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Sistema Nervoso Central - Resumo

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RESUMO DE ANATOMIA 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
Gabriela Mendes Messias 
O sistema nervoso é o sistema que controla e coordena a função de todos os sistemas do 
organismo, sendo capaz de interpretar, e desencadear respostas a este estímulo. Aqui se 
diferenciam os atos voluntários, que são aqueles dependentes de vontade, como caminhar ou 
levantar o braço, e os atos involuntários aqueles que não passam pela consciência, como 
secreção salivar ou peristaltismo intestinal. 
O neurônio é a unidade morfofuncional do sistema nervoso central. Eles são células excitáveis 
que se comunicam entre si e com células funcionais como músculo e glândulas. Eles são 
classificados em neurônios sensitivos ou aferentes, aqueles que levam ao SNC informações 
sobre modificações no meio externo e interno, como sensações de tato e paladar, dor e 
temperatura, e de neurônios aferentes ou motores aqueles que conduzem o impulso nervoso do 
SNC para o órgão efetuador que vai efetuar algum tipo de movimento ou secreção. Há também o 
tipo de neurônio chamado de interneurônios que intercomunica, ou seja, associa a resposta dos 
dois e são grande maioria dos neurônios do SNC. Estes são os neurônios responsáveis por 
fazerem as funções psíquicas superiores. 
O sistema nervoso é dividido em duas partes anatômicas e funcionais distintas, sendo o sistema 
nervoso central, o foco da aula atual, aquele que recebe estímulos, comanda e desencadeia 
respostas. Ele é constituído de estruturas que se localizam no esqueleto axial sendo o encéfalo e 
medula espinhal. Já o sistema nervoso periférico é a parte do sistema nervoso formado por vias 
que conduzem os estímulos do SNC para os órgãos efetuadores. Aqui estão presentes nervos 
crânicos e espinhais, gânglios e terminações nervosas. 
Sobre a origem embriológica desse sistema, sabe-se que o mesmo se desenvolveu da 
ectoderme, por uma região que se diferenciou em placa neural. Essa região formou a goteira e o 
tubo neural, de onde se origina todo o sistema nervoso central. Também, da placa neural, se 
originou a crista neural que origina elementos do sistema nervoso periférico, como gânglios 
espinhais, e outros elementos não pertencentes ao SN. 
Esse tubo neural se dilata extremidade anterior formando 3 vesículas primordiais, que são as 
vesículas que irão originar o encéfalo. As vesículas são o prosencéfalo, quem origina o 
telencéfalo e o diencéfalo, o mesencéfalo, que se mantém, e o robencéfalo que origina o 
metencéfalo e mielencéfalo. Já o restante do tubo neural origina a medula espinhal. Das 
 
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transformações das vesiculares primordiais, originam as partes mais importantes do SNC, de 
forma que do telencéfalo e diencéfalo originam o cérebro, mas os hemisférios cerebrais 
originaram apenas do telencéfalo, o mesencéfalo permanece formando uma estrutura de mesmo 
nome, e o metencéfalo origina o cerebelo e ponte, o mielencéfalo origina a medula oblonga/bulbo 
e o restante do tubo neural origina a medula espinhal. 
Ao conjunto de bulbo, ponte e mesencéfalo dá-se o nome de tronco encefálico, e ao conjunto de 
cérebro, cerebelo e tronco encefálico dá-se o nome de encéfalo. O tronco encefálico se une aos 
hemisférios cerebrais pelos pedúnculos cerebrais que formam a porção anterior do mesencéfalo. 
É importante, para entender as estruturas anatômicas, entender a organização morfofuncional do 
SNC. Os impulsos originam dedo meio externo e chegam no corpo por receptores de superfície, 
como na pele, ou do interior do corpo, como das vísceras, músculos e tendões, e são conduzidos 
para a medula ou ao tronco encefálico por neurônios sensitivos. Os prolongamentos centrais dos 
N. sensitivos entram para a medula e podem fazer dois destinos: uma via de conexão direta com 
neurônios motores, seja somáticos ou viscerais, formando um arco reflexo simples, ou fazer 
conexão com neurônio motor por intermédio de um neurônio de associação, realizando um ARCO 
reflexo mono/polissináptico. Então em um exemplo: se houve um contato com uma superfície 
quente, os neurônios motores levam o impulso para um músculo ou glândula, formando um arco 
reflexo simples, de forma que o ato de retirar a mão rapidamente acontece por esse processo e é 
mais rápido que a própria concepção. Já o arco mono/polissináptico aconteceu aqui quando a 
informação foi encaminhada ao cérebro e foi interpretada como um estímulo doloroso, mas que 
por sua complexidade e por sua longa via demorou mais tempo que o arco reflexo simples. 
Também, se classifica o sistema nervoso como sistema nervoso suprassegmentar, aquele em 
que os neurônios são presentes no cérebro e cerebelo, e em sistema nervoso segmentar, sendo 
os neurônios do tronco encefálico e medula espinhal. Dessa forma, classificamos as vias em vias 
ascendentes do SN, as vias que levam informações do SN segmentar para o suprassegmentar, e 
vias descendentes do SN, as vias que levam ordens dadas do SN suprassegmentar para o SN 
segmentar 
No exemplo que demos, as vias descendentes são representadas pelas providências tomadas e 
pensadas (conscientes) como retirar a superfície quente de perto. Para essa ação são 
necessários movimentos voluntários que obedecem às ordens do cérebro, e que chegaram do 
córtex por via descendentes para neurônios motores presentes do SN segmentar, chegando aos 
músculos estriados. 
 
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Já no exemplo as vias ascendentes são representadas pela própria coordenação dos movimentos 
feitos que é feita pelo cerebelo, que recebe do SN segmentar informações sobre o grau de 
contração dos músculos. 
 
Medula Espinhal 
A medula espinhal é uma massa de tecido nervoso alojada no canal medular da coluna vertebral, 
que se inicia no limite superior feito pelo forame magno e chega até o limite inferior que é a 
vértebra VL2, terminando com uma terminação cônica da medula chamada de cone medular. 
Esse cone medular continua-se com um delgado filamento meníngeo chamado de filamento 
terminal, que vai até o fundo de saco dural. Em toda sua disposição, a medula apresenta duas 
dilatações, sendo a intumescência cervical no nível cervical, o local de origem das fibras que 
formarão o plexo braquial, e a intumescência lombossacral no nível lombar, sendo o local de 
origem de fibras que vão compor o plexo lombossacral e que faz a inervação de membros 
inferiores. 
Um estudo importante é sobre o o corte transversal da medula, onde conseguimos observar a 
substancia branca, que na medula é a parte periférica formada de fibras mielínicas. Nessa 
substancia estão presentes vários sulcos longitudinais. O maior deles forma uma fissura, é a 
fissura mediana anterior (FMA), a partir dela, vemos mais lateralmente o Sulco lateral anterior 
(SLA) e o Sulco lateral posterior (SLP). Posterior e mediano há o Sulco mediano posterior (SMP). 
Na porção cervical da medula é também presente o sulco intermédio posterior (SIP). Na medula, 
o sulco lateral anterior faz conexão com as raízes anteriores dos n. espinhais, sendo esses os 
nervos motores, e o sulco lateral posterior faz conexão com as raízes posteriores dos n. 
espinhais, sendo esses os nervos sensitivos. 
Entre esses sulcos observamos funículos, que formam segmentos na substância branca, sendo 
eles o funículo anterior (entre a FMA e o SLA), o funículo lateral (entre o SLA e o SLP) e o 
funículo Posterior (entre o SLP e o SMP). O funículo posterior é ainda dividido na parte cervical 
medular pelo SIP em fascículo grácil, mais medial, e cuneiforme, mais lateral. 
A substância cinzenta da medula é também dividida em partes. Ela forma o eixo central, em 
forma de H ou borboleta, formada de corpos neuronais de neurônios. Nessa região, também 
dividimos segmentos, sendo as colunas posteriores, posteriormente, as colunas anteriores, 
anteriormente, e a coluna intermedia. Há também a coluna lateral que só presente na medulaFique por dentro! 
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torácica e em parte da coluna lombar. Há também um canal central da medula, sendo o centro da 
substância cinzenta. É um vestígio da luz do tubo neural primitivo. 
A medula é ainda completamente dividida em segmentos de acordo com a conexão dos nervos 
espinhais, de forma que o segmento medular de um nervo é a região da medula que faz conexão 
com o mesmo. Ao todo, são 31 pares de nervos espinhais correspondendo a 31 segmentos 
medulares, divididos em 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Mas, sabe-
se que a medula não acompanha a coluna vertebral no seu crescimento, de forma que a mesma 
termina em L2, logo, não há correspondência exata entre medula e coluna vertebral. Isso 
acontece porque o crescimento da coluna vertebral foi mais rápido, e dessa forma as raízes 
nervosas continuaram mantendo relações com os forames intervertebrais. Por esse 
acontecimento, as raízes nervosas precisaram se alongar inferiormente, e após o término da 
medula esse canal medular possui apenas meninges e raízes nervosas dos últimos nervos 
espinhais dispondo em torno do cone medular e filamento terminal como uma cauda, logo, 
formando a cauda equina. 
A medula é envolvida por meninges, sendo três lâminas de tecido conjuntivo que a envolve para a 
proteção, sendo elas a pia-máter, aracnóide, e a dura-Mater. A pia-mater é a meninge mais 
interna, delgada e brilhante, intimamente ligada ao tecido nervoso. Quando a medula termina no 
cone medular, a pia-mater continua caudalmente formando o filum terminale. Já a aracnoide 
forma a camada média, fina, translúcida e avascular. Ela é afastada da pia-máter e encostada na 
dura-máter, e ela liga na pia-máter por trabéculas aracnóides. Já a dura-máter é a meninge mais 
externa, espessa, com muita fibra colágena. Ela envolve medula como um saco formando o saco 
dural, que se continua mesmo quando a medula termina, formando o fundo de saco dural. 
Os locais entre a medula delimitam espaços de grande importância. O primeiro deles é o espaço 
extradural ou epidural, sendo o espaço entre dura-máter e estojo ósseo, preenchido por coxim 
gorduroso. O espaço subdural por sua vez está entre dura-máter e aracnoide, virtual, não sendo 
preenchido por nenhuma estrutura. Já o espaço subaracnóideo é o espaço presente entre 
aracnoide e pia máter, que contém líquor, ou também chamado líquido cérebroespinhal. 
O saco dural e aracnoide terminam no nível da vértebra S2 e a medula espinhal termina no nível 
de L2. Entre esses dois níveis o espaço subaracnoide é maior e com maior quantidade de líquor, 
onde está presente apenas o filum terminale e a cauda equina. Logo, esse é o local ideal para 
atingir o espaço subaracnóideo para exame do líquor ou anestesias raquidianas, em que não há 
risco de lesar a medula. 
 
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Tronco Encefálico: é o conjunto de bulbo, ponte e mesencéfalo. 
BULBO 
O bulbo tem início aproximadamente no forame magno e acaba superiormente na ponte, no sulco 
bulbopontino. Ele possui sulcos e funículos semelhantes à medula e possui, no final da fissura 
mediana anterior, um forame cego. No funículo anterior temos uma projeção chamada de 
pirâmides, e as mesmas apagam uma porção da fissura longitudinal anterior apresentando a 
decussação das pirâmides, feitas para o trato corticoespinal. Já na área posterior o bulbo 
participa da formação do 4º V, e o funículo posterior é dividido em tubérculos grácil, medial, e 
cuneiforme, lateral, pela fissura intermedia posterior que aqui se continua. Eles se continuam 
formando o pedúnculo cerebelar inferior. Na superfície lateral há uma proeminência chamada de 
oliva, é um núcleo lateral que corresponde ao núcleo olivar inferior. 
Do bulbo saem 4 nervos crânicos, sendo eles o nervo XII, o nervo hipoglosso, que origina do 
sulco lateral anterior do bulbo e sai do crânio pelo canal do hipoglosso, e sua função é 
predominantemente na língua, fazendo a motricidade lingual. Há também o nervo acessório, o 
nervo XI, que origina do sulco lateral posterior do bulbo e sai do crânio pelo forame jugular, e faz 
a inervação motora do trapézio e do esternocleidomastóideo, dois músculos presentes na região 
cervical. Além desse, o bulbo origina o nervo vago, que origina do sulco lateral posterior do bulbo 
e sai do crânio pelo forame jugular e faz diversas ações, entre elas ser motor da faringe e laringe 
– sendo importante na fonação - e fazer seus reflexos faríngeos eferentes. Também faz a 
inervação parassimpática dos principais órgãos torácicos e abdominais. Já o nervo IX, o nervo 
Glossofaríngeo, também origina do sulco lateral posterior do bulbo e sai do crânio pelo forame 
jugular e tem como principais ações o reflexo faríngeo aferente, ajudar na motricidade da faringe 
e fazer gustação de um terço posterior da língua. 
 
PONTE 
A ponte é a estrutura nervosa entre mesencéfalo e bulbo que possui uma íntima relação 
anatômica com a parte basilar do osso occiptal. Ela tem posição transversa, com fibras que se 
reúnem formando um pedículo cerebelar médio ou braço da ponte, e na sua parte mediana passa 
um sulco basilar, que é longitudinal, onde passa a a. basilar. Entre a ponte e a bomba da ponte 
há a emergência do nervo trigêmeo (nervo V), e no sulco bulbopontino, que separa a ponte do 
bulbo há a origem dos nervos abducente (nervo VI), facial e sua raiz sensitiva (nervo VII), e o 
 
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nervo vestíbulococlear (nervo VII). Já na sua face dorsal a ponte participa da formação do 4º 
ventrículo. 
Logo, vamos aprofundar um pouco nesses nervos citados: o nervo V ou trigêmeo é um nervo que 
se divide em outros três ramos, sendo o nervo oftálmico, o nervo maxilar e o nervo mandibular. O 
nervo oftálmico sai do crânio pela fossa orbital superior, o nervo mandibular sai do crânio pelo 
forame redondo e o nervo mandibular sai do crânio pelo forame oval. Todos eles têm como 
função realizar a sensibilidade da fase, mucosas e dente, cada um com sua porção específica. A 
parte motora do nervo mandibular inerva os músculos da mastigação. Já o nervo abducente sai 
do crânio pela fissura orbital superior e faz a abdução do globo ocular. O nervo facial entra na 
orelha pelo meato acústico externo e sai do crânio pelo forame estilomastóideo, e é o nervo que 
faz a mimica facial. Já o intermediário de Wrisberg, uma porção do nervo facial, entra no meato 
acústico externo quando é chamado de nervo corda do tímpano, que então se associa com o 
nervo lingual e vai fazer a inervação da gustação dos dois terços anteriores da língua. Já o nervo 
vestíbulococlear entra na orelha pelo meato acústico interno sem sair do crânio, e lá inerva o 
aparelho vestibular e a cóclea, realizando as funções de equilíbrio e audição. 
 
4º VENTRÍCULO 
O quarto ventrículo é uma cavidade do rombencéfalo com forma de losango. Ele está anterior à 
ponte e posterior ao cerebelo e se continua inferior com o canal central do bulbo, já 
superiormente se continua com o aqueduto do mesencéfalo, que é um estreito canal do 
mesencéfalo que comunica o 3º e 4º ventrículos. Seu assoalho é formado pela fossa romboide, 
com forma de losango, e é limitado inferior e lateralmente pelos pedúnculos cerebelares 
inferiores, e superior e lateralmente pelos pedúnculos cerebelares superiores. Lateralmente o 
quarto ventrículo se prolonga e forma os recessos laterais que comunicam com espaço 
subaracnoide pelas aberturas laterais. Há, também, uma abertura mediana do 4º ventrículo que 
também faz sua conexão com o espaço subaracnoide. 
No assoalho, temos um sulco mediano contínuo acima com o aqueduto do mesencéfalo e inferior 
com o canal central do bulbo, e aos seus lados há proeminências que são chamadas de 
eminência medial. Há também um sulco limitante, sendo um sulco que limita as eminências 
medianas lateralmente. Outra estrutura que se destaca no assoalho é a presença docolículo 
facial, uma dilatação da eminência medial de cada lado, formado de fibras do nervo facial que 
contornam o núcleo do nervo abducente. Aos lados da eminencia medial, chama a atenção o 
Locus ceruleus, uma área de coloração escura relacionada com mecanismo do sono. 
 
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Já sobre o seu teto, a metade cranial tem um teto chamado de véu medular superior, presente 
entre os dois pedúnculos cerebelares, formada de lâmina de substância branca. Já na metade 
caudal o teto é feito pelo nódulo do cerebelo, véu medular inferior, que está medial aos nódulos 
do cerebelo e pela tela corióidea do 4º ventrículo, tela que é formada por epitélio ependimário e 
pia-mater formando projeções muito vascularizadas que formam o plexo corióideo, responsáveis 
por produzir líquor. 
 
MESENCÉFALO 
Anteriormente o mesencéfalo forma os pedúnculos cerebrais, com uma fossa interpeduncular 
entre os pedúnculos. No fundo da fossa há uma substância perfurada posterior, formada por 
orifícios que dão passagem para vasos. Já posteriormente no mesencéfalo estão presentes os 
colículos superior e inferior, chamados em conjunto de corpos quadrigêmeos. Estes são 
separados por sulco longitudinal e transverso, sendo a lâmina tectal a lâmina que fixa os corpos 
quadrigêmeos. Esses colículos emitem feixes de fibras, que formam os braços dos colículos e 
que fazem ligações com os corpos geniculados do diencéfalo, de forma que o braço dos colículos 
superiores ligam ao corpo geniculado lateral formando parte da via ótica, e o braço dos colículos 
inferiores ligam ao corpo geniculado medial, formando parte da via auditiva. Além disso, o 
mesencéfalo é atravessado pelo aqueduto do mesencéfalo que une o 3º e 4º ventrículos. 
Em um corte transversal, é visível no mesencéfalo um aqueduto do mesencéfalo/sylvius que 
comunica o 3º e o 4º ventrículo. Tudo que está anterior ao aqueduto ganha nome de pedúnculo 
cerebral, e tudo que está posterior ao aqueduto é chamado de teto, sendo o local onde está 
presente os corpos quadrigêmeos. No pedúnculo cerebral é visível uma lâmina chamada de 
substância negra, sendo uma parte do pedúnculo de lâmina escura com neurônios ricos em 
melanina que produzem dopamina. Essa substancia negra divide o pedúnculo em base, tudo que 
está anterior, e tegmento, tudo que está posterior. 
No mesencéfalo, também são emitidos dois nervos crânicos, o nervo oculomotor, ou nervo III, que 
originam do terço inferior da face medial dos pedúnculos cerebrais, próximo a fossa 
interpeduncular, e que sai do crânio pela fissura orbital superior. Ele tem função de levar a 
pálpebra superior, olhar para dentro, olhar para cima e para baixo aduzindo o olho. Também 
realiza função de miose. Outro nervo que se origina do mesencéfalo é o nervo IV ou Troclear, que 
tem como origem inferior aos colículos inferiores, sendo o único nervo craniano que origina da 
região posterior, e o mesmo sai do crânio pela fissura orbital superior. Como função, ele faz o 
olhar para baixo abduzindo o olho. 
 
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Cerebelo 
O cerebelo é a estrutura que se posiciona dorsal ao bulbo e ponte preenchendo as fossas 
posteriores do osso occiptal. Há uma estrutura chamada de tenda do cerebelo (tentórium), que 
consiste em uma dura-máter separando cerebelo dos lobos occipitais, formando dois 
compartimentos, um compartimento infratentorial, abaixo dessa tenda, sendo formado pelo tronco 
encefálico e cerebelo, e um compartimento supratentorial, acima da tenda, sendo o cérebro. 
A constituição de formação do cerebelo se consiste em folhas cerebelares separadas por fissuras 
cerebelares. No cerebelo, a substância branca é central e a substância cinzenta é periférica. O 
cerebelo funciona para a coordenação motora e equilíbrio do corpo. 
O cerebelo se comunica com o tronco se fixando por meio de comunicações específicas, que são 
os pedúnculos. Há o pedúnculo cerebelar superior, que comunica o cerebelo com o mesencéfalo. 
Há o pedúnculo cerebelar médio, que comunica o cerebelo com a ponte, e há também o 
pedúnculo cerebelar inferior, que comunica o cerebelo com o bulbo. 
A divisão do cerebelo é dividida de acordo com vários critérios. Há a divisão anatômica que 
separa o cerebelo em duas porções, no verme, uma porção central, e nos hemisférios 
cerebelares, mais laterais. Há também a divisão ontogenética, que divide o cerebelo de acordo 
com a primeira fissura que surgiu, a fissura póstero-lateral, que divide o cerebelo em lobo 
floculonodular, que se liga ao nódulo do verme, e o restante é chamado de corpo cerebelar. Logo 
depois surgiu a fissura primária que dividiu o corpo cerebelar em lobo anterior, sendo as porções 
chamadas de língula, lóbulo central e cúlmen, e em lobo posterior, formado pelo declive, fólium, 
túber, pirâmide e úvula. 
A divisão mais aceita é a divisão filogenética, que divide o cerebelo de acordo com a região que 
primeiro se desenvolveu nos animais. Foi percebido que os animais mais inferiores possuíam 
apenas uma região do cerebelo chamada de Arquicerebelo, composta por apenas lóbulo 
floculonodular, já animais mais evoluídos possuíam uma região do cerebelo chamada de 
Paleocerebelo, composto pela língula, lóbulo central, cúlmen, pirâmide, úvula e nódulo. Já o 
neocerebelo, o cerebelo do homem, por exemplo, é aquele que possui todos os segmentos. Essa 
divisão é a mais aceita, uma vez que a função do cerebelo acompanha sua divisão filogenética, 
de forma que lesões em determinadas áreas tem impactos característicos em equilíbrio, postura, 
controle do tônus e controle dos movimentos voluntários. Dessa forma, observaram que as 
síndromes que acometem o arquicerebelo acabam resultando em perda de equilíbrio, em que a 
pessoa não consegue se manter em pé. Já as síndromes do paleocerebelo são aquelas que além 
de perda de equilíbrio, a pessoa desenvolve uma marcha instável, também chamada de atáxica, 
 
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em que o paciente tende a andar com as pernas abertas. As síndromes do neocerebelo, por sua 
vez, além da perda do equilíbrio, resulta em incoordenacao motora, com dismetria (pessoa não 
consegue acertar um alvo), disdiadocinesia, tremor, entre outros sintomas. 
 
Diencéfalo 
É uma estrutura entre o telencéfalo e mesencéfalo, e está mais profundo, sendo encoberto pelos 
hemisférios cerebrais no homem. O diencéfalo é dividido em tálamo, sendo essas as massas 
laterais de substância cinzenta nas laterais do 3º ventrículo, o epitálamo, sendo a parte posterior 
do cerebelo, onde há a glândula pineal, responsável por produzir melatonina, que regula o ciclo 
circadiano, o metatálamo, que é a região que compõe os corpos geniculados, o hipotálamo, 
sendo a região inferior ao tálamo que possui relação com a hipófise pelo infundíbulo e tuber 
cinéreo, sendo a área entre quiasma óptico e corpos mamilares. Há também o subtálamo, 
compreendida pela transição do diencéfalo e mesencéfalo. 
 
3º VENTRÍCULO 
 O terceiro ventrículo é uma cavidade mediana do diencéfalo, que comunica com o 4º ventrículo 
pelo aqueduto do mesencéfalo e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares. 
Nele, em sua parede lateral é presente o sulco hipotalâlamico, um sulco que corre do aqueduto 
do mesencéfalo até o forame interventricular. As paredes acima desse sulco pertencem ao 
tálamo e abaixo do sulco ao hipotálamo. Há também na parede lateral uma estrutura chamada de 
aderência hipotalâmica, sendo uma trave de substância cinzenta que atravessa o 3º ventrículo e 
une os tálamos de ambos os lados. 
O teto desse ventriculo possui uma tela corióidea com plexos corióideos que são contínuos com o 
do 4º ventrículo e tem a mesma ação de produção de líquor. 
 
TELENCÉFALO 
O telencéfalo é a parte mais anterior do encéfalo composta por dois hemisférios cerebrais 
separados pela fissura longitudinal do cérebro. Em sua composição, ele é dividido emcórtex, 
onde contém substância cinzenta, e centro branco medular, onde contém substância branca. Há 
algumas massas de substancia cinzenta no interior do centro branco medular, sendo essas 
massas chamadas de núcleos da base. O corpo caloso, por sua vez, é uma comissura que vai de 
um hemisfério ao outro e forma o assoalho da fissura longitudinal do cérebro. 
 
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O telencéfalo é estudado por três faces, sendo elas a face superolateral, a medial e a inferior. 
Também é importante identificar seus três polos, sendo o polo mais anterior chamado de frontal, 
o mais posterior de occiptal, e o mais inferior de temporal. A superfície de substância cinzenta dos 
hemisférios cerebrais, a parte do córtex, é muito maior que o volume da cavidade craniana, de 
forma que essa superfície se dobra formando circunvoluções ou giros, separados uns dos outros 
por sulcos. Os dois sulcos de referência do cérebro são o sulco lateral, ou de sylvius e o sulco 
central, ou de rolando. De acordo com esses sulcos, sabe-se que a porção que está inferior ao 
sulco lateral é o lobo parietal; a porção anterior ao sulco central e superior ao sulco lateral é o 
lobo frontal; a porção que está posterior ao sulco central e superior ao sulco lateral é o lobo 
parietal, e a porção mais posterior, dividida pelo sulco parietociptal, que é mais visível na face 
medial, é o lobo occiptal. Todos esses quatro lobos recebem os nomes que correspondem ao 
osso do crânio com o qual guardam relações. 
Mas sabe-se que esses não são os únicos lobos do cérebro, tendo também os lobos insular e 
límbico, que são exceções por serem mais profundos e não guardar relação óssea, de forma que 
o lobo insular não pode ser visto superficialmente, está interno, profundo ao sulco lateral, e o lobo 
límbico está também interno ao redor do corpo caloso. O sulco central também tem outra 
importância, uma vez que ele é ladeado na face súperolateral por dois giros, um giro anterior 
chamado de giro pré central, que está relacionado com a função motora, e um giro posterior 
chamado de giro pós central, que está relacionado com a função sensitiva. O SULCO LATERAL 
também tem uma peculiaridade, ele termina dividindo em três ramos, chamados de ramo 
ascendente, ramo anterior e ramo posterior. 
Ventrículos Laterais 
Os ventrículos laterais são dois ventrículos no telencéfalo, sendo um direito e um esquerdo. Eles 
se comunicam com o terceiro ventrículo pelo forame interventricular e ele é disposto de forma que 
possui uma parte central e 3 cornos, um mais anterior chamado de corno frontal, um mais inferior 
chamado de corno temporal, e um mais posterior chamado de corno occiptal. Esses cornos são 
revestidos de epêndima e possui líquor. Os ventrículos laterais possuem seu plexo corióideo na 
parte central dos ventrículos, produzindo líquor, de forma que os cornos frontal e occiptal não 
possuem plexos corióides, recebendo líquor das outras porções. 
Núcleos da Base 
 
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Os núcleos da base são massas de substância cinzenta no interior da substancia branca dos 
hemisférios, os núcleos e estruturas que nos chamam atenção são o núcleo caudado, sendo uma 
porção de substância cinzenta que tem forma alongada na extensão do ventrículo lateral, também 
o núcleo lentiforme que tem uma forma de lente biconvexa e que está profundo a ínsula e 
próximo ao claustrum. O núcleo lentiforme é dividido em putamen, que é a porção mais externa e 
globo pálido, que é a porção mais interna. Entre o claustrum e o núcleo lentiforme há a cápsula 
interna, que não é um núcleo da base, mas um corredor de fibras que ligam o hemisfério cerebral 
com o tronco encefálico e medula, por onde passam todos os nervos que comunicam essas duas 
regiões. 
O claustrum é um núcleo da base de substância cinzenta em forma de fita entre o córtex e o 
núcleo lentiforme, e perto dele se nomeiam alguns locais de substância branca, sendo a cápsula 
extrema uma lâmina de substância branca externa ao claustrum, a cápsula externa uma lâmina 
de substância branca entre o claustrum, mais externo, e núcleo lentiforme, mais interno. Outro 
núcleo da base é o núcleo amigdaloide, um núcleo esferoide relacionado com a terminação da 
cauda do núcleo caudado. 
Substância Branca dos Hemisférios Cerebrais 
A substância branca presente nos hemisférios cerebrais fica entre o córtex cerebral, núcleos da 
base e tálamo e é formada de fibras nervosas mielínicas. Essas fibras são classificadas em fibras 
de projeção, fibras comissurais e fibras de associação. 
As fibras de projeção são fibras que estabelecem as conexões ascendentes ou descendentes 
entre córtex e estruturas subcorticais. Essas fibras formam o fórnix ou a cápsula interna. O fórnix 
é uma estrutura interna que se liga ao hipocampo e aos núcleos mamilares e fazem parte do 
sistema límbico, já a cápsula interna é um feixe de fibras que se separa do tálamo, medial ao 
núcleo lentiforme, por onde passam diversas fibras do córtex para núcleos inferiores, como as 
corticoespinhais (para n. motores), corticonucleares do bulbo (para n. cranianos do bulbo), 
corticonucleares da ponte (conduzem estímulos para núcleos pontinos para o cerebelo), entre 
outras. Ela também é via de passagem de fibras que se dirigem ao córtex e que vem do tálamo, 
chamadas de radiações, como a radiação óptica e auditiva. 
Já as fibras comissurais são fibras inter-hemisféricas, que atuam conectando os dois hemisférios 
cerebrais. São presentes o corpo caloso, a comissura anterior e a comissura do hipocampo. O 
corpo caloso é a maior das comissuras e funciona permitindo que os hemisférios funcionem de 
 
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forma harmônica. A comissura do hipocampo é pouco desenvolvida no homem, mas comunica os 
dois hipocampos, e a comissura anterior comunica os dois bulbos olfatórios e uma parte não 
olfatória que conecta os dois lobos temporais 
As fibras de associação telencefálicas, por sua vez, são classificadas em longas e curtas. As 
curtas associam áreas vizinhas do córtex como dois giros, passando pelo fundo do sulco. São 
também chamadas de arqueadas ou fibras em U pelo seu formato. As fibras longas associam 
áreas mais distantes do córtex, sendo as mais comuns o fascículo do cíngulo, que une o lobo 
frontal ao temporal passando pelo lobo parietal, o fascículo longitudinal posterior, que une o lobo 
temporal ao occiptal, o fascículo longitudinal superior, que une os lobos frontal, parietal e occiptal 
e conecta áreas corticais relacionadas com expressão e percepção de linguagem. Quando há 
lesões no fascículo longitudinal superior, isso causa distúrbios de linguagem sérios, chamados de 
afasias. 
Córtex Cerebral 
O córtex cerebral é a camada de substância cinzenta que cobre os hemisférios cerebrais e é 
formado de corpos neuronais que são estratificados em camadas histológicas, sendo presente 
também fibras aferentes e eferentes, além de fibras intercorticais. Sabe-se que 2/3 do córtex 
cerebral estão ocultos nos sulcos. 
Meninges 
O telencéfalo é envolvidos pelas meninges, assim como a medula espinhal, e as meninges tem 
basicamente a mesma formação e camada, com algumas peculiaridades. A duramáter é a 
camada mais espessa, chamada de paquimeninge. Ela é contínua com o pericrânio e a sua 
lâmina interna forma prolongamentos em forma de pregas que dividem a cavidade craniana em 
compartimentos incompletos, sendo eles a foice do cérebro entre os dois hemisférios, o tentório 
do cerebelo entre cérebro e cerebelo, a foice do cerebelo entre os lobos cerebelares e o 
diafragma da sela em cima da sela turca. 
A aracnoide e piamater são meninges menos espessas, chamadas de leptomeninges. Aqui, os 
mesmos espaços vistos da medula são presentes também, sendo eles o espaço subaracnoide, o 
subdural e o epidural. De peculiaridade a piamater é a meninge mais intimamente aderida ao 
encéfalo e medula espinhale penetra nos ventrículos, se unindo ao epêndima formando os 
plexos coríóides, já a aracnoide, no encéfalo, emite projeções que entram na dura-máter, 
 
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principalmente ao nível do seio longitudinal superior, formando granulações aracnóideas. Essas 
granulações formam o local de drenagem do líquor pelos seios venosos. As cisternas 
subaracnóideas são os locais de separação entre aracnoide e pia-máter mais dilatados. São 
presentes as cisternas cerebelo bulbar posterior, magna, cerebelo bulbar lateral, cisterna 
circundante, entre outras. Uma aplicação clinica importante é o conceito de Meningite, sendo as 
infecções das meninges, uma patologia grave. 
O líquor é um líquido que circula no espaço subaracnoide e nos ventrículos muito semelhante ao 
plasma, mas pobre em proteínas. Ele possui como funções principais sustentar o peso do 
encéfalo, e funcionar como amortecedor de choques. Ele é produzido nos plexos corióides 
presentes no 4º ventrículo, 3º ventrículo e ventrículos laterais e circula pelo espaço 
subaracnóideo. Ele é absorvido pelas granulações aracnóideas que se projetam para dentro dos 
seios durais. Uma aplicação clinica importante aqui é a hidrocefalia, uma patologia causada pela 
obstrução de passagem interventricular, como aqueduto do mesencéfalo, resultando na 
hidrocefalia obstrutiva, ou na produção em excesso, chamada de hidrocefalia comunicante. Nas 
duas formas, eleva-se a quantidade de líquor dentro das cavidades, com aumento de pressão 
intracraniana. 
 
Classificação Funcional do Córtex Cerebral 
No estudo do encéfalo ao longo do tempo, perceberam que há uma correlação funcional entre as 
áreas do córtex cerebral. Essas áreas funcionam como especializações funcionais, e não como 
compartimentos isolados, de forma que mesmo que uma área seja mais especializada em certo 
tipo de tarefa, isso não significa que apenas aquela parte do córtex consiga realizar aquela tarefa 
e que se ela for estimulada, ela só realize aquela tarefa. Isso é evidenciado sabendo que 
conseguimos, por exemplo, obter movimento estimulando a área somestésica, mesmo que esta 
seja uma área essencialmente sensitiva. 
O córtex humano é dividido em 52 áreas citoarquiteturais numeradas, que são enumeradas e 
classificadas de acordo com as áreas de brodmann. Essas áreas funcionais são divididas em 
áreas de projeção, que são relacionadas com a sensibilidade e motricidade, e as áreas de 
associação, relacionadas com as funções psíquicas mais complexas. 
Sobre as áreas de projeção, essas são também chamadas de áreas primárias. Sabe-se que só 
há uma área motora primária no lobo frontal, mas que há várias áreas primárias sensitivas em 
vários lobos, e cada tipo de sensibilidade especial corresponde a uma determinada área primária, 
 
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mas todas as formas de sensibilidade geral convertem para apenas uma área, chamada de área 
somestésica. 
Logo, iniciado pela área somestésica, essa é a área da sensibilidade somática. Que está 
localizada no giro pós central, sendo nomeadas como áreas 3, 2, 1 do mapa de brodmann. Essa 
área recebe fibras aferentes da sensibilidade geral da pele e tecidos profundos do lado oposto do 
corpo que trazem as sensações de tato, temperatura, dor, pressão e propriocepção. Nessa área 
há a presença de um fenômeno chamado de somatotropia, um conceito que aborda que 
diferentes partes do corpo são representadas em partes determinadas da área somestésica, e a 
sua extensão na área cortical não depende do seu tamanho, mas da sua sensibilidade e 
importância funcional da parte do corpo. Com isso traçamos um homúnculo sensitivo, como se 
fosse um mapa sensitivo, de forma que a área dos membros inferiores, troncos e braços é muito 
pequena em relação a área das mãos e cabeça. Essa distribuição homuncular é semelhante à da 
área motora. 
Quando há a lesão de área somestésica, há uma diminuição da percepção de sensibilidade no 
lado oposto do corpo, tanto para tato, como para perceber movimentos das partes do corpo, e 
reconhecer diferentes intensidades de estímulo, mas não há perda da sensibilidade protopática, 
ou seja, aquele tato grosseiro, dor e temperatura, pois elas se tornam conscientes já no tálamo. 
A área visual é também uma área cortical primária que se localiza nos lábios do sulco calcarino 
no lobo occiptal, sendo a área 17 de brodmann, quando realizamos estimulações dessa área há a 
reação de alucinações visuais, e caso haja perda bilateral dessas áreas a pessoa terá cegueira 
completa em humanos, mas em outros mamíferos pode persistir sensações de luminosidade que 
permite desviar de objetos. 
A área auditiva, por sua vez, localiza-se no giro temporal transverso anterior, representada pelas 
áreas 41 e 42 de brodmann. Quando há lesões bilaterais dessa área, desenvolve-se surdez 
completa, mas em caso de lesões unilaterais, essas não causam grande prejuízo, pois essas 
áreas, ao contrário das demais, não se cruzam completamente, mas permanecem comunicações 
entre os lados. 
A área olfatória é uma área de pequena dimensão na parte anterior do úncus e do giro 
parahipocampal, e sabe-se que pacientes que possuem epilepsia focal no úncus possuem 
alucinações olfatórias. Já a área gustativa é aquela localizada na porção inferior do giro pós 
central, sendo a área 43 de brodmann. Essa é uma área adjacente à parte da área somestésica 
correspondente à língua. Outra área presente é a vestibular, que localiza-se no lobo parietal em 
uma região próxima à área somestésica que corresponde à face, e é importante para a 
 
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consciência da orientação no espaço. Ela tem relação com a projeção da sensibilidade 
proprioceptiva. 
Outra área cortical primária importante é a área motora primária. Essa ocupa o giro pré-central do 
lobo frontal, sendo a área 4 de brodmann, e também possui aquela disposição em somatotropia, 
muito semelhante à área somestésica. A sua estimulação elétrica causa movimentos de grupos 
musculares do lado oposto do corpo, e sabe-se que dessa área originam a maior parte das fibras 
dos tratos corticoespinal e Corticonuclear, que são os tratos que levam a motricidade voluntária. 
Já as áreas de associação são aquelas que não são envolvidas diretamente com motricidade ou 
sensibilidade. Essas ocupam uma extensa parte do córtex, maior que as áreas de projeção, e 
estão relacionadas com as funções psíquicas, muito desenvolvidas no homem. Elas são 
classificadas em áreas de associação secundárias, que são aquelas áreas que se relacionam 
indiretamente com alguma modalidade de sensação/motricidade e estão geralmente adjacentes 
às áreas primárias correspondentes, e áreas de associação terciárias, que são aquelas não se 
relacionam com nenhuma modalidade de sensação ou motricidade, mas que tem função de 
receber informações elaboradas pelas áreas secundárias e elaborar as estratégias 
comportamentais. 
Iniciando pelas áreas de associação secundárias sensitivas, temos a área somestésica 
secundária presente no lobo parietal superior, na área 5 e parte da área 7 de brodmann, posterior 
à área somestésica primária, a área visual secundária, que está anterior à área visual primária, 
nas áreas 18 e 19 de brodman, e que se estende para o lobo temporal ocupando as áreas 20, 21 
e 37 de brodmann, e a área auditiva secundária, que circunda a área auditiva primária no lobo 
temporal, na área 22 de brodmann. Essas áreas de associação secundárias sensitivas têm 
relação com a interpretação da sensibilidade. Isso acontece de forma que as áreas sensitivas 
primárias faziam a própria etapa da sensação, de forma que ela simplesmente reconhecia algo, 
sendo a primeira etapa de sensação/consciência. A área secundária faz com que as 
características desse objeto sejam comparadas e interpretadas com o conceito de objeto 
armazenado na memória, permitindo sua identificação. 
Sobre as áreas deassociação secundárias motoras, essas estão adjacentes a área motora 
primária. Quando essas estruturas são lesadas, tem-se uma apraxia, que é uma lesão que o 
indivíduo não consegue executar um ato voluntário mesmo sem déficit motor propriamente dito, 
pois não consegue planejar o movimento. São 3 áreas motoras secundárias, a área motora 
suplementar que ocupa a face medial do giro frontal superior, na parte mais alta da área 6 de 
brodmann; a área pré motora, que ocupa toda extensão da área 6 de brodmann na superfície 
 
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superolateral, no lobo frontal, e a área de broca, que está situada no giro frontal inferior, na área 
44 e parte da área 45 de broddman, responsável por programar a atividade motora relacionada 
com a linguagem. Quando há lesões de área de broca, isso acarreta na deficiência de linguagem 
chamada em conjunto de afasias, em que o paciente tem dificuldade de traduzir o pensamento 
em palavras faladas ou escritas. 
Há também as áreas de associação terciárias. Essas áreas são relacionadas com fenômenos 
psíquicos e comportamentais. Uma área presente é a área pré-frontal. Ela forma ¼ da superfície 
do córtex cerebral e é a área envolvida em escolhas comportamentais individuais durante cada 
situação, capacidade de concentração e atenção, e comportamento emocional juntamente com 
hipotálamo e sistema límbico. Quando há uma lesão de área pré-frontal, ou como na lobotomia 
frontal feita por volta de 1936 como tratamento de ansiedade e depressão, pode ocasionar na 
incapacidade de decisão sobre comportamentos adequados em cada situação. Outra área 
terciária é a área temporoparietal, presente em todo o lobo parietal inferior, ocupando o giro 
supramarginal, área 40 de brodmann e parte do lóbulo parietal superior, área 37 de brodmann. 
Essa é a área do esquema corporal, de forma que uma lesão acaba acarretando na perda da 
percepção de partes de seu próprio corpo e da relação espacial dele com objetos do meio, 
causando uma desorientação espacial generalizada. 
Outra área de associação terciária é o sistema límbico. Aqui estão presentes áreas com íntima 
relação com o comportamento emocional, que regulam atividades viscerais pelo sistema 
autônomo. É um sistema formado de estruturas corticais e subcorticais, como o giro do cíngulo, 
giro parahipocampal, hipocampo, corpo amigdaloide, área septal, núcleos mamilares, núcleos 
anteriores do tálamo e núcleos habenulares. 
 
Vascularização do SNC 
A vascularização do sistema nervoso central, na parte encefálica, é feita por dois sistemas 
arteriais. O sistema da carótida interna e o sistema das artérias vertebrais. Iniciando pelo sistema 
da artéria carótida interna, ela é um ramo da a. carótida comum que não dá ramos no pescoço e 
tem trajeto ascendente, dividida em segmentos, sendo o segmento cervical aquele que ela 
percorre o pescoço até entrar no crânio, o intrapetroso quando ela penetra o crânio pelo canal 
carótido do osso temporal, o Intracavernoso quando ela segue atravessando seio cavernoso com 
plano vertical em curva em S, chamado de sifão carotídeo, e o trajeto Supraclinóideo quando ela 
perfura a dura-máter e aracnoide medial ao processo clinóide anterior e dá um ramo chamado de 
a. oftálmica pra órbita. A partir de então ela se divide em dois ramos terminais principais, a a. 
 
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cerebral média que segue a fissura de sylvius irrigando principalmente a face dorsolateral dos 
lobos frontal, parietal e temporal, e a a. cerebral anterior, que fica na face medial do cérebro, 
dividindo em a. pericalosa, que passa junto do corpo caloso e a. caloso marginal, logo acima, no 
sulco adjacente mais superior. Essa artéria irriga a face medial dos lobos frontal e parietal. 
Já o sistema vertebrobasilar se inicia com a artéria vertebral, que é um ramo da a. subclávia que 
sobe pelos forames transversos das 6 primeiras vértebras cervicais e contorna a juntura atlanto-
occiptal e entra na cavidade craniana pelo forame magno. Essas artérias, de ambos os lados, dão 
ramos espinhais anterior e posteriores e a a. cerebelar póstero-inferior (PICA) até que no nível do 
sulco bulbopontinose a artéria vertebral do lado esquerdo se une com a do lado direito formando 
a a. basilar, essa á os ramos cerebelar antero-inferior (AICA), a. auditiva interna, aa. Pontinas e 
cerebelar superior, e tem como ramos terminais as aa. cerebrais posteriores, que segue para a 
face inferior e medial do lobo temporal e occiptal. 
A partir de então se constitui uma formação chamada de Polígono de Willis. É uma estrutura 
poligonal das artérias na base do cérebro que intercomunica os dois sistemas arteriais formando 
um plexo anastomótico. Ela é formada da porção terminal da carótida interna, aa. Cerebrais 
anteriores, aa. Cerebrais posteriores, a. Comunicante anterior e as aa. Comunicantes posteriores. 
É notável e importante saber que a a. cerebral média não faz parte desse sistema. 
De drenagem venosa temos a formação dos seios durais, que são canais formados pelo 
desdobramento das camadas da duramater encefálica revestida por endotélio venoso. São esses 
seios que fazem a drenagem profunda das veias do encéfalo, e estão presentes tanto na 
abóboda craniana quanto na base. Na abóboda estão presentes os seios sagital superior, sagital 
Inferior, reto, occiptal. Vários deles (sagital superior e inferior, reto, occiptal e transverso) se 
juntam em um local chamado de confluência dos Seios ou Tórcula de Heróphilo. Há também o 
seio transversos e o Sigmoide, que acaba saindo pelo forame jugular e fazendo a formação da 
jugular interna. Já de seios da base, os mais visíveis são o seio cavernoso, este que tem uma 
conformação especial, com a. carótida interna, n. abducente, n. oculomotor, n. troclear, V1 e V2 
do trigêmeo passando por dentro de sua substancia, perfurando-o. Há também o seio 
intercavernoso, esfenoparietal, petroso Superior e inferior e o próprio plexo Basilar 
Mas o cérebro também possui uma drenagem mais superficial que vem através das v. cerebrais 
superficiais. Temos as superiores, que drenam sangue da face medial do hemisfério e metade 
superior da face dorsolateral dos hemisférios e desembocam no seio sagital superior, as 
inferiores que drenam sangue da metade inferior da face dorsolateral e da face inferior, 
desembocando nos seios da base, e a cerebral média, que sai pelo sulco lateral e desemboca no 
 
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seio cavernoso ou no seio no transverso e comunica com as outras superficiais por veias 
anastomóticas. 
Já sobre a vascularização da medula, essa é feita pelas artérias espinhais anterior e posteriores, 
todos ramos da a. vertebral. A a. espinhal anterior é formada pela confluência de 2 ramos 
recorrentes das aa. Vertebrais direita e esquerda e segue na medula pela fissura mediana 
anterior até o cone medular, já as aa. Espinhais posteriores (direita e esquerda) emergem das 
artérias vertebrais correspondentes, contornam o bulbo e percorrem a medula longitudinalmente. 
Há também as artérias radiculares, que são amos de artérias do pescoço e tronco como tireóidea 
inferior, intercostais, lombares, e sacrais.

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