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1 FACULDADE CATÓLICA IMACULADA CONCEIÇÃO DO RECIFE - CURSO DE DIREITO RICARDO ANTONIO CORREIA DE ARAÚJO Trabalho sobre a atuação das Defensorias Públicas no Brasil - Estado de São Paulo Trabalho apresentado a Faculdade Católica Imaculada Conceição do Recife – Pernambuco, da disciplina Direito Constitucional II. Sob a orientação do Excelentíssimo Professor : SALOMÃO ABDO AZIZ ISMAIL FILHO MARÇO DE 2020 2 SUMÁRIO TEMA...................................................................................................................... 3 RESUMO................................................................................................................. 4 I - A DEFENSORIA PÚBLICA NO BRASIL............................................................ 6 II - A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO............................. 7 III - ORGÃOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ....... 8 IV - NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ..... 8 V - ÁREAS DE ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.................................................................................................................... 9 VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 11 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 11 3 TEMA Direito Constitucional II Trabalho sobre a atuação das Defensorias Públicas no Brasil - Estado de São Paulo: quais os seus principais Núcleos (órgãos)? Quem são os seus dirigentes? Quais as suas principais áreas de atuação? 4 RESUMO O presente trabalho visa tratar da indispensável importância da atuação da Defensoria Pública especificamente a dos Estados brasileiro, nas suas prerrogativas de garantir a prestação de assistência jurídica popular, bem como aos movimentos sociais e populares através da efetivação do direito fundamental de acesso à justiça, a chamada "justiça popular". De um modo geral, a existência de uma Constituição Federal conhecida como cidadã, basicamente não assegura a população, principalmente aquele sujeito mais precarizado, seja pela hipossuficiência ou pela plena vulnerabilidade os benefícios previstos pela legislação que são inertes, não chegam quando não provocados. Porém, esse paradigma vem sofrendo mudanças, apesar de que, em um país em constante mutação como o Brasil, no qual em algumas circunstâncias temos a sensação que caminhamos em marcha ré diante dos atuais momentos de obscuridade democráticas em que vivemos. Todavia, tenho a certeza que alcançamos consideráveis conquistas nesses últimos trinta anos, conseguimos vencer os anos de chumbo da ditadura militar, a hiperinflação e, obtermos resultados bastante expressivos em relação à extrema pobreza, tivemos a oportunidade de deixar de figurar no mapa da fome, mesmo assim apesar das incertezas que o instante traduz, tenho a certeza que temos avançado na direção certa, mesmo que na velocidade não desejada. Em uma historia recente, em décadas passadas, não se possuía a preocupação com os sujeitos ou com as instituições (figuradas nos movimentos sociais e populares), que não continham meios de acesso a justiça, na verdade o Estado não tinha preocupação alguma com a incapacidade. "As oportunidades devem ser iguais para todos, quem se perdeu no caminho precisa de ajuda, e não de desprezo. (Luís Roberto Barroso, Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, pg.22)". 5 "A defesa de camponeses e outros oprimidos sempre foi uma advocacia de risco. Risco de perder a liberdade, a integridade física e, não raro, a vida (Thomaz Miguel Pressburger foi advogado popular, coordenador do Instituto Apoio Jurídico Popular, fooi diretor do Departamento de Pesquisa e Documentação da OAB/RJ, no Rio de Janeiro)." Só a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, se estabeleceu a prestação de assistência jurídica aos necessitados, conforme se observa de seu artigo 5°, LXXIV, in verbis: Art. 5o, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Deste então, o Estado passou a figurar como sujeito ativo nessa relação, através do instituindo da Defensoria Pública, passando a ser o instrumento de garantias com o propósito de assegurar os direitos fundamentais do cidadão sem recursos, constituindo-se de caráter essencial à função jurisdicional da República, previstos no artigo 134 da Constituição Federativa do Brasil, expondo que: Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal . § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 6 § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º . § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. I - A DEFENSORIA PÚBLICA NO BRASIL A Constituição de 1988, no Art. 134, considera a Defensoria Pública, ao lado do Ministério Público e da Advocacia Pública, como função essencial à Justiça. Apesar da unidade e indivisibilidade da instituição, ela se organiza em três ramos: (i) - Defensoria Pública da União; (ii) - Defensoria Pública do Distrito Federal e a dos; (iii) - Territórios e Defensoria Pública dos Estados. Em que pese, apesar da precariedade da nossa Defensoria Pública, o Brasil se destaca no panorama mundial como um dos poucos países que institui a Defensoria Pública, por mandamento constitucional, à condição de carreira de Estado o que denota nosso elevado grau de maturidade democrática sob o ponto de vista formal (BRASIL, 2004). "Ao incluir como papel do Estado o dever de prestar assistência jurídica aos necessitados, a Constituição Federal intentou garantir a todos o acesso à justiça, como forma de concretização do Estado Democrático de Direito. Afinal, de nada adianta elencar um rol de direitos humanos fundamentais se, em caso de violação, eles não puderem ser assegurados pela via 7 jurisdicional. (FELISMINO, Lia Cordeiro. A Defensoria Pública como Instrumento de Efetivação do Direito Fundamental de Acesso à Justiça. Trabalho publicado nos Anais do XVIII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em São Paulo – SP nos dias 04, 05, 06 e 07 de novembro de 2009)." II - A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Em 09 de janeiro de 2006, foi sancionada a Lei nº 988/06 que cria a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, cujo no seu preceito institucional afirma que, apesar de ser uma instituição estadual,não é vinculada ao governo. Sua autonomia é prevista pela Constituição Federal e é uma garantia para que Defensoras e Defensores Públicos possam representar os direitos da população sem qualquer tipo de constrangimento. Internamente, cada membro da Defensoria possui independência funcional para seguir livremente sua convicção, em cada caso em que atua. Surgida a partir das pressões dos movimentos sociais que se inicia no ano 2002, a defensoria Pública do Estado de São Paulo tem como missão: "defender os direitos de quem mais precisa". A Defensoria Pública do Estado de São Paulo conta atualmente com setecentos e cinqüenta defensores(as), atuando em sessenta e seis unidades espalhadas por quarenta e três cidades em todo o Estado de São Paulo. 8 III - ORGÃOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO IV - NÚCLEOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO A Defensoria Pública de São Paulo possui no seu estágio atual, oito Núcleos Especializados de caráter definitivo cujo propósito é proporcionar uma atuação estratégica da instituição em áreas de sensível importância na sociedade. Individualmente os Núcleos dispõem de gestores (coordenação) com dedicação exclusiva ao cargo, e uma equipe de Defensores(as) integrantes ao respectivo Núcleo, conforme relacionado abaixo: 1 - Núcleo Especializado da Cidadania e Direitos Humanos - NCDH, (Coordenador: Rafael Lessa Vieira de Sá Menezes e Coordenador e Auxiliar: Davi Quintanilha Failde de Azevedo); 9 2 - Núcleo Especializado da Infância e Juventude - NEIJ, (Coordenadora: Ana Carolina Oliveira Golvim Schwan e Coordenador Auxiliar: Daniel Palotti Secco); 3 - Núcleo Especializado de Habitação e Urbanismo - NHABURB, (Coordenador: Allan Ramalho Ferreira e Coordenadora Auxiliar: Vanessa Chalegre de Andrade Franca); 4 - Núcleo de Segunda Instância e Tribunais Superiores, (Coordenador: Luciana Jordão da Motta Armiliato de Carvalho e Coordenadora Auxiliar:João Felippe Belem de Gouvêa Reis); 5 - Núcleo Especializado de Situação Carcerária – NESC, (Coordenador: Thiago de Luna Cury e Coordenador Auxiliar: Mateus Oliveira Moro); 6 - Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, (Coordenadora: Paula Sant'Anna Machado de Souza e Coordenadora Auxiliar: Nálida Coelho Monte); 7 - Núcleo Especializado de Direitos da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência - NEDIPED, (Coordenadora: Fernanda Dutra Pinchiaro e Coordenadora Auxiliar: Daniela Skromov de Albuquerque); 8 - Núcleo Especializado de Defesa do Consumidor, (Coordenador: Luiz Fernando Baby Miranda e Coordenadora Auxiliar:Estela Waksberg Guerrini). V - ÁREAS DE ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Privilegiando sempre a defesa do cidadão ou grupo, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, atua em qualquer espécie de litígio que seja de competência da Justiça Estadual. Destacando as seguintes áreas de atuação: i) Área Cível 10 Compreendendo ações na área do Direito Civil, Direito de Família e de Sucessões, Direito do Consumidor, Direito ;Urbanístico, Direito Ambiental, Direito à Saúde, Garantias Constitucionais, entre outras. ii) Tutela Coletiva Oferecendo ações civis públicas na defesa coletiva das pessoas carentes em diversas áreas do Direito, tais como: Habitação, Urbanismo, Saúde, Meio-Ambiente e Defesa do Consumidor, termos de ajustamento de conduta (acordos extra-judiciais com força legal); iii) Área Criminal A atuação na área criminal na defesa das pessoas acusadas, de forma ampla e abrangente. Promovendo não apenas a defesa em primeira instância, mas maneja todos os recursos cabíveis, tendo atuação marcante perante o STJ e o STF. Também é possível a atuação em defesa da vítima, especialmente nas hipóteses de Juizados Especiais ou de aplicação da Lei Maria da Penha (proteção contra mulheres vítimas de violência doméstica). iv) Área da Infância e Juventude A atuação perante os Juízos da Infância e Juventude concentra-se na defesa de crianças e adolescentes acusados(as) de terem cometido atos-infracionais ou que cumprem medidas sócio-educativas por determinação judicial (internação, liberdade assistida, serviços comunitários, entre outras). v) Área de Execução Criminal É a área responsável pela defesa dos apenados que estejam cumprindo pena após condenação judicial pelo cometimento de um crime. Formulando diversos pedidos, tais como: progressão de regime, liberdade condicional, indulto, defesa em faltas disciplinares, além de outros relativos aos tratamentos dispensados dentro do sistema penitenciário. 11 Em observância, todos os presídios do Estado são visados por uma Coordenadoria de Execução Criminal da Defensoria Pública, tendo em vista a atribuição da instituição de fiscalizar as unidades prisionais e garantir o respeito aos direitos das pessoas detidas. Para isso, os Defensores e Defensoras promovem vistorias (uma prerrogativa funcional prevista em lei) e recebem denúncias. VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a missão de defender os necessitados em todos os graus de jurisdição, assim como, direcionar o norteamento nas demandas jurídicas. As Defensorias Públicas estaduais, vem garantindo principalmente a população mais carente, a efetiva consolidação do Estado Democrático de Direito, assegurando o acesso a justiça através de um ordenamento justo e equilibrado. REFERÊNCIAS BARROSO, Luis Roberto, Curso de Direito Constitucional Conteporâneo, Editora Saraiva - 8. ed. - São Paulo, 2019. Oliveira, Simone dos Santos,Defensoria pública brasileira: sua história, REVISTA DE DIREITO PÚBLICO, LONDRINA, V. 2, N. 2, P. 59-74, MAIO/AGO. 2007. DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/Default.aspx, acessado em 24/04/2020 as 19:00.