Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................. 3 1. AJUDANDO O OUTRO POR FORMALIDADE E NÃO POR SENTIDO. ....................................................... 5 2. O DIA EM QUE EU PERCEBI QUE DEVERIA MUDAR............................................................................... 6 3. FRANKL ME AJUDOU A COMPREENDER MINHA MISSÃO .............................................................. 9 3 INTRODUÇÃO Existem certos momentos da nossa vida em que nos deparamos com uma sensação de secura e de vazio existencial, não é mesmo?! Pois é, a primeira vez que passei por isso foi aos dezessete anos de idade – quando havia saído de Brasília, da casa dos meus pais, para morar em Lavras (Minas Gerais) – e, desde lá, parece que por vezes a vida prepara para mim uma sensação como essa e acaba me forçando a ter que buscar novamente o Sentido. O mais interessante disso é que esta sensação de “vazio” parece ter alguma relação com uma tomada de decisão, com uma mudança de estado, cidade ou país; com a perda de uma pessoa que amamos, com a mudança de um projeto de vida, com a decepção, com uma situação financeira difícil, com uma crise de fé, com a falta de perdão que não concedemos a nós mesmos ou a alguém. São inúmeras as razões que podem nos colocar em meio a essa sensação de angústia. Ao contrário daquilo que muitos pensam, sentir-se angustiado, com uma sensação de perda de sentido na vida, 4 VIKTOR FRANKL sem vontade de lutar, NÃO é uma patologia, pelo contrário, é um fenômeno profundamente normal e humano. O problema é que o famoso psicanalista, Sigmund Freud, teria dito em uma carta que “alguém que se pergunta sobre o Sentido da Vida é um indivíduo que está enfermo”. Sabemos que não é verdade! E, eu quero te mostrar – através deste pequeno e-book – como o psiquiatra e neurologista austríaco, Viktor Frankl, me ajudou a perceber que buscar o Sentido da Vida é fundamental para quem quer “Viver” (com letra maiúscula). Para quem quer ser feliz, encarar o sofrimento de cabeça erguida, mudar sua atitude perante a vida, aprender a lidar com a morte e com situações de desemprego, alcoolismo, drogadição, dentre outros. 5 CAPÍTULO I AJUDANDO O OUTRO POR FORMALIDADE E NÃO POR SENTIDO. Na época eu tinha 21 anos de idade. Tinha acabado de me formar na faculdade, saí de Santa Catarina e fui morar em Terra Boa, no Paraná – uma pequena cidade (próxima a Campo Mourão e Maringá). Apesar de atender algumas pessoas em conversas individuais; de já lidar com as dificuldades e crises das pessoas – mais especificamente de jovens e adolescentes – há alguns anos, foi apenas no ano que havia se passado que eu tive a oportunidade de aprender que é profundamente importante visitar as pessoas. Ser presença na vida delas. Não por uma noção altruísta da vida, mas porque, de alguma forma, era isso que um bom religioso fazia. Durante meio ano fiz visitas todos os sábados a diversas pessoas por um “dever-ser” formal (aos moldes daquilo que Emmanuel Kant falava) e não porque me doar a uma outra pessoa fosse importante em si. Mas, como o destino nos prega peças constantemente, aconteceram dois fatos que mudaram minha forma de ver as pessoas. 6 CAPÍTULO II O DIA EM QUE EU PERCEBI QUE DEVERIA MUDAR. Num belo dia estava eu lendo um livro chamado, Tecendo o Fio de Ouro, quando me deparei com uma frase lindíssima de um psicólogo chamado Viktor Frankl. Fui até a bibliografia do livro e resolvi comprar o livro dele num sebo pela internet. O nome da obra era: Em Busca de Sentido. Quando o livro chegou, comecei a lê-lo bem timidamente. Mas, como a metade do livro era a história deste psicólogo dentro dos campos de concentração nazistas, eu me empolguei e não quis parar de ler. O livro relatava experiências fantásticas de homens que resistiram intrepidamente à morte simplesmente porque tinham um filho ou uma esposa que os esperavam do lado de fora daquelas cercas eletrificadas. De pessoas que lutaram para manter sua dignidade mesmo quando eram levadas à morte através das câmaras de gás. Eram, realmente, histórias maravilhosas. Não poucas vezes derramei algumas lágrimas sobre as páginas amareladas daquele livro. 7 Este livro foi a primeira peripécia do destino em minha vida naquele ano. A segunda foi que – ao chegar ao norte do Paraná – estava decidido a, de fato, visitar pessoas em suas casas (apenas para “prosear”), mas a única lista de endereços que tive acesso foi a de uma senhora que fazia visita para enfermos que não podiam sair de casa. Não tive escolha. Tive que iniciar meu trabalho por eles. Foi aí que comecei a perceber que conversar, contar e ouvir histórias eram maneiras maravilhosas e profundamente eficazes para tirarmos o foco do nosso problema e vê-lo à distância. Percebi que, além de mostrar para as “senhorinhas” e “senhorzinhos” que visitava que havia algo além do ambiente de suas casas e que um jovem se importava com eles, também eu passava por um processo de transformação. De alguma forma, eu me esquecia completamente das 8 dificuldades da semana e, quando chegava na próxima, sabia lidar de uma maneira mais serena com minhas problemáticas diárias. Aos poucos percebi que minha vida se enchia de sentido. No começo achava isso algo meio ilógico. Primeiramente, como um sábado a tarde podia me ajudar como estava me ajudando? Segundo, como sair de casa após o almoço, a pé, debaixo do sol escaldante, ir na casa de quem nunca vi na vida, “perder” o tempo em que eu poderia estar “produzindo” poderia ser bom? Nada parecia fazer sentido, apesar de encher minha vida de Sentido. 9 CAPÍTULO III FRANKL ME AJUDOU A COMPREENDER MINHA MISSÃO Foi então que comecei a ver que o período no qual Viktor Frankl passou nos campos de concentração não foi “perda de tempo”, pelo contrário, foi fundamental para que ele desenvolvesse uma teoria filosófica e psicológica que trabalhasse, fundamentalmente, com o Sentido da Vida. Aquilo que ele chamou de experimentum crucis (experiência de cruz). Aquilo que, para mim parecia não ter lógica alguma, começou a fazer sentido de uma outra forma. Comecei a perceber que a lógica do “tempo é dinheiro” às vezes nos cega para enxergarmos aquilo que nosso coração realmente necessita. Frankl me mostrou que o ser humano é um “buscador do Logos (sentido)”. Este é o nosso maior anseio. E, que quando buscamos apenas o dinheiro, apenas o poder, apenas a satisfação pessoal, apenas a própria felicidade, de alguma forma estamos tentando preencher nosso coração de “vento”. O alimento sólido da nossa existência, segundo o psicólogo vienense, é o Sentido da Vida. 10 Com isso, ele não quer fazer uma apologia à tristeza, à dor, à doação ingrata, mas que – uma vez que descobrimos e vivenciamos o Sentido da nossa Vida – de alguma maneira nos tornamos felizes e podemos ter até dinheiro e poder, mas que serão a consequência e não a meta final. Esta grande descoberta na minha vida jovem me ajudou a doar todos os anos seguintes a este propósito de visitar pessoas enfermas, enlutadas, idosas, com depressão, e assim por diante. Hoje, meu trabalho como coach existencial não me possibilita mais fazer essa atividade que fazia antes, mas não deixei de trazer em mim um valor supremo, que é justamente: “gerar valor na vida das pessoas”. Aprender a lidar com essa minha nova realidade foi algo que pude exaurir também da teoria de Viktor Frankl. Todos nós, de uma maneira ou de outra, alguma vez na vida vivenciamos uma experiência gratificante de Sentido. E, esta ou estas experiências se constituem para nós como verdadeiros “faróis de sentido” (como afirmou Clara Martínez).Em momentos como aquele que vivencio hoje, não posso me desesperar porque não consigo mais fazer este trabalho de visitação, mas devo olhar para a minha história e perceber que tipo de valor eu vivenciava naquelas visitas. No meu caso, oferecia meus ouvidos, minhas palavras e o meu coração àquelas pessoas. 11 Agora devo olhar para meu novo contexto e ver como posso vivenciar novamente esse valor; esta doação. Minha conclusão: posso ouvir meus clientes e amigos no processo de coaching (formal ou informal) e falar sobre o Sentido para milhares de pessoas através da internet, de palestras, treinamentos e cursos. Pronto! É esta a sabedoria que devemos trazer para a nossa vida. “Ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria”, já dizia um escrito judaico. Devemos ter sabedoria para perceber quais são os nossos “faróis de sentido” e deixá-los iluminar os “nossos dias”; o nosso novo contexto de vida. Espero realmente que este pequeniníssimo e-book tenha ajudado você nesta sua jornada rumo ao Sentido da Vida. De todo coração, desejo tudo de melhor pra você. Um grande e fraterno abraço! Thiago Domingos
Compartilhar