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Juliana Geller - 103 Órbitas Livro Referência: Moore Introdução Tópicos da Aula: - Formato, regiões, orientações, paredes, comunicações, revestimento interno - Pálpebras - Aparelho Lacrimal - Mm. Extrínsecos do bulbo do olho - Nervos e vasos O conteúdo mais importante da órbita é o bulbo do olho Etmologia: Diminutivos em latim: -ulus: substantivos masculinos -ula: substantivos femininos -ulum: substantivos neutros *** As órbitas são duas cavidades ósseas piramidais - uma pirâmide de quatro lados -, o que possibilita identificar as suas partes: - Base: está na superfície da face e é formada pela margem orbital (supra + infraorbital), que circunda o ádito orbital - Ápice: canal óptico na asa menor do esfenoide, medial à fissura orbital superior - Teto: parte orbital do frontal e asa menor do esfenoide Dois acidentes ósseos: fossa da glândula lacrimal e fóvea troclear - Assoalho: maxila, zigomático e palatino - Medial: formada principalmente pela lâmina orbital do etmoide, com parte da maxila, lacrimal e esfenoide. Parede mais frágil que está em contato com as células etmoidais Acidentes ósseos: crista lacrimal anterior (no processo frontal da maxila); crista lacrimal posterior (no lacrimal); forames etmoidais anterior e posterior (na lâmina orbital do etmoide) - Lateral: processo frontal do zigomático, processo zigomático do frontal e asa maior do esfenoide. Parede mais reforçada, uma vez que está muito exposta ao meio, sendo vulnerável ao traumatismo Acidentes ósseos: fissura orbital superior e inferior ‣ ORIENTAÇÃO As paredes mediais são paralelas entre si, enquanto as margens laterais contralaterais formam um ângulo de 90º ao projetar uma linha posteriormente. Quando é traçado o eixo da órbita, as órbitas não são paralelas entre si, divergem em 45º. Já o eixos ÓPTICOS, que são o eixo do olhar, são paralelos entre si. A diferença entre o eixo da órbita e o eixo óptico é de, aproximadamente, 23º. A importância do eixo óptico ser paralelo é a formação de uma única imagem. Caso ocorra um desrregulamente no eixo óptico, há a formação de 2 imagens diferentes, caracterizando a diplopia. Entre as duas cristas lacrimais - anterior e posterior -, localizadas na parede medial da órbita, existe a fossa do saco lacrimal. Seguindo inferiormente a partir da fossa, existe o canal e ducto lacrimonasal. ‣ COMUNICAÇÕES - Fossa média do crânio com a órbita: canal óptico e fissura orbital superior - Fossa infratemporal e fossa pterigopalatina com a órbita: fissura orbital inferior - Fossa anterior do crânio com a órbita: forames etmoidais anterior e posterior - Cavidade nasal com a órbita: ducto lacrimonasal - Região infraorbital: sulco - canal - forame infraorbital - Região frontal: forame ou incisura supraorbital � � � 2/+2��Ï5%,7$��5(*,2�25%,7$/�(�%8/%2�'2�2/+2 2�ROKR�p�R�yUJmR�GD�YLVmR��IRUPDGR�SHOR�EXOER�GR�ROKR�H�SHOR�QHUYR�ySWLFR��$�yUELWD�FRQWpP�R�EXOER�GR�ROKR�H�DV�HVWUXWXUDV DFHVVyULDV� GD�YLVmR��$�UHJLmR� RUELWDO� p� D� iUHD� GD� IDFH� VREUH� D� yUELWD� H� R� EXOER� GR� ROKR� TXH� LQFOXL� DV� SiOSHEUDV� VXSHULRU� H LQIHULRU��DOpP�GR�DSDUHOKR�ODFULPDO� ÏUELWDV $V�yUELWDV�VmR�FDYLGDGHV�yVVHDV�QR�HVTXHOHWR�GD�IDFH�TXH�VH�DVVHPHOKDP�D�SLUkPLGHV�TXDGUDQJXODUHV�RFDV��FXMDV�EDVHV�HVWmR YROWDGDV�QD�GLUHomR�DQWHURODWHUDO�H�RV�iSLFHV��QD�GLUHomR�SRVWHURPHGLDO��)LJXUD�����$���$V�SDUHGHV�PHGLDLV�GDV�GXDV�yUELWDV� VHSDUDGDV�SHORV�VHLRV�HWPRLGDLV�H�SHODV�SDUWHV�VXSHULRUHV�GD�FDYLGDGH�QDVDO��VmR�TXDVH�SDUDOHODV��HQTXDQWR�DV�SDUHGHV�ODWHUDLV IRUPDP�XP�kQJXOR�TXDVH�UHWR������� $VVLP�� RV� HL[RV� GDV� yUELWDV� �HL[RV�RUELWDLV�� GLYHUJHP� HP� FHUFD� GH� �����1R� HQWDQWR�� RV� HL[RV� ySWLFRV� �HL[RV� GR� ROKDU�� D GLUHomR�RX�OLQKD�GH�YLVmR��GRV�GRLV�EXOERV�GRV�ROKRV�VmR�SDUDOHORV��H�QD�SRVLomR�DQDW{PLFD�HVWmR�YROWDGRV�SDUD�IUHQWH��TXDQGR RV�EXOERV�HVWmR�QD�SRVLomR�SULPiULD��$V�yUELWDV�H�D�UHJLmR�GD�yUELWD�DQWHULRU�D�HODV�FRQWrP�H�SURWHJHP�RV�EXOERV�GRV�ROKRV�H DV�HVWUXWXUDV�DFHVVyULDV�GD�YLVmR��)LJXUD��������TXH�VmR� 3iOSHEUDV��TXH�OLPLWDP�DV�yUELWDV�DQWHULRUPHQWH�H�FRQWURODP�D�H[SRVLomR�GD�UHJLmR�DQWHULRU�GR�EXOER�GR�ROKR 0~VFXORV�H[WUtQVHFRV�GR�EXOER�GR�ROKR��TXH�SRVLFLRQDP�RV�EXOERV�GRV�ROKRV�H�OHYDQWDP�DV�SiOSHEUDV�VXSHULRUHV 1HUYRV�H�YDVRV�QR�WUDMHWR�SDUD�RV�EXOERV�GRV�ROKRV�H�P~VFXORV )LJXUD������ÏUELWDV�H�SRVLomR�GRV�EXOERV�GRV�ROKRV�HP�VHX�LQWHULRU��$��2EVHUYH�D�GLVSRVLomR�GDV�yUELWDV�HP�UHODomR�XPD�j RXWUD�H�DRV�HL[RV�ySWLFRV��OLQKD�GR�ROKDU���$V�yUELWDV�VmR�VHSDUDGDV�SRU�FpOXODV�HWPRLGDLV�H�SHOD�FDYLGDGH�QDVDO�VXSHULRU�H�VHSWR QDVDO��%�� 3DUHGHV� yVVHDV� GD� yUELWD��(VWD� YLVWD� DQWHURODWHUDO�PRVWUD� D� yUELWD� H� R� iSLFH�� VLWXDGRV� QR� SODQR� VDJLWDO�� H� QmR�EHP REVHUYDGRV�HP�XPD�YLVWD�DQWHULRU� Juliana Geller - 103 - Região zigomática: forame zigomatico-orbital -> forame zigomaticofacial - Fossa temporal: forame zigomatico-orbital -> forame zigomatico-temporal Conteúdo O conteúdo da órbita é: bulbo do olho, pálpebras, glândula lacrimal, músculos extrínsecos do bulbo do olho, corpo adiposo da órbita, vasos sanguíneos e nervos, gânglio ciliar (parassimpático). As estruturas a seguir apresentam função em relação ao bulbo do olho: O bulbo do olho possui receptores sensíveis a luz, o que permite a visão. Problemas nutricionais que diminuem o corpo adiposo, causam a endoftalmia, que é a tração inferior do olho, por gravidade, uma vez que não existe mais a gordura para manter o bulbo no lugar. O aumento do volume de gordura também pode gerar o efeito contrário, a exoftalmia. Revestimento Interno O revestimento interno da órbita é a periórbita, um revestimento como o periósteo frouxamente aderido aos ossos. Ela é contínua com a dura-máter, com o periósteo dos ossos da face, fáscias musculares, bainha do bulbo do olho (cápsula de Tenon, que forma um “cálice” para o bulbo do olho) e bainha do nervo óptico. A melhor forma para dissecar a órbita é através do teto. Ao chegar na periórbita - que é facilmente destacada do osso -, é possivel remover todo o conteúdo em um “saquinho”. A periórbita emite projeções que formam as fáscias dos músculos. A periórbita é um isolamento do bulbo e nervo óptico. Proteção ‣ PÁLPEBRAS Existe pálpebra superior e inferior, sendo que a superior é mais móvel que a inferior. Elas se encontram nas extremidades que recebem o nome de comissuras palpebrais medial e lateral. A abertura delas recebe o nome de rima palpebral. Elas também delimitam dois ângulos: medial e lateral do olho. ▹ Estratimeria da Pálpebra 1. Pele: muito fina 2. Tela subcutânea: tecido conjuntivo frouxo com ausência de gordura. Na extremidade livre, existe cílios e glândulas sebáceas 3. Porção palpebral do músculo orbicular do olho: não possui fáscia 4. Tarsos e septo tarsal: presença de glândulas tarsais. O suprimento sanguíneo está apoiado nessa camada O tarso é uma placa rígida, formando uma espécie de esqueleto da pálpebra. Dentro dos tarsos existem glândulas tarsais, que liberam uma secreção lipídica,impedindo que as margens das pálpebras fiquem coladas e também impedem que as lágrimas escorram continuamente. Quando há uma superprodução de lágrima, essa barreira é ultrapassada, e isso constitui o choro. 5. Túnica conjuntiva: conjuntiva palpebral, conjuntiva bulbar, fórnice superior e inferior da conjuntiva, saco da conjuntiva A túnica conjuntiva é formada por tecido epitelial - não se enganar pelo nome - e é como a mucosa da boca. Ela é contínua com a mucosa da cavidade lacrimonasal, sendo via de disseminação de infecções e pode causar conjuntivite. A túnica conjuntiva da pálpebra se reflete sobre o bulbo como túnica conjuntiva do bulbo. Essa segunda túnica está aderida às bordas da córnea. As linhas de reflexão sobre o bulbo do olho formam recessos profundos, que são os fórnices superior e inferior da conjuntiva. O espaço entre as túnicas conjuntivas da pálpebra e do bulbo recebe o nome de saco da conjuntiva, o queEstrutura Função Pálpebras Proteção Glândula Lacrimal Mm extrínsecos do bulbo do olho Sustentação e movimento Corpo adiposo da órbita Vasos sanguíneos e nervos Nutrição e inervação Gânglio ciliar (parassimpático Juliana Geller - 103 permite a livre movimentação das pálpebras sobre o bulbo. ‣ APARELHO LACRIMAL Analogia com o parabrisa: a córnea é o parabrisa, a água é a lágrima e o limpador de parabrisa é a pálpebra Quem produz essa secreção é a glândula lacrimal, uma glândula exócrina localizada na fossa da glândula lacrimal. A secreção é liberada por 8 a 12 dúctulos excretores que perfuram o fórnice superior da conjuntiva e despejam sua excreção no saco da conjuntiva. Devido à inserção do músculo orbicular do olho no ângulo medial, quando esse músculo contrai, ele empurra a lágrima para o ângulo medial (lago lacrimal), criando um fluxo. Esse lago lacrimal precisa ser drenado, o que é feito por capilaridade, assim, é um processo muito lento. Para cada ponto e papila lacrimais, existe uma canalículo lacrimal - superior ou inferior - que irão drenar para o saco lacrimal, que por sua vez drena para o ducto lacrimonasal. Músculos Extrínsecos do Bulbo do Olho Esses músculos possuem origem dos miótomos -> eferência somática geral A origem da maior parte dos músculos (4 deles) é uma origem compartilhada no ápice da órbita: anel tendíneo comum (anel de Zinn): 1. Músculo reto superior 2. Músculo reto lateral 3. Músculo reto medial 4. Músculo reto inferior Existem outros 3 músculos que são: 1. Músculo oblíquo inferior: origem no assoalho da órbita, próximo ao saco lacrimal 2. Músculo oblíquo superior: vem do ápice da órbita e se insere de forma oblíqua na parte superior do olho - tróclea. 3. Músculo levantador da pálpebra superior: se fixa no tarso Os músculos reto superior e levantador da pálpebra superior possuem fáscia compartilhada, assim, quando você contrai o reto superior, você eleva a pálpebra. Algumas fibras musculares do levantador da pálpebras se destacam dele e vão para o tarso, que são formadas por músculo liso. Esse destacamento recebe o nome de músculo tarsal superior. Por ser músculo liso, a inervação é eferência visceral autônoma, vinda de fibras simpáticas, que estimularão a contração desse músculo. Os oblíquos se inserem no quadrante superior-posterior- lateral. ‣ MOVIMENTOS OCULARES - Eixo longitudinal: adução; abdução - Eixo transversal: abaixamento; elevação - Eixo anterossuperior: rotação medial (intorção); rotação lateral (extorção) Movimento compensatório mantendo o foco no que você quer, quando há a movimentação da cabeça Ações primárias do músculos retos: - Reto superior: elevação - Reto inferior: abaixamento - Reto lateral: abdução* - Reto medial: adução* *só possuem ação primária O nervo abducente inerva apenas o músculo reto lateral. Juliana Geller - 103 Ações secundárias dos músculos retos: Uma vez que o ápice da órbita é deslocado para medial, os músculos retos superior e inferior possuem outros componentes - Reto Superior: aduz - Reto Inferior: aduz Ação dos oblíquos: - Oblíquo Superior: abduz, abaixa e faz intorção - Oblíquo Inferior: abduz, eleva e faz extorsão POSIÇÃO PRIMÁRIA DO OLHO (PPO) É um equilíbrio do tônus muscular de todos os músculos supracitados, mantendo a posição “normal” do olho Conteúdo Nervoso CONTEÚDO NERVOSO DA ÓRBITA O gânglio parassimpático está próximo ou na própria víscera. ‣ NERVOS EFERENTES Origem Aparente: - Nervo oculomotor: emerge da região anterior do mesencéfalo - Nervo troclear: único que emerge da região posterior do mesencéfalo, contornando-o e indo para frente, em direção ao olho - Nervo abducente: região anterior do sulco bulbopontino O destino final desses três nervos é a órbita, e eles saem no crânio pela fissura orbital superior. ‣ TRAJETO INTRACRANIANO Antes de atravessar a fissura, eles atravessam o seio cavernoso em direção à órbita. Por estarem diretamente relacionados ao seio cavernoso, ao dissecar esse seio, é possível visualizar esse grande conteúdo em seu interior. Vemos então: artéria carótida interna, nervos oculomotor, troclear e abducente, além da primeira e segunda divisão do trigêmeo. Na parede lateral do seio cavernoso, envolvido por tecido conjuntivo, vemos, na sequência: nervo oculomotor (NC III); nervo troclear (NC IV); nervo oftálmico (NC V1); nervo maxilar (NC V2). O nervo abducente está bem próximo à artéria carótida interna. Origem Craniana: fissura orbital superior O nervo oculomotor, após passar a fissura, se bifurca em superior e inferior. O ramo superior vai para o músculo reto superior e músculo levantador da pálpebra superior. O ramo inferior vai para o músculo reto medial e músculo oblíquo inferior. O nervo troclear inerva o músculo oblíquo superior O nervo abducente se distribui na face interior do músculo reto lateral e o inerva PARALISIA DO NERVO ABDUCENTE Esotropia: estrabismo convergente Uma possível causa para isso é um aneurisma da artéria carótida interna, devido à proximidade entre ela e o nervo abducente. Pode ser causado também por um tumor na órbita. Quando um músculo é desnervado, ele fica paralisado. Na ausência de um tônus muscular normal, o tônus dos músculos oponentes antagonistas pode fazer que uma estrutura assuma uma posição de repouso anormal. Ptose parcial da pálpebra superior - em caso de paralisia do nervo oculomotor - por causa do músculo tarsal superior que é formado por fibras lisas, com inervação simpática. Estrutura Função Inervação M. Reto Superior Eleva e aduz N. Oculomotor M. Reto Inferior Abaixa e aduz N. Oculomotor M. Reto Lateral Abduz N. Abducente M. Reto Medial Aduz N. Oculomotor M. Oblíquo Inferior Eleva, abduz e extorsão N. Oculomotor M. Oblíquo Superior Abaixa, abduz e intorção N. Troclear Nervos Aferentes Nervos Eferentes Gânglio Parassimpático N. Óptico (II) N. Oculomotor (III) Gânglio CiliarN. Oftálmico (V1) N. Troclear (IV) Rr. do N. Maxilar (V2) N. Abducente (VI)
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