 24h após a ovulação, e algumas horas depois o óvulo fertilizado é diploide e chamado de zigoto. Via para os espermatozoides alcançar as tubas uterinas. Local de implantação de um óvulo fertilizado, menstruação, desenvolvimento do feto e trabalho de parto. Está entre a bexiga urinária e o reto. Tamanho e formato de uma pera invertida. Não engravidaram: 7,5 cm de comprimento, 5cm de larg, 2,5 cm de espessura. É maior em mulheres que já estiveram grávidas e menor quando os níveis dos hormônios sexuais são baixos, na menopausa, por exemplo. Vários ligamentos que são extensões do peritônio parietal ou cordões fibromusculares mantêm a posição. ANATOMIA Subdividido em: FUNDO DO ÚTERO – parte em forma de cúpula superior às tubas uterinas. CORPO DO ÚTERO – parte central afilada. Seu interior é chamado de cavidade uterina. Anterior e superiormente ao longo da bexiga na posição anteflexão. Istmo do útero – 1 cm de comprimento. COLO DO ÚTERO – parte inferior estreita que se abre para o interior da vagina. Se projeta inferior e posteriormente e penetra na parede anterior da vagina em um ângulo aproximadamente reto. Seu interior é chamado e canal do colo do útero – se abre para a cavidade uterina no óstio histológico interno do útero e na vagina no óstio externo do útero. Ligamentos largos do útero – em par, são pregas duplas de peritônio que fixam o útero em ambos os lados da cavidade pélvica. Ligamentos uterossacros – extensões petitoneais, de cada lado do reto e ligam o útero ao sacro. Ligamentos transversos do colo – inferiormente às bases dos ligamentos largos e se estendem da parede pélvica ao colo do útero e vagina. Ligamentos redondos – bandas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo; entendem-se do ponto do útero inferior às tubas até a parte dos lábios maiores do pudendo da genitália externa. Os ligamentos mantem a posição de anteflexão do útero e possibilitam a movimentação suficiente do corpo do útero de modo que ele fique mal posicionado. Retroflexão – variação inofensiva da posição normal do útero. Pode ocorrer após o parto, mas às vezes não há causa. HISTOLOGIA 3 camadas de tecido: PERIMÉTRIO OU TÚNICA SEROSA – camada exterior, parte do peritônio visceral, composta por epitélio simples e tecido conjuntivo areolar. Lateralmente torna-se o ligamento largo do útero. Anteriormente recobre a bexiga urinária e forma uma escavação rasa, ao ponto mais inferior da cavidade pélvica, a escavação vesicouterina. As células secretoras dessa túnica, produzem o muco cervical, uma mistura de água, glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais inorgânicos. Atuam no auxilio da entrada dos espermatozoides no útero e na capacitação dos mesmos. MIOMÉTRIO – camada intermediária, constituída por 3 camadas de fibras musculares lisas que são mais 3 Iana Barbosa Martins – MED 31 espessas na região do fundo e mais finas no colo do útero. A camada intermediária mais espessa é circular. As camadas internas e externas são longitudinais e oblíquas. Durante o trabalho de parto as contrações coordenadas do miométrio em resposta à ocitocina da neuro-hipófise ajudam a expelir o feto do útero. ENDOMÉTRIO – camada interna, bem vascularizada, possui 3 componentes: a camada interna – composta por epitélio colunar simples com células ciliadas e secretoras e reveste o lúmen; o estroma endometrial subjacente - região muito espessa de lâmina própria de tecido conjuntivo areolar; as glândulas uterinas – desenvolvidas como invaginações do epitélio luminal e se estendem até perto do miométrio. Divido em duas camadas: Estrato funcional (camada funcional) – reveste a cavidade uterina e descama durante a menstruação. Estrato basal (lâmina basal) – camada mais profunda, é permanente e dá origem a um novo estrato funcional após cada menstruação. VASCULARIZAÇÃO Artérias uterinas – fornecem sangue para o útero. Artérias arqueadas – dispostas em formato circular no miométrio. Artérias radiais – ramificações das artérias arqueadas, penetram profundamente no miométrio. Arteríolas retas – subdivisão das a radiais e irrigam o estrato basal para regenerar o estrato funcional. Arteríolas espirais – irrigam o estrato funcional e se durante o ciclo menstrual. Veias uterinas – drena o sangue do útero para as v ilíacas internas. A irrigação do útero é essencial para formação do estrato funcional,implantação do óvulo fertilizado e desenvolvimento da placenta. Canal tubular fibromuscular de 10cm de comp alinhado com a túnica mucosa que se estende do exterior do corpo até o colo do útero. Recebe o pênis durante a relação sexual. Saída para o fluxo menstrual. Via de passagem para o parto. ANATOMIA Situada entre a bexiga urinária e o reto, é dirigida superior e posteriormente, onde se insere no útero. O fórnice da vagina circunda a inserção vaginal ao colo do útero. O diafragma se apoia no fórnice, onde se mantém cobrindo o colo do útero. 4 Iana Barbosa Martins – MED 31 HISTOLOGIA Túnica mucosa – é continua com a do útero. Consiste em epitélio escamoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar onde se encontram as rugas vaginais (pregas transversais). Contém estoques (decomposição produz ácidos orgânicos). O meio ácido retarda o crescimento microbiano. As células dendríticas dessa túnica são apresentadoras de antígeno e participam na transmissão de vírus. Túnica muscular – composta por camada circular externa e longitudinal interna de musculo liso que se distende para acomodar o pênis e a criança durante o parto. Túnica adventícia – camada superficial, tecido conjuntivo areolar. Ancora a vagina aos órgãos adjacentes, como uretra e bexiga anteriormente e reto e canal anal posteriormente. Hímen – fina prega de túnica mucosa em torno da extremidade inferior da abertura vaginal para o exterior (óstio da vagina), fechando-a. Hímen imperfurado – quando a prega recobre completamente o óstio da vagina, por vezes necessitando de intervenção cirúrgica para a saída da menstruação. Refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Monte do púbis – elevação do tecido adiposo recoberta por pele e pelos pubianos grossos que acolchoam a sínfise púbica. Lábios maiores do pudendo – homólogos ao escroto, duas pregas de pele longitudinais que contem tecido adiposo, glândulas sebáceas e sudoríferas apócrinas recobertas por pelos pubianos. Lábios menores do pudendo – duas pregas de pele, contém muitas glândulas sebáceas e poucas sudoríferas. Homólogos a parte esponjosa peniana da uretra. Clítoris – pequena massa cilíndrica composta por dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos, e diversos nervos e vasos sanguíneos. Homólogo à glande nos homens. Papel na excitação sexual da mulher. Prepúcio do clítoris – camada de pele, formada no ponto em que os lábios menores se unem e recobrem o corpo do clítoris. Grande do clítoris – parte exposta do clítoris. Vestíbulo da vagina – região entre os lábios menores. Em seu interior estão o hímen, o óstio externo da uretra e as aberturas dos ductos de várias glândulas. Homólogo à parte membranácea da uretra nos homens. Glândulas menores – se abrem para o vestíbulo da vagina. Óstio da vagina – abertura da vagina para o exterior. Em ambos os lados estão as glândulas vestibulares maiores que se abrem por ductos em um sulco entre o hímen e os lábios menores do pudendo. Elas produzem algum muco durante a excitação sexual e as relações sexuais, que contribui para o muco cervical e fornece lubrificação. As glândulas vestibulares maiores são homólogas às glândulas bulbouretrais nos homens. Óstio externo da uretra – abertura da uretra para o exterior. Em ambos os lados estão: As aberturas dos ductos das glândulas parauretrais - que secretam muco e estão embutidas na parede da uretra. Homólogas à próstata. Bulbo do vestíbulo - consiste em duas massas alongadas de tecido erétil imediatamente profundas aos lábios de cada lado do óstio da vagina. O bulbo do vestíbulo fica cheio de sangue durante a excitação sexual, estreitando o óstio da vagina e colocando pressão sobre o pênis durante a relação sexual. O bulbo do vestíbulo é homólogo ao corpo esponjoso e bulbo do pênis nos ho mens. GERAL Área em formato de diamante medial às coxas e nádegas tanto no sexo feminino quanto masculino. Contém os órgãos genitais externos e o ânus. LOCALIZAÇÃO Limitado anteriormente pela sínfise púbica, lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e posteriormente pelo cóccix. DIVISÃO Uma linha transversal traçada entre as tuberosidades isquiáticas divide o períneo em região urogenital 5 Iana Barbosa Martins – MED 31 anterior que contém os órgãos genitais externos e uma região anal posterior que contém o ânus. GERAL A mama é uma projeção hemisférica de tamanho variável anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior, ligada a eles por uma camada de fáscia de tecido conjuntivo denso. ANATOMIA E HISTOLOGIA Cada mama tem uma papila mamária (projeção) com séries de aberturas pouco espaçadas de ductos lactíferos, por onde sai leite. Aréola da mama – área pigmentada ao redor do mamilo. Aspecto áspero devido as glândulas sebáceas modificadas. Ligamentos suspensores da mama – faixas de tecido conjuntivo que correm entre a pele e a fáscia e apoiam a mama. Tornam-se soltos com a idade ou prática de exercício de alto impacto. Glândula mamária - está no interior de cada mama, uma glândula sudorífera modificada que produz leite. Consiste em 15 a 20 lobos separados por uma quantidade variável de tecido conjuntivo. Em cada lobo há os lóbulos, composto por agrupamento de glândulas secretoras de leite em forma de uva embutidos no tecido conjuntivo, os alvéolos. PRODUÇÃO DE LEITE Quando o leite está sendo produzido, vai dos alvéolos por vários túbulos secundários e em seguida para os ductos mamários que se expandem para formar seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de drenado para um ducto. Cada ducto transporta leite de um dos lobos, normalmente. FUNÇÕES As funções das glândulas mamarias são a síntese, secreção e ejeção de leite. Essas funções são chamadas de lactação, estão associadas a gestação e ao parto. HORMÔNIOS A produção de leite é estimulada em grande parte pela prolactina liberado pela adeno-hipófise, com contribuições da progesterona e estrogênios. A ejeção do leite é estimulada pela ocitocina, liberada pela neuro-hipófise em resposta a sucção do bebê na papila mamária da mãe. 6 Iana Barbosa Martins – MED 31 A partir do 3 mês: placenta secreta níveis elevados de estrogênios e progesterona. 3 a 4 meses de gestação: corpo lúteo no ovário continua secretando progesterona e estrogênios, que mantêm o revestimento do útero durante a gestação e prepara as glândulas mamarias para secretar leite. A quantidade secretada é apenas um pouco maior comparada ao ciclo menstrual. 4° mês de gestação: a placenta está totalmente estabelecida e o nível elevado de progesterona garante que o miométrio esteja relaxado e o colo do útero firmemente fechado. Após o parto os estrogênios e progesterona diminuem até os níveis normais. No 4° e 5° mês: os níveis de hCG diminuem e zeram até o parto. 8º dia após a fertilização o hCG já pode ser detectado na urina e no sangue. 9° semana: pico de secreção de hCG. Cório da placenta: Gonadotropina coriônica humana (hCG) é secretado no sangue. Estimula o corpo lúteo a continuar a produção de progesterona e estrogênios – necessária para evitar a menstruação e fixar o embrião no útero. Estrogênios - secretados após as 3 ou 4 semanas e progesterona por volta da 6. São secretados em quantidade crescente até o nascimento. Lactogênio placentário (LP): é o 3° hormônio produzido pelo cório do útero. A taxa aumenta em proporção a massa placentária, alcança os níveis máximo após 32 semanas e permanece constante depois disso. Ajuda a preparar as glândulas mamarias para a lactação, aumenta o desenvolvimento materno pela síntese de proteínas e regula determinados aspectos do metabolismo na mãe e no feto, como a diminuição da utilização da glicose pela mãe e a liberação de ácidos graxos de seu tecido adiposo, aumentando a disponibilidade de glicose para o feto. Placenta: Relaxina é produzidainicialmente pelo corpo lúteo do ovário e depois pela placenta. Aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e dos ligamentos das articulações sacroilíaca e sacrococcígena e ajuda a dilatar o colo do útero durante o trabalho de parto. Hormônio liberador da corticotropina (HCL): em não grávidas é secretado pelas células neurossecretoras do hipotálamo. Determina o momento do nascimento. A secreção começa em 12 semanas e aumenta muito no final da gestação. Mulheres com altos níveis de HCL no início da gestação tem mais chances de dar à luz prematuramente. Níveis mais baixos, após a data estimada. Aumenta a secreção de cortisol, necessário para a maturação dos pulmões do feto e para produção de surfactante. No 3° mês, o útero ocupa a maior parte da cavidade pélvica e à medida que o feto cresce, se entende mais para dentro da cavidade abdominal. Perto do final da gestação, o útero preenche quase toda a cavidade abdominal, chegando até acima da margem costal, quase até o processo xifóide do esterno. Boca seca Funcionamento das glândulas salivares alteradas por conta da mudança hormonal. O útero: Desloca o intestino, o fígado e o estômago da mãe superiormente. A compressão do estômago pode forçar o conteúdo para o esôfago superiormente, resultando em pirose. Eleva o diafragma e amplia a cavidade torácica. Na cavidade pélvica ocorre compressão dos ureteres e da bexiga. Alterações fisiológicas: Ganho de peso – decorrente do feto, líquido amniótico, placenta, útero aumentado e elevação da água corporal total. Aumento no armazenamento de proteínas, triglicerídeos e minerais. Aumento das mamas – preparação para lactação. Lombalgia – hiperlordose lombar. Alterações circulatórias: Volume sistólico aumenta aproximadamente 30%. Débito cardíaco se eleva em 20 a 30% Volemia aumenta de 30 a 50%, principalmente na segunda metade da gestação. Aumentos são necessários para atender a demanda adicional do feto por nutrientes e oxigênio. Decúbio dorsal: O útero aumentado pode comprimir a aorta diminuindo o fluxo sanguíneo para o útero. Compressão da veia cava inferior diminui o retorno venoso, resultando em edemas nos membros inferiores e veias varicosas. Compressão da artéria renal pode causar hipertensão renal. 7 Iana Barbosa Martins – MED 31 Alterações respiratórias: Necessária para atender a demanda adicional do feto por O2. Volume corrente pode aumentar 30 a 40%. Volume de reserva expiratória reduzido em até 40%. Capacidade residual funcional diminui em 25%. Ventilação minuto pode aumentar em até 40%. Resistencia das vias respiratórias na arvore bronquial pode diminuir de 20 a 40%. Consumo total de O2 do corpo aumenta de 10 a 20%. Há dispneia – dificuldade para respirar. Alterações gastrointestinais: Aumento de apetite. Diminuição da motilidade do intestino – pode haver constipação, náuseas, vômitos e pirose. Alterações nefrológicas: Compressão da bexiga – polaciúria, urgência para urinar e incontinência urinaria por esforço. Aumento no fluxo plasmático renal. Aumento na taxa de filtração glomerular – aumento na capacidade de filtração possibilita eliminação mais rápida dos resíduos adicionais produzidos pelo feto. Alterações dermatológicas: Variam de organismo para organismo, sendo mais evidente em umas que outras. Aumento na pigmentação ao redor dos olhos, na região malar (semelhante ao cloasma), nas aréolas das mamas e na linha alba do abdome inferior (linha nigra). Estrias no abdome, queda de cabelo. Alterações no sistema genital: Edema e aumento da vascularização do pudendo feminino. Aumento da vascularização da vagina. Massa do útero aumenta de 60 a 80g para 900 a 1200g, devido a hiperplasia das fibras musculares no início da gestação e hipertrofia das fibras durante o 2° e o 3° trimestres. 8 Iana Barbosa Martins – MED 31 Durante os anos férteis, as mulheres não grávidas apresentam alterações cíclicas nos ovários e útero. Cada ciclo dura aproximadamente 1 mês e envolve a oogênese e a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Hormônios secretados pelo hipotálamo, adeno-hipofise e ovários controlam os principais eventos. Ciclo ovariano – série de eventos nos ovários que ocorrem durante e após a maturação do oócito. Ciclo uterino (menstrual) - alterações no endométrio do útero para prepara-lo para a chegada de um óvulo fertilizado, que no útero irá se desenvolver até o nascimento. Caso a fertilização não ocorra, os hormônios ovarianos diminuem e ocorre a descamação do estrato funcional do endométrio. Ciclo reprodutivo feminino - ciclos ovariano e uterino, alterações hormonais que regulam os ciclos e mudanças cíclicas relacionadas nas mamas e no colo do útero. Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) – secretado pelo hipotálamo, controla os ciclos ovriano e uterino. Estimula a liberação do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela adeno-hipófise. FSH inicia o crescimento folicular enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Os dois juntos estimulam os folículos a secretarem estrogênio. LH – Estimula as células da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e convertido em estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação, promove a formação do corpo lúteo e faz com que o corpo lúteo produza e secrete estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. ESTROGÊNIOS – beta-estradiol, estroma e estriol. Em mulheres não grávidas o mais abundante é o estradiol, sintetizado a partir do colesterol nos ovários. Funções dos estrogênios: Desenvolvimento e manutenção de estruturas reprodutivas femininas, características secundárias e mamas. Aumento do anabolismo proteico (formação de ossos fortes) – estrogênios sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH). Baixa o nível sanguíneo de colesterol. Nível sanguíneo moderado inibem a liberação de GnRH pelo hipotálamo e a secreção de LH e FSH pela adeno- hipófise. PROGESTERONA – secretada principalmente pelas células do corpo lúteo, junto com os estrogênios preparam e mantém o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado, além de preparar as glândulas mamarias para secreção de leite. Altos níveis de progesterona inibe a secreção de LG e GnRH. RELAXINA – produzida pelas células do corpo lúteo durante cada ciclo menstrual relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. Durante a gestação a placenta produz muito mais relaxina, continuando a relaxar o músculo liso do útero. Ao final da gestação, esse hormônio aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e pode ajudar a dilatar o colo do útero, facilitando a saída do bebê. INIBINA – secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação. Inibe a secreção de FSH e, em menor grau, LH. A duração do ciclo reprodutivo femino normalmente varia de 24 a 36 dias. Mas pradoniza-se em 28 dias e divide-se o ciclo em quatro fases: menstrual, pré- ovulatória, ovulação e pós-ovulatória. FASE MENTRUAL / MENSTRUAÇÃO 5 primeiros dias do ciclo normalmente. Por convenção: o primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo. Eventos nos ovários – o FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primordiais em folículos primários e depois em folículos secundários. Um folículo começa a se desenvolver no inicio do ciclo menstrual e pode não alcançar a maturação e ovular até vários ciclos mais tardes. Eventos do útero – o fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 ml de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. Os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazemcom que arteríolas espirais do útero se contraiam, dando origem 9 Iana Barbosa Martins – MED 31 a essa eliminação. Dessa forma, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e morrem. No final, todo o estrato funcional descama. Nesta altura, o endométrio se encontra extremamente fino, porque apenas o estrato basal permanece. O fluxo menstrual passa cavidade uterina, colo do útero, vagina. FASE PRÉ-OVULATÓRIA Período entre o fim da menstruação e a ovulação. Essa fase tem comprimento mais variável que as outras: de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. Eventos dos ovários – Alguns dos folículos secundários dos ovários começam a secretar estrogênios e inibina. Por volta do dia 6, um folículo secundário em um dos ovários se tornou o folículo dominante. Os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo dominante diminuem a secreção de FSH, fazendo com que outros folículos menos bem desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia. Os gêmeos ou trigêmeos fraternos (não idênticos) ocorrem quando 2 ou 3 folículos secundários se tornam codominantes e são ovulados e fertilizados aproximadamente ao mesmo tempo. O folículo secundário dominante passa a ser o folículo maduro e continua aumentando até mais de 20nm de diâmetro e esteja pronto para ovulação. Durante a maturação final, o folículo maduro continua aumentando sua produção de estrogênios. Eventos no útero – estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos em crescimento estimulam o reparo do endométrio. As células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. Conforme o espessamento do endométrio, há desenvolvimento de glândulas uterinas retas e curtas, e as ateríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. A espessura do endométrio dobra e mede cerca de 4 a 10 mm. A fase pré-ovulatoria é denominada de fase proliferativa, porque o endométrio está proliferando. OVULAÇÃO A ovulação, ruptura do folículo maduro e liberação do oócito secundário para o interior da cavidade pélvica ocorre geralmente no 14° dia em um ciclo de 28 dias. Durante a ovulação o oócito secundário permanece envolto pela zona pelúcida e cora radiata. Níveis elevados de estrogênios na ultima fase pré- ovulatória dão um efeito de feedback positivo sobre as células que secretam LH e GnRH, induzindo a ovulação. 1. Alta concentração de estrogênios estimula a liberação mais frequente de GnRH pelo hipotálamo e estimula diretamente os gonadotropos na adeno-hipófise a secretar LH. 2. GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adeno-hipófise. 3. LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário aproximadamente 9h após o pico de LH. Oócito ovulado e suas células da coroa radiata geralmente são deslocados para a tuba uterina. Às vezes um oócito é perdido na cavidade pélvica onde se desintegra. O pequeno volume de sangue que, às vezes, extravasa para a cavidade pélvica do folículo rompido pode causar dor, conhecida como dor intermenstrual, no momento da ovulação. FASE PÓS-OVULATÓRIA Período entre a ovulação e o inicio da menstruação seguinte. Geralmente é a parte mais constante do ciclo reprodutivo, com duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias. Do 15° ao 28° dias. Eventos no ovário – após a ovulação, o folículo madura colapsa e a membrana basal entre as células granulosas e a teca interna se rompe. Uma vez que um coágulo se forma pelo pequeno sangramento do folículo rompido, o folículo se torna o corpo rubro. As células da teca interna se misturam com as células granulosas conforme estas células se transformam nas células do corpo lúteo sob influência do LH. Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta progesterona, estrogênios, relaxina e inibina. As células lúteas também absorvem o coagulo de sangue. Em relação ao ciclo ovariano, essa fase é chamada de fase lútea. Se o ovulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem vida útil de 2 semanas. A atividade declina e ele se degenera em corpo albicante. À medida que os níveis de progesterona, estrogênios e inibina diminuem, a liberação de GnRH, FSH e LH aumenta e o crescimento folicular é retomado e inicia um novo ciclo ovariano. Caso haja fertilização e divisão do oócito secundário, o corpo luteo dura além das 2 semanas. Ele é resgatado da degeneração pela hCG. O hCG é produzido pelo cório do embrião, começando 8 dias após a fertilização. Como o LH o hCG estimula a atividade secretora do corpo lúteo. Eventos no útero – a progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio até 12 a 18mm. Este período é denominado fase secretora do ciclo uterino por conta da secreção de glicogênio pelas glândulas uterinas. As alterações preparatórias alcançam o pico em 1 semana após a ovulação, momento que o ovulo fertilizado chega ao útero. Sem fertilização, os níveis de progesterona e estrogênios diminuem por conta da degeneração do corpo lúteo. A diminuição hormonal provoca a menstruação. 10 Iana Barbosa Martins – MED 31 Primeira semana do desenvolvimento: o período embrionário se estende desde a fecundação até a oitava semana de gestação. Na primeira semana temos os seguintes eventos: fertilização, clivagem do zigoto, formação do blastocisto e implantação. FERTILIZAÇÃO Geral O material genético de um espermatozoide haploide e um oócito secundário haplóide se fundem em um núcleo diplóide único. 