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27/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=484D203B244BB5F19DC0C17E057D5F6753FC94C25CDDA5EA2427A1608E0722… 1/9
Direito do Consumidor
Aula 10 - Aspectos Processuais, Penais e
Administrativos
INTRODUÇÃO
Nesta aula, examinaremos aspectos processuais, de competência de propositura de ação e infrações penais.
A processualística da Lei 8.078 de 1990 possibilita ao consumidor o emprego de quaisquer meios previsto em lei com
�ns de atingir a reparação dos danos impostos. Já na competência da propositura da ação de responsabilidade civil
nas relações de consumo, o autor terá ao seu lado, entre outras, o foro privilegiado.
Consistente na tramitação processual à seu critério (por exemplo no foro do seu domicílio). Por �m, nas infrações
penais no CDC, com algumas tipi�cações (por exempli�cação) exporemos e justi�caremos sua existência.
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OBJETIVOS
Analisar os temas processuais dos direitos do consumidor;
Compreender a competência da propositura da ação de responsabilidade civil nas relações de consumo;
Empregar os aspectos administrativos do CDC.
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A PROCESSUALÍSTICA CONSUMERISTA
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações
capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. 
Parágrafo único. (VETADO).
Fonte da Imagem: Visual Generation / Shutterstock
Uma das maiores preocupações do legislador consumerista foi possibilitar a instrumentalidade processual às
demandas envolvendo relação de consumo. Tanto que no art. 6, VII prevê o “direito de acesso aos órgãos judiciais e
administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos (...)”.
, O artigo 83 explicita ainda mais tal direito básico do consumidor. Não trata este artigo de mera enunciação, mas que, em cotejo
com outras fontes, principalmente o Código de Processo Civil (Lei 13.105 de 2015), como se lê no art. 90 do CDC:, ,
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei nº 7.347, de 24 de julho de
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.
E, dentro da principal lei de ritos, exempli�camos como grande auxiliar às demandas de consumo as tutelas
provisórias, previstas entre os artigos 294 e 311. Ao qual destacamos a tutela de evidência:
Fonte da Imagem: grethen.tal / Shutterstock
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo, quando: 
I - �car caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
Tudo com o �m de potencializar o mandamento Constitucional da razoável duração do processo: 
Art. 5: 
(...) 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.
Variando entre uma ação de obrigação de fazer ou não fazer (art. 84) ações coletivas (art. 87) e a vedação de
denunciação à lide (art. 88), temos um rol auxiliar na obtenção dos legítimos interesses do consumidor.
Variando entre uma ação de obrigação de fazer ou não fazer (art. 84) ações coletivas (art. 87) e a vedação de
denunciação à lide (art. 88), temos um rol auxiliar na obtenção dos legítimos interesses do consumidor.
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A COMPETÊNCIA DA PROPOSITURA DA AÇÃO DE RESPONSABILIDADE
CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Lei 8.078 de 1990:
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos
Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: 
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
VOCÊ SABIA?
A leitura com uma interpretação literal pode induzir que a ação “pode” ser proposta no domicílio do consumidor.
Em verdade, o vocábulo “pode” deve ser interpretado como “deve”. Pois, em sendo a ação proposta pelo consumidor, é
facultado ao mesmo a escolha do foro que melhor lhe convier, eis que a norma protetiva visa a facilitação da defesa
dos seus interesses, ainda que fora do seu domicílio.
Primeiramente, por ser a Lei 8.078 de 1990, uma lei de ordem pública e interesse social (art. 1º do CDC). E, também,
por explícita obediência ao principio da vulnerabilidade do consumidor nas relações de consumo (art.4, I do CDC).
AS INFRAÇÕES PENAIS NO CDC - GENERALIDADES
Fonte da Imagem: F. JIMENEZ MECA / Shutterstock
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto no
Código Penal e leis especiais, as condutas tipi�cadas nos artigos seguintes.
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De plano o art. 61 enuncia que os delitos previstos no CDC não excluem o previsto em outras leis. Como, por exemplo,
crimes que envolvam a saúde pública, art. 278 do CP: 
Decreto Lei 2.848 de 1940 - Código Penal: 
Art. 278. Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a
consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a �m medicinal: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Podemos incluir no tema legislações especiais ou extravagantes (glossário).
AS INFRAÇÕES PENAIS NO CDC – TIPIFICAÇÕES EXEMPLIFICATIVAS
Elencamos entre as 11 infrações penais, duas por suas diferenças e existência fática:
Publicidade prejudicial à saúde
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou
segurança: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: 
Parágrafo único. (VETADO)
Considerando o tipo penal consumerista nos auxiliamos do normativo do Código Brasileiro
de Autorregulamentação Publicitária, em seu art. 33, verbis: 
Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. 
Artigo 33: 
Este Código condena os anúncios que: 
a. manifestem descaso pela segurança, sobretudo quando neles �gurarem jovens e
crianças ou quando a estes for endereçada a mensagem; 
b. estimulem o uso perigoso do produto oferecido; 
c. deixem de mencionar cuidados especiais para a prevenção de acidentes, quando
tais cuidados forem essenciais ao uso do produto; 
d. deixem de mencionar a responsabilidade de terceiros, quando tal menção for
essencial; 
e. deixem de especi�car cuidados especiais no tocante ao uso do produto por
crianças, velhos e pessoas doentes, caso tais cuidados sejam essenciais.
Fazendo uma convergência entre as normas, percebemos que o tipo penal veda a
publicidade capaz de fazer com que o consumidor se comporte de forma prejudicial a sua
própria saúde. Tanto que no art. 33 do normativo, o CONAR condena os anúncios que, entre
outros, “deixem de mencionar cuidados especiais para a prevenção de acidentes, quando
tais cuidados forem essenciais ao uso do produto”.
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Cobrança de dívida de forma vexatória
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico
ou moral, a�rmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
procedimento que exponha o consumidor, injusti�cadamente, a ridículo ou inter�ra
com seu trabalho, descanso ou lazer: 
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Este tipo penal paraser amplamente compreendido, tem necessidade da complementação
do art. 42 do CDC: 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. (...)
Pela sua convergência, compreendemos que a dívida é ato personalíssimo. Apenas o
consumidor pode ser cobrado. Mas na conduta da cobrança não pode haver exposição
vexatória. Compreendendo tal exposição, não pode haver interferência em local de trabalho,
descanso ou lazer. Principalmente com a ciência de terceiros.
AS INFRAÇÕES PENAIS NO CDC – CONCURSO DE PESSOAS
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses cominadas
na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover,
permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
A regra prevê o concurso de pessoas. Em sendo norma penal é uma redundância do art. 29 do CP: 
Decreto-lei 2.848 de 1940 - Código Penal:
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
Destacamos neste tipo penal consumerista, a previsão da responsabilidade do “diretor, administrador ou gerente da
pessoa jurídica”. Pois, de acordo com a sua culpabilidade, poderão responder concorrentemente com a própria
empresa. Principalmente, em decorrência do seu “status mandamental” (posição hierárquica).
ATIVIDADES
Devildo da Silva, um consumidor, recebe uma comunicação de dívida com possibilidade de negativação de seu
CPF/MF. Após essa comunicação vem recebendo constantes telefonemas direcionados ao próprio. Inclusive no seu
local de trabalho, com informações a terceiros (colegas de trabalho). Considerando os fatos como provados, como
advogado de Devildo, quais seriam seus argumentos em uma ação de responsabilidade civil?
Resposta Correta
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1. No sistema protetivo do consumidor:
Os serviços públicos são excluídos, já que objeto de leis próprias.
O acesso ao poder judiciário é sempre gratuito aos consumidores, para facilitação da defesa de seus interesses.
Haverá, sempre, a inversão do ônus probatório em benefício do consumidor, em face de sua presumida hipossu�ciência, que é
absoluta.
As cláusulas de eleição de foro bene�ciando apenas o fornecedor são tidas por inexistentes.
É garantido o direito de extinção das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em
razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
Justi�cativa
2. A respeito das infrações penais, assinale a opção correta.
O fornecedor que deixa de organizar dados fáticos, técnicos e cientí�cos que dão base à publicidade pratica crime contra as
relações de consumo.
O CDC, assim como o CP e as leis extravagantes, prevê circunstâncias agravantes e atenuantes para os crimes que tipi�ca.
As condutas tipi�cadas no CDC constituem crime de dano, sendo imprescindível para a caracterização do delito, a comprovação
do efetivo dano ao consumidor.
Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no CDC de forma exclusiva e taxativa.
O tipo penal consistente em fazer a�rmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza de produto ou
serviço inadmite a forma culposa.
Justi�cativa
3. No tocante às infrações penais e administrativas elencadas no CDC, é correto a�rmar que:
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Entre as circunstâncias agravantes aos crimes tipi�cados no Código, temos aquela cometida por pessoa cuja condição
econômico- social seja manifestamente superior à da vítima.
Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, haverá hipótese de reincidência até o
trânsito em julgado da sentença, salvo medida judicial que afaste o fornecedor dessa situação.
Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, o valor previsto para pagamento de �ança poderá ser aumentado
em até mil vezes.
As sanções administrativas previstas no CDC serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
podendo ser aplicadas cumulativamente, exceto, por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
O rol das fundamentações no CDC aplicáveis às sanções penais e administrativos são em numerus clausus.
Justi�cativa
Glossário
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LEI Nº 7.347
De 24 de julho de 1985, Regula a ação civil pública.
LEGISLAÇÕES ESPECIAIS OU EXTRAVAGANTES
Lei que disciplina matéria determinada, especí�ca, que merece tratamento próprio.

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