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Apicultura: criação de rainhas básica e avançada - calendário do método natural, banco de rainhas, substituição de rainhas "requeen".

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Congressos, Seminários e Encontros Brasileiros de Apicultura. Anais. 3ª. 
Ed. - 2005. 
CONFERÊNCIA - XV CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA - 2004 
NATAL - RIO GRANDE DO NORTE 
 
CRIAÇÃO DE RAINHAS - BASICA E AVANÇADA 
 
J. G. C. DA CUNHA 
Diretor da JGCC RAINHAS – Viamão - RS – Prof. Presidente da FARGS 
*jgccrainhas@yahoo.com.br 
 
O nível da apicultura de uma região ou país pode ser quantificado pela adoção 
dessa técnica pelos apicultores, incluindo este manejo no calendário apícola. A 
prática de uma apicultura intensiva e de resultados torna a criação de rainhas 
um instrumento necessário e imprescindível. A substituição natural não 
distingue as colônias melhores, e perpetuam tanto as boas como as más 
famílias. Os objetivos da criação de rainhas são; renovação periódica, 
ampliação de apiário, reserva para repor perdas, comercialização. A 
possibilidade de substituir as rainhas não ao acaso, mas por iniciativa do 
apicultor leva a obtenção de colméias fortes e produtivas. Ainda poderemos 
selecionar as abelhas para obter linhagens com altos níveis de comportamento 
higiênico, coletoras de própolis, baixo instinto enxameatório, baixo instinto 
defensivo, alta capacidade de coletar pólen (Gramacho-2002). 
Conforme Gonçalves & Gramacho (1999) uma colônia higiênica, é aquela que 
remove 80% ou mais de crias mortas, doentes, danificadas ou parasitadas. 
Sempre ter em mente, que a possibilidade de conseguir resultados em seleção 
de abelhas, restringe-se a somente uma característica por vez, é impossível 
produzir uma super abelha com todas as características desejáveis em um só 
individuo. Na luta contra a varroa a criação de rainhas não deve ser esquecida, 
pois com a renovação periódica da colméia, mediante enxames artificiais e 
núcleos com rainhas jovens, se obtém um efeito satisfatório. Os métodos de 
criação de rainhas baseiam-se na possibilidade de todas as larvas em alvéolos 
de operarias, desenvolverem-se em rainhas. Em qualquer região, a melhor 
época para criar rainhas é aquela em que as abelhas criam na natureza e 
esteja ocorrendo enxameação, pois é um indicativo de fluxo de néctar e pólen. 
A causa principal da enxameação é a congestão da colméia. Por vezes 
prolongamos o período de criação de rainhas ou nos antecipamos, iludindo as 
abelhas com fluxo artificial de néctar e substituto de pólen ( Lengler,S.- 2001). 
A alimentação de abelhas esta presente em todo tipo de exploração apícola, 
fundamentalmente em todas as fases da criação de rainhas e produção de 
geléia real. A fertilidade das rainhas vem determinada não só pelas 
características genéticas, mas também pelas condições nas quais foram 
criadas. Na produção comercial de rainhas, não devemos esquecer dos 
zangões. Quando o número de núcleos de fecundação é elevado, coloca-se 
favo de zangão em colméias selecionadas com alto valor genético. Desta 
forma, estamos induzindo a colméia a criar e a suprir com continuidade, 
elevado numero de zangões maduros em condições de fecundar as princesas. 
Como os zangões levam vinte e quatro dias para nascer e mais dez para 
amadurecer sexualmente, estas providências terão que acontecer trinta e cinco 
dias antes do nascimento das primeiras princesas. A produção de rainhas ao 
longo de uma estação é altamente estressante para as abelhas, por isso é 
necessário o revezamento das colônias envolvidas, utilizando apiários de apoio 
na razão de um para dois. 
Eu classifico a criação de rainhas, fundamentada no número que se deseja 
produzir: BASICA desde algumas dezenas para utilização no próprio apiário, 
para hobbystas e iniciantes. 
AVANÇADA para apicultores profissionais, empresas e centros de pesquisa e 
produção. 
. 
A CRIAÇÃO BASICA DE RAINHAS 
Ao alcance de todos, não requer muita pratica, pois não há a necessidade de 
transferir as larvas, a puxada de realeiras ocorre naturalmente com ausência 
da rainha.Mais indicado para obtenção de poucas rainhas. Não necessita 
instalações sofisticadas, nem equipamentos e acessórios de difícil aquisição. 
-geralmente utiliza colméias órfãs, quer dizer, sem a presença da rainha. 
-divisão da colônia, duas, três ou mais partes. 
-utilização de núcleos Standard de 3 a 5 quadros 
CALENDARIO METODO NATURAL SEM RECRIA 
Dia d = 0 dividir a colméia matriz alimentando ambas 
D+3 mantem alimentação na colméia órfã e na com rainha 
D+8 contar e selecionar as realeiras mais bem formadas 
D+9 distribuir os quadros com as realeiras ou recortar para colméias órfãs a o3 
dias ou forma novas colônias. 
-método Miller de produção de realeiras a partir de favo contendo ovos, obtido 
a partir de quadro com cera laminada cortada com pontas, introduzido no 
centro de uma colméia eleita como matriz. 
-método Alley para produção de realeiras a partir de tiras de favo com ovos na 
horizontal 
-variante do método Alley com quadro de ovos e larvas até 24 hs na horizontal 
-Kit Jenter ou Nicot - confinamento da rainha matriz, forçando sua postura em 
bases de cúpulas plásticas colocadas nas bases dos alvéolos. O apicultor 
remove as cúpulas contendo larvas jovens, para a iniciadora, dispensando 
acuidade visual, mas a partir daí as dificuldades são comuns a todos os 
métodos. 
Esquema do kit Jenter 
A CRIAÇÃO AVANÇADA DE RAINHAS 
A produção comercial de rainhas, assim como a produção de geléia real, 
requer um bom planejamento de todas fases. A rastreabilidade e a qualidade 
total são conceitos que devem estar presentes em qualquer projeto sério. O 
Método Doolittle, é o preferido pela maioria, com algumas variantes, por ser o 
mais eficiente e versátil. Seu inventor com publicações em 1888, é considerado 
o pai da moderna indústria da criação de rainhas. A sua pratica requer 
profundos conhecimentos da biologia da abelha, utilização de instalações 
adequadas, equipamentos e acessórios especializados. 
Calendário e planejamento criação de rainhas - Glenn Apiaries 
Equipamentos 
Prático, simples, eficiente e de qualidade (Silva,1994) 
Colméias povoadas de abelhas, tela excluidora, alimentadores, quadros para 
fixar barras porta-cúpulas, cúpulas de cera ou acrílico, agulha de transferência 
de larvas, geléia real, protetor de realeiras west, gaiolas, quadro porta gaiolas, 
núcleos de fecundação, estufa incubadora ou colméia banco. 
-matrizes - colônias fornecedoras de larvas e ovos (1-24hs) obtidas nos 
apiários próprios a partir de seleção para melhoramento genético com ênfase 
para alguma característica desejável, como por exemplo; alta produção de mel, 
comportamento higiênico etc. 
-transferência de larvas - é a fase mais critica, onde ocorrem mais falhas. 
-kit Jenter ou Nicot - poderá utilizar vários simultaneamente 
-kit Sistema de criação de rainhas JZ-BZ 
-colméias iniciadoras-finalizadoras - recrias verticais ou horizontais, fechadas 
ou abertas ou ainda mini-recrias. 
-incubadoras e colméias incubadoras - reproduzir condições de 32 graus C 
para realeiras e 27 a 29 graus para princesas. Umidade de 60 a 70 % 
-núcleos de fecundação com abelhas jovens e provisões - baby, mini-núcleos, 
JGCC ou Standard. 
BANCO DE RAINHAS 
Em condições normais uma colônia tolera somente uma rainha. Tenho 
perseguido por vários anos uma forma de armazenar um grande numero de 
rainhas, por alguns dias, meses ou um inverno inteiro. Hoje, é perfeitamente 
viável transportar, armazenar ou invernar, tanto em pequena escala como em 
escala comercial. Isto é possível em qualquer época do ano. As razões 
obedecem à necessidade do criador de rainhas, em atender os apicultores que 
desejam grandes quantidades de rainhas no inicio da primavera ou em um 
mesmo período. Em determinadas épocas temos mais rainhas do que 
necessitamos para atender as encomendas, e precisamos retirar as rainhas 
fecundadas dos núcleos, para introduzir novas realeiras. Às vezes as rainhas 
chegam aos apicultores em um momento inadequado e impedidos por 
condições climáticas, distancia de introduzi-las nas colméias a solução é 
mante-las em um banco. 
O QUE É UM BANCO DE RAINHAS? É uma colônia muito forte, órfãque pode 
manter muitas rainhas por alguns dias ou meses. As rainhas se mantêm em 
boas condições físicas para serem expedidas ou usadas a qualquer momento. 
A COLONIA DEVE SER ÓRFÃ. Com uma grande quantidade de abelhas 
nutrizes e quadros com abelhas nascentes, com certeza terão muita geléia real 
disponível para as rainhas. 
As abelhas jovens aceitam com mais facilidade as rainhas. A colméia deve ser 
aberta para que haja fluxo de pólen, necessário para produção de geléia real 
pelas nutrizes. 
COMO ARMAZENAR AS RAINHAS NO BANCO? Engaioladas sozinhas sem 
acompanhantes e sem alimento ¨candy¨, assim desamparadas as nutrizes 
atenderão suas necessidades. As rainhas sem alimento, estendem a língua 
através da tela da gaiola, pedindo alimento às abelhas jovens, que atendem 
prontamente. 
ACONDICIONAMENTO DAS GAIOLAS NO BANCO - Este ato denominamos 
embancar. 
Podemos utilizar a gaiola Bentom de madeira ou JZ BZ de plástico. O numero 
de rainhas embancadas esta diretamente relacionada com a quantidade de 
abelhas jovens que compõe a colônia. O banco pode ser composto de uma 
câmara de cria (ninho) ou uma câmara de cria e uma melgueira 
ALIMENTAÇÃO DO BANCO – Independente de quadros com mel e pólen é 
necessário alimenta-lo constantemente. 
REFORÇO DE ABELHAS – A cada cinco dias, devemos acrescentar um 
quadro de cria nascente para manter uma boa quantidade de nutrizes para 
alimentar as rainhas. 
CUIDADOS – As abelhas do banco devem ser jovens. As abelhas adultas, na 
fase de campeiras, são agressivas com as rainhas. Esta agressividade se 
manifesta no ataque as patas das rainhas através da tela das gaiolas. Se a 
malha da tela for muito grande as abelhas poderão danificar antenas, unhas, 
inclusiva as asas das rainhas. 
VANTAGENS – Melhor manejo da criação de rainhas, melhor distribuição, 
flexibilização do tempo, não escravizando tanto o criador de rainhas ao 
calendário. 
USO DE RAINHAS 
Substituição de rainhas por quê? ¨REQUEEN¨ As principais razões que nos 
levam a substituir as rainhas são o controle da enxameação, rainhas jovens 
produzem muito feromonio, assim mantém a colônia coesa, inibindo a 
construção de realeiras e o desenvolvimento dos ovários nas operárias. 
ANDERSON (1990) em relatório apresentado no Simpósio de Abelhas e 
Apicultores na África do Sul incluiu estatística a respeito da freqüência com que 
os apicultores substituem rainhas no Brasil (média Nacional 7,7%). Hoje a 
situação em regiões de exploração intensiva e pratica de apicultura migratória 
melhorou, mas ainda temos muito a avançar neste campo. Melhoramento 
genético reforçando características desejáveis como; produtividade, 
comportamento higiênico, resistência as doenças, temperamento. Quando 
substituimos as rainhas de um apiário, estamos decidindo o desempenho de 
varias colônias, quer no comportamento quer na produção. 
Substituição como? Encontrar a rainha velha usando pouca fumaça e orfanar 
dois dias antes da introdução.. 
Introdução de rainhas - existem muitos métodos e variantes, geralmente com 
princípios comuns, mas nenhum deles é perfeito, assegurando total sucesso. 
Certas condições como fluxo de néctar, natural ou artificial, facilitam a 
aceitação da nova rainha. Recomenda-se introduzir ao anoitecer, com o alvado 
reduzido e dissimular os feromonios com aplicação de alguma essência como; 
limão, eucalipto, para confundir as abelhas. Caso a colméia não tenha sido 
orfanada com dois dias de antecedência, capturar a rainha velha e sacrifica-la 
esfregando seus restos sobre a gaiola da rainha a ser introduzida, este 
procedimento nos assegura um percentual de aceitação acima de 95% (Kelly). 
As principais causas do insucesso na introdução de realeiras princesas e 
rainhas são ambientais, como baixas temperaturas e mau tempo. Outros 
fatores como; escassez de alimento, ausência de abelhas jovens 
(zanganeiras), pilhagem, excesso de manipulação e abuso no uso da fumaça. 
A rainha fecundada adquirida de criador de rainhas é fornecida em uma gaiola 
de transporte e introdução junto com abelhas acompanhantes, estas abelhas 
jovens, aquecem a rainha, alimentam com geléia real e contribuem para que a 
rainha não se estresse. 
-cândi - massa de açúcar de confeiteiro e mel, usado nas gaiolas de transporte 
de rainhas, para sua alimentação e de suas acompanhantes. 
Captura de rainhas - localizar rainhas em horário de trabalho no campo é 
facilitado pela diminuição da população, o uso reduzido de fumaça evita que as 
abelhas fiquem nervosas e a rainha circule nas paredes do núcleo, 
provavelmente a rainha esteja em um quadro de cria, a presença de ovos na 
vertical recém postos, indicam a presença da rainha neste quadro. 
Marcação de rainhas – Se a jovem rainha preenche todas as nossas 
exigências, fazemos a marcação. Podemos suspendê-la pelas asas, com muito 
cuidado manuseá-las pelo tórax entre o polegar e o indicador (nunca pelo 
abdômen) depositando uma gota de tinta sobre o tórax. 
A utilização da incubadora possibilita marcar as princesas após o nascimento. 
A pratica de cortar as asas das rainhas na década de 70 para controlar sua 
idade, constando em bibliografias antigas, hoje é condenada e esta totalmente 
abolida em todos os países que utilizavam este recurso. 
CONCLUSÃO - Para criar rainhas não bastam receitas, requer trabalho, tempo 
disponível e perseverança na obtenção de resultados. É necessário 
estabelecer parcerias com Universidades. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GONÇALVES, L.S; GRAMACHO, K.P..Melhoramento das abelhas e Produção 
de Rainhas.In; CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA,1,2002 Campo 
Grande- MS, Anais pág 188-190 
CUNHA, J.G.C. Produção de Rainhas.In CONGRESSO BRASILEIRO DE 
APICULTURA, 1 2002 Campo Grande , MS, Anais pág 185-187 
CUNHA, J.G.C. Produzir mais mel com troca de rainhas. IV SEMINÁRIO 
ESTADUAL DE APICULTUIRA, 1999- Cruz Alta-RS FERT, G. Cria de Reinas - 
France 
LAIDLAW Jr., H.H. & ECKERT,J.E.,1962. Queen rearing. University of 
California Press, Berkeley and Los Angeles 
LENGLER,S.D’AVILA,M.,KIEFER.,C.,MACHADO,E,A.NEUMAIER,R.,QUADRO
S.A.R.B.; Influência da Suplementação Alimentar sobre Produção de mel e 
Pólen em Colmeias de Abelhas Africanizadas,In...Anais da 38 Reunião da 
Sociedade Brasileira de Zootecnia, Piracicaba,SP,p.1425-1426,2001. 
WINSTON,MARK L,, The biology of the honey bee – Harvard University Press 
MORSE,Roger A Rearing queen Honey Bees1994 Cheshire- Connecticut- USA 
CASSINI,F.L.Criação de abelhas rainhas, Minicurso XIII CONGRESSO 
BRASILEIRO DE APICULTURA, 2000 - Florianópolis, SC 
CRANE, EVA 1990 – Bees and Beekeeping - Cornell Universitty 
OROSCO, R.C. Curso de Banco de Reinas y paquetes– Olmué – CHILE 
SPIVAK, M and REUTER,G. Succsseful Queen Rearing

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