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Protozoa Protozoários: mais de 60.000.000 espécies conhecidas (50% são fósseis e o restante vive até hoje). Aproximadamente 10.000 espécies são parasitos. Algumas dezenas de espécies infectam o homem. Englobam todos os organismos protistas, eucariotas, constituídos por uma única célula, sem diferenciação em tecidos. Podem ser esféricos, ovais ou alongados. • Fases: 1) Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes processos. 2) Cisto: é uma forma vegetativa de resistência. O protozoário secreta uma parede resistente (prede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência (os cistos podem ser encontrados em tecidos ou fezes dos hospedeiros). Evita com que o protozoário “acabe”. 3) Gameta: é a forma sexuada, que aparece em espécies do filo Apicomplexa. O gameta masculino é o micro-gameta e o feminino é o macrogameta. 4) Oocisto: é uma forma resultante de reprodução sexuada. Reprodução Encontramos os seguintes tipos de reprodução: 1) Assexuada (partenogênese, divisão binária, etc) 2) Sexuada (traz maior variabilidade genética). Nutrição Quanto ao tipo de alimentação, os protozoários podem ser: 1) Holofíticos ou autotróficos: conseguem sintetizar energia a partir da luz solar (fotossíntese). 2) Holozoicos ou heterotróficos: ingerem partículas orgânicas de origem animal, digerem-nas e, posteriormente, expulsam os metabólicos. É o que nós, humanos, fazemos. 3) Soprazoicos: “absorvem” substâncias orgânicas de origem vegetal, já decompostas e dissolvidas em meio líquido. 4) Mixotróficos: quando são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos. Respiração Podemos encontrar dois tipos principais: 1) Aeróbicos (utilizam oxigênio para produzir energia) 2) Anaeróbicos (não utilizam oxigênio). Locomoção A movimentação dos protozoários é feita com auxílio de associação de uma, duas ou mais das seguintes organelas: 1) Pseudópodosl 2) Flagelos 3) Cílios 4) Microtúbulos subpeliculares Sistemática Os protozoários pertencem ao reino Protista e são distribuídos em sete filos, dos quais os quatro seguintes têm interesse em parasitologia humana: 1) Filo Sarcomastigophora 2) Filo apicomplexa 3) Filo ciliophoran 4) Filo microspora Gênero Leishmania Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Agrupa espécies de protozoários digenéticos (heteroxenos). Encontradas nas formas promastigota e paramastigota flageladas, livres ou aderidas ao trato digestivo dos hospedeiros invertebrados, e amastigota, sem flagelo livre, parasita intracelular obrigatório de células do sistema mononuclear fagocitário (SMF) dos hospedeiros vertebrados. Ciclo biológico Os hospedeiros vertebrados suscetíveis são infectados quando formas promastigotas metacíclicas inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo. A saliva do inseto possui componentes que atuam como anticoagulante, vasodilatador e antiagregador plaquetário, favorecendo o fluxo de sangue e o acúmulo de linfa. A internalização de Leishmania se faz através da endocitose mediada por receptores na superfície do macrófago. Quando o macrófago advém para a região da picada, ele acaba por englobar o protozoário e é onde todo o processo acontece no ser humano. A picada ativa o sistema de defesa do organismo. Na forma amastigota não tem flagelo. Isso acontece quando ele é intracelular. Classificação Taxonômica 3 agentes etiológicos das leishmanioses humanas: 1) Leishmania donavani: agente da leishmaniose visceral ou calazar; 2) Leishmania tropica: agente da leishmaniose cutânea ou botão-do-oriente; 3) Leishmania braziliensis: agente da leishmaniose cutaneomucosa, espúndia ou úlcera de Bauru. Leishmaniose visceral: aumento do baço e do fígado. Pessoa (1961) propôs uma classificação binominal com base principalmente nos aspectos epidemiológicos da doença. O autor considerou: 1) Leishmania donovani causadora das formas de leishmaniose visceral em todo o mundo; Espécies responsáveis pelas formas cutâneas de leishmaniose do Velho Mundo: 1) Leishmania tropica: cutânea urbana, tipo clássico de lesões secas; 2) Leishmania tropica major: cutânea de ocorrência rural, tipo clinico de lesões úmidas. As espécies de Leishmania do Novo Mundo foram consideradas subespécies de Leishmania braziliensis e responsáveis pelas diferentes formas clínicas da leishmaniose tegumentar americana. Assim, foram denominadas: 1) Leishmania braziliensis braziliensis: cutânea e cutaneomucosa grave, podendo apresentar metástases, “úlcera de Bauru” ou “espúndia”. 2) Leishmania braziliensis guyanensis: tegumentar benigna, sem a ocorrência de metástases pian bois; 3) Leishmania braziliensis peruviana: cutânea benigna “UTA”. 4) Leishmania brziliensis mexicana: lesão benigna que ocorre com frequência no pavilhão auricular e que raramente determina lesões metastáticas, úlcera de los chicleros; 5) Leishmania braziliensis pifanoni: responsável pelos quadros dramáticos de leishmaniose tegumentar difusa. Leishmaniose Tegumentar Americana Doença de caráter zoonótico. Acomete o homem e diversas espécies de animais silvestres e domésticos. Pode se manifestar através de diferentes formas clínicas. É considerada uma enfermidade polimórfica e espectral da pele e das mucosas. Importância Incidência da leishmaniose tegumentar no mundo: em torno de 1,5 milhão de casos novos a cada ano. Dos 88 países onde a doença ocorre 76 são subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Nas américas, as leishmanioses cutânea e mucosa são endêmicas em 18 países. OBS: Quanto mais pobre, maior acometimento de parasitos a população está sujeita. Falta de assepsia e viver em regiões próximas à mata. Aspectos Biológicos A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença causada por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania pertencentes aos subgêneros Viannia e Leishmania. Ciclo biológico realizado em dois hospedeiros, em vertebrado e um intervalo (CICLO HETEROXENO). Espécies que provocam a leishmaniose tegumentar em humanos, particularmente no Brasil: • Leishmania (Viannia) brasiliensis • Leishmania (Viannia) guyanensis • Leishmania (Viannia) lainsoni • Leishmania (Viannia) shawi • Leishmania (Viannia) naifi • Leishmania (leishmania) amazonensis Morfologia Formas amastigotas: apresentam-se tpicamente, ovoides ou esféricas. Não há flagelo livre. Quando ela entra no macrófago, ela se transforma nessa forma amastigota, porque ela não terá mais flagelo livre. Formas promastigotas: são formas alongadas em cuja região anterior emerge um flagelo livre. Essa forma que vai sair da saliva do inseto e vai para a corrente sanguínea do doente. Formas paramastigotas: apresentam-se ovais ou arredondadas. A) Amastigota no interior de um macrófago. B) Promastigotas C) Paramastigotas aderidas ao epitélio através de hemidesmossomas. Reprodução O processo de reprodução da leishmania é feito por divisão binária. Hospedeiros Hospedeiros invertebrados. Pequenos insetos: ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomya. Nesses insetos ocorre parte do ciclo biológico do parasito. Transformação do parasito no inseto. Hospedeiros vertebrados Roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça) marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluindo os humanos. Ciclo Biológico As formas amastigotas de Leishmania são encontradas parasitando macrófagos da pele. Sobrevivem e se multiplicam nestas células. As formas promastigotas são encontradas no tubo digestivo dos flebotomíneos ou aderidas ao epitélio intestinal. Promastigota metacíclica: inoculada na pele do serhumano. O mosquito pica uma pessoa, absorve a forma promastigota, essa fica no seu intestino. Daí, ele pica uma pessoa saudável, regurgita e acaba soltando junto com o sangue, para essa pessoa a forma promastigota metacíclica da leishmania. Vem o macrófago e internaliza o protozoário, dentro de 4 a 8 horas. Fazendo isso, o protozoário perde o flagelo, começa a se multiplicar, o qual se rompe e libera vários protozoários na forma promastigota para o indivíduo, toma outros tecidos e assim sucessivamente. Mecanismos de Transmissão A transmissão ocorre pela picada de insetos Lutzomyia (birigui, mosquito-palha, cangalhinha e tatuquira, entre outros.) Período de Incubação Entre 2 semanas a 2,3 meses. Depende do sistema imunológico do paciente. Evolução As lesões iniciais são semelhantes, independentemente da espécie do parasito. Esta forma inicial pode regredir espontaneamente após um breve curso abortivo, permanecer estacionária ou evoluir para um nódulo dérmico chamado “histiocitoma”, localizado sempre no sítio da picada do vetor infectado. Formas clínicas Amplo espectro de formas clínicas pode ser visto na LTA, variando de uma lesão autorresolutiva a lesões desfiguradas (ligada ao estado imunológico do paciente e as espécies de Leishmania). Paciente carrega as lesões para o resto da vida. Leishmania (Viannia) brasiliensis Provoca no homem lesões conhecidas por ulcera de Bauru, ferida brava, ferida seca e bouba. As lesões primárias são usualmente únicas, ou em pequeno número, mas frequentemente de grandes dimensões, com úlceras em forma de cratera. Esta espécie é responsável pela forma cutânea mais destrutiva dentre as demais conhecidas. Leishmania (Viannia) guyanensis Lesões cutâneas conhecidas por pian bois. Pode apresentar sob a forma de úlcera única do tipo “cratera de lua” e frequentemente dissemina-se dando origem a úlceras similares pelo corpo. Leishmania amazonensis Lesões ulceradas simples e limitadas, contendo numerosos parasitos nos bordos da lesão. Não é um parasito comum do homem devido provavelmente aos hábitos noturnos do vetor. Leishmania (V) laisoni Produz ulcera cutânea única e não há evidências de envolvimento nasofaríngeo. Pouco se conhece ainda sobre este parasito. Leishmania (V) naiffi Lesão única e com aspecto típico da úlcera classificamente descrita para a leishmaniose tegumentar. Leishmaniose Cutaneomucosa (LCM) Espúndia e nariz de tapir ou de anta. Agente biológico é: L. Brasiliensis. Um dos aspectos mais típicos causada pelas L. Brasiliensis é a frequência com que o parasito produz, meses ou anos após a lesão inicial primária, lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens. Leishmaniose Cutânea Difusa (LCD) Formação de lesões difusas não ulceradas por toda a pele, contendo grande número de amastigotas. Provocada por parasitos pertencentes ao subgênero Leishmania, cujo agente etiológico é L. Pifanoi, na Venezuela, e L. Amazonensis, no Brasil. Envolve amplas áreas da pele, particularmente extremidades e outras partes expostas. Numerosas erupções papulares ou nodulares não ulceradas. Paciente fica com a pele parecendo uma lixa. Epidemiologia A leishmaniose tegumentar americana é primariamente uma enzootia de animais silvestres. A distribuição da leishmaniose tegumentar está condicionada à distribuição dos insetos vetores, ou seja, se tem o vetor, tem a doença. Distribuição geográfica Nas américas, a leishmaniose tegumentar é endêmica no México, na maior parte da América Central e em todos os países da América do Sul, exceto Chile. No Brasil, ocorre em todos os estados, com maior incidência na região norte. Leishmaniose brasiliensis Espécie mais amplamente distribuída ocorrendo nos estados do Pará, Ceará, Amapá, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. É possível que sua distribuição possa ser maior, necessitando maiores estudos. Profilaxia O uso de inseticidas em larga escala nas florestas tropicais é altamente antieconômico e antiecológico. O controle químico como uso de inseticidas de ação residual é indicado para áreas novas, em surto ou com mais de um caso nos últimos 6 meses, onde a transmissão ocorre em ambiente domiciliar objetivando diminuir o risco de contato humano com o inseto vetor. Diagnóstico Clínico Diagnostico clinico da LTA pode ser feito com base na característica da lesão que o paciente apresenta, associado à anamnese. Deve ser feito o diagnóstico diferencial. (um pouco difícil, por conta da úlcera) Exemplo: tuberculose cutânea, hanseníase, infecções por fungos (blastomicose e esporotricose), úlcera tropical e neoplamas. Diagnóstico Laboratorial A demonstração do parasito pode ser feita do material obtido da lesão existente por meio de: • Exame direto de esfregaços corados. Após anestesia local, podem-se fazer biópsia ou escarificação nos bordos da lesão. • Exame histopatológico. • Cultura. Pode ser feita a cultura de fragmentos do tecido ou de aspiradores dos bordos da lesão e de linfonodos infartados e de áreas próximas a esta. • Inóculo em animais. Inocula-se via intradérmica, no focinho ou patas, um triturado do fragmento com solução fisiológica. • Pesquisa do DNA do parasito. A PCR (reação em cadeia da polimerase) tem grande sensibilidade. Suprir eventuais deficiências dos métodos que pesquisam a forma amastigota no parasito no material obtido da lesão. Métodos imunológicos Teste de Montenegro. O teste imunológico mais utilizado no Brasil. Utilizado para o diagnóstico ou para monitoramento de vacinação contra LTA em projetos de pesquisa. Sua sensibilidade varia entre 82,4% e 100%. Métodos para a avaliação da resposta humoral Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Método sorológico mais utilizado. Sensibilidade relativamente alta. Tratamento Antimonial pentavalente, Glucantime (antimoniato de N- metilglucamina). As drogas de primeira escolha no tratamento das leishmanioses de um modo geral são os antimoniais pentavalentes (Sb+5). Mecanismo de ação dos antimoniais pentavalentes (Sb+5) Leishmanicidas – acaba com o parasito. Interferem na bioenergética das formas amastigotas de Leishmania. glicólise e oxidação dos ácidos graxos são inibidos. Redução na produção de ATP e GTP. Imunoterapia – alternativa de tratamento para LTA A vacina tem obtido excelentes resultados. Alternativa na terapêutica de casos “resistentes” aos antimoniais ou com contraindicação ao seu uso, como cardiopatas, nefropatas, mulheres grávidas, idosos, etc. Leishmaniose Visceral Americana Causada por parasitos do complexo Leishmaniose donavani na África, na Ásia, na Europa, e nas Américas. A doença crônica, grave, de alta letalidade se não tratada. Apresenta aspectos clínicos e epidemiológicos diversos e característicos, para cada região onde ocorre. É responsável pela morte de milhares de pessoas em todo o mundo (cerca de 60.000 por ano), principalmente crianças. A terceira enfermidade transmitida por vetores, mais relevante da atualidade. Agente etiológico A leishmaniose visceral é causada, em todo o mundo, por parasitos do complexo leishmania donavani, o qual reúne duas espécies: 1) Leishmania (leishmania) donavani; 2) Leishmania (leishmania) infantum. Importância A leishmaniose visceral ou calazar é uma doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica. Provoca febre, esplenomegalia e hepatomegalia, anemia, trombocitopenia, hipergamaglobulinemia e hipoalbuminemia, linfoadenopatia periférica. Estado de debilidade progressiva. Caquexia e o óbito, se o paciente não for submetido ao tratamento específico. Muitas pessoas nunca desenvolverama doença ou se recuperam espontaneamente, ou permanecem como assintomáticas. Ciclo Biológico A morfologia das formas amastigota, promastigota e paramastigota de L. i. Chagasi é semelhante às outras espécies do gênero Leishmania. Mecanismos de Transmissão Picada da fêmea infectada de L. longipalpis. Uso de Drogas Injetáveis O compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas: mecanismo hábil para a transmissão da leishmaniose visceral. Transfusão de sangue. Patogenia Leishmania i. Chagasi é um parasito de células do SMF, principalmente do baço, fígado, linfonodo e da medula óssea. Nas fases mais avançadas da doença são raros os órgãos onde não se encontra o parasito. A inoculação das formas infectantes é acompanhada da saliva do inseto vetor, que é rica em substâncias com atividade inflamatória. Esta atividade é muito importante para o aumento de células fagocitárias neste local e crucial para a instalação da infecção. Alterações Esplenomegalia é o achado mais importante e frequente no calazar. Hepatomegalia também é característica importante. A medula óssea é em geral encontrada com hiperplasia e densamente parasitada. Em muitos casos ocorre glomerulonefrite proliferativa e nefrite intersticial. Os linfonