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O Enigma de Kaspar Hauser - Grupo 6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
DEPARTAMENTO: INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL 
TURMA: SERVIÇO SOCIAL 
DOCENTE: LEIDY JANETH ERAZO CHAVEZ 
DISCENTES: JULIA HADASSA OLIVEIRA PASSARINHO, MARIA HELOISA SANTOS 
PINHEIRO E MARINA AUXILIADORA MARQUES DE BARROS. 
REFERÊNCIA: O FILME “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER” 
 
 
O filme “O enigma de Kaspar Hauser”, traz o tocante contexto da carência da 
socialização primária de um indivíduo, a qual é experienciada por Kaspar Hauser: que viveu 
anos em um cativeiro sem acesso às relações sociais, ao mundo exterior e às representações 
simbólicas. Com essa cortina no desenvolvimento humano de Kaspar, o seu agrupamento de 
características psicológicas não foi fomentado desde o seu nascimento, bem como a sua 
produção e exteriorização da linguagem e da cultura, que fazem parte do conjunto que produz 
a qualidade e a transformação humana. 
No que se refere à qualidade e a transformação humana, é lúcido de que estas se dão por 
meio da relação homem com a natureza, cultura e suas relações sociais que são construídas 
historicamente. Sob a perspectiva Vygotskiana, o desenvolvimento humano – que deve ser 
pensado dialeticamente – está vinculado com a linguagem juntamente com a sua inserção na 
cultura. Com isso, de modo a referenciar ao filme, Kaspar não conseguiu, por anos e por 
consequência de não ter tido a socialização primária, equacionar a funcionalidade dos objetos, 
suas funções intrapessoais, o processo de significação e interações cotidianas. 
 Sendo assim, a cultura entra, por meio da mediação semiótica, como carro-chefe na 
produção de símbolos, os quais são construções humanas que possibilitam o ser humano a se 
moldar, se exteriorizar, criar condições de existência, fomentar a sua práxis psicológica e não 
se sucumbir à reificação – não se reduzir à coisa, perder a reflexão de sua ação – o que é 
explícito no jovem Kaspar antes e durante, por um certo período de tempo, do seu processo de 
passagem do privado para o coletivo. Hauser teve uma batalha sistêmica em formar e trabalhar 
suas funções psicológicas superiores, o que acarretava na sua coisificação, já que ele não 
compreendia o processo real das coisas. 
Foi somente por meio de instruções diárias das pessoas que o circundavam, que Kaspar 
começou o processo de internalização da linguagem, das coisas, da memória, pensamentos, 
além do reconhecimento das emoções que passaram a vir à tona. Um exemplo disso, foi no 
momento que ele sentiu, pela primeira vez, o sentimento de dor ao pegar na vela e queimar o 
dedo. Dessa forma, um novo signo foi formado para que, futuramente, ele pudesse utilizar como 
orientador – de caráter subjetivo – nas suas relações. 
Infere-se, portanto, diante do exposto, o papel fundamental das trocas coletivas, da 
linguagem enquanto aspecto macrossocial, da internalização dos signos, das funções psíquicas 
sendo alimentadas, da exteriorização da sociedade em sua totalidade na vivência de Kaspar 
Hauser. Mesmo com o fato de ter passado por um árduo tempo construindo a si, Hauser era 
dotado de muitos questionamentos engajados no seu tempo. Como exemplo, pode-se evidenciar 
o momento em que ele questiona o papel feminino com a governanta: livre de qualquer ideal 
discriminatório e opressivo – e tudo isso gerava um certo desconforto às autoridades e a 
população como um todo. Todavia, o que parece triste, traz consigo o germe de esperança na 
sociedade. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
GOMES, Isadora Dias et al. O social e o cultural na perspectiva históricocultural: tendências 
conceituais contemporâneas. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte, v. 22, n. 3, p. 814-
831, dez. 2016. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?sc 
ript=sci_arttext&pid=S1677- 11682016000300016

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