Buscar

EQUIPE 2 - ESTUDO DIRIGIDO FISIOLOGIA SRF

Prévia do material em texto

Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências Biológicas
Faculdade de Medicina
Módulo Sistema Reprodutor
Estudo Dirigido
Data: 14/04/2024
Equipe: 2 (Turma D22)
Ana Carolina dos Santos Rodrigues
Beatriz Dias Lobo
Isnia Ferraz dos Santos
Marcos Eduardo Ferreira dos Santos
Maria Eduarda Nunes Avelar do Carmo
Thiago Souza Luz
SOBRE O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: 10 pontos
1. Descreva as fases do ciclo menstrual, correlacionando crescimento folicular,
ovulação, corpo lúteo e endométrio.
As mulheres produzem gametas em ciclos mensais (em média de 28 dias. O
ciclo menstrual pode ser descrito de acordo com as mudanças que ocorrem nos
folículos ovarianos, o ciclo ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no
revestimento endometrial do útero, o ciclo uterino.
A primeira parte do ciclo ovariano, conhecida como fase folicular, é um
período de crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais
variável, de 10 a 21 dias. Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera
o(s) ovócito(s) durante a ovulação. A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação é
conhecida como fase lútea. O segundo nome tem origem na transformação do
folículo rompido em um corpo lúteo que secreta hormônios que continuam a
preparação para a gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de
funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é reiniciado.
O revestimento endometrial do útero também segue um ciclo – o ciclo
uterino – regulado por hormônios ovarianos. A primeira fase começa com a
menstruação onde o começo da fase folicular no ovário corresponde ao sangramento
menstrual do útero. Na fase proliferativa, a parte final da fase folicular do ovário
corresponde à fase proliferativa no útero, durante a qual o endométrio produz uma
nova camada de células em antecipação à gestação. Por fim, na fase secretora, após
a ovulação, os hormônios liberados pelo corpo lúteo convertem o endométrio
espessado em uma estrutura secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano
corresponde à fase secretora do ciclo uterino. Se não ocorrer gravidez, as camadas
superficiais do endométrio secretor são perdidas durante a menstruação, quando o
ciclo uterino inicia novamente.
Durante a fase folicular do ciclo, o estrogênio é o hormônio esteroide
dominante. A ovulação é desencadeada pelo pico de LH e de FSH. Na fase lútea, a
progesterona é dominante, embora o estrogênio ainda esteja presente.
O AMH (Hormônio Antimülleriano) é produzido pelos folículos ovarianos
na primeira parte do ciclo ovariano. O AMH aparentemente atua como um regulador
para evitar que muitos folículos ovarianos se desenvolvam ao mesmo tempo.
O primeiro dia da menstruação é o dia 1 do ciclo. Este ponto foi escolhido
como o início do ciclo porque o sangramento menstrual é um sinal físico facilmente
observável. Pouco antes do início de cada ciclo, a secreção de gonadotrofinas pela
adeno-hipófise aumenta. Sob a influência do FSH, um grupo de folículos ovarianos
terciários começa a crescer.
Conforme os folículos crescem, as suas células da granulosa (sob a influência do
FSH) e suas células da teca (sob a influência do LH) começam a produzir hormônios
esteróides
As células da granulosa também começam a secretar AMH. Esse AMH
diminui a sensibilidade do folículo ao FSH, o que aparentemente impede o
recrutamento de folículos primários adicionais após um grupo ter iniciado o
desenvolvimento.As células da teca sintetizam androgênios que se difundem para as
células vizinhas da granulosa, onde a aromatase os converte em estrogênios,
Gradualmente, os níveis crescentes de estrogênio na circulação têm diversos efeitos.
Os estrogênios exercem retroalimentação negativa na secreção de FSH e de LH pela
adeno-hipófise, o que impede o desenvolvimento adicional de folículos no mesmo
ciclo. Ao mesmo tempo, o estrogênio estimula a produção de mais estrogênio pelas
células da granulosa. Esta alça de retroalimentação positiva permite que os folículos
continuem sua produção de estrogênio mesmo que os níveis de FSH e de LH
diminuam.
