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ESCOLA TÉCNICA CURSO TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS MATEMÁTICA FINANCEIRA Curso Técnico em Transações Imobiliárias Escola Técnica Mônaco Estrada da Portela, nº 107 Madureira – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – 21.351-050 Diagramação e Edição Carolina Vitaliano Gurgel Jansen Pereira Coordenadora Pedagógica Tamires da Silva Santos Pereira Direção Pedagógica Suellen Ewald Torres de Oliveira Copyright © 2020 Escola Técnica Mônaco Ltda. 1ª Edição Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução e edição, mesmo parcial, por qualquer pessoa, sem autorização da instituição. índice Introdução ......................................................................................................................................4 Grandeza .......................................................................................................................................4 Grandeza Diretamente Proporcional .......................................................................................5 Grandeza Inversamente Proporcional ......................................................................................5 Razão e Proporção ......................................................................................................................5 Propriedade Fundamental ..........................................................................................................6 Composição....................................................................................................................................6 Decomposição ...............................................................................................................................7 Divisão Proporcional ....................................................................................................................9 Divisão em Várias Partes Diretamente Proporcionais ........................................................ 10 Divisão em Duas Partes Inversamente Proporcionais .......................................................... 11 Divisão em Várias Partes Inversamente Proporcionais ....................................................... 11 Divisão em Duas Partes Direta e Inversamente Proporcionais .......................................... 12 Divisão em N Partes, Direta e Inversamente Proporcionais ............................................... 13 Regra de Sociedade ................................................................................................................. 14 Regra de Três ............................................................................................................................. 15 Regra de Três Simples Direta .................................................................................................. 15 Regra de Três Simples Inversa ................................................................................................ 16 Regra de Três Composta .......................................................................................................... 17 Porcentagem ............................................................................................................................... 19 Preços de Custo e de Venda, Lucros e Prejuízos ................................................................. 20 Custos ........................................................................................................................................... 21 Lucros e Prejuízos ....................................................................................................................... 22 Juros ............................................................................................................................................. 23 Juros Simples ............................................................................................................................... 26 Juros Comerciais e Juros Exatos .............................................................................................. 27 Desconto ...................................................................................................................................... 27 Desconto Simples Racional (Por Dentro) ................................................................................ 28 Diferença Entre os Descontos Comercial e Racional ........................................................... 29 Desconto Comercial Composto ................................................................................................ 29 Desconto Racional Composto ................................................................................................... 30 Capitalização ............................................................................................................................. 30 Histórico ....................................................................................................................................... 31 Comparação Entre os Regimes de Capitalização Simples e Composta ......................... 33 Inflação ........................................................................................................................................ 34 Títulos de Crédito....................................................................................................................... 35 Amortização ............................................................................................................................... 40 Conceitos Relacionados ............................................................................................................ 40 Sistemas de Amortização ......................................................................................................... 40 Leasing ......................................................................................................................................... 41 4 Introdução A Matemática contribui para estruturar o pensamento e o raciocínio, ajudando a resolução de situações das mais variadas atividades humanas, preparando o estudante para sua atuação no mercado de trabalho em diferentes carreiras. No caso do profissional de transações imobiliárias são-lhe indispensáveis de diferentes habilidades e conhecimentos específicos para que possa informar, orientar e oferecer segurança ao seu cliente. Dentre esses conhecimentos e habilidades, inclui-se, com destaque, a linguagem da Matemática Financeira. Nesse sentido, o presente trabalho foi elaborado com ênfase na matemática financeira básica e fundamental necessária à realização da compra, venda e locação de imóveis, incluindo operações sobre mercadorias, taxas de juros, inflação e regimes de capitalização. O estudo do regime de Capitalização Simples é o cenário principal desta seção. Nela é abordada a conceituação de juros simples, montante simples, desconto simples, cálculo de taxa acumulada, sempre com a utilização de vários exemplos. Todas as negociações financeiras têm como suporte um dos regimes de capitalização. A matemática foi, gradativamente, aplicada ao comércio e às finanças devido à necessidade de melhor entendimento entre as relações de troca, para a utilização das melhores taxas em empréstimos e investimentos, para se fazer previsões de movimentação de capital no mercado, para cálculo de juros, montante, descontos. A despeito da enorme disponibilidade de ferramentas produzidas pela alta tecnologia, a Matemática Financeira deve ser bem entendida, pois o conhecimento e a informação representam um grande poder para a execução de serviços, especialmente, em um mercado que não é estático. O estudo das questões de natureza econômica não é recente. Os antigos gregos já se preocupavam com esse assunto e fizeram importantes contribuições. No entanto, o nascimento da economia como corpo teórico de estudo, independentemente da política e da filosofia, ocorreu em 1776, quando Adam Smith publicou “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”. Desde então,muita água passou sob a ponte, como o povo diz. A tecnologia massificou o uso das calculadoras eletrônicas, e já quase não se recorre aos cálculos na ponta do lápis. Grandeza É todo valor que, ao ser relacionado a outro de certa forma, quando há a variação de um, o outro, como consequência, varia também. Em nosso dia-a-dia, quase tudo se associa a duas ou mais grandezas. Assim, quando falamos em: velocidade, tempo, peso, espaço, etc., estamos lidando diretamente com grandezas que estão relacionadas entre si. Ex.: Uma moto percorre um determinado espaço físico em um tempo maior ou menor dependendo da velocidade que ela poder chegar ou imprimir em seu percurso realizado. A relação de dependência entre duas grandezas, conforme a condição apresentada, pode ser classificada como Diretamente proporcional ou Inversamente proporcional. 5 Grandeza Diretamente Proporcional Definem-se como Grandezas Diretamente Proporcionais aquelas nas quais a variação de uma implica na variação ou mudança da outra, na mesma proporção, mesma direção e sentido. Ex.: a) 01 Kg de carne custa “Y”, se a pessoa comprar 02 Kg de carne então ela pagará “02 y”. b) Se uma pessoa compra 10 borrachas ao custo de R$ 1,00, então se ela comprar 20 borrachas, o custo total será de R$ 2,00, calculado o preço unitário de R$ 0,10. c) Grandeza Inversamente Proporcional Duas grandezas são inversamente proporcionais quando a variação de uma implica necessariamente na variação da outra, na mesma proporção, porém, em sentido e direção contrários. Ex.: Velocidade e tempo. Um carro percorre a uma velocidade de 100 Km/h, o total de 10 metros em 10 segundos. Se este mesmo carro aumentar para 200 km/h gastará apenas 05 segundos para percorrer os mesmos 10 metros. Razão e Proporção A razão entre dois números, dados em certa ordem, sendo o segundo número sempre diferente de zero, é o quociente indicado do primeiro pelo segundo. Ex.: a razão de 09 para 12 = 09/12 ou 09: 12 a razão de 05 para 10 = 05/10 ou 05:10 a razão de 06 para 18 = 06/18 ou 06:18 1) Lê-se: nove está para doze sendo que o 1º número é o antecedente e 2º número é o consequente. Então: Cinco está para dez, sendo 05 o antecedente e 10 o consequente. Seis está para dezoito, sendo 06 o antecedente e 18 o consequente. 2) Quando o antecedente de uma razão for igual ao consequente de outra, ou vice-versa, dizemos que formam duas razões inversas. Ex.: c/d e d/c Proporção é a sentença matemática que exprime igualdade entre duas razões. 6 2 = 4 5 3 Cada elemento de uma proporção é denominado termo da proporção sendo que os 1º e 3º termos são chamados de termos antecedentes e os 2º e 4º são chamados termos consequentes e que os 1º e 3º termos de uma proporção formam os meios e os 2º e 4º termos, formam os extremos. Propriedade Fundamental Em toda proporção o produto dos meios é sempre igual ao produto dos extremos. 2/5 = 4/10 » 5 x 4 = 20 | 2 x 10 = 20 Aplicação: 7 / 8 = x / 40 onde 8 x X = produtos dos meios | 7 x 40 = produto dos extremos Temos então: 8x = 280, logo X = 280/8 = 35. Composição Em toda proporção, a soma dos primeiros termos está para o primeiro ou para o segundo, assim como a soma dos dois últimos está para o terceiro ou para o quarto termo. Aplicação: A soma de dois números é 80 e a razão entre o menor e o maior é 2/3. Achar o valor desses números. a = menor; b= menor Conclui-se: se o menor vale a= 32, o maior então será 80 – 32 = 48. 7 Decomposição Em qualquer proporção, a diferença entre os dois primeiros termos está para o primeiro ou para o segundo, assim como a diferença entre os dois está para o terceiro ou para o quarto termo. Aplicação: Determinar dois números, sabendo-se que a razão entre eles é de 7/3 e que a diferença é 48. a = maior ; b=menor Em toda proporção a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes, assim como qualquer antecedente está para seu consequente. Então a soma de a+b = 63, sendo a = 27 e b=36 = 63. 5 8 Em qualquer proporção, a diferença dos antecedentes está para a diferença dos consequentes, assim como qualquer antecedente está para o seu consequente. Em qualquer proporção, o produto dos antecedentes está para o produto dos consequentes, assim como o quadrado de um antecedente está para o quadrado de seu consequente. Aplicação: A área de um retângulo é de 150 m² e a razão da largura para o comprimento é de 2/3. Encontrar essas medidas. a = largura b = comprimento Em qualquer proporção, elevando-se os quatro termos ao quadrado, resulta em uma nova proporção. Aplicação: A soma do quadrado de dois números é 468 e a razão do menor para o maior é de 2/3. Determinar esses números. Logo, a² = 144, a = 12. 9 O valor de “b” é calculado seguindo-se o mesmo procedimento para calcular o valor de “a”. Divisão Proporcional Divisão em duas partes diretamente proporcionais: Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das partes seja A+B=M, mas A/p=B/q A solução segue das propriedades das proporções: A = B = A+B = M = K p q p+q p+q O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K p e B = K q Ex.: Para decompor o número 100 em duas partes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos o sistema de modo que A+B=100, cuja solução segue de: A = B = A +B = 100 = 20 2 3 5 5 Segue que A=40 e B=60. Determinar números A e B diretamente proporcionais a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 60. Para resolver este problema, basta tomar A-B=60 e escrever: A = B = A -B = 60 = 12 8 3 5 5 Segue que A=96 e B=36. Divisão em várias partes diretamente proporcionais Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P X1 X2 Xn 10 p1 = p2 = ... = pn A solução segue das propriedades das proporções: Ex.: Para decompor o número 120 em três partes A, B e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, tal que A+B+C=120 e 2+4+6=P. Assim: logo A=20, B=40 e C=60. Ex.: Determinar números A, B e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B- 4C=120. A solução segue as propriedades das proporções: logo A=-30, B=-60 e C= -90 . Divisão em duas partes inversamente proporcionais Para decompor um número M em duas partes A e B inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os inversos de p e q . Assim, basta montar o sistema com duas equações e duas incógnitas, tal que A+B=M. Desse modo: 11 O valor de K proporciona a solução pois: A=K/p e B=K/q. Ex.: Para decompor o número 120 em duas partes A e B inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar o sistema tal que A+B=120, de modo que: Assim A=72 e B=48. Ex.: Determinar números A e B inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 10. Para resolver este problema, tomamos AB=10. Assim: Assim A=40 e B=30. Divisão em várias partes inversamente proporcionais Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso cuja solução segue das propriedades das proporções: 12 Ex.: Para decompor o número 220 em três partes A, B e C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A+B+C=220. Desse modo: A solução é A=120, B=60 e C=40. Ex.: Para obter números A, B e Cinversamente proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-4C=10, devemos montar as proporções: Logo, A=60/13, B=30/13 e C=20/13. Divisão em duas partes direta e inversamente proporcionais Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a c e d e inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas incógnitas de forma que A+B=M e além disso: O valor de K proporciona a solução pois: A=Kc/p e B=Kd/q Ex.: Para decompor o número 58 em duas partes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções: Assim A=(2/5).70=28 e B=(3/7).70=30 13 Ex.: Para obter números A e B diretamente proporcionais a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 21. Para resolver este problema, basta escrever que A-B=21 e resolver as proporções: Assim A=(4/6).72=48 e B=(3/8).72=27. Divisão em n partes, direta e inversamente proporcionais Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige que X1+X2+...+Xn=M e além disso A solução segue das propriedades das proporções: Ex.: Para decompor o número 115 em três partes A, B e C, diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas de forma de A+B+C=115 e tal que: logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e C=(3/6)100=50. Ex.: Determinar números A, B e C diretamente proporcionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e 5, de modo que 2A+3B-4C=10. 14 A montagem do problema fica na forma: A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69. Regra de Sociedade Regra de sociedade é um procedimento matemático que indica a forma de distribuição de um resultado (lucro ou prejuízo) de uma sociedade, sendo que os membros poderão participar com capitais distintos e também em tempos distintos. Os capitais dos membros participantes são indicados por: C1, C2, ..., Cn e os respectivos tempos de participação deste capitais da sociedade por t1, t2, ..., tn. Definiremos o peso pk (k=1,2,...,n) de cada participante como o produto: pk = Ck tk, e indicaremos o capital total como a soma dos capitais participantes: C = C1 + C2 + ... + Cn A Regra de Sociedade é uma aplicação imediata do caso de decomposição de um valor M diretamente proporcional aos pesos p1, p2, ..., pn. Ex.: Ocorreu a formação de uma sociedade por três pessoas A, B e C, sendo que A entrou com um capital de R$50.000,00 e nela permaneceu por 40 meses, B entrou com um capital de R$60.000,00 e nela permaneceu por 30 meses e C entrou com um capital de R$30.000,00 e nela permaneceu por 40 meses. Se o resultado (que pode ser um lucro ou um prejuízo) da empresa após certo período posterior, foi de R$25.000,00, quanto deverá receber (ou pagar) cada sócio? Os pesos de cada sócio serão indicados em milhares para não termos muitos zeros nas expressões dos pesos. Desse modo: p1=50x40=2000; p2=60x30=1800; p 3=30x40=1200 15 Regra de Três Embora os gregos e os romanos conhecessem as proporções, não chegaram a aplicá- las na resolução de problemas. Na Idade Média, os árabes revelaram ao mundo a “Regra de Três”. No século XIII, o italiano Leonardo de Pisa difundiu os princípios dessa regra em seu Liber Abaci (o Livro do Ábaco), com o nome de Regra dos três números conhecidos. Regra de Três Simples direta Uma regra de três simples direta é uma forma de relacionar grandezas diretamente proporcionais. Para resolver problemas, tomaremos duas grandezas diretamente proporcionais X e Y, e outras duas grandezas W e Z, também diretamente proporcionais, de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K. X/Y = K e W/Z = K então X/Y = Y/Z Ex.: Na extremidade de uma mola (teórica) colocada verticalmente, foi pendurado um corpo com a massa de 10 Kg e verificamos que ocorreu um deslocamento no comprimento da mola de 54 cm. Se colocarmos um corpo com 15 Kg de massa na extremidade dessa mola, qual será o deslocamento no comprimento da mola? (Kg = quilograma e cm = centímetro). Representaremos pela letra X a medida procurada. De acordo com os dados do problema, temos: Massa do corpo (Kg) Deslocamento da mola (cm) 10 54 15 X 16 As grandezas envolvidas - massa e deslocamento - são diretamente proporcionais. Conhecidos três dos valores no problema, podemos obter o quarto valor, X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a proporção: 10/15 = 54/X Observamos que os números 10 e 15 aparecem na mesma ordem que apareceram na tabela e os números 54 e X também aparecem na mesma ordem direta que apareceram na tabela anterior e desse modo 10·X=15·54, logo 10X=810, assim X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm. Regra de Três Simples Inversa A regra de três simples inversa é uma forma de relacionar grandezas inversamente proporcionais para obter uma proporção. Na resolução de problemas, consideremos duas grandezas inversamente proporcionais A e B e outras duas grandezas também inversamente proporcionais C e D de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K. A X B = K e C X D= K, donde A X B = C X D, logo A/C = D/B Ex.: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um corredor imprimindo a velocidade média de 180 Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua velocidade média fosse de 200 Km/h, qual seria o tempo gasto no mesmo percurso? (Km/h=quilômetro por hora, s=segundo). Representaremos o tempo procurado pela letra T. De acordo com os dados do problema, temos: Velocidade (Km/h) Tempo (s) 180 20 200 T Relacionamos grandezas inversamente proporcionais: velocidade e tempo em um mesmo espaço percorrido. Conhecidos três valores, podemos obter um quarto valor T. Ou seja, 180/200 = T/20 Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem que apareceram na tabela, enquanto que os números 20 e T aparecem na ordem inversa da ordem que apareceram na tabela acima. Assim, 180x20=200.X, donde 200X=3600 e assim X=3600/200=18. Se a velocidade do corredor for de 200 Km/h, ele gastará 18s para realizar o mesmo percurso. 17 Regra de Três Composta Regra de três composta é um processo de relacionamento de grandezas diretamente proporcionais, inversamente proporcionais, ou uma mistura dessas situações. O método funcional para resolver um problema dessa ordem é montar uma tabela com duas linhas, sendo que a primeira linha indica as grandezas relativas à primeira situação enquanto que a segunda linha indica os valores conhecidos da segunda situação. Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados às grandezas para uma primeira situação e A2, B2, C2, D2, E2, ... são os valores associados às grandezas para uma segunda situação, montamos a tabela abaixo lembrando que estamos interessados em obter o valor numérico para uma das grandezas, digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor numérico Z1 e todas as medidas das outras grandezas. 1 2 3 4 5 ... ? A1 B1 C1 D1 E1 ... Z1 A2 B2 C2 D2 E2 ... Z2 Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z, resolvemos a proporção: Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z, exceto a segunda grandeza (com a letra B, por exemplo) que é inversamente proporcional à grandeza Z, resolvemos a proporção com B1 trocada de posição com B2: As grandezas que forem diretamente proporcionais à grandeza Z são indicadas na mesma ordem (direta) que aparecem na tabela enquanto que as grandezas que forem inversamente proporcionais à grandeza Z aparecerão na ordem inversa daquela que apareceram na tabela. Ex.: se temos cinco grandezas envolvidas: A, B, C, D e Z, sendo a primeira A e a terceiraC diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras duas B e D inversamente proporcionais à grandeza Z, deveremos resolver a proporção: 18 Observação: Problema difícil é analisar, de um ponto de vista lógico, quais grandezas são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. Como é muito difícil realizar esta análise de um ponto de vista geral, apresentaremos alguns exemplos para entender o funcionamento da situação. Ex.: Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria serão produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras, se essas máquinas funcionarem durante 9 dias? Vamos representar o número de peças pela letra X. De acordo com os dados do problema, vamos organizar a tabela: A grandeza Número de Peças (C) servirá de referência para as outras grandezas. Analisaremos se as grandezas Número de máquinas (A) e Número de dias (B) são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais à grandeza C que representa o Número de peças. Tal análise deve ser feita de uma forma independente para cada par de grandezas. Quando consideramos as grandezas Número de peças e Número de máquinas, devemos fazer uso de lógica para constatar que se tivermos mais máquinas operando produziremos mais peças e se tivermos menos máquinas operando produziremos menos peças. Assim temos que estas duas grandezas são diretamente proporcionais Vamos agora considerar as grandezas Número de Peças e Número de Dias. Novamente devemos usar a lógica para constatar que, se tivermos maior número de dias, produziremos maior número de peças; e se tivermos menor número de dias, produziremos menor número de peças. Assim temos que estas duas grandezas também são diretamente proporcionais. Concluímos que todas as grandezas envolvidas são diretamente proporcionais, logo, basta resolver a proporção: 400/x = (5x6)/(7x9), que pode ser posta na forma 400/x = 30/63. Resolvendo a proporção, obtemos X=840. Assim, se as 7 máquinas funcionarem durante 9 dias serão produzidas 840 peças. 19 Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre em média 200 Km em 2 dias. Em quantos dias esse motociclista irá percorrer 500 Km, se rodar 5 h por dia? (h=hora, Km=quilômetro). Vamos representar o número de dias procurado pela letra X. De acordo com os dados do problema, vamos organizar a tabela do seguinte modo: Quilômetros (A) Horas por dia (B) N° de dias (C) 200 4 2 500 5 X A grandeza Número de dias (C) é a que servirá como referência para as outras grandezas. Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A) e Horas por dia (B) são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais à grandeza C que representa o Número de dias. Tal análise deve ser feita de uma forma independente para cada par de grandezas. Consideremos as grandezas Número de dias e Quilômetros. Usaremos a lógica para constatar que, se rodarmos maior número de dias, percorreremos maior quilometragem; e se rodarmos menor número de dias, percorreremos menor quilometragem. Assim, temos que estas duas grandezas são diretamente proporcionais. Na outra análise, vamos agora considerar as grandezas Número de Dias e Horas por dia. Verificar que, para realizar o mesmo percurso, se tivermos maior número de dias utilizaremos menor número de horas por dia; e se tivermos menor número de dias, necessitaremos maior número de horas para o mesmo percurso. Logo, estas duas grandezas são inversamente proporcionais e, desse modo: 2/5 = (200x5)/(500x4), que pode ser posta como 2/X = 1000/2000. Resolvendo esta proporção, obtemos X=4, significando que, para percorrer 500 Km, rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4 dias. Porcentagem Observamos nos meios de comunicação, praticamente todos os dias, expressões matemáticas relacionadas com porcentagem. O termo “por cento” é proveniente do Latim “per centum” e quer dizer “por cem”. Toda razão da forma a/b, na qual o denominador b=100, é chamada taxa de porcentagem ou simplesmente porcentagem ou ainda percentagem. Historicamente, a expressão por cento aparece nas principais obras de aritmética de autores italianos do século XV. O símbolo % surgiu como uma abreviatura da palavra cento, utilizada nas operações mercantis. Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos 10%. Isto significa que, em cada 100 unidades de algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 podem ser obtidos como o produto de 10% por 80, isto é: Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8 Em geral, para indicar um índice de M por cento, escrevemos M% e, para calcular M% de 20 um número N, realizamos o produto: Produto = M%.N = M.N / 100 Preços de custo e de venda, lucros e prejuízos Em economia, contabilidade, finanças e negócios, preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central para a microeconomia, onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços). Preço é a medida do valor de troca de um bem ou serviço, em termos monetários ou em termos de outro bem que tenha grande aceitação. Esse termo é também empregado no sentido de prêmio ou compensação, como na expressão “o preço do esforço”, ou num sentido mais vago, quase figurado, como em “as mercadorias a que se renuncia são o preço da poupança, já que o indivíduo deixa de despender toda a sua renda”. O preço é fundamentalmente um quociente que indica os termos da troca de bens e serviços. Assim, numa sociedade primitiva, duas facas podem ser trocadas por um bezerro. Frequentemente se escolhe uma mercadoria para servir como numerário ou padrão em relação às outras mercadorias. Os metais preciosos servem tanto como uma mercadoria desejada para fins particulares, quanto como uma unidade de valor e de troca. Quando mercadorias uniformes, como ouro, prata, ferro são adotadas como numerário, estabelece-se um sistema de preços monetário. Nas economias avançadas, o dinheiro (que implica a existência de crédito) não é desejado pelo seu valor intrínseco, mas porque pode ser trocado por bens e serviços. Em Marketing, preço é uma das quatro variáveis no Composto Mercadológico, ou “marketing mix”, que os mercadólogos usam para desenvolver um plano de marketing. Segundo Jay Conrad Levinson, 14% dos consumidores decidem suas compras baseando-se exclusivamente no preço. Computa-se no preço não apenas o valor monetário de um produto, mas tudo aquilo que o consumidor tem que sacrificar ao adquirir um bem. A palavra apreçamento, com o sentido de estabelecimento de um preço, refere-se por vezes a preços administrados, ou seja, preços que não são completamente determinados pela relação existente no mercado entre oferta e procura, mas podem ser determinados, dentro de certos limites, pela firma comercial vendedora. O limite dentro do qual uma firma poderá administrar os preços é determinado pela situação da procura e pelos objetivos da própria firma: maximização dos lucros, ampliação do mercado etc. O verdadeiro preço de alguma coisa é o trabalho e a dificuldade para adquiri-la. Por isso, os mercadólogos incluem em suas considerações os custos indiretos, custos de manutenção, a necessidade de recompra, e mesmo a energia física, o tempo e o custo emocional de se adquirir uma oferta. O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria/produto/ serviço, as despesas variáveis, como impostos, comissões, etc., As despesas fixas proporcionais, ou seja, aluguel, água, luz, telefone, salários, pró- labore, etc., e ainda, sobrar um lucro 21 líquido adequado. Preço de custo: Trata-se do valor de aquisição dos produtos ou mercadorias mais os custos necessários para disponibilizá-los à produção ou venda, podendo ser mão-deobra, fretes, energia, estocagem etc. Custos Custos são medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, têm de arcar a fim de atingirseus objetivos, sendo considerados esses ditos objetivos, a utilização de um produto ou serviço qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços. A Contabilidade Gerencial incorpora esses e outros conceitos econômicos para fins de elaborar Relatórios de Custos de uso da Gestão Empresarial. No Brasil, o Decreto-Lei 1.598/77, em seu artigo 14, determina que: “o contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos, principalmente para fins fiscais”. Sob a ótica contábil, custos os são gastos que a entidade realiza com o objetivo de por o seu produto pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou o de cumprir com o seu serviço contratado. Uma diferença básica para a despesa é que “custo” traz um retorno financeiro e pertence à atividade-fim, pela qual a entidade foi criada (determinada no seu Contrato Social, na cláusula Do Objeto). Já despesa é um gasto com a atividade-meio e não gera retorno financeiro, apenas propicia certo “conforto” ou funcionalidade ao ambiente empresarial. A razão para se classificar os gastos correntes de uma entidade em despesas e custos é que o primeiro vai direto para o resultado do período. Já “custos” irão formar um estoque (na produção de um bem) e, na sua realização (venda), serão finalmente levados ao resultado, o que poderá levar meses ou até anos. Custos industriais geralmente são: matéria prima, energia consumida (eletricidade e/ou combustíveis), água consumida, materiais industriais diversos, mão de obra, depreciação dos itens imobilizados de produção, entre outros. Custeio Direto (ou Variável): É um método de custeio usado para alocação apenas dos custos variáveis ao produto. Segundo Leoni “o sistema de custeio variável ou direto é um método que considera apenas os custos variáveis de apropriação direta como custo do produto ou serviço”. Segundo Lopes de Sá, o custeio variável é “o processo de apuração de custo que exclui os custos fixos”. Segundo Meglioni “enquanto no custeio por absorção eles são rateados aos produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período, indo diretamente para o resultado igualmente as despesas”. A diminuição da necessidade de rateio deve- se ao fato de que no sistema de custeio variável, são alocados aos produtos e/ou serviços, somente os custos variáveis e, como na maioria dos casos, os custos variáveis também são diretos, não alocando os rateios dos custos indiretos. Ele é usado para eliminar qualquer distorção na apuração dos custos oriundos de problemas com rateios pois os custos fixos são tratados como despesas. 22 Custeio por absorção (ou integral): O sistema de custeio por absorção é o sistema que apura o valor dos custos dos bens ou serviços, tomando como base todos os custos da produção incluindo os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. Segundo Meglioni, “o custeio por absorção é o método que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou indireta. Assim todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos.” Custo-padrão: são custos predeterminados, porém, diferentemente dos custos estimados, são calculados com base em parâmetros operacionais, e utilizados em operações repetitivas de produção, onde não compensaria calcular o custo individual de cada repetição. Custeio ABC: A alocação dos custos indiretos é baseada nas atividades relacionadas. GECON (Modelo Gestão Econômica) é um modelo de mensuração de custos baseado em gestão por resultados econômicos. Também conhecido por “Grid Economics and Business Models Work”. Custo-meta: O custo-meta, também conhecido como “Target Costing”, é uma estratégia de gestão de custos que, a partir do preço de mercado e de uma margem de lucro desejada, estabelece um teto de custo para os produtos ou serviços. Custos Fixos: são os custos que, embora tenham um valor total que não se altera com a variação da quantidade de bens ou serviços produzidos, seu valor unitário se altera de forma inversamente proporcional à alteração da quantidade produzida. Ex.: O pagamento de aluguel. Custos Variáveis: são os custos que, em bases unitárias possuem um valor que não se altera com alterações nas quantidades produzidas, porém, cujos valores totais variam em relação direta com a variação das quantidades produzidas. Ex.: Matéria prima. Custos Totais: são a soma de Custos Variáveis mais Custos Fixos, representado pela formula CT=CF+CV. Custos Diretos: são os custos suscetíveis de serem identificados com os bens ou serviços resultantes, ou seja, têm parcelas definidas apropriadas a cada unidade ou lote produzidos. Geralmente são representados por mão-de-obra direta e pelas matérias primas. Custos indiretos: todos os outros custos que dependem da adoção de algum critério de rateio para sua atribuição à produção. No jargão da contabilidade brasileira, eles são chamados de CIF, de Custos Indiretos de Fabricação. Lucros e Prejuízos Lucro é o retorno positivo de um investimento feito por um indivíduo ou uma pessoa nos negócios. Já o prejuízo financeiro ocorre quando alguém ou alguma instituição gasta mais do que arrecada. Em contabilidade, o prejuízo é o oposto do lucro. Ambos são saldos na conta denominada “resultados” ou “lucros e perdas”, que podem ocorrer ao final do exercício (em geral, um período de doze meses). Para fins de informação dos usuários da contabilidade, as grandes corporações são obrigadas a publicar periodicamente uma “demonstração de resultados” (uma das “demonstrações financeiras”), também conhecida como “balanço de resultado econômico” ou “demonstrativo de lucros e perdas”, nas quais são decompostas 23 analiticamente as partes componentes que resultaram no lucro ou prejuízo do exercício. Outro demonstrativo, o de lucros ou prejuízos acumulados, informa o saldo acumulado resultante da soma algébrica dos resultados dos exercícios passados. Segundo os princípios da Economia Aziendal, o lucro pode ser originário do funcionamento (lucro operacional) e do crédito (lucro da gestão econômica). De acordo com a estrutura das Demonstrações Contábeis de Resultados utilizados no Brasil, o lucro é desdobrado nas seguintes categorias: Lucro Bruto: diferença positiva de Receitas menos Custo e despesas; Lucro Operacional: diferença positiva do lucro bruto e das despesas operacionais; Lucro não operacional: resultado positivo das receitas e despesas não operacionais; Lucro Líquido: diferença positiva do lucro bruto menos o lucro operacional e o não operacional; Lucro a ser distribuído: lucro líquido menos a quantia destinada a Reservas de Lucros ou compensada com os Prejuízos Acumulados; A legislação tributária criou outras categorias de Lucro, a saber (vide Contabilidade tributária): Lucro Real: Base de Cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas. (Contabilmente, seria o Lucro Líquido menos as adições e exclusões de despesas feitas para fins de apuração do tributo citado). Lucro Inflacionário: parcela do Lucro Real, composta do saldo credor da correção monetária de balanços ajustado pelas variações monetárias e cambiais (e que podia ser diferido, ou seja, devido em exercícios futuros). Lucro de Exploração: parte do Lucro Real formado pelas Receitas oriundas de incentivos fiscais do Imposto de Renda (isenção ou redução). Lucro Presumido: outra base de cálculo do imposto de renda, basicamente sobre Receitas, e com escrituração simplificada no Livro Caixa. Juros Quando você vê em uma propaganda: “Compre uma televisão à vista por $ 1.000 ou a prazo em 5 parcelas de $ 260” é provável que pensasse assim: “É melhor comprar a prazo, pois prefiro pagar parcelado e, em apenas 5 meses, eu acabo de pagar.” Mas você se esqueceu de um “detalhe”: 5 parcelas de $ 260 somam o equivalente a $ 1.300 – que é 30% a mais do que a ofertaà vista ($ 1.000). São em situações como essas que levam a perceber como a Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimento ou financiamento de bens de consumo. Ela consiste em empregar procedimentos matemáticos para simplificar a operação financeira. Juro é o preço ou a remuneração paga, em moeda, pela utilização de uma quantia, “o ágio obtido em dinheiro vivo sobre liquidez futura”. Com muita frequência os economistas não se satisfizeram com essa definição banal, indagando o porquê da existência do juro. Em vista da atualíssima discussão, no Brasil, acerca dos juros impostos ao consumidor, é 24 oportuno aprofundar nosso conhecimento a partir da lembrança de que economistas clássicos entendiam que ele deve ser pago a fim de possibilitar uma poupança suficiente para permitir progresso pelo acúmulo de capital. Conquanto se admita geralmente que alguma poupança seria possível sem a cobrança de juro, o montante seria insignificante. O juro tem sido considerado um “suborno” necessário para obrigar os que dispõem de renda a consumir menos do que poderiam consumir. Sénior, um dos primeiros economistas a oferecer uma explicação sem ambiguidades para esse termo, afirma que “o juro compensa os sacrifícios da abstinência” . Os socialistas, entretanto, desprezaram essa ideia, entendendo que, se a abstinência traz sacrifício, então os Rothschilds e outros milionários devem ter sofrido atrozmente. Sénior poderia naturalmente ter admitido que a prática de poupança pelos ricos não envolvia qualquer sacrifício óbvio, ou não, acrescentando, porém que, sem o juro, haveria um volume insuficiente de abstenção de consumo. K. Marx afirmou que os capitalistas desejariam consumir e, ao mesmo tempo, adquirir poder através da acumulação de propriedade. Ë claro que a análise marginal resolve a dificuldade, ao ver o juro meramente como o custo de oportunidade da unidade marginal de poupança. Quando pequenas poupanças representam suprimento marginal, então ocorre “sacrifício” real. Não obstante, a crítica socialista deixou os economistas numa posição embaraçosa. O socorro veio através de uma mudança de ênfase que transformou abstinência em preferência pelo tempo. A explicação do juro através do conceito da preferência pelo tempo foi desenvolvida inicialmente no trabalho de W. S. Jevons e da escola austríaca, sobretudo E. Bohm-Bawerk, que atribuiu ao homem uma “subestimação perspectiva das necessidades futuras”. Para muitos, essa subestimação explica a preferência por bens presentes em relação a bens disponíveis no futuro; a presença desse elemento não constitui, entretanto, ingrediente necessário da teoria de preferência pelo tempo, exceto numa sociedade estacionária. “Tudo o que se faz necessário para existência do juro numa sociedade progressista é que seus membros sintam alguma relutância em adiar o consumo da renda presente, a fim de elevar a renda futura a um nível superior ao presente, a uma taxa mais que limitada”. Poucos economistas negam hoje a importância da preferência pelo tempo, porém muitos julgam que a curva de poupança, na qual o volume de poupança é apresentado como função da taxa de juro, tem pouca elasticidade em grande parte de sua extensão. Em 1936, J. M. Keynes enfatizou a preferência pela liquidez como uma compulsão para o pagamento de juros. O juro deve ser pago porque as pessoas e as instituições têm a alternativa de entesourar suas poupanças monetárias. Julgava Keynes que um declínio do juro criava expectativa de uma volta em nível mais alto. Quanto mais baixa a taxa de juros, mais forte o estímulo ao entesouramento, pois toda queda na taxa de juros “reduz os ganhos decorrentes da iliquidez, disponíveis como uma espécie de prêmio de seguro para compensar o risco da perda em conta de capital, num montante igual à diferença entre os quadrados da velha e da nova taxa de juros”. Como D. H. Robertson sempre se dispunha a observar, Keynes quase dizia que o juro existe porque se espera que ele difira em grandeza do que é. Um melhor enunciado da teoria de preferência pela liquidez diria que o juro não pode cair abaixo de um mínimo 25 devido à alternativa de entesouramento, mas que qualquer taxa acima desse mínimo é adequada para induzir o desentesouramento (se não forem previstas taxas futuras mais altas e se outras circunstâncias forem favoráveis). Com justiça, Robertson censurava Keynes por deixar de acentuar que, numa situação de equilíbrio, a taxa de juros deve satisfazer tanto à “conveniência marginal de guardar dinheiro” como à “inconveniência marginal da abstenção de consumo”. Observou R. Harrod que o tomador de empréstimo “terá de pagar o preço necessário para satisfazer o prestamista por esperar ou o preço necessário a satisfazê-lo por preterir a liquidez, seja qual for o maior. Keynes parece supor que o maior será o segundo. Apesar da ênfase que dão à sua teoria favorita do juro, todos os economistas reconhecem que a produtividade ou o rendimento do capital são um determinante do juro. Entretanto, muita confusão é suscitada pela mistura de análises estáticas e dinâmicas. Tanto J. A. Schumpeter como E. Bohm-Bawerk observaram que o importante era a produtividade de valor e não a produtividade física. Schumpeter observou que, se não houvesse quaisquer novas mudanças técnicas ou perturbações, e se o processo de acumulação de capital não fosse interrompido, desapareceria a perspectiva de um produto-valor marginal. Negou que houvesse qualquer razão para preferência pelo tempo ou consequente equilíbrio isento de risco ou estado estacionário. Também F. H. Knight sustentou que, sem crescimento e mudança contínuos, não haveria razão para a preferência pelo tempo de Bohm-Bawerk. Assim, afirmou que, apesar de suas negativas categóricas, Bohm-Bawerk defendia uma teoria da produtividade. O estado estacionário de Schumpeter, para Knight, era uma impossibilidade, pelo menos em teoria, uma vez que não existem “limites para o uso do capital”. Qualquer sociedade estacionária verdadeira seria o resultado de forças “não-econômicas” ou sociológicas. As teorias do juro com base na produtividade refletem, assim, o fato de que numa economia de livre iniciativa o motivo para a tomada de empréstimo está na previsão de rendimento do investimento. Embora um Estado socialista pudesse calcular os custos de maneira diferente, e ter diferentes escalas de valores, precisaria também considerar os rendimentos para efetuar um planejamento racional. Todavia, aqueles que defenderam a preferência pelo tempo e a preferência pela liquidez prestaram uma contribuição importante, pois mostraram que uma única teoria da produtividade jamais era completa em si mesma. Atualmente um número cada vez menor de economistas subscreve qualquer uma das posições extremas representadas por E. Bõhm-Bawerk, J. M. Keynes ou J. A. Schumpeter. Num nível empírico, se reconhece a influência de pelo menos três dimensões: perspectivas de lucro devidas a mudanças técnicas etc., preferência pela liquidez, e poupança planejada. A esta última pode-se acrescentar a preferência pelo tempo. Num artigo aprovado por Keynes, D.C. McCord Wright demonstrou que “a eficiência marginal do capital” afetava a taxa de juro através de variações induzidas em L, procura de liquidez. Assim, é provável que a conclusão da maioria seja substancialmente a de que o juro exerce sua influência em todos os mercados e que, em particular, opera simultaneamente sobre a ‘margem tríplice’ da preferência pelo tempo (decisões de consumo), sobre a produtividade marginal do capital (decisões de investimento) e sobre a preferência pela liquidez.” 26 Juros Simples Vimos que juro é toda compensação em dinheiro que se paga ou se recebe pela quantia em dinheiro que se empresta ou que é emprestada em função de uma taxa e do tempo. Quando falamos em juros, devemos considerar: 1. O dinheiro que se empresta ou que se pede emprestado é chamadode capital. 2. A taxa de porcentagem que se paga ou se recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada taxa de juros. 3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma unidade a que está submetida a taxa, e em caso contrário, deve-se realizar a conversão para que tanto a taxa como a unidade de tempo estejam compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade. 4. O total pago no final do empréstimo, que corresponde ao capital mais os juros, é denominado montante. Para calcular os juros simples j de um capital C, durante t períodos com a taxa de 1% ao período, basta usar a fórmula: Ex.: 1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00. A loja oferece este aparelho para pagamento em 5 prestações mensais e iguais porém, o preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se que a diferença entre o preço à prazo e o preço à vista é devida aos juros cobrados pela loja nesse período, qual é a taxa mensal de juros cobrada por essa loja? A diferença entre os preços dados pela loja é: 652,00 - 450,00 = 202,50 A quantia mensal que deve ser paga de juros é: 202,50 / 5 = 40,50 Se X% é a taxa mensal de juros, então esse problema pode ser resolvido da seguinte forma: X% de 450,00 = 40,50 X/100.450,00 = 40,50 450 X / 100 = 40,50 450 X = 4050 X = 4050 / 450 X = 9 Resposta: A taxa de juros é de 9% ao mês. 2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1.920,00 de juro. Qual foi o capital aplicado? O capital que a aplicação rendeu mensalmente de juros foi de: 1920,00/2=960,00. Se o capital aplicado é indicado por C, esse problema pode ser expresso por: 3% de C = 960,00 27 3/100 C = 960,00 3 C /100 = 960,00 3 C = 96.000 C = 96.000/3 = 32.000,00 Resposta: O capital aplicado foi de R$ 32.000,00. Juros Comerciais e Juros Exatos Existem situações onde o prazo de uma operação financeira é contado em dias, enquanto a taxa de juros é indicada em alguma outra unidade de tempo maior (mês, bimestre, trimestre, semestre, ano). A contagem do número de dias envolvidos nestas situações será feita, na prática, de acordo com uma das convenções abaixo: Prazo Comercial: Consideram-se todos os meses com 30 dias (mês comercial) e o ano com 360 dias (ano comercial). Este é o caso mais frequente nos problemas de juros simples e os juros calculados de acordo com esta convenção são chamados de juros comerciais ou juros ordinários. Prazo Exato: Consideram-se os dias transcorridos efetivamente entre as datas apresentadas. Cada mês poderá ter 30 dias (para abril, junho, setembro e novembro), 28 dias (para fevereiro, sendo 29 se o ano for bissexto) ou 31 dias (para os demais meses do ano). O ano terá um total de 365 dias (ou 366 dias se for bissexto). Os juros calculados de acordo com esta convenção são chamados juros exatos. Dado um conjunto com duas ou mais aplicações a juros simples, cada qual com seus próprios valores de capital, taxa e prazo, dizemos que prazo médio é um prazo único tal que, substituindo os prazos de cada uma das aplicações dadas, produzira o mesmo total de juros das aplicações originais. O prazo médio é sempre a media dos prazos ponderados pelos valores correspondentes das taxas e dos capitais a eles associados. Desconto Em finanças, chama-se Desconto à diferença entre o Valor Nominal de um título (Valor Futuro) “VF” e o Valor Presente ou Atual “VP” deste mesmo título [D = VF – VP]. Há dois tipos básicos de descontos: Comerciais (por fora) ou Racionais (por dentro). Define-se desconto como sendo o abatimento que o devedor faz jus quando antecipa o pagamento de um título ou quando o mesmo é resgatado antes de seu vencimento, ou ainda, como sendo o juro cobrado por um intermediário para antecipar o recebimento de um título, que representa um direito de crédito futuro. É uma operação tradicional no mercado financeiro e no comércio em geral. Notações comuns na área de descontos: D - Desconto realizado sobre o título A - VP Valor Atual ou Valor Presente de um título N - VF Valor Nominal ou Valor Futuro de um título 28 I - Taxa de desconto n - Número de períodos para o desconto Descontos simples são obtidos com cálculos lineares, e os descontos compostos são obtidos com cálculos exponenciais. Desconto Simples: É aquele obtido em função de cálculos lineares (capitalização simples). Distinguem-se dois tipos de descontos simples, o racional e o comercial ou bancário. Desconto simples comercial ou simplesmente desconto por fora é o desconto aplicado sobre o valor nominal, ou futuro do título, muito utilizado nas instituições financeiras e no comércio em geral. O desconto comercial é uma convenção secularmente aceita e amplamente utilizada nas operações comerciais e bancárias de curto prazo, merecendo, por isso, toda atenção especial, pois por essa convenção altera-se o conceito básico e verdadeiro da formação e da acumulação de juro, implicando, consequentemente, na determinação de taxas efetivas (custo financeiro efetivo). O cálculo desse desconto é análogo ao cálculo do juro simples. O valor atual ou valor presente (VP) no desconto por fora, é calculado por: VP = VF-D = VP = VF - VF.i.n = VP = VF (1-i.n) D = VF – VP No cálculo do valor presente (atual) de um título pelo desconto comercial, o valor do desconto corresponde a diferença entre o valor nominal do título e o seu valor atual, logo: dc = VF - VPc VPc = VF - dc VPc = VF . (1 – i . n) Algumas observações importantes devem ser levadas em consideração na operação de desconto comercial ou por fora. Observe que, quando a taxa for igual ao inverso do prazo ou maior que este inverso, a adoção do desconto comercial simples nos conduz a um absurdo financeiro. No caso do desconto comercial ou bancário, deverá ser considerado IOF de 0,0041% ao dia, correspondendo a 0,123% a.m. Existindo despesas administrativas, expressa em moeda corrente, essas devem ser subtraídas do Valor Atual ou Valor Presente (VP), para se achar o Valor Líquido (VL) da operação. Mas caso estejam na forma percentual (%), a fórmula para o cálculo do desconto passa a ser: d = VF x ( i x n + h ), onde: h = refere-se a taxa (%) de despesas administrativas na sua forma unitária. Desconto Simples Racional (Por Dentro) Também denominado de desconto verdadeiro ou desconto por dentro, o Desconto Simples Racional é aquele aplicado sobre o valor atual do título utilizando-se para o cálculo a taxa 29 efetiva (no conceito do valor inicial tomado como base do cálculo). O cálculo deste desconto funciona análogo ao cálculo dos juros simples. O cálculo do desconto racional é feito sobre o Valor Atual ou Presente do título. D - Desconto realizado sobre o título A - VP Valor Atual ou Valor Presente de um título N -VF Valor Nominal ou Valor Futuro de um título i - Taxa de desconto N - Número de períodos para o desconto O valor atual, no desconto por dentro, é dado por: VP = VF / (1 + i n) Cálculo do valor atual de um título pelo desconto racional Sabemos que: dr = VF – VP, portanto VP = VF – dr Mas dr = VF . i . n / 1 + i . n logo VPr = VF – VF . i . n / 1 + i . n Evidenciando VF, temos: VPr = VF. (1 – i . n / 1 + i . n) VPr = VF. (1 + i . n – i . n / 1 + i . n) VF. 1 / 1 + i . n VPr = VF / 1 +i . n Diferença entre os descontos comercial e racional Sendo dc = VF . i . n e dr = VF . i . n / 1 + i . n dc – dr = (VF . i . n - VF . i . n) / 1 + i . n dc – dr = (VF . i . n (1 + i . n) – VF . i . n) / 1 + i . n dc – dr = VF . i . n (1 + i . n – 1) / 1 + i . n dc – dr = VF . i . n . i . n / 1 + i . n = dc – dr = dr . i . n dc = dr . i . n + dr dc = dr (1 + i . n) Desconto Comercial Composto O Desconto Comercial Composto (por fora) não é usado costumeiramente no Brasil e é análogo ao cálculo do Juro composto. O que se faz é calcular a diferença entre o valor 30 nominal (valor futuro) e o valor atual (valor presente) do compromisso na data em que se propõe seja feito o desconto. O desconto corresponde à quantia a ser abatida do valor nominal e, o valor descontado é a diferençaentre o valor nominal e o desconto. Desconto Racional Composto Desconto Racional Composto (por dentro) ou Desconto Composto Real é aquele obtido pela diferença entre o Valor Nominal ou Valor Futuro (VF) e o Valor Atual ou Valor Presente (VP) de um compromisso que seja saldado “n” períodos antes do seu vencimento. Para uma melhor compreensão, podemos dizer que o desconto racional composto passa a ser sinônimo de juro composto. Este tipo de desconto é muito utilizado no Brasil. Como D = VF - VP e como VF = VP (1 + i)n , então: D = VF – VF (1+i)-n D = VF.[1-(1+i)-n] O melhor estudo que se pode fazer com o desconto racional composto é considerar o Valor Atual ou presente (VP) como o capital inicial de uma aplicação e o Valor Nominal ou Futuro (VF) como o montante desta aplicação, levando em consideração que as taxas e os tempos funcionam de forma similar nos dois casos. Deste modo, a fórmula para cálculo do Valor Atual ou Valor Presente, com base nos juros compostos, ficará: Capitalização Até este ponto estudamos o juro durante uma unidade de tempo e desenvolvemos uma fórmula para este Juro (lembre-se que J = C.i). Na prática, porém, os problemas envolvem vários períodos de aplicação e, portanto, precisaremos estudar a geração dos juros durante mais de uma unidade de tempo; para isso, devemos conhecer o conceito de regime de capitalização. Do ponto de vista das finanças, capitalização é o processo de aplicação de uma importância a uma determinada taxa de juros e de seu crescimento por força da incorporação desses mesmos juros à quantia inicialmente aplicada. No sentido particular do termo, capitalização é uma combinação de economia programada e sorteio, sendo que o conceito financeiro acima exposto aplica-se apenas ao componente “economia programada”, cabendo ao componente lotérico o papel de poder antecipar, a qualquer tempo, o recebimento da quantia que se pretende economizar ou de um múltiplo dela de conformidade com o plano. No final de cada período de Capitalização que é previamente estipulado, os juros produzidos são adicionados ao capital, passando a fazer parte do mesmo para efeito de 31 cálculo dos próximos juros. Assim, estamos diante de uma aplicação de juros compostos. O título é livremente negociável, podendo ser vendido, trocado ou doado, desde que seja formalizada junto a Sociedade de Capitalização a transferência conjunta do cedente e cessionário. Assim, o cessionário sucede o cedente em todos os seus direitos e obrigações. Para a venda de um título de Para a venda de um título de capitalização é necessário uma série de formalidades que visam à garantia do consumidor. A sociedade de capitalização deve submeter o seu plano ao órgão fiscalizador do Sistema Nacional de Capitalização – SUSEP. Histórico Em 1850, Paul Viget, diretor de uma cooperativa de minérios da França, idealizou a Capitalização, objetivando proporcionar auxílio financeiro aos sócios através de suas próprias poupanças. O sistema era baseado em contribuições mensais, visando à constituição de um capital garantido, pago no final de prazo previamente estipulado ou, antecipadamente, através de sorteio. No início do século XX, a capitalização tomou um grande impulso na França e de lá se difundiu através dos países de origem latina. No Brasil, as atividades no setor de Capitalização surgiram em 1929, tomando grande impulso na década de 30. Em 1947, o número de companhias de capitalização operando no país já ascendia a dezesseis, sediadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Salvador. Na década de 50, entretanto, o processo inflacionário acelerou-se de tal forma, que o sistema de capitalização se tornou desinteressante para a clientela, pois o capital inicialmente contratado era corroído pela incessante desvalorização da moeda. Com a instituição da correção monetária em 1964, criaram-se as premissas básicas para o ressurgimento da capitalização, embora esse processo só tenha deslanchado mesmo dez anos depois, quando surgiram no Brasil muitas novas empresas. Chamaremos de regime de capitalização a maneira como os juros, e por que não, o montante, evolui através de vários períodos de aplicação, aos quais a taxa se refere. Existem dois tipos de regime de capitalização: Regime de Capitalização Simples: É o regime de capitalização em que a taxa de juro incide somente e sempre sobre o capital inicial. Portanto, em todos os períodos de aplicação, os juros serão sempre calculados através do produto do capital inicial pela taxa de juro (J = C.i). Ex. Seja a aplicação de um capital de $1.000,00 à taxa de juro de 10% a.m., durante três meses, no regime de capitalização simples. Calcule os juros totais e o montante? Solução: Sabemos que o regime é de capitalização simples e que C = $1.000,00 e i = 10% a.m. Então no fim do primeiro mês teremos: 32 J1 = C.i logo J1 = 1.000. 10% J1 = $100,00 No fim do segundo mês teremos: J2 = C.i logo J2 = 1.000. 10% J2 = $100,00 No fim do terceiro mês teremos: J3 = C.i logo J3 = 1.000. 10% J3 = $100,00 Logo, os juros totais poderão ser calculados através da soma dos juros em cada período (mês): J = J1+ J2+ J3 J = 100 + 100 + 100 J = $300,00 O montante (M) será o capital acrescido dos juros totais, isto é: M = C + J M = 1000 + 300 M = $1.300,00 Regime de Capitalização Composta: É o regime de capitalização em que a taxa de juro incide sobre o montante obtido no período anterior, para gerar juro no período atual. Portanto, em cada período de aplicação, os juros serão calculados através do produto do montante do período anterior pela taxa de juro. (J = M.i) Um exemplo simples de capitalização composta é o da caderneta de poupança, onde você deposita seu dinheiro em um mês esperando que no final do primeiro mês a mesma já apresente um montante igual ao capital inicial mais os juros, que foram gerados sobre o capital inicial (este era o único montante anterior), observe que a partir do primeiro mês, mesmo que você não deposite nada na caderneta de poupança, o dinheiro lá existente vai rendendo juros sobre o capital inicial e sobre os juros que já estão na conta, sendo este processo conhecido como juros sobre juros ou capitalização composta. Ex.: Seja a aplicação de um capital de $1.000 a taxa de juro de 10% a.m., durante três meses, no regime de capitalização composta. Calcule os juros totais e o montante? Solução: A situação é análoga a do exemplo anterior, sendo que o regime agora é de capitalização composta, C = $1.000,00 e i = 10% a.m. 33 Até o fim do primeiro mês temos uma unidade de tempo, logo, o juro em um mês será: J1 = C.i logo J1 = 1.000 . 10% J1= $100,00 M1 = C + J = 1.000 + 100 M1 = $ 1.100,00 Para formar o juro do segundo mês, a taxa de juro incidirá sobre o montante do fim do primeiro mês. Logo: J2 = M1.i logo J2 = 1.100 . 10% J2 = $ 110,00 E o montante do segundo mês será: M2 = C + J1 + J2 M2 = 1.000 + 100 + 110 M2 = $ 1.210,00 Para formar o juro do terceiro mês, a taxa de juro incidirá sobre o montante no fim do Segundo mês. Então: J3 = M2.i J3 = 1.210 . 10% J3 = $121,00 E o montante ao final do terceiro mês será: M3 = C + J1 + J2 + J3 M3 = 1.000 + 100 +110 +121 M3 = $1.331,00 A soma dos juros totais será de: J = J1+ J2+ J3 J = 100 + 110 + 121 J = $ 331,00 Comparação entre os Regimes de Capitalização Simples e Composta De acordo com os exemplos anteriores, referentes à capitalização simples e composta, os resultados obtidos foram dispostos na tabela seguinte de forma a permitirem uma melhor comparação: 34 Período de tempo Juros Juros 1° Ano 100 1.100 100 1.100 2° Ano 100 1.200 110 1.210 3° Ano 100 1.300 120 1.330 4° Ano 100 1.400 130 1.460 Observações: Independentemente do regime de capitalização, o aluno pode reparar que o juro e o montante obtidos ao final do primeiro mês de capitalização serão sempre os mesmos. Daí se pode concluir que ao considerarmos um período único de tempo, não há diferença entre os regimesde capitalização, não havendo sentido em se distinguir, para apenas um período, a capitalização simples da capitalização composta. Isto se dá por que ao final do primeiro período os juros compostos são calculados sobre o montante do período anterior, que neste momento é o capital inicial, ficando igual ao cálculo dos juros simples. Veja: J = M.i = C.i (para o primeiro período). Observe ainda que, no regime de capitalização simples, o montante aumenta de acordo com uma progressão aritmética, onde o montante sofre uma variação linear em relação aos juros (no exemplo, a razão é 100, ou seja, a cada período o montante sobe de um valor constante e igual a 100). Já no regime de capitalização composta, o montante varia de acordo com uma progressão geométrica, onde o montante aumenta segundo uma variação exponencial em relação aos juros (a razão da progressão geométrica é dada por (1 + i) = (1,1). Desse modo, em se tratando de juros ou rendimentos lineares estamos falando do regime de capitalização simples e em se tratando de juros ou rendimentos exponenciais estamos falando do regime de capitalização composta. Observação: Será adotada a convenção de que os juros serão devidos ao final de cada período de tempo a que se refere a taxa de juros considerada. Esta forma de se capitalizar os juros é também conhecida como juros postecipados. Inflação Em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente ao aumento no nível geral de preços. Inflação é o oposto de deflação. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de estabilidade de preços. Em alguns contextos, a palavra inflação é utilizada para significar um aumento no suprimento de dinheiro e a expansão monetária, o que é às vezes visto como a causa do aumento de preços; alguns economistas (como os da Escola austríaca) preferem o primeiro significado, em vez de definir inflação pelo aumento de preços. Assim, por exemplo, alguns estudiosos da década de 1920 nos Estados Unidos referem-se à inflação, ainda que os preços não estivessem aumentando naquele período. Mas, de um modo geral, a palavra inflação é 35 usada como aumento de preços, a menos que um significado alternativo seja expressamente especificado. Outra distinção também se faz quando se analisam os efeitos internos e externos da inflação: externamente, a inflação se traduz mais por uma desvalorização da moeda local frente a outras, e internamente ela se exprime mais no aumento do volume de dinheiro e aumento dos preços. Um exemplo clássico de inflação foi o aumento de preços no Império Romano, causado pela desvalorização dos dinares que, antes confeccionados em ouro puro, passaram a ser fabricados com todo tipo de impurezas. O imperador Diocleciano, ao invés de perceber essa causa, já que a ciência econômica ainda não existia, culpou a avareza dos mercadores pela alta dos preços, promulgando em 301 um edito que punia com a morte qualquer um que praticasse preços acima dos fixados. A inflação pode ser contrastada com a reflação, que é ou um aumento de preços de um estado deflacionado, ou alternativamente, uma redução na taxa de deflação (ou seja, situações em que o nível geral de preços está caindo em uma taxa decrescente). Um termo relacionado é desinflação, que é uma redução na taxa de inflação, mas não o suficiente para causar deflação. A inflação será estudada mais detalhadamente na seção de Economia e Mercados. Vale, entretanto, observar como a economia brasileira sofreu com inflação alta até 1994, entrando num processo de hiperinflação na década de 80. Esse processo só foi interrompido em 1994, com a criação do Plano Real e a mudança da moeda para o real (R$). Observe o quadro: Década de 1930 média anual de 6%; Década de 1940 média anual de 12%; Década de 1950 19% Década de 1960 40% Década de 1970 330% Década de 1980 média anual de 764% Década de 1990 média anual de 8,6% Ano de 2005 5,69% (IPCA): limite máximo na meta oficial = 7%; objetivo do governo = 5,1%; A moeda nacional do Brasil mudou de nome várias vezes, principalmente nos períodos de altos índices de inflação. Na maioria das renomeações monetárias, foram cortados três dígitos de zero, estratégia esta que impediu que um quilo de carne custasse cerca de quatro 36 milhões de unidades da moeda vigente, por exemplo. Títulos de Crédito Crédito é uma palavra de origem latina, que significa crer ou confiar. Crédito, no sentido econômico ou comercial, significa confiança de que a pessoa que pediu emprestado devolva ao emprestador o objeto do empréstimo ou, em outras palavras, que o devedor satisfaça o compromisso assumido, ou pague a dívida contraída. O crédito é, portanto, a faculdade de usar de um capital alheio, mediante o compromisso de devolvê-lo a seu dono no prazo estipulado. O juro é a remuneração a que tem direito o dono do capital pelo empréstimo. A apreciação, o juízo favorável, enfim, que o possuidor do capital fizer de outra pessoa ou de um grupo de pessoas é o que determinará a efetivação ou não da concessão de crédito. Crédito é, assim o elemento subjetivo; a base de tudo é a confiança, mas ela tem um fundamento positivo estabelecido pela garantia material que o devedor possa oferecer para o resgate da dívida ou pelo conceito moral de que ele goze. Nas relações de negócio está excluída a generosidade ou magnanimidade. O comercio é feito à base da segurança e ninguém que possua capital consente em privar-se dele senão com a garantia da sua restituição na época determinada. O capital em dinheiro está muitas vezes ocioso em mão de quem não tem aptidões para empregá-lo. Passando para outras mãos mais hábeis e indo constituir um fator de utilidades, desempenhará o papel que lhe compete na produção. O elemento principal no crédito e o cronológico. Sem o fator tempo, que se denomina prazo, não haverá crédito. “É costume definir o crédito como sendo a troca de uma riqueza presente por uma riqueza futura”. O crédito pode ser também definido como um direito presente a um futuro pagamento. O fator confiança, no crédito, assume importância vital, porque nas operações de crédito há entrega de moeda em troca de uma promessa de reembolso se a operação for dinheiro, como há também transferência das utilidades, das mercadorias, dos serviços, em troca de promessas de seu pagamento, em ou no próprio gênero da recebida. O crédito não deixa de ser uma transferência de capital que tem como objetivo o auxilio eficaz ao aumento da produção. Convém, no entanto, acentuar que o crédito transfere mas não cria riquezas. O crédito estimula, incentiva, facilita a produção de riquezas, mas, em si mesmo, é apenas um meio, um instrumento. Assim, os papéis representativos de uma obrigação e emitidos de conformidade com a legislação específica denominam-se títulos de crédito. A definição mais corrente para título de crédito, elaborado por Vivante, é “documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado”. Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de confiança e tempo. A confiança é necessária, pois o crédito se assegura numa promessa de pagamento, e o tempo também, pois o sentido 37 do crédito é, justamente, o pagamento futuro combinado, pois se fosse à vista, perderia a ideia de utilização para devolução posterior. A classificação mais importante dos títulos de crédito é feita quanto a sua circulação, da seguinte maneira: * Títulos ao portador, que são aqueles que não expressam o nome da pessoa beneficiada. Tem como característica a facilidade de circulação, pois se processa com a simples tradição. * Títulos nominativos, que são os que possuem o nome do beneficiário. Portanto, tem por característica o endosso em preto * Títulos à ordem, que são emitidos em favor de pessoa determinada, transferindo–se pelo endosso. Os tipos de títulos de crédito utilizados nos Brasil são: * A letra de câmbio: títuloque representa uma obrigação pecuniária, sendo o mais usado em operações de crédito entre financiadoras e comerciantes. A emissão da letra de câmbio é denominada saque; por meio dele, o sacador (devedor), expede uma ordem de pagamento ao sacado (normalmente uma instituição financeira), que fica obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o valor determinado no título. Apesar de atribuir ao sacado a obrigação de pagar o tomador, o sacador permanece subsidiariamente responsável pelo pagamento da letra. Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial. Porém, para que o credor possa agir em juízo, é necessário que esteja representado por um advogado. Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra de câmbio é um título de crédito nominativo, ou seja, em favor de um credor específico, suscetível de circulação mediante endosso. Assim, o endossante (tomador original), transfere a letra para um endossatário (novo tomador). No Brasil, a letra de câmbio é regulada principalmente pela Convenção de Genebra, também conhecida como Lei Uniforme (Decreto 57.663/66), e também pelo Decreto Lei n.º 2.044 de 31 de Dezembro de 1908. O Código Civil de 2002 tem valor supletivo (art. 903). * A Nota Promissória: título cambiário em que seu criador assume a obrigação direta e principal de pagar a soma constante no título. A nota promissória nada mais é do que uma promessa de pagamento. A nota promissória é uma promessa de pagamento, para seu nascimento são necessárias duas partes, o emitente ou subscritor (devedor), criador da promissória no mundo jurídico, e o beneficiário ou tomador que é o credor do título. Para exemplificar a constituição de uma nota promissória, tome-se a seguinte hipótese: Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo André, que por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta dias, assim sendo, emite uma nota promissória no valor do empréstimo onde o beneficiário é o Pedro, com vencimento para trinta dias da data. Como nos demais títulos de crédito, a nota promissória pode ser transferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval. Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento, poderá ser protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a cobrança judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva, no entanto a parte só pode agir em juízo se estiver representada por advogado legalmente habilitado. 38 A nota promissória é prevista no decreto 2044 de 31 de dezembro de 1908 e na Lei Uniforme de Genebra. Suas características são as seguintes: 1. A denominação “nota promissória” lançada no texto do título. 2. A promessa de pagar uma quantia determinada. 3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento será considerado à vista. 4. A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o domicílio do subscritor (emitente). 5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a promissória. 6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passada, em caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do nome do subscritor. 7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 8. Assinatura de duas testemunhas identidade e (ou) CPF e endereço das mesmas. 9. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória. Legislação sobre a Nota Promissória: Decreto n. 57.663, de 24-1-1966, artigo 75 em diante. A nota promissória também é conhecida no Brasil como “papagaio”, sendo esta palavra empregada originalmente para promissórias de valor duvidoso. A provável origem deste apelido está na figura do personagem Zé Carioca da Disney representando a figura do típico malandro carioca. * A Duplicata Mercantil ou simplesmente duplicata: é uma espécie de título de crédito que constitui o instrumento de prova do contrato de compra e venda. Foi criada pelo direito brasileiro: já o Código Comercial de 1850 previa, em seu art. 219, que nas vendas por atacado o vendedor era obrigado a extrair, em duas vias, uma relação de mercadorias vendidas, as quais eram assinadas pelo comprador, ficando cada via com uma das partes contratantes. Humberto Piragibe Magalhães e Christóvão Piragibe Tostes Malta (Dicionário Jurídico, 1º:371), definem a duplicata como o título de crédito constituído por um saque vinculado a um crédito decorrente de contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços igualado aos títulos cambiários por determinação legal. É título casual, formal, circulável por meio de endosso e negociável. Geralmente é título de crédito assinado pelo comprador em que há promessa de pagamento da quantia correspondente à fatura de mercadorias vendidas a prazo. A duplicata tem origem em uma só fatura, porém de uma só fatura podem ser extraídas diversas duplicatas. A duplicata deve ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias de sua emissão, e ele deverá devolvê-la dentro de 10 dias, com a sua assinatura de aceite ou declaração escrita esclarecendo por que não a aceita. A duplicata paga, para segurança do devedor, deve ser retirada de circulação, com quitação no próprio título, para que ele não possa ser cobrado por algum endossario de má-fé. A duplicata de prestação de serviços é título emitido por profissionais ou por empresas, para cobrança de serviços prestados. É obrigatória nas vendas mercantis a prazo e pode ser protestada por falta de pagamento, quando vencida *A debênture: é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz 39 junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão. Para emitir uma debênture uma empresa tem que ter uma escritura de emissão, onde estão descritos todos os direitos conferidos pelos títulos, suas garantias e demais cláusulas e condições da emissão e suas características. A expressão inglesa derivada — debênture — é geralmente mais empregada no Brasil do que a sua correspondente francesa “obligation”, também adotada na legislação brasileira (como obrigações). As debêntures são valores mobiliários emitidos pelas sociedades anônimas, representativas de empréstimos contraídos pelas mesmas, cada título dando, ao debenturista, idênticos direitos de crédito contra as sociedades, estabelecidos na escritura de emissão. A captação de recursos pela sociedade através de debêntures gera um lançamento contábil em seu ativo (caixa) e outro em seu passivo (circulante e/ou exigível a longo prazo). A finalidade desse tipo de financiamento é a de satisfazer, de maneira mais econômica, as necessidades financeiras das sociedades por ações, evitando, com isso, os contratempos das constantes e caras operações de curto prazo, junto ao mercado financeiro. Dessa forma, as sociedades por ações têm à sua disposição as facilidades necessárias para captação de recursos junto ao público, a prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa. Assim, uma vez identificada a necessidade de captação de recursos financeiros de terceiros, para concretização de investimentos e para o cumprimento de obrigações assumidas anteriormente, a administração da empresa levará ao Conselho de Administração ou à Assembleia Geral proposta para que seja contraído empréstimo público, normalmente a longo prazo, mediante a emissão de debêntures. O Conselho ou a Assembleia, obedecendo ao que dispuserem os estatutos, estabelecerá as características do empréstimo, fixando as condições de emissão, tais como: montante, número de debêntures, prazo, data de emissão, juros, deságio, amortizações ou resgates programados, conversibilidade ou não em ações, atualização monetária, e tudo o mais que se fizer necessário, deliberando
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