200 milhões de espermatozoides entram na vagina. Menos de 2 milhões alcançam o colo do útero e 200 alcançam o oócito secundário. Fertilização ocorre aproximadamente na tuba uterina 12 a 14hrs após a ovulação. Espermatozoide permanece viável 48h após a deposição na vagina. Oócito viável por 24hrs após a ovulação. Gestação com maior probabilidade de ocorrer se a relação sexual ocorrer em uma janela de 3 dias – 2 dias antes a 1 dia antes da ovulação. Processo Os espermatozoides se deslocam da vagina em direção ao canal do colo do útero através de movimentos com suas caudas (flagelos). As contrações da parede do útero ajudam na passagem dos espermatozoides pelo restante do útero em direção as tubas uterinas. As prostaglandinas do sêmen estimulam a motilidade uterina no momento da relação sexual auxiliando na circulação dos espermatozoides. Espermatozoides que alcançam o oócito minutos após a ejaculação não conseguem fertilizar em até 7h depois. Durante esse período o espermatozoide passa pela chamada capacitação - uma série de alterações funcionais que fazem com que a cauda se mova mais rápido e prepara a membrana plasmática para a fusão com a do oócito. Essa capacitação é influenciada por secreções do sistema genital femino resultando na remoção do colesterol, glicoproteínas e das proteínas da membrana plasmática em torno da cabeça do espermatozoide. Para a fertilização ocorrer o espermatozoide precisa penetrar a coroa radiata (células granulosas que circundam o oócito II) e a zona pelúcida (camada glicoproteica clara entre a coroa e a membrana do oócito II). O espermatozoide conta com a ajuda das enzimas de uma estrutura em forma de capacete que recobre sua cabeça, o acrossomo. As enzimas acrossomais e os fortes movimentos da cauda ajudam na penetração das células da coroa radiata e zona pelúcida. As enzimas digerem o caminho através da zona pelúcida enquanto o movimento em chicote da cauda o empurra adiante. Apenas o primeiro espermatozoide a penetrar toda a zona pelúcida e alcançar a MP do oócito se funde a ele. Fusão A fusão entre o espermatozoide e o oócito coloca em ação eventos que bloqueiam a polispermia – fertilização por mais de um espermatozoide. A membrana do oócito de despolariza atuando como bloqueio rápido à polispermia. A despolarização desencadeia liberação intracelular de íons cálcio, que estimulam a exocitose devesículas secretoras do oócito. As moléculas liberadas pela exocitose inativam as moléculas ZP3 e enrijecem toda a zona pelúcida provocando o bloqueio lento da polispermia. 1. Quando um espermatozoide penetra em um oócito secundário, o oócito primeiro deve completar a meiose II. Ele se divide em um óvulo maduro e em um segundo corpo polar menor que se fragmenta e se desintegra. 2. O núcleo da cabeça do espermatozoide se desenvolve no pronúcleo masculino e o núcleo do ovulo fertilizado em pronúcleo feminino. 3. Depois dos pronúcleos se formarem, eles se fundem produzindo um núcleo diploide único, no processo de singamia. 4. A fusão dos núcleos haploides restaura o numero diploide de 46 cromossomos. O óvulo fertilizado é agora chamado de zigoto. Os gêmeos monozigóticos surgem da separação das células em desenvolvimento em dois embriões, ocorre antes de 8 dias. As separações que ocorrem depois de 8 dias são suscetíveis a produzir gêmeos conjuntos ou xifópagos. Clivagem Após a fecundação, ocorrem divisões celulares mitóticas rápidas do zigoto - clivagem. A primeira divisão do zigoto começa em 24h após a fertilização e se completa 6h mais tarde. Segundo dia após a fertilização a segunda clivagem é concluída e existem 4 células. No final do 3 dia, existem 16 células. As células menores produzidas pela clivagem são chamadas de blastômeros. Clivagens sucessivas produzem uma esfera sólida chamada mórula. A mórula ainda é circundada pela zona pelúcida e tem o mesmo tamanho do zigoto original. 11 Iana Barbosa Martins – MED 31
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