No útero, a menstruação termina durante a fase folicular inicial e sob a
influência do estrogênio proveniente dos folículos que estão se desenvolvendo, o
endométrio começa a crescer, ou proliferar. Este período é caracterizado por
aumento no número de células e aumento do suprimento sanguíneo para levar
nutrientes e oxigênio para o endométrio espessado. Conforme a fase folicular se
aproxima do final, a secreção de estrogênio ovariano atinge o seu ponto máximo.
Neste ponto do ciclo, somente um folículo ainda está se desenvolvendo. Assim que a
fase folicular está completa, as células da granulosa do folículo dominante começam
a secretar inibina e progesterona, além do estrogênio. O estrogênio, que até então
tinha exercido um efeito de retroalimentação negativa sobre a secreção de GnRH na
fase folicular inicial, muda para uma retroalimentação positiva, levando ao pico
pré-ovulatório de GnRH. Imediatamente antes da ovulação, os níveis
persistentemente altos de estrogênio, auxiliados pelos níveis crescentes de
progesterona, aumentam a responsividade da adeno-hipófise ao GnRH. Como
resultado, a secreção de LH aumenta significativamente, um fenômeno conhecido
como pico de LH. O FSH também aumenta, mas em menor grau, presumivelmente
por es ar sendo suprimido pela inibina e pelo estrogênio.
O pico de LH é parte essencial da ovulação, pois ele desencadeia a secreção
de inúmeros sinais químicos necessários para os passos finais da maturação do
ovócito. A meiose é retomada no folículo em desenvolvimento com a primeira
divisão meiótica. Esta etapa divide o ovócito primário em ovócito secundário e em
um primeiro corpúsculo polar. Enquanto essa divisão ocorre, o líquido antral
acumula-se, e o folículo cresce, atingindo seu maior tamanho, preparando-se para
liberar o ovócito. Os altos níveis de estrogênio na fase folicular tardia preparam o
útero para uma possível gestação. O endométrio cresce até uma espessura de 3 a 4
mm. A cena está preparada para a ovulação.
Cerca de 16 a 24 horas após o pico de LH, a ovulação ocorre. O folículo
maduro secreta prostaglandinas e enzimas proteolíticas, como metaloproteinases de
matriz (MMPs) que dissolvem o colágeno e outros componentes do tecido conectivo
que mantém as células foliculares unidas.
As prostaglandinas podem contribuir para a ruptura da parede folicular em
seu ponto mais fraco. O líquido antral jorra do ovário junto com o ovócito, o qual é
circundado por duas ou três camadas de células da granulosa. O ovócito é arrastado
para dentro da tuba uterina para ser fertilizado ou para morrer.
Após a ovulação, as células foliculares da teca migram para o espaço antral,
misturando-se com as células da granulosa e preenchendo a cavidade. Ambos os
tipos celulares,então, transformam-se em células lúteas do corpo lúteo. As células
lúteas recém-formadas começam a secretar hormônios. Conforme a fase lútea
progride, o corpo lúteo produz continuamente quantidades crescentes de
progesterona, estrogênio e inibina.
A progesterona é o hormônio dominante na fase lútea. A síntese de
estrogênio diminui inicialmente e depois aumenta. Entretanto, os níveis de
estrogênio nunca atingem o pico observado antes da ovulação. A combinação de
estrogênio e progesterona exerce retroalimentação negativa sobre o hipotálamo e a
adeno-hipófise.
A secreção de gonadotrofinas, adicionalmente inibidas pela produção de
inibina lútea, permanece baixa ao longo da maior parte da fase lútea.
Sob influência da progesterona, o endométrio continua sua preparação para a
gestação e se torna uma estrutura secretora.
As glândulas endometriais enrolam-se e crescem vasos sanguíneos adicionais
na camada de tecido conectivo. As células endometriais depositam lipídios e
glicogênio no seu citoplasma. Esses depósitos fornecerão a nutrição para o embrião
em desenvolvimento enquanto a placenta, a conexão materno-fetal, está se
desenvolvendo.
O corpo lúteo tem umaduração intrínseca de aproximadamente 12 dias. Se a
gestação não ocorrer, o corpo lúteo sofre apoptose espontânea. Conforme as células
lúteas degeneram, a produção de progesterona e de estrogênio diminui. Essa queda
retira o sinal de retroalimentação negativa sobre a hipófise e o hipotálamo,e, assim, a
secreção de FSH e de LH aumenta. Os remanescentes do corpo lúteo formam uma
estrutura inativa, chamada de corpo albicans. A manutenção de um endométrio
secretor depende da presença de progesterona. Quando o corpo lúteo degenera e a
produção hormonal diminui, os vasos sanguíneos da camada superficial do
endométrio contraem. Sem oxigênio e nutrientes, as células superficiais morrem.
Cerca de dois dias após o corpo lúteo parar de funcionar, ou 14 dias após a ovulação,
o endométrio começa a descamar a sua camada superficial, e a menstruação inicia.
A manutenção de um endométrio secretor depende da presença de progesterona.
Quando o corpo lúteo degenera e a produção hormonal diminui, os vasos sanguíneos
da camada superficial do endométrio contraem. Sem oxigênio e nutrientes, as células
superficiais morrem. Cerca de dois dias após o corpo lúteo parar de funcionar, ou 14
dias após a ovulação, o endométrio começa a descamar a sua camada superficial, e a
menstruação inicia. A quantidade total de menstruação liberada do útero é de
aproximadamente 40 mL de sangue e 35 mL de líquido seroso e restos celulares. A
menstruação continua por 3 a 7 dias, já na fase folicular do próximo ciclo ovulatório.
2. Qual o mecanismo endócrino que promove a síntese de estrógeno pelo folículo
ovariano?
A produção de estrógeno pelos folículos ovarianos resulta da interação hormonal
entre o hipotálamo, a hipófise anterior e os ovários. Esse processo se inicia com a liberação
pelo hipotálamo de um peptídeo chamado hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH),
também conhecido como hormônio liberador de hormônio luteinizante. Quando o GnRH é
produzido pelo hipotálamo, estimula a porção anterior da hipófise na mulher a secretar os
hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). É a partir dessa secreção de FSH
que ocorre o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Após seu amadurecimento, cada
folículo contém um óvulo ainda não maduro, e é nesse contexto que ocorre a síntese de
estrógeno. Em outras palavras, os folículos em crescimento liberam estrógeno em resposta
ao estímulo do FSH. Além disso, é relevante destacar que o estrógeno é produzido pelas
células da granulosa que envolvem o folículo ovariano.
3. O que você entende por atresia folicular ovariana?
A atresia folicular ovariana é o processo pelo qual um dos folículos começa a se
desenvolver bem mais do que os outros, tendo o processo de atresia como sendo a involução
dos outros folículos.
A causa da atresia não é conhecida, mas já foi sugerida a seguinte hipótese: as
grandes quantidades de estrogênio do folículo em crescimento mais rápido agem no
hipotálamo, deprimindo a secreção mais intensa de FSH pela hipófise anterior, bloqueando,
dessa forma, o crescimento posterior dos folículos menos bem desenvolvidos. Sendo assim,
o folículo maior continua a crescer por causa de seus efeitos de feedback positivo
intrínsecos, enquanto todos os outros folículos param de crescer e, efetivamente, involuem,
ou seja, ocorre a degeneração e a sua reabsorção nos ovários.
Além disso, esse processo é de fundamental importância, haja vista a necessidade de
mudanças para que apenas um dos folículos complete seu crescimento e posterior ovulação.
Dessa maneira, há um processo de impedimento para que não ocorra o desenvolvimento de
mais de uma criança em cada gravidez.
4. Descreve 2 efeitos fisiológicos do estrogênio na menarca.
O estrogênio estimula a proliferação celular das características sexuais primária e
secundária feminina, preparando o organismo para a menarca, que é o primeiro ciclo
menstrual. Durante a menarca, observam-se efeitos fisiológicos como os desenvolvimentos
do revestimento da mucosa da tuba uterina e dos órgãos sexuais femininos.
O estrogênio é responsável por estimular o crescimento celular do tecido glandular e
o crescimento das células ciliadas que revestem a mucosa da tuba uterina. Adicionalmente,
esse hormônio promove o aumento da atividade desses cílios, que têm a função de
impulsionar o movimento do óvulo fertilizado em direção ao útero.
Além disso, é importante mencionar os efeitos desse hormônio no desenvolvimento
dos órgãos sexuais femininos, tais como o crescimento dos ovários, das tubas uterinas e da
vagina. Sob influência desse hormônio, há um aumento do depósito de gordura no monte
pubiano e nos grandes lábios, o que resulta no aumento do tamanho da genitália externa.
Ademais, ocorre uma mudança histológica na vagina passando de um epitélio do tipo
cuboidal para um epitélio estratificado, proporcionando à vagina maior resistência durante
as relações sexuais e contra infecções. O estrogênio também desencadeia mudanças no
endométrio uterino, incluindo a proliferação do estroma endometrial e o desenvolvimento
das glândulas endometriais, que são responsáveis pela nutrição do óvulo implantado.
5. Qual o hormônio responsável pela luteólise (“regressão do corpo lúteo”)?
A involução do corpo lúteo ou degeneração do corpo lúteo ocorre devido à secreção de
pequenas quantidades do hormônio inibina - hormônio também secretado pelas células de
Sertoli nos testículos masculinos - pelas células luteínicas. A inibina inibe a secreção de
FSH pela hipófise anterior, resultando em níveis mais baixos de FSH e LH no sangue,
levando à perda desses hormônios e, por consequência, à completa degeneração do corpo
lúteo. A involução final normalmente ocorre ao término de aproximadamente 12 dias de
vida do corpo lúteo, por volta do 26º dia do ciclo menstrual normal da mulher, dois dias
antes da menstruação. Nesse período, a interrupção abrupta da secreção de estrogênio,
progesterona e inibina pelo corpo lúteo remove a inibição por feedback da hipófise anterior,
permitindo que ela recomece a liberar quantidades crescentes de FSH e LH, os quais
iniciam o crescimento de novos folículos, dando início a um novo ciclo ovariano.
6. Com relação ao ovário, o que é corpo albicans?
O corpo albicans é a cicatriz de tecido fibroso que aparece em decorrência da
degeneração do corpo lúteo, em que ocorre a substituição por tecido conjuntivo e absorvido
ao longo de meses. O corpo lúteo cresce até 7-8 dias após a ovulação. Após isso, ele inicia o
processo de involução e, em cerca de 12 dias após a ovulação, perde suas funções
secretoras, além de perder sua coloração lipídica amarelada característica, transformando-se
no corpo albicans.
7. Cite as diferentes regiões da tuba uterina e suas respectivas funções.
A tuba uterina é um tubo muscular dividido em 4 partes: infundíbulo da tuba uterina,
ampola da tuba uterina, istmo da tuba uterina e a parte intramural da tuba uterina.
● Infundíbulo da tuba uterina: é a extremidade mais próxima da tuba uterina
que forma um funil expandido e possui numerosas projeções digitiformes,
chamadas fímbrias, que se movimentam e conduzem o ovócito para dentro
da tuba. Logo, sua função principal é ser porta de entrada para o ovócito.
● Ampola da tuba uterina: é a porção intermediária da tuba uterina, sendo o
local onde normalmente ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
● Istmo da tuba uterina: é um segmento curto entre a ampola da tuba uterina e
a parte intramural da tuba uterina e, assim como a ampola, também é o local
onde pode ocorrer a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
● Parte intramural da tuba uterina: está contida no útero se abrindo na cavidade
uterina a partir do óstio uterino da tuba e possibilita a comunicação entre a
tuba e o útero.
8. Com relação ao epitélio vaginal, quais as características desse epitélio na fase
proliferativa, na fase luteínica e na pós-menopausa?
O epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é do tipo estratificadopavimentoso e, por sua vez, passa por alterações cíclicas dependentes da ação de hormônios
durante o ciclo menstrual. Nesse sentido, logo após a menstruação, a primeira fase do ciclo
menstrual observada é a proliferativa, também denominada de fase estrogênica. Isso ocorre
porque, durante este período, os ovários secretam grande quantidade de estrógenos, o que
gera como consequência maturação e proliferação celular do epitélio vaginal. Já a fase
secretória, também denominada de fase luteínica, tem início após a ovulação e é resultante
da ação de progesterona secretada pelo corpo lúteo formado após a ovulação. Neste estágio
do ciclo menstrual, a progesterona continua estimulando as células epiteliais da vagina a
continuarem se proliferando, fazendo com que o epitélio vaginal torne-se ainda mais
espesso, além de promover maior acúmulo de glicogênio intracelular.
Em relação ao período pós-menopausa, este é caracterizado por uma perda dos
estímulos ocasionados pelos estrógenos e pela progesterona. A partir disso, a mulher no
período pós-menopausa apresenta uma vagina menor, com um epitélio vaginal mais fino,
menos elástico e mais suscetível a sofrer lesões.
9. No processo de fecundação apenas um único espermatozóide penetra (fecunda)
o oócito, mas é necessário que milhares de espermatozóides estejam no sítio de
fecundação. Por que isso é necessário?
Para que ocorra a fecundação do óvulo, é necessário que exista um número
suficiente de espermatozóides. A presença de milhares de espermatozoides no sítio
de fecundação é necessária por vários motivos, dentre eles:
● Competição: A competição entre os espermatozóides é crucial para garantir
que apenas os mais aptos e saudáveis alcancem o oócito. Isso aumenta as
chances de sucesso da fecundação, pois o espermatozóide mais apto terá uma
maior probabilidade de fertilizar o óvulo com sucesso.
● Barreiras fisiológicas: O trato reprodutivo feminino apresenta diversas
barreiras físicas e fisiológicas que os espermatozóides precisam superar para
alcançar o óvulo. Ter milhares de espermatozoides aumenta a probabilidade
de alguns deles conseguirem atravessar essas barreiras e chegar ao local de
fertilização.
● Neutralização de substâncias adversas: O ambiente vaginal e uterino pode
conter substâncias desfavoráveis aos espermatozoides, como pH ácido. O
número elevado de espermatozoides ajuda a neutralizar essas substâncias
adversas e aumenta as chances de alguns espermatozoides sobreviverem e
alcançarem o óvulo.
● Ampliação das chances: A fecundação é um processo altamente complexo e
não garantido. Ter milhares de espermatozóides aumenta significativamente
as chances de que pelo menos um deles consiga fertilizar o óvulo com
sucesso, garantindo assim a sobrevivência da espécie.
Portanto, a presença de milhares de espermatozóides no sítio de fecundação é
fundamental para maximizar as chances de sucesso da fertilização.
10. Descreva as fases abaixo, citando os hormônios responsáveis:
● Fase de crescimento folicular no período de folículo primário para secundário
(folículo pré-antral);
Quando uma criança do sexo feminino nasce, seus óvulos estão circundados por
apenas uma camada de células pavimentosas foliculares, denominandas folículo primordial,
fase que perdura por toda a infância. Após a puberdade, a partir do estímulo do GnRH
hipotalâmico, FSH e LH começam a ser secretados em quantidades significativas pela
hipófise anterior, estimulando o crescimento ovariano e de seus folículos. Sendo o primeiro
estágio de crescimento folicular o aumento moderado do próprio óvulo, com aumento do
diâmetro de duas a três vezes, quando os folículos primordiais são ativados, crescendo e
dando origem aos folículos primários, formados por um ovócito primário circundado por
uma única camada de células foliculares cúbicas, seguidas de células do estroma de tecido
conjuntivo, com o aumento, inclusive, dos ovários. Em alguns desses folículos ocorre o
desenvolvimento de outras camadas das células granulosas. Durante os primeiros dias de
cada ciclo sexual mensal feminino, aumentam as concentrações de FSH e LH de maneira
leve ou moderada, com um aumento ligeiramente maior de FSH em relação ao LH e o
precede em alguns dias. Especialmente o FSH, mas também o LH, causam o crescimento
acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês, com uma rápida proliferação das células da
granulosa, aumentando o número de camadas celulares, quando então o ovócito primário
passa a ser circundado por um epitélio cúbico estratificado (2 ou mais camadas de células
foliculares), sendo agora classificado como folículo secundário, essas células foliculares
passam a ser chamadas de células da granulosa. As células foliculares continuam a fornecer
nutrientes ao oócito em desenvolvimento. À medida que as células foliculares crescem e se
multiplicam, células fusiformes, derivadas do interstício ovariano, agrupam-se em diversas
camadas por fora das células da granulosa, levando ao aparecimento de uma segunda massa
de células, denominadas teca, que se dividem em duas camadas. Na teca interna, as células
adquirem características epitelióides semelhantes às das células da granulosa e desenvolvem
a capacidade de secretar mais hormônios sexuais esteróides (estrogênio e progesterona). A
camada externa, a teca externa, se desenvolve, formando a cápsula de tecido conjuntivo
muito vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em desenvolvimento. As células da
teca e as células granulosas trabalham em associação para liberar hormônios esteróides
denominados estrógenos, os quais apresentam diversas funções.
Poucos folículos primários se desenvolvem em folículos secundários. A
transformação é iniciada quando a parede do folículo se espessa e as células foliculares mais
profundas começam a secretar pequenas quantidades de líquido. Esse líquido folicular
acumula-se em pequenas bolsas que se expandem gradualmente e separam as células das
camadas internas e externas do folículo. Nesse estágio, o complexo é conhecido como
folículo secundário. Além disso, neste momento ocorre a formação da zona pelúcida, uma
fina camada de glicoproteínas produzidas pelas células da granulosa e que envolve o
ovócito primário (é observada entre o ovócito e suas células da granulosa), responsável por
garantir a penetração de somente um único espermatozóide e evitar a polispermia durante o
processo de fertilização. A zona pelúcida também protege o embrião na fase livre do
desenvolvimento inicial (clivagem e blastocisto), enquanto se desloca pela tuba uterina até
chegar ao útero.
Embora o oócito continue a crescer lentamente, o folículo como um todo agora
cresce rapidamente em função deste acúmulo de líquido. O líquido folicular é secretado pela
massa de células da granulosa e contém glicosaminoglicanos, proteoglicanos e proteínas de
ligação a esteroides. Além disso, ele contém os hormônios progesterona, estradiol, inibina,
folistatina (foliculostatina) e ativina, os quais regulam a liberação de LH e FSH. O acúmulo
desse líquido irá ocasionar o aparecimento do antro na fase seguinte. Essa fase continua a
ser estimulada pelo hormônio FSH.
● Fase de folículo secundário para folículo terciário (folículo antral).
Depois da fase proliferativa inicial do crescimento, que dura alguns dias, a massa de
células da granulosa secreta o líquido folicular que contém concentração elevada de
estrogênio, um dos hormônios sexuais femininos mais importantes. O acúmulo desse
líquido ocasiona o aparecimento de antro dentro da massa de células da granulosa.
O crescimento inicial do folículo primário até o estágio antral só é estimulado,
principalmente, por FSH. Então, há crescimento muito acelerado, levando a folículos ainda
maiores, denominados folículos vesiculares. Esse crescimento acelerado é causado pelos
seguintes fatores:
1. O estrogênio é secretado no folículo e faz com que as células da granulosa formem
quantidades cada vez maiores de receptores de FSH, o que provocaum efeito de feedback
positivo, já que torna as células da granulosa ainda mais sensíveis ao FSH.
2. O FSH hipofisário e os estrogênios se combinam para promover receptores de LH nas
células originais da granulosa, permitindo, assim, que ocorra a estimulação pelo LH, além
da estimulação do FSH, e provocando aumento ainda mais rápido da secreção folicular.
3. A elevada quantidade de estrogênio na secreção folicular mais a grande quantidade de LH
da hipófise anterior agem em conjunto, causando a proliferação das células tecais foliculares
e aumentando também a sua secreção.
Quando os folículos antrais começam a crescer, seu crescimento se dá de modo
quase explosivo. O próprio diâmetro do óvulo aumenta também em mais de três a quatro
vezes, representando elevação total do diâmetro do óvulo de até 10 vezes, ou aumento de
sua massa da ordem de 1.000 vezes.
Enquanto o folículo aumenta, o óvulo permanece incrustado na massa de células da
granulosa localizada em um polo do folículo. Apenas um Folículo Amadurece
Completamente por Mês e os Restantes Sofrem Atresia. Após uma semana ou mais de
crescimento — mas antes de ocorrer a ovulação —, um dos folículos começa a crescer mais
do que os outros, e os outros 5 a 11 folículos em desenvolvimento involuem (processo
denominado atresia); então, diz-se que esses folículos ficam atrésicos. O folículo único
atinge diâmetro de 1 a 1,5 centímetro na época da ovulação, quando é denominado folículo
maduro.
A partir do momento que o folículo ovariano acumula fluido apresentando antro, ele
é chamado de folículo antral ou terciário (os estágios anteriores do primordial ao secundário
são chamados coletivamente de folículos pré-antrais). A camada da teca será dividida em
teca externa (fibrosa) e teca interna (com células secretoras de esteróides). No final desse
estágio de desenvolvimento, o folículo resultante contará com um grande antro repleto de
líquido ou fluido folicular, contendo o ovócito primário deslocado para a periferia do
mesmo. As várias camadas de células da granulosa agora se dividem em duas populações,
as células da granulosa murais (revestem internamente o antro folicular e têm função de
secretar estradiol e outras substâncias) e as células do cumulus oophorus (circundam
diretamente o ovócito e têm função de secretar substâncias importantes para o
desenvolvimento do ovócito). Nesta fase, a primeira camada de células do cumulus que
envolve diretamente o ovócito, apresenta células com prolongamentos de sua membrana
plasmática que atravessam a zona pelúcida e formam junções comunicantes diretamente
com a membrana plasmática do gameta feminino. Essa parte das células do cumulus recebe
o nome de corona radiata. As demais células do cumulus também apresentam junções
comunicantes entre si, incluindo aquelas da corona radiata.
Os folículos de De Graaf, também conhecidos como folículos maduros, podem ter
um tamanho igual ao do ovário inteiro; são estes folículos que eliminam o ovócito na
ovulação. A continuação da proliferação das células da camada granulosa e da formação do
líquido folicular resulta na formação de um folículo de De Graaf (maduro), cujo diâmetro
pode alcançar 2,5 cm na época da ovulação. O folículo de De Graaf pode ser observado
como uma saliência transparente na superfície do ovário, quase tão grande quanto o próprio
ovário. As células foliculares da parede do folículo constituem a membrana granulosa. A
continuação da formação do líquido folicular leva o cúmulo oóforo, constituído pelo ovócito
primário, pela coroa radiada e pelas células foliculares associadas, a se separar da sua base,
passando a flutuar livremente no líquido folicular. Esse crescimento folicular final acontece
pelo estímulo do hormônio LH, o qual o prepara para a ovulação no 14° dia em um ciclo de
28 dias.

Continue navegando