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UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 1 Hanna Andrade – Habilidades Médicas Insuficiencia respiratoria Alteracoes fisiológicas do sistema respiratorio A morbimortalidade e mortalidade na população pediátrica está relacionada ao comprometimento do sistema respiratório, sendo favorecidas por peculiaridades anatômicas, características fisiológicas e imunológicas, como: Pequeno diâmetro das vias aéreas – obstrução (elevada resistência a passagem do ar) Função muscular intercostal e diafragmática menos desenvolvida – exaustão. Fadiga e esgotamento precoce quando é mais solicitado. Razão pela qual a apneia é elevada em crianças prematuras e lactantes pequenos. Poros de ventilação colateral menos desenvolvidos (até 2 anos) – atelectasias. Essas estruturas permitem a ventilação colateral de unidades alveolares no caso de obstrução. Por isso que colapso e microatelectasias são comuns em crianças pequenas o Poros de kohn o Cnais de Lambert Caixa torácica mais complacente: em casos de comprometimento pulmonar e a necessidade de compensação com aumento da força contrátil da musculatura, acaba sendo ineficiente na criança promovendo retrações do arcabouço torácico. Incoordenação tóraco-abdominal durante o sono REM – prejudica a higiene brônquica Pulmão com menos elastina – menor complacência pulmonar Superfície alveolar pequena -> VC pequenos e consequentemente maior FR, tendo um alto gasto energético e maior perda de volume por respirar mais vezes áreas do espaço morto. VM = (VC x FR) – (FR x VD) VM: Volume minuto VD: volume morto Essa superfície pequena faz com que o menor comprometimento parenquimatoso gera uma hipoxemia mais precoce. Imaturidade pulmonar: ao nascer, a resistência vascular pulmonar é maior do que a resistência sistêmica, nas primeiras horas de vida essa situação se inverte, se isso não ocorrer, pode favorecer a hipoxemia persistente em crianças. Menor quantidade surfactante. Afecções congênitas Imaturidade do sistema imunológico Nas crianças, as taxas metabólicas são mais altas e a capacidade residual funcional e reserva de oxigênio são menores. Particularidades anatômicas: UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 2 Hanna Andrade – Habilidades Médicas Occipto maior do que o do adulto, cuidado no posicionamento e usar coxim para melhorar esse posicionamento e não colabar Crianças são respiradores nasais, cuidado com obstrução. Lingua grande e flácida Cartilagem cricoide é como se fosse um funil: constrição natural que promove uma maior resistência a passagem de ar Epiglote alongada, que muias vezes precisa ser pinçada com a lamina reta. Usa muito a respiração abdominal Membranas frouxas Conceitos e definicoes IR: incapacidade do sistema respiratório de atender as demandas de oxigênio e/ou eliminar dióxido de carbono. Alguns autores consideram a Falência respiratória diferente da IR, sendo que a FR corresponderia a gases arteriais anormais e IR a gases artérias beirando a normalidade. No geral, IR representa diminuição da pO2 arterial (<50mmHg) associada ou não com o aumento da pCO2 (>50mmHg). Nem toda dificuldade respiratória gera IR Tipos de Insuficencia Respiratoria 1. IR hipoxêmica (tipo I) Diminuição da pO2 Sem comprometimento ou diminuição significativa do volume minuto, por isso pCO2 sem alteração (35 e 45mmHg) Conforme o estágio da doença base, a pCO2 pode estar normal ou diminuída, (hiperventilação compensatória) Nessa situação, pode ocorrer aumento do gradiente alvéolo capilar de O2. Possíveis justificativas para essa hipoxemia por aumento de gradiente alvéolo capilar a despeito de mante o volume minuto seriam: alterações na permeabilidade da barreira alvéolo capilar com diminuição da capacidade de difusão ou alterações em relação a perfusão/ventilação (aumento do espaço morto ou efeito shunt – área perfundida porém não ventilada) 2. IR hipercápnica (IR tipo II) Hipoxemia (pO2) Hipercapnia (pCO2) – diminuição do volume minuto Pode ser dividida em central e periférica. Central – sem aumento do gradiente alvéolo-capilar de O2 e a causa da diminuição do volume minuto é extrapulmonar ou central sem comprometimento no parênquima, nas pleuras ou vias aéreas. Quando a ventilação diminui, ocorre diminuição da perfusão pulmonar regional produzindo vasoconstricção pulmonar. o Corpo estranho o Hipoventilação central o SNC – medicamentos sedativos (como opioides) Periférica – grande aumento do gradiente alvéolo-capilar. Como doenças pulmonares obstrutivas, que o alçaponamento alveolar obstrutivo impede a ventilação correta, ocorrendo retenção do CO2, também não ocorre a passagem do O2 do capilar para o alvéolo, UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 3 Hanna Andrade – Habilidades Médicas daí a razão do grande gradiente alvéolo arterial de O2. Muitas doenças se iniciam como IR tipo 1 e evoluem para IR tipo 2, tal como ASMA e bronquiolite, mas outras permanecem com o seu tipo durante todo o seu curso como é o caso da SARA e pneumonias intersticiais. Ter um pCO2 elevada faz com que o rim tenha que se meter para compensar, ele então começa a reter bicarbonato de sódio e excretar ions H+, para tentar corrigir o pH. Isso pode demorar de 24 a 48 horas. A acidose metabólica em paciente com IR pode ocorrer por conta da hipóxia ou por aumento da atividade muscular. Metabolismo anaeróbico -> Ac. Lático -> reage com HCO3 e diminui os níveis plasmáticos do HCO3. Paciente que hiperventila, pode compensar o pH peal diminuição dos níveis de CO2, mas crianças com IR tem esse mecanismo prejudicado podendo até agravar a acidose se essa tiver um componente respiratório associado. Tempo de instalação: o Aguda: de horas a dias o Crônica: semanas a meses IR CRÔNICA: SEMPRE QUE O PACIENTE APRESENTAR ALCALOSE METABÓLICA (RETENÇÂO DE HCO3) PARA COMPENSAR A RETENÇÃO DE CO2 (HIPOVENTILAÇÃO) Na crônica, houve tempo suficiente para a compensação fisiológica ou gasométrica e/ou polictemia - aumento do nível de Hb e bicarbonato. Classificação de acordo com a hipóxia Hipóxia hipoxêmica: diminuição da PaO2 no sangue arterial. Ex. alteração da relação V/Q (pneumonia), alteração da difusão (pneumonia intersticial), presença de shunt intrapulmonar (síndrome do desconforto respiratório agudo – SDRA). Hipóxia anêmica: diminuição da taxa de hemoglobina -> o transporte de O2. Ex. anemia grave Hipóxia circulatória: diminuição da perfusão tissular, baixo débito cardíaco, redução do volume sanguíneo circulante. Ex. choque Hipóxia histotóxica: incapacidade de a célula metabolizar o O2 disponibilizado. Ex.: Intoxicação por cianeto Classificação anatômica De acordo com a laringe: ALTA BAIXA Interpretacao da gasometria 1º Valor do pH – 7,35 – 7,45 Qualquer valor > 7,4 – Alcalose Qualquer valor < 7,4 – Acidose O organismo nunca hipercorrige 2º Valor de pCO2 – 35 e 45mmHg Qualquer valor> 40 – Acidose respiratória Qualquer valor < 40 – Alcalose respiratória Para cada 10mmHg de pCO2 -> varia 0,08pH 3º Valor de HCO3 – 22 e 26mEq/L Qualquer valor> 24 – Acidose metabólica Qualquer valor < 24 – Alcalose metabólica Reserva alcalina = Bicarbonato sérico + CO2 (em mEq/L = mmHG x 0,03) Para cada 10mEq/L de pCO2 -> varia 0,15pH UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 4 Hanna Andrade – Habilidades Médicas Etiologia Quadro clínico Taquipneia. Este é o sinal clínico mais precoce em qualquer idade, uma vez que para manter a oxigenação próxima ao normal ocorre o aumento do volume minuto (Vol Min) como mecanismo compensatório. A BRADIPNEIA e a APNEIA são sinais de maior gravidade e mais tardios Dispneia, Tiragens intercostais e subdiafragmáticas, Tiragens de fúrcula, Batimento de asa de nariz, Diminuição ou ausência dos sons respiratórios O estridor está presente em obstruções da via aérea superior, sibilos nas obstruções de via aérea inferior e crepitações nas doenças do parênquima pulmonar. O gemido (fechamento da glote para aumentar a capacidade residual) é um sinal de alerta importante de fadiga. Cianose é um sinal tardio, principalmente em pacientes com anemia. Sinais cardiovasculares como taquicardia ou bradicardia, hipotensão, hipertensão, má perfusão periférica, cianose e pulso paradoxal indicam maior gravidade. Sinais gerais como irritação, sonolência, fadiga e sudorese também podem estar presentes. Exames complementares 1. O Raio-X de tórax: achados clínicos de uma pneumonia, atelectasias, derrame pleural e avaliar complicações das intervenções/ procedimentos, como o pneumotórax. 2. A gasometria arterial é muito útil na avaliação da oxigenação, ventilação e metabolismo celular. Auxilia também na diferenciação do processo agudo ou crônico. Clínica e o pH vão nortear meu raciocínio para o distúrbio base UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 5 Hanna Andrade – Habilidades Médicas 3. A oximetria de pulso é um bom parâmetro para a monitorização contínua e para avaliação da resposta imediata da oxigenoterapia. Monitorização da oxigenação Avaliacao Dependendo da avaliação inicial da via aérea e do desempenho respiratório Avaliacao da via aérea Observação dos movimentos do tórax e abdome, da ausculta dos ruídos dos sons respiratórios e da movimentação do ar e da sensação de fluxo de ar através do nariz e boca. Avaliacao do desempenho respiratório Analise da FR, esforço respiratório, entrada de ar, sons respiratórios e oximetria de pulso. FR e ESFORÇO RESPIRATÓRIO Devem ser avaliados antes da manipulação da criança. Sinais de esforço respiratório ENTRADA DE AR Observação da expansão da parede torácica e da ausculta da movimentação distal do ar SONS RESPIRATÓRIOS E AUSCULTA Gemido – falência respiratória Crepitações - doença parenquimatosa pulmonar Ronco da via aérea superior – é um ronco de transmissor, rude, com barulho. OXIMETRIA Mensurada em todo paciente com angústia respiratória. Valor normal > 94% Tratamento 1) Garantir a patência e a manutenção da via aérea superior a. Promover posição de conforto ou abertura da via aérea superior → posicione corretamente a cabeça da criança, de forma a alinhar os eixos oral, traqueal e faríngeo. UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 6 Hanna Andrade – Habilidades Médicas b. Se necessário, aspiração das vias aéreas com remoção de secreções, muco ou sangue. c. Realiza-se a abertura das vias aéreas com manobra manual de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Se houver suspeita de lesão de coluna cervical, deve-se elevar a mandíbula, sem inclinação da cabeça. 00,0 d. Pode-se utilizar dispositivos como a cânula orofaríngea (Guedel) quando o paciente está inconsciente ou a cânula nasofaríngea que pode ser usada em crianças conscientes, com reflexo de tosse intacto. 2) Oferecer suporte respiratório (oxigenação e ventilação) OXIGENOTERAPIA A oferta de O2 é mandatória na IRpA, mesmo com SatO2 >92%, para otimizar o transporte de O2 aos tecidos e diminuir o trabalho respiratório (Vol Min). Se a criança estiver mantendo ventilação espontânea efetiva, pode-se administrar O2 por meio de numerosos dispositivos. A escolha do sistema de oferta de O2 é determinada pela condição clínica da criança e pela concentração desejada de oxigênio. Se o paciente apresenta ventilação espontânea não efetiva ou estiver inconsciente deve-se proceder à ventilação assistida com o dispositivo bolsa valva- máscara com reservatório. A FiO2 permanece próxima de 100% se a máscara estiver bem acoplada na face. Os pacientes com doença pulmonar crônica e retenção crônica de CO2 perdem o estímulo hipercapinico do centro respiratório. São pacientes dependentes do estímulo hipóxico e necessitam de titulação da oxigenoterapia e, portanto, não se pode utilizar os dispositivos de alto fluxo nestes pacientes. CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO Sistema que oferece oxigênio aquecido (37°C) e umidificado (100% de umidade relativa) com um sistema que emprega altas taxas de fluxo e gera uma pressão positiva na via aérea. Com o alto fluxo ocorre uma redução do espaço-morto, com aumento da oferta de oxigênio e diminuição do PCO2 no alvéolo. Muito confortável, para RN, fica legal. VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI): Alternativa de suporte respiratório que se utiliza antes de optar pela ventilação mecânica (VM) no qual se fornece pressão positiva contínua (CPAP) ou dois níveis de pressão (BIPAP) através de uma interface (máscara ou pronga). Melhora o desconforto respiratório, com incremento na oxigenação e na ventilação. O sucesso da aplicação da VNI depende: seleção adequada do paciente e o momento “ideal” para o seu início. o MÁSCARA NÃO REINALANTE o MÁSCARA SIMPLES o MASCARA REINALANTE PARCIAL o MASCARA VENTURI o CÂNULA NASAL o CPAP o BIPAP VENTILAÇÃO MECÂNICA: Indicada quando há falhas nas tentativas anteriores de fornecer oxigenação e ventilação adequadas. Indicações para intubação 1. Inabilidade de oxigenação e ventilação 2. Potencial risco de obstrução de via aérea 3. Nivel de consciência (Glasgow <9) 4. Parametros gasométrico a. pO2<60 mmHg (FiO2 > 0,6) b. pH < 7,2 devido à elevação da pCO2 (não responsiva as medidas terapêuticas) 3) Otimizar o suporte cardiovascular Na insuficiência respiratória aguda moderada a grave qualquer dispositivo pressórico utilizado UNIME – MEDICINA MÓDULO DOR 7 Hanna Andrade – Habilidades Médicas (VNI ou VM) diminui o retorno venoso, podendo diminuir o débito cardíaco. As patologias pulmonares podem determinar a secreção inapropriada de hormônio antidiurético. 4) Tratamento da doença de base Diagnóstico sindrômico Angustia Insuficiência respiratória Insuficiência cardiopulmonar Discussão de casos clínicos Criança de 3 meses, com elevada FR e com secreção e desconforto respiratório há 3 dias. Déficit de o2 (oximetria) – eu já tenho uma insuficiência. Etiológico: Bronquiolite (começa com um quadro gripal alto e depois de 48hoas paciente apresenta sibilos e desconforto respiratório). Solicitar raio-x e gaso em caso de IR – tenho que acompanhar possíveis complicações!!!!!!! Não deu tempo de compensar Acidose mista - retendo CO2 o rim não teve como compensar Aguda, baixa e Tipo 2 – hipercápnica Ventilação x Oxigenação são diferentes. ....................................................................................... Caso clínico 2: paciente caiu de um local alto. 1. Estabilizar o paciente 2. Exames de imagem e laboratoriais Quadro agudo, ventilação totalmente alterada. Esse comprometimento faz com que não tenhamos um drive respiratório. Ventilação comprometida Causas Pneumotórax (compressão) Depressão do SNC (não vai ventilar bem)
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