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COMPONENTES DO CONCRETO Agregados: aéreos (cal e gesso) e hidráulicos (cal hidráulica, CP) Agregados: NBR 7211 são materiais sólidos, inertes, duros, limpos, que não interferem nas reações. • Miúdos: são aqueles sólidos com dimensão menor que 4,75 mm • Graúdos: são os sólidos com dimensão maior que 4,75 mm e menor que 75 mm CIMENTOS Mais comum é o Portland: presença de silicatos de cálcio. Constituição: argila e calcário. ● silicatos (C3S e C2S) - responsáveis pela resistência nas idades iniciais e idades avançadas. ● C3A reage com o hidróxido de cálcio (também chamado portlandita) quase que instantaneamente, conferindo rigidez à pasta de cimento e impossibilitando a sua aplicação na fôrma. ○ No entanto, o C3A é benéfico, pois facilita a reação entre a sílica e cal. ○ Para impedir a combinação com a portlandita, adiciona-se gesso formando a etringita. ■ Gesso controla o tempo de pega. ● ferroaluminatos (C4AF) têm ação como coadjuvantes no cimento, acelerando as reações Hidratação do cimento ● Pasta do cimento - cristais de C-S-H que são silicatos hidratados. ● Nas reações de hidratação, os silicatos - C3S e C2S - formam a portlandita (hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), que torna o PH do cimento básico. ● Sulfoaluminatos, como a etringita (portlandita + gesso), formam volumes maiores, o que origina trincas. ● C3S (alita) possui maior calor de hidratação do que o C2S (belita). ● Garrafa de Langavert mede a energia liberada na hidratação dos silicatos. O cimento em ambientes agressivos ● Quanto mais poroso, menos durável. ● PH básico, o torna vulnerável a ataques de ácidos; ● Cal livre - hidratação tardia, formam-se cristais de grande volume. Finura do cimento Quanto mais fino, maior a superfície de contato - maior a taxa de velocidade de hidratação do cimento. Quanto mais fino: ● Tendência de segregação; ● Exsudação: separação da água do restante da mistura; ○ Outras causas: ■ Excesso de vibração ou falta; ■ Excesso de água de amassamento; ■ Baixo teor de cimento; ■ Material Pulverulento. ● Menos permeáveis, mais coesos e maior durabilidade; ● Maior trabalhabilidade. Tempo de pega: mudança de estado fluído para consistência sólida. ● Consumo de água pela hidratação dos cristais de C-S-H. ● Reação exotérmica -> aumento de temperatura e liberação do calor de hidratação. ● Ensaio para verificar a pega - Ensaio de Agulha de Vicat. ○ Agulha de 1 mm sob uma carga de 300 gramas. ■ Início da pega: profundidade de 40 mm, penetração de até 4 mm. ■ Fim da pega: penetração de 0,5 mm. ● Em NENHUMA hipótese: o lançamento do concreto pode se dar após o início da pega. ● Início da pega e fim da pega segundo NBR 16697: ● Mesmo após o fim da pega, hidratação continua acontecendo. Ganho até para idades de 20 anos! ● Curiosidade! Falsa pega: Controle da pega: Concretagem: DIAS FRIOS ● NÃO PODE SER REALIZADA se temperatura INFERIOR A 5ºC ou previsão de queda de temperatura abaixo de 0ºC nas próximas 48 horas. ● Solução: ○ Incorporação de ar no cimento; DIAS QUENTES ● Temperatura MAIOR OU IGUAL A 35°C , umidade relativa do ar MENOR IGUAL A 50%, velocidade do vento MAIOR OU IGUAL A 30m/s -> adotar medidas para evitar a evaporação. ● NÃO PODE SER REALIZADA se temperatura SUPERIOR A 35ºC ou umidade relativa do ar MAIOR que 50%, ● Solução: ○ Agregados esfriados; ○ Uso de lona plástica, areia e serragem; ○ Adição de gelo em flocos ou serpentina com água gelada; ○ Fôrmas duplas de madeira; ○ Cimento com baixo CH. ○ Concretagem noturna. Principais adições minerais ao cimento: substituem o cimento. Pozolana: argilas calcinadas, cinzas de casa de arroz e sílica ativa. Reage com o hidróxido de cálcio (portlandita) -> na camada de transição. Reação mais lenta que libera menos CH! Efeitos: redução da porosidade, aumento da durabilidade e resistência da camada de transição. Desvantagem: queda na resistência a compressão na substituição. Escória de alto-forno: resíduo da indústria siderúrgica semelhante a composição do clínquer. Não reage com a portlandita - mais suscetível ao ataque de sulfatos. Proteção contra a corrosão do aço -> manutenção do meio alcalino. Aglomerante hidráulico Efeitos: redução do CH, aumento da durabilidade, sustentabilidade e resistência a corrosão. Desvantagem: queda na resistência a compressão na substituição do cimento pela escória. Fíler: exemplo carbonato de cálcio (CaCO3). Ao contrário das pozolanas e escória, não possuí prop. hidráulicas e nem de ganho de resistência. Quimicamente inerte. Melhora a compacidade - menor teor de água e concreto mais trabalhável. Ganho indireto de RC. NÃO forma C-S-H, e sim pontos de nucleação (formação de cristais menores de portlandita). TIPOS DE CIMENTOS CP I – 95 a 100% de clínquer e gesso e adições em até 5%. Puro ou comum ( mais $, baixa res. mecânica e química, alto calor de hidratação e incomum no mercado) CP I - S – 10% de adição de filer. CP II – Composto ( obras comuns) CP II – E; CP II Z; CP II F. CP II - E – 6 a 34% de escória. Baixo CH, alta resistência a sulfatos e impermeável. CP II - Z – até 14% de pozolana. Baixa permeabilidade e alta durabilidade. ● CP II-E e CP II-Z também permite a adição de até 15% de fíler. CP II - F – 11 a 25% de filer. Baixa permeabilidade CP III - 35 a 70% Escória (Hidratação muito lenta e res. mecânica inicial baixa, usado em ambientes agressivos). ● Teor de escória muito maior que no cimento composto CP II-E, cujo máximo teor é de 34%; ● É permitido que até 10% de sua composição seja em material carbonático (fíler). CP IV - 15 a 50% Pozolana. Baixo CH p/ grandes concretagens (pavimentos e barragens). ○ Teor de pozolana muito maior que no cimento composto CP II-Z. ○ É permitido que até 10% de sua composição seja em material carbonático (fíler). CP V - ARI – até 10 % de filer. Res, inicial rápida -> presença de C3S maior – não pode ser usado em obras de concreto massa e argamassas, e sim para desformas rápidas. PEGADINHA! O fato da resistência do CP V-ARI se desenvolver mais rapidamente do que um cimento comum não significa que a pega do cimento ARI ocorra também mais rapidamente. É o mesmo tempo de pega p/ cimentos comuns, 1h. CPB – Cimento branco (caulim substitui a argila), pode ser estrutural (até 25% de filer) e não estrutural (26 a 50% de filer) ; CP RS – Res, sulfato . Adequado p/ obras de saneamento em litorais ou mares. Possui limitação do teor de C3A (composto que reage com sulfatos) + adições de pozolana e escória (redução da permeabilidade). CP BC- Baixo calor de hidratação. Adequado p/ obras de grandes peças estruturais. • CP V ARI deve possuir resistência com 1 dia maior ou igual a 14 MPa; • Demais tipos de cimento possuem as 3 classes de resistência 25, 32 e 40 MPa com 28 dias, inclusive o cimento branco. Cimentos especiais Cimento supersulfatado (CSS) Cimento de aluminato de cálcio (CAC) Alto teor de aluminato de cálcio - alta resistência inicial e rápida pega. Instável de menor resistência e poroso - NÃO é adequado para uso estrutural, uso em refratário em fornos. Alta resistência a ataque por ácidos e sulfatos. Cimento de pega e endurecimento rápido Mistura do CP com cimento de aluminato. Aluminato de cálcio é muito reativo. Emprego em países de clima frio. CP V - ARI não é de pega rápida! Mesmo tempo de pega que cimentos comuns. AGREGADOS Materiais inertes, estáveis e granulares. Baixo custo. Função de enchimento (60 a 80% do concreto). Evitam a retração (formam esqueleto rígido). CLASSIFICAÇÃO Forma de obtenção: natural (areia e cascalho) ou artificial (pedra britada, vermiculita, escória de alto forno, cinzas-volantes, resíduos da construção). Produtos da pedra britada: Segundo a NBR 7525, o tamanho das britas é classificado como: →Pó de Pedra < de 4,8 mm →Brita 1 - 4,8 mm a 12,5 mm →Brita 2 - 12,5 mm a 25 mm →Brita 3 - 25 mm a 50 mm →Brita 4 - 50 mm a 76 mm →Brita 5 - 76 mm a 100 mm Massa unitária: leves, normais e pesados. ● Leves < 2000 kg/m³ (grande quantidade de vazios) -> argila expandida, vermiculita, cinza volante, escória dealto-forno, pedra pome, folhelhos expandidos. *argila expandida e escória apresentam função estrutural. ○ Concreto leve estrutural (< 2000 kg/m³) reduz o peso das estruturas, vence grandes vãos, mais durável e possui maior isolamento térmico. Em contrapartida, maior custo e menor RC. ■ Agregado comum no concreto leve (vermiculita): maior fluidez e trabalhabilidade. ○ Concreto leve não estrutural possui função de vedação. Há incorporação de ar (dispensa adensamento) resultando em um material com baixa RC, alta leveza, durabilidade, isolamento termoacústico e resistência ao fogo. ■ Mais utilizado é o concreto celular. Adição de um agente de expansão e espuma. ■ Concreto celular autoclavado (SIPOREX): cura por autoclavagem. Uso estrutural ou não. ● Normais entre 2000 kg/m³ e 3000 kg/m³-> obras corriqueiras. ● Pesados > 3000 kg/m³ -> barita, limonita, magnetita, hematita, granalha. Utilizados em blindagens de radiação. ○ Possui alta densidade, RM e baixo custo. Em contrapartida, rápida segregação. PROPRIEDADES ● Capacidade de absorção de umidade - influenciada pela porosidade. ○ Adição de água, diminui a RC do concreto. ○ Inchamento: água afasta as partículas (tensão superficial), resultando no aumento do volume. ■ Quanto mais fino, maior o inchamento. ■ Prejudica a dosagem e paga-se por um material que não foi entregue (volume aparente). ● Curvas granulométrica – contínua (forma de “S”), descontínua (patamares indicam ausência de tamanhos) e uniforme (trechos na vertical). ● MF: porcentagem retinas acumuladas nas peneiras da série normal /100 ○ PEGADINHA! Quanto maior o MF, maiores são os agregados. ○ Série normal (75 mm, 37, 5 mm, 19 mm, 9,5 mm, 4,75 mm, 2,36 mm , 1,18 mm, 600 μm, 300 μm, 150 μm); ● Dimensão máxima característica (DMC): diâmetro da porcentagem da massa acumulada retida imediatamente menor que 5% ou igual. ○ Quanto maior a DMC, maiores são as partículas, ou seja, menor a área superficial. ○ DMC < 1,2 x cobrimento nominal. ● Forma do agregado e textura: ○ Em relação a textura: ■ Lisa -> melhora a trabalhabilidade, requer menos cimento e água; ■ Ásperas e rugosa -> melhora a resistência a flexão, requer mais cimento e água; ○ Em relação a forma: ■ Arredondados -> melhora a trabalhabilidade, menor atrito; ■ Angulosas -> melhora a resistência a abrasão, maior atrito; ■ PREFERÍVEL grãos de forma equidimensional em comparação as lamelares (maior área específica -> maior consumo de cimento e acúmulo de bolhas - segregação). ● Compacidade: ○ Em relação aos agregados é PREFERÍVEL curva contínua -> melhor fator de empacotamento (compacidade), maior coesão e trabalhabilidade. ○ Maior compacidade resulta em economia de cimento (insumo mais caro); ○ ■ Em que: Vs (volume do agregado) e VT (volume da amostra). ● Substâncias deletérias: ○ Torrões de argilas e materiais friáveis (desfeitas pela pressão do dedo): prejudica a trabalhabilidade e abrasão. ■ Limite máximo em massa de agregado miúdo: 3% ○ Materiais carbonosos: reduz a durabilidade. ■ Limite máximo em massa de agregado miúdo: ■ Concreto aparente: 0,5% ■ Concreto não aparente: 1,0 % ○ Materiais pulverulentos: aderência na superfície de agregados - reduz a resistência e durabilidade. ■ Limite máximo em massa de agregado miúdo: ■ Concreto submetido a desgaste superficial: 3% ■ Concreto protegido do desgaste superficial: 5% ○ Impurezas orgânicas: podem ser instáveis, podendo se decompor com o tempo. ■ Limite máximo em massa de agregado miúdo: 10% Agregados de lavagem de cimento fresco Podem ser reaproveitados (reciclados) desde que: ● O agregado lavado seja do mesmo tipo do agregado primário; ● Percentual máximo de 5%. ○ Quantidades superiores se separado em frações. Massa específica do concreto: