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TCC 2020 - Sociedades Não Empresárias - Recuperação Judicial - Anna Carolina Miarelli - VF - 2020 11 28

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Anna Carolina Miarelli Colombo 
 
 
 
 
 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM TEMPOS DE COVID 19 EM SOCIEDADES NÃO 
EMPRESÁRIAS: O CASO DA UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA LIMA 
FACULDADE DE DIREITO MILTON CAMPOS 
2020 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM TEMPOS DE COVID 19 EM SOCIEDADES NÃO 
EMPRESÁRIAS: O CASO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
 
 
Resumo: O tema envolvendo a recuperação judicial é objeto de estudos e pesquisas que remontam há muito 
tempo, porém, com uma nova perspectiva envolvendo o período em que o país se encontra, em meio à pandemia 
do novo coronavírus, e a atual calamidade pública, as questões envolvendo o tema pedem maior atenção e 
estudo. Tem-se como objetivos para esta pesquisa conhecer a Lei 11.101/05 e suas conjunturas junto à sociedade 
não empresária, identificar os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus, visto o estado de 
calamidade vigente e a recuperação judicial e o caso envolvendo pessoa jurídica não empresária julgado durante 
período de pandemia pelo coronavírus. A metodologia adotada foi o levantamento bibliográfico. Concluiu-se o 
juiz que proferiu a sentença do processo da Universidade Cândido Mendes, sociedade sem fins lucrativos, ou 
seja, não se trata de sociedade empresária, se ateu ao momento em que estamos vivenciando, mas não seguiu as 
disposições legais exigidas pela Lei 11.101/05. 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Recuperação Judicial. Cândido Mendes. Covid-19. 
Data de submissão: 00/00/0000 – Data de aprovação: 00/00/0000 – Data de publicação: 00/00/0000 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 O tema envolvendo a recuperação judicial é objeto de estudos e pesquisas que 
remontam há muito tempo, porém, com uma nova perspectiva envolvendo o período em que o 
país se encontra, em meio à pandemia do novo coronavírus, e o atual momento em que se 
encontra o país em meio á restrições e evitando aglomerações, as questões envolvendo o tema 
pedem maior atenção e estudo. 
 A recuperação judicial de pessoas jurídicas não empresárias é um tema bastante 
abrangente e remete a questões jurídicas de ampla discussão, porém, em meio ao período de 
restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus, foi necessária a adaptação à situação 
em que as pessoas jurídicas se encontram, com a adoção de iniciativas que substituem durante 
o período, por exemplo, os encontros presenciais das Assembleias Gerais de Credores, por 
encontros virtuais ou até mesmo pelo adiamento da mesma. 
 Desta forma, tem-se como objetivos para esta pesquisa conhecer a Lei 11.101/05 e 
suas conjunturas junto à pessoa jurídica não empresária, identificar os impactos causados pela 
pandemia do novo coronavírus, visto o estado de calamidade vigente e a recuperação judicial 
e o caso envolvendo pessoa jurídica não empresária julgado durante período de pandemia pelo 
coronavírus. 
Ao abordar a temática será possível conhecer as situações envolvendo as discussões da 
recuperação judicial de sociedade não empresária e a partir daí contribuir para que o tema 
possa ser difundido, instigando mais pesquisas e trabalhos que aprofundem a temática 
envolvida envolvendo o meio jurídico á uma temática nova que está em construção e em ação 
no país. 
2 LEI 11.101/05 E A RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 No ano de 2005, após anos de espera e tramitações, entrou em vigor em 08 de junho a 
Lei 11.101 que passou a dispor sobre a recuperação extrajudicial e judicial de empresas, assim 
como a falência, tal lei implica em meios de recuperação das empresas que se encontram em 
períodos delicados financeiramente. (SALOMÃO E SANTOS, 2012). 
A partir desta data ficou revogado o então Decreto-Lei 7.661/1945, “reforçou bastante 
o aspecto judicial da falência e da concordata, proibindo a moratória amigável; Eliminou a 
natureza contratual da concordata; diminuiu a influência dos credores, concentrando poderes 
nas mãos do juiz.” 
O Decreto- Lei 7.661/1945, passou a vigorar no Brasil durante o Estado Novo, assim 
como exposto por Cardoso (2005, p.06): 
 
Com o advento do Estado Novo, consequentemente, houve a reforma deste pelo 
Decreto-lei n° 7.661 de 21 de junho de 1945cujo objetivo era o de ajustar a 
legislação nacional à politica de fortalecimento dos poderes do Estado. Uma das 
principais mudanças no ordenamento jurídico, introduzido por esta reforma, foi a 
concessão das concordatas preventivas e suspensivas pelo Estado, por intermédio do 
juiz, aos devedores infelizes e honestos, independentemente da concordância dos 
credores. 
 
 
 
Um ponto a ser considerado pelo Decreto-Lei 7.661/1945, configura-se no emprego da 
concordata que era vista como uma das condições para a recuperação das sociedades 
empresárias, a respeito das concordatas Cardoso (2005, p.41) explica: 
São, portanto, as condições gerais para obter a concessão da concordata: 
regularidade no exercicio do comércio, ou seja, sociedade empresária, para ter 
direito à concordata, deve ter os seus atos constitutivos registrados no registro de 
empresas (Junta Comercial) e os seus livros devidamente autenticados, nos termos 
do art. 140, inciso l, da LF de 1945; não ter titulo vencido há mais de 30 dias, em 
decorrência dos mandamentos do pedido de autofalência, ou ter a sua falência 
requerida neste prazo, conforme art. 140, ll; não ter impetrado concordata nos 5 anos 
anteriores, art. 140, IV; estar quite com o fisco e a Seguridade Social, segundo 
rezam os arts. 191 do CTN e art. 95, §2°, alínea e, da Lei n.° 8.212/91, 
respectivamente. m No direito falimentar normalizado pelo Decreto-lei n.° 7.661/45 
há duas espécies de concordata: a que suspende a falência - concordata suspensiva - 
e a que previne o estado falimentar - concordata preventiva 
 
Esse mecanismo viria a muda somente a partir de 2005, quando a Lei n.º 11.101/2005, 
que revogou o antigo Decreto-Lei 7.661/1945. 
Diante das necessidades de adequação ao novo modelo econômico industrial, o então 
Decreto-Lei de 1945, passou a não estar dentro dos novos paradigmas judiciais e nos novos 
formatos de organização industrial e econômica. 
Pimenta (2006, p.152), afirma que: 
 
Dentre várias significativas alterações, esta nova legislação concursal introduz em 
nosso ordenamento os institutos da recuperação judicial e extrajudicial de empresas, 
elaborados sob a premissa da preservação da unidade econômica em dificuldades 
momentâneas. 
 
É importante notar que como condição para que a sociedade empresária possa estar 
em conformidade com a mesma o período de problema financeiro há de ser momentâneo, ou 
seja, quando há como o empresário reverter o quadro em que sua instituição se encontre, 
através do plano de recuperação da empresa. 
Outro ponto importante no meio jurídico foi a alteração em termos jurídicos e até 
mesmo a extinção de alguns pontos como aconteceu com a concordata e a continuação dos 
negócios pelo falido, pontos que eram permitidos com o antigo Decreto-Lei de 1945. 
(SALOMÃO E SANTOS, 2012). 
De acordo com os autores acima citados, a Lei 11.101/05: 
 
Alterou conceitos e termos jurídicos, extinguindo a concordata e a continuação dos 
negócios pelo falido, como previsto no revogado Decreto-Lei 7.661/1945. 
Introduziu a recuperação extrajudicial e judicial de empresas, modificando 
radicalmente o sistema falimentar então vigente. 
Porém, foi mantida a dualidade para os procedimentos, em sendo o devedor 
insolvente um empresário e outro não empresário. Em relação a este, de natureza 
civil, o sistema é o da insolvência (Código de Processo Civil, art. 748 e seguintes). 
No tocante àquele que exerce atividade empresária, aplica-se a lei em 
comento.(SALOMÃO E SANTOS, 2012, p.07). 
 
Desta forma, as novas conotações trouxeram em ascensão um novo modelo de 
intervenção jurídica dentro das empresas, porém, não deixando de lado a responsabilidades do 
empresário em prol da solução para com os problemas financeiros e a recuperação de sua 
empresa.Vale lembrar que : 
O instituto da recuperação de empresas, tanto sob a forma judicial quanto 
extrajudicial, representa a solução legalmente estipulada para tentar manter em 
funcionamento as empresas em dificuldades econômicas temporárias e, por meio 
desta medida, assegurar os empregos existentes e os interesses de terceiros como 
credores, consumidores e o próprio Fisco. (PIMENTA, 2006,p.153). 
Assim, o instituto de recuperação de empresas é uma medida provisória, onde vale 
ressaltar que “não cabe ao Poder Judiciário a tarefa de reelaborar a atividade do empresário individual ou 
sociedade empresária em crise”, ao judiciário cabe acompanhar e aplicar ao empresário os 
mecanismos legais para que este consiga recuperar a estabilidade financeira de sua empresa e 
mantê-la produtiva em seu meio. (PIMENTA, 2006, p.153). 
Desta forma, a Lei 11.101/2005, consegue manter em funcionamento através de 
mecanismos legais autorizados pelo judiciário, a empresa e os empregos de funcionários e a 
função social da mesma. 
 
3 OS IMPACTOS DA PANDEMIA COVID-19 FRENTE A RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL 
O ano de 2020 trouxe grandes impactos e mudanças para a sociedade como um todo. 
No tocante ao setor jurídico, os impactos não foram diferentes; mudanças em visões e 
alterações em situações jurídicas acabaram por ocasionar debates e mudanças no contexto. 
Borges (2020,p.02), afirma que “Nesse contexto, é necessário que a “caixa de ferramentas” 
jurídicas disponíveis para o empresariado esteja clara e disponível, motivo pelo qual passamos a expor algumas 
delas como alternativas plenamente viáveis, caso sejam bem orientadas.” Essa “caixa de ferramentas” 
jurídicas acaba por estar em desenvolvimento e necessitando se adaptar e encontrar soluções 
juridicamente corretas que deem suporte aos mais variados setores da sociedade. 
A pandemia devido ao covid-19 obrigou o Brasil, assim como praticamente todos os 
países do globo terrestre, a restringir atividades e ações e assim, acabou por abalar a economia 
em todas as instituições de ensino. Essa defasagem da economia fez com que algumas 
ferramentas jurídicas acabassem por se tornar essenciais para a manutenção de certas 
atividades, porém, trouxe consigo vários impasses e tomadas de decisões que foram revistas e 
executadas no meio jurídico. (ANDRADE e PAULA, 2020). 
A atual crise desencadeada pela pandemia gerou “Lojas fechadas compulsoriamente, setor de 
serviços esvaziado e um desestímulo flagrante do consumo fazem com que o cenário em que alguns contratos 
foram anteriormente firmados mudasse drasticamente.” (BORGES, 2020,p. 02). 
Desta forma, o incentivo a solução de problemas envolvendo as rupturas contratuais é 
incentivado através de métodos alternativos de solução de conflitos, porém há se ter cautela 
no uso de ferramentas que visem juridicamente a solução para estes casos, assim, como 
explicado por Borges ( 2020,p. 02): 
 
Mas se por um lado há amplo incentivo a essa primeira ferramenta, por outro falta 
uma gestão estratégica para renegociação de contratos. É preciso não se perder de 
vista que uma repactuação em tempos de pandemia já abordará inequivocamente a 
premissa da crise, ou seja, cria-se a expectativa de que os contratantes já calcularam 
impactos e possíveis cenários desfavoráveis para estabelecer as novas relações 
contratuais. Sem dúvidas, referido argumento será utilizado em disputas judiciais. 
 
Assim, é necessário que alguns cuidados sejam tomados, com o intuito de garantir a 
legalidade das ações a serem tomadas. Com o intuito de assegurar a segurança e legalidade 
dos processos, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), estabeleceu algumas orientações que 
tem como objetivo maior garantir “aos juízos com competência para julgamento de ações de 
recuperação judicial em decorrência dos impactos dos econômicos do covid-19” maior cuidado e 
legalidade (ANDRADE e PAULA, 2020), tais orientações foram dispostas em uma 
Resolução, que dispõe sobre essas orientações e recomendações de caráter judicial especial 
diante da pandemia de covid-19. 
 
3.1 O que diz a RESOLUÇÃO Nº 63/2020 – CNJ 
 
As orientações dispostas pelo CNJ foram divulgadas pelo órgão sob uma Resolução 
editada em 31 de março de 2020, onde o mesmo expõe de forma bastante clara e objetiva 
sobre os caminhos, a serem tomados juridicamente em relação ao tratamento da recuperação 
judicial diante a situação de emergência desencadeada pela pandemia causada pelo covid-
19.(ASSIS, BRADÃO e PIMENTA 2020). 
A primeira orientação diz respeito diretamente a “prioridade na análise e decisão sobre 
questões relativas ao levantamento de valores em favor de credores ou empresas recuperandas”, ou seja, essa 
premissa tem por objetivo maior ajudar a manter o funcionamento das empresas que estão em 
processo de recuperação judicial: “O plano aprovado, em um momento preliminar, se posta agora ante um 
cenário diverso e imprevisível, sendo indiscutivelmente necessário rediscutir em juízo eventuais repactuações, 
ressalvados os direitos e o tratamento igualitário aos credores.” .(ASSIS, BRADÃO e PIMENTA 2020). 
A segunda premissa do CNJ diz respeito a suspensão da realização das Assembleias 
Gerais de credores por meio presencial, ou seja, não é necessário um encontro presencial 
durante as assembleias sendo permitido a realização da mesma através de meios virtuais. 
(ANDRADE e PAULA, 2020). 
A terceira orientação, segundo Assis, Bradão e Pimenta (2020, p.454): 
 
Está dentro das sugestões do CNJ, adicionalmente, a prorrogação do prazo de 
duração da suspensão (stay period) até a realização da AGC, quando necessário seu 
adiamento. A suspensão se dará até o momento que seja possível deliberar acerca da 
homologação do resultado desta AGC. 
 
Tal orientação traz embasamento para que a realização das AGC (Assembleias Gerais 
de Credores) por meio virtual, adiamento das AGCs, bem como a suspensão da realização das 
mesmas, dando prioridade para homologação do resultado da referida AGC. 
A quarta orientação do CNJ estabelece “Autorizar que todas as empresas que já estejam em 
fase de cumprimento do plano de recuperação, aprovado pelos credores, em prazo razoável, apresentem 
planos modificativos,”, porém, vale lembrar que tal empresa tem de estar “adimplentes com suas 
obrigações” estando em condições aptas para que possam realizar as mudanças necessárias em 
seus planos. (ANDRADE e PAULA, 2020). 
A orientação de número 5 estabelecida pelo CNJ, de acordo com Assis, Bradão e 
Pimenta (2020, p.454): 
 
(...) que os juízos determinem a continuidade das atividades de fiscalização por parte 
dos administradores judiciais, mas de forma virtual ou remota. A divulgação dos 
relatórios mensais de atividades deverá ser feita nas respectivas páginas da internet 
(CNJ, 2020). Não seria prudente medida diversa, uma vez que este é o momento em 
que a fiscalização e atuação do administrador judicial se fará mais necessária. Vive-
se um contexto de crise a ser agravada pela pandemia, sendo possível inferir que as 
empresas em recuperação sofrerão mais do que as demais, tendo em vista já estarem 
em crise. 
 
Por fim, o órgão recomenda que ao realizarem análises acerca de “medidas de urgência, 
despejo por falta de pagamento e atos executivos de natureza patrimonial em ações judiciais que demandem 
obrigações inadimplidas durante o estado de calamidade pública” os juízes sejam cautelosos, não 
esquecendo-se do Decreto Legislativo de nº 6 de 20 de março de 2020, onde fica estabelecido 
o estado de calamidade me saúde pública vigente no país. ASSIS, BRADÃO e PIMENTA 
(2020). 
A este respeito, Colombo e Marques (2020, p. 40), explicam: 
 
(...) o CNJ recomendou que os magistrados adotem medidas como (i) priorizar 
decisões sobre levantamento de valores; (ii) suspender assembleias gerais de 
credores presenciais e, quando necessário, autorizar a realização de reuniões 
virtuais; (iii) prorrogar prazo de suspensão de açõese execuções (stay period) 
quando houver a necessidade de adiamento da assembleia geral de credores; (iv) 
analisar se é o caso de autorizar a apresentação de plano de recuperação 
modificativo dadas algumas circunstâncias; (v) considerar a ocorrência de força 
maior ou de caso fortuito para relativizar a convolação da recuperação judicial em 
falência em decorrência do descumprimento de plano de recuperação judicial; e (vi) 
avaliar com cautela o deferimento de medidas de urgência, despejo por falta de 
pagamento e atos executivos de natureza patrimonial em ações judiciais relativas 
inadimplementos durante o estado de calamidade pública. 
 
 
A partir das mudanças necessárias durante o período da pandemia causada pelo covid-
19, o meio jurídico passa por alterações que acabam por deixar lacunas entre o que diz a lei de 
recuperação judicial e as novas possibilidades de julgamento e trâmites do processo de 
recuperação. 
É possível observar que o CNJ se preocupou em estabelecer tais diretrizes de modo a 
orientar e fazer possível a compreensão jurídica diante da necessidade extraordinária e 
urgente nos casos envolvendo a recuperação jurídica durante o período envolvendo a 
pandemia causada pelo covid-19. 
 
4. O CASO CÂNDIDO MENDES 
 
A Associação Sociedade Brasileira de Instrução - ASBI e Instituto Cândido Mendes 
refere-se a uma universidade de cunho privado fundada no país no ano de 1902. Seu histórico 
sempre se referiu em uma instituição de ensino. Ao longo dos anos, a instituição acabou por 
contrair dívidas, se vendo diante de um inevitável fechamento. 
Com o intuito de se reerguer, a instituição colocou em processo junto ao Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), assim como explanado pelo próprio processo montado pela 
Instituição junto ao Tribunal de Justiça: 
 
Em decorrência de dificuldades oriundas das conjunturas de mudanças políticas na 
área de educação, além da recente e notória retração na economia nacional, que 
redundou na sua instabilidade econômico-financeira, tudo, agora, foi agravado pela 
pandemia do Covid-19, um evento inédito, imprevisto e imprevisível para a nossa 
geração, de magnitude avassaladora, cujos efeitos, nefastos e imensuráveis, não são 
por ninguém ignorados e impactaram especialmente o setor de ensino. 
Por tais razões, as requerentes se viram mergulhadas numa crise financeira de 
grande vulto, devedoras de cerca de 400 milhões de reais, pelo que, vêm ao 
Judiciário pleitear a chance de apresentarem um plano de reorganização visando o 
seu soerguimento. ( Mauro, MM. Juiz, 2020, p.111). 
 
Observa-se que, a instituição afirma que a crise financeira na qual se encontra 
instaurada agravou-se diante da pandemia de Covid-19, segundo a qual, o fechamento de 
atividades não essenciais, bem como a suspensão de aulas e atividades presenciais deixaram a 
instituição diante do agravamento da crise econômica na qual a mesma já se encontrava 
inserida. 
Ao requerer a Recuperação Judicial da Instituição, a mesma o fez com pedido de base 
na Lei nº 11.101/2005, onde encontra-se disposto: 
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos 
simplesmente como devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência 
à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades 
legalmente equiparadas às anteriores. (Grifo nosso) 
Vale ressaltar que a referida Lei Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária, a mesma não faz quaisquer menções á 
instituições públicas ou ainda sociedades não empresarias. 
Diante do exposto pela instituição junto ao TJ/RJ, o juiz deferiu em favor da 
instituição, a colocando em processo de Recuperação Judicial, onde o mesmo assimila: 
 
É certo que o art. 1° da Lei n° 11.101/2005, se refere à recuperação judicial, à 
recuperação extrajudicial e à falência do empresário e da sociedade empresária, e 
que o art. 2°, nos seus incisos I e II, expressamente exclui da abrangência da lei as 
entidades que elenca, entre as quais não consta associação de ensino. ( Mauro, MM. 
Juiz, 2020, p.111). 
 
Mesmo com a ciência do não enquadramento da Instituição Cândido Mendes enquanto 
sociedade empresária pela Lei no 11.101/2005, o Tribunal de Justiça RJ decide por aceitar o 
pedido de Recuperação, explanando: 
 
Assim, a menos que se estenda à associação civil de ensino a proibição genérica 
oriunda da sua não inclusão no art. 1°, é forçoso concluir não existir na lei vedação 
ao deferimento de recuperação judicial às instituições ora requerentes. Na 
ponderação da Análise Econômica do Direito, o juiz, ao aplicar o ordenamento 
jurídico, deve atentar para os fins sociais e para as exigências do bem comum, 
"resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
razoabilidade e a eficiência", tal como preconiza o art. 8º do CPC. Com efeito, a 
associação de ensino não é objetivamente excluída por nenhum dos artigos da LRF; 
apenas por dedução e interpretação contrariu sensu, é que se poderia extrair tal 
ilação do art. 1º. Porém, quando o legislador pretendeu excluir diretamente, elencou 
as pessoas jurídicas nos dois incisos do art. 2º. Não há, portanto, como estender à 
associação civil a proibição expressa contida no art. 2º e seus incisos, vedada a 
possibilidade de ampliação da interpretação das normais legais restritivas. É 
fundamental, ademais, cotejar a interpretação de tais normas (arts. 1º e 2º) com o 
princípio insculpido no art. 47 da LRF, o da preservação da empresa, que considera 
não a natureza formal da pessoa jurídica, mas a sua função econômica e social 
enquanto fonte produtora de riquezas. ( Mauro, MM. Juiz, 2020, p.111). 
 
Com esta prerrogativa, a instituição dá início ao processo de Recuperação Judicial, 
com respaldo na decisão tomada pelo TJ-RJ, mesmo não sendo enquadrada na Lei como 
sociedade empresária, mas sim como entidade sem fins lucrativos em que em nenhum 
momento é citado na Lei 11.101/2005. 
O argumento utilizado pelo advogado da Universidade é de que a finalidade da Lei de 
Recuperação Judicial é a de preservar a empresa, qualquer que seja a sua natureza, pelo seu 
caráter de produzir riqueza e gerar empregos, estimulando a atividade econômica. (LUNA, 
2020). 
Ainda podemos destacar que a justificativa da juíza ao proferir a decisão foi em 
desacordo com a Lei e utilizando argumentos de teor emocional. Veja-se: 
 
Uma associação histórica, tendo em vista o lapso temporal em que atua no mercado, 
não teria o direito de tentar uma recuperação antes de decretar sua falência? Como 
se sabe, a recuperação é o caminho, como o próprio nome já diz, que busca de todas 
as formas, recuperar por meio de um plano, suas economias, com o escopo de 
superar uma crise. O fato de visar uma recuperação por todos os meios, embora o 
caso concreto incida sobre uma associação, o que se observa-se no contento, é a 
aplicação do princípio da preservação da empresa, o qual foca em preservar a 
empresa por qualquer meio, seja mudando o sócio, por meio de planejamentos, ou 
visando melhorias, frisando-se que o essencial é a preservação. No caso em questão, 
é notório o intuito de preservar a associação, a qual contribui até mesmo 
economicamente para a coletividade. Logo, busca preservar a atividade, causando o 
mínimo de impacto social, sendo assim, o princípio da preservação da empresa, seria 
incidente até mesmo para o caso da associação, trocando apenas a última 
denominação, mas fixando o enfoque do princípio, sendo portanto, o princípio da 
preservação da associação, a qual tem relevância para o mercado, e seria submetidaao processo de falência para que fosse preservada a qualquer custo, e mantida para 
que o todo não seja prejudicado e ela permaneça no mercado. (MORAES, 2020, 
p.03). 
 
Não existem dúvidas nem discussões dispondo de inconstitucionalidade da Lei 
Falimentar, diante disso, ao proferir a decisão o juízo competente não utilizou dos critérios 
obrigatórios dispostos no interim da disposição legal, em que deixa claro e evidente que 
associação sem fins lucrativos nem instituições podem ser objeto de Recuperação Judicial. 
Ademais, visando a situação narrada em todo teor deste artigo, entende-se que o atual 
cenário foi um fator importante para a decisão, porém não deve ser utilizado como respaldo 
pois contraria a legislação aplicável, o que pode acarretar em uma descompensação do 
judiciário brasileiro, por não haver segurança jurídica nas decisões acerca de uma lei vigente. 
O processo foi remetido ao Tribunal Justiça para ser analisado pelos 
Desembargadores, sendo repassado ao duplo grau de jurisdição, por ter havido Recurso pelo 
Ministério Público do Rio de Janeiro, que respaldou seu Recurso propriamente na Lei, 
arguindo que seja negado provimento ao pedido da Universidade e, além disso, que fosse 
nomeado Administrador Judicial pelo Juízo para acompanhar a Recuperação caso fosse 
confirmada. O Recurso apresentado foi provido em parte apenas para acatar a nomeação de 
Administrador, no que pese o argumento de não ser acatada a Recuperação foi denegado. 
 
Sendo assim, o entendimento do MM. Juíza, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
foi endossado pelos Desembargadores da 6ª Câmera Cível dispondo no teor do Acórdão, de 
acordo com matéria divulgada pela Revista Consultor Jurídico (2020, p. 01): 
 
(...) a finalidade maior da Lei de Recuperação Judicial é a de preservar a empresa, 
qualquer que seja a sua natureza, como fonte produtora de riquezas, o emprego dos 
trabalhadores, o interesse dos credores, sua função social e o estímulo da atividade 
econômica. 
(...) 
Assim, sob o fundamento do princípio da preservação da empresa, por se tratar de 
atividade preponderante, que, embora não distribua lucro entre seus associados, gera 
imensa riqueza para o meio social, comprovando assim seu caráter econômico, deve-
se permitir o deferimento do processamento da recuperação judicial desde que 
comprovado mais de dois anos de efetivo exercício da atividade educacional, o que 
para o requerente é público e notório. 
Por fim, merece reparo a decisão impugnada, quanto à nomeação do Administrador 
Judicial, que, segundo o provimento, é jurista renomado, de notório saber jurídico e 
especialista na matéria empresarial, com marcante atuação em processos de 
recuperação judicial perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde está 
cadastrado. 
 
 
 
A decisão acima elencada, proferida pelo acórdão da 6ª Câmara Cível do TJRJ no dia 
02/09/2020. 
Após a decisão, foram opostos Embargos de Declaração Infringentes pelo MPRJ, 
sustentando que houve contradição no Acórdão proferido ao tratar da parte autora do processo 
como Associações, e ao mesmo tempo a caracteriza como empresa, ao determinar a sua 
Recuperação Judicial. Alega ainda que, não há possibilidade de uma entidade ser considerada 
ao mesmo tempo Empresa e Associação, tornando a decisão contrariam em seu teor. Ainda 
alegou a existência de omissões, e utilizando o referido recurso como Pré-questionamento 
Explícito. ( Revista Consultor Jurídico, 2020). 
Ainda, apenas para fins informativos, não sendo de interesse ao artigo elaborado, 
houve o ingresso do Banco do Brasil S.A. e de Ricardo Hasson Sayeg, como terceiros 
interessados, apresentando também embargos à decisão proferida pela 6ª Câmara. 
A agravada apresentou Contrarrazões aos Embargos apresentados, e dando 
prosseguimento o processo foi incluído em pauta de julgamento presencial por vídeo 
conferência. 
Diante disso, o processo se encontra em andamento até o presente momento, para 
julgamento dos ED’s interpostos. 
 
4.1. IMPACTOS DA DECISÃO 
 
A decisão deferindo a Recuperação Judicial da Universidade Cândido Mendes, é uma 
alteração expressiva na legislação atual. 
Mesmo que de forma implícita, a Juíza e os Desembargadores que deferiram o pedido 
de Recuperação, acabaram ultrapassando o limite do seu poder. 
De acordo com o princípio de Montesquieu a Separação dos Poderes, Executivo, 
Legislativo, e Judiciário, não devem ultrapassar seus limites. 
Sendo assim, os executores do poder judiciário, não devem extrapolar o poder que lhe 
é conferido, então devem apenas cumprir o seu objetivo de julgar, não devendo legislar sobre 
matéria já consolidada, a única possibilidade é de modular a legislação, e não modifica-la, 
como ocorreu no caso em questão. 
Ainda assim, é inquestionável que a atuação do Poder Legislativo muitas vezes deixa a 
desejar e propicia para a atuação do Judiciário em casos que não é de sua competência. No 
entanto, de tanto o Judiciário questionar e legislar as normas, o que era para ser de 
competência atípica, hoje estar se tornando cada vez mais típicas, mais rotineiras que o 
próprio exercício do Poder Legislativo. 
É preciso que os limites impostos pela Constituição sejam respeitados, pois mesmo 
sendo uma forma de desenvolvimento do Poder Judiciário visando atender as necessidades da 
sociedade, o mesmo se não limitado poderá atentar contra o princípio da Separação dos 
Poderes que tanto visa proteger. (ARAÚJO, 2016). 
 
4.2. ALTERAÇÃO DA LEI 11.101/04 
 
A Lei 11.101/04 que versa sobre a Recuperação Judicial, foi modificada 
instantaneamente, com a decisão proferida pelo TJRJ e confirmada pela 6ª Câmara Cível 
TJRJ. 
Mesmo a decisão sendo passível de modificações, cria-se uma lacuna para que a Lei 
já consolidada, que passou por todas as suas etapas de aprovação, seja contestada. 
Uma lei promulgada torna-se absoluta até o momento de suas possíveis modulações, 
que são as jurisprudências aplicando melhor a Lei no caso concreto. 
Ocorre que no caso em questão, não houve adequação ao caso, e sim modificação da 
lei. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto, torna-se indiscutível que o juiz que proferiu a sentença do processo 
da Cândido Mendes, sociedade sem fins lucrativos, ou seja, utilizou de respaldo a atual 
situação que o mundo vivencia, porém não se ateve a Legislação vigente, no caso pela Lei 
11.101/05. 
Ocorre que, a Recuperação Judicial é emanada de requisitos, pois trata-se de um 
processo que “escolhe” os credores que terão preferência para receber o que lhe é devido, 
sendo assim, a Lei de Falência exige que os falidos em recuperação sejam sociedades 
empresárias, não devendo ser deferido o pedido de Recuperação Judicial, pois não se 
enquadra nos requisitos obrigatórios para a concessão da Recuperação. 
A decisão em questão abre um lapso para que seja deferido pedidos de sociedades não 
empresárias, o que pode acarretar em uma mudança brusca da legislação e a insegurança 
jurídica irá pairar sobre uma Lei em conformidade com a Legislação. 
 
Sendo assim, a Cândido Mendes não cumpriu os requisitos necessários, mas ainda 
assim conseguiu autorização para iniciar sua Recuperação Judicial. 
Pelo cenário que estamos vivendo, mesmo sendo uma necessidade a realização do 
instituto da Recuperação por qualquer sociedade, isso acarretaria em prejuízos enormes por 
anos de legislação vigente, modificando uma lei por métodos contrários a Constituição. 
Desta forma, se a decisão em questão prosperar e transitar em julgado, deve-se ater 
que a mesma infringe as leis consolidadas, bem como os entendimentos jurisprudenciais, 
sendo assim, não deve ser utilizada como embasamento para outros processos, pois acarretaria 
em uma necessidade de criar uma nova lei em que englobe as sociedades não empresárias 
como as possíveis para realizar a Recuperação Judicial. 
 
 
REFERENCIAS 
 
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Princípio da Separação dos Poderes? 2016. Disponível em: 
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