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CARGA ADMISSÍVEL DISCIPLINA: FUNDAÇÕES PROFUNDAS Profª. MSc. Marcela L. Domiciano Curso: Engenharia Civil Goiânia, 2021 UNICEUG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÂNIA CARGA ADMISSÍVEL ✓ Carga admissível Conteúdos abordados 01 CARGA ADMISSÍVEL ✓ Os valores das capacidades de carga de um estaqueamento (com dezenas de estacas), por conta da variabilidade do terreno, não resultarão idênticos, por isso possibilita-se um tratamento matemático de R com uma variável aleatória. ✓ Valor característico (Rk) - 5% de probabilidade de ocorrência de valores inferiores. ✓ Valor médio (Rméd) - 50% de probabilidade de ocorrência de valores menores. Os valores de R obedecem a uma distribuição normal, à semelhança do que ocorre com a tensão de ruptura à compressão dos corpos de prova de concreto. 02 CARGA ADMISSÍVEL ✓ Na prática é feita uma abordagem determinista, ao transformar os resultados de furos SPT em uma "sondagem média". Dessa forma, é possível obter a seguinte relação: 𝑃𝑎 = 𝑅 𝐹𝑆 Pa = carga admissível R = capacidade de carga FS = fator de segurança = 2,0 para fundações profundas (método semiempírico) 03 CARGA ADMISSÍVEL ✓ Aoki-Velloso (1975): ✓ Décourt e Quaresma (1978) - utilizam fatores de segurança diferenciados: ✓ Teixeira (1996): Para estacas escavadas a céu aberto (exceção): 𝑃𝑎 = 𝑅 2 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃 2 𝑃𝑎 = 𝑅𝑃 4 + 𝑅𝐿 1,3 𝑃𝑎 = 𝑅 2 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃 2 𝑃𝑎 = 𝑅𝑃 4 + 𝑅𝐿 1,5 04 CARGA ADMISSÍVEL ✓ No caso da ocorrência de atrito negativo, seu valor deve ser descontado da carga admissível: FAN = Força de atrito negativo OBS: "fator de segurança" é sinônimo da expressão "coeficiente de segurança". 𝑃𝑎 = 𝑅 𝐹𝑆 − 𝐹𝐴𝑁 05 CARGA DE CATÁLOGO ✓ Carga de catálogo: Pe – valor de carga da estaca indicado no catálogo do fabricante ou executor da estaca, em função da seção transversal do fuste e do tipo de estaca. ✓ Conhecendo os dois valores (Pa – carga admissível da fundação que leva em conta o aspecto geotécnico / Pe – carga de catálogo), adota-se o menor deles para garantir segurança ao elo mais fraco do sistema (elemento geotécnico ou elemento estrutural). ✓ A estaca não é necessariamente o elo mais forte. Pode existir estaca apoiada em material muito resistente ou estaca demasiadamente longa, de maneira tal que a resistência geotécnica seja superior à estrutural). ✓ Na prática de projeto, como a carga de catálogo é definida inicialmente, ela passa a representar o limite superior para a carga admissível da fundação. Pa ≤ Pe 06 07 08 ESCOLHA DO TIPO DE ESTACA ✓ Para escolha do tipo de fundação, normalmente dispõe-se de dados da edificação: Tipo e porte Localização Valores das cargas de pilar Dados do terreno 09 ESCOLHA DO TIPO DE ESTACA ✓ A localização leva em conta a vizinhança da edificação, o que pode restringir certos tipos de fundação, em decorrência, por exemplo, da necessidade de limitação nos níveis de ruído e de vibração. ✓ A localização em termos de distância de centros urbanos mais importantes, deve considerar a disponibilidade de equipamento para certos tipos de fundações. 10 ESCOLHA DO TIPO DE ESTACA ✓ As cargas nos pilares e o nível d'água implicam a exclusão de certos tipos de fundação. ✓ A análise dos dados da edificação e do terreno permite delimitar os tipos de fundação tecnicamente viáveis, recaindo a escolha final sobre os fatores custo e prazo de execução. 11 ESCOLHA DO TIPO DE ESTACA ✓ Feita a opção por determinado tipo de estaca, essa escolha já inclui a definição do diâmetro ou seção transversal do fuste, de acordo com as cargas de catálogo de fabricantes ou executores desse tipo de estaca. Protendit 12 ESCOLHA DO TIPO DE ESTACA ✓ Caso a variação de cargas seja ampla, pode-se trabalhar com dois ou três diâmetros no mesmo projeto (para cada diâmetro procede como se fosse um estaqueamento separado, com a sua carga admissível). ✓ Para cada tipo de estaca pode ser estabelecida uma faixa de valores de NSPT, que está relacionada com os limites máximos para a penetrabilidade – desde que não haja recursos adicionais para garantir a penetração exigida. 13 METODOLOGIA DE PROJETO ✓ Todo projeto de fundações por estacas culmina com a previsão de cota de parada das estacas e a fixação da carga admissível. 1ª METODOLOGIA ✓ Escolhido o tipo de estaca e o diâmetro ou seção transversal do fuste, encontra-se a correspondente carga de catálogo. ✓ Então, adota-se a carga admissível como sendo a própria carga de catálogo e, multiplicando-se pelo fator de segurança, obtém-se o valor necessário de capacidade de carga. ✓ Em seguida, por tentativas, e utilizando um dos métodos semiempíricos, encontra-se o comprimento da estaca (L) compatível com a carga. Pa = Pe → R = Pa . FS → L Otimiza o aproveitamento da estaca, porém não se pode afirmar que a carga admissível sempre é inferior à carga de catálogo. 14 METODOLOGIA DE PROJETO 2ª METODOLOGIA ✓ Uma limitação do equipamento pode impor um comprimento máximo (Lmáx) exequível para a estaca. O mesmo ocorre para a posição do nível d'água que pode caracterizar uma profundidade máxima, dependendo do tipo de estaca. ✓ Por isso, adota-se o comprimento da estaca como sendo esse valor máximo (Lmáx), calcula-se a capacidade de carga por um dos métodos semiempíricos e, aplicando o fator de segurança, chega-se à carga admissível: L = Lmáx → R → 𝑃𝑎 = 𝑅 𝐹𝑆 15 METODOLOGIA DE PROJETO 3ª METODOLOGIA ✓ Conforme tabela apresentada, para cada tipo de estaca há uma faixa de valores de NSPT que provocam a parada da estaca, por causa da ineficiência do equipamento a partir desses valores. ✓ Diante disso, contempla-se os valores de NSPT da sondagem que estão dentro desses limites (NLIM), os quais indicam prováveis cotas de parada da estaca ou os seus prováveis comprimentos. ✓ Calcula-se a capacidade de carga e a carga admissível. NLIM = L → R → 𝑃𝑎 = 𝑅 𝐹𝑆 16 METODOLOGIA DE PROJETO INTERDEPENDÊNCIA DAS METODOLOGIAS ✓ As três metodologias são interdependentes, ou seja, a preferência por uma delas não significa que ela possa ser seguida até o final. ✓ Ao se empregar a 1ª metodologia (Pa = Pe), pode ocorrer de o comprimento encontrado para estaca seja superior ao máximo exequível. Nesse caso, adota- se L = Lmáx e passa-se a considerar a 2ª metodologia. ✓ Ao empregar a 2ª metodologia, pode resultar uma carga admissível superior à carga de catálogo, o que indica a necessidade de passar para a 1ª metodologia. Ou pode encontrar um comprimento L que, para ser atingido, exigiria atravessar camadas com valores de NSPT além dos limites de eficiência do equipamento. Nesse caso, muda-se para a 3ª metodologia. ✓ Ao iniciar a 3ª metodologia, pode resultar em uma carga admissível superior à carga de catálogo, o que indica necessidade de passar para a 1ª metodologia. Ou o comprimento encontrado pode ser superior ao máximo exequível. Nesse caso, adota-se L = Lmáx e passa-se para a 2ª metodologia. 17 METODOLOGIA DE PROJETO INTERDEPENDÊNCIA DAS METODOLOGIAS 18 METODOLOGIA DE PROJETO ✓ É preciso conhecer as três metodologias, pois tem-se a liberdade de escolher uma delas para iniciar, mas não se sabe qual prevalecerá, caso a caso. ✓ O fato de o projetista fixar cegamente uma única metodologia pode conduzir a projetos desvinculados da realidade de execução (como, por exemplo, utilizar a primeira metodologia para definição da carga admissível, o que pode resultar em comprimentos de estacas impraticáveis na execução).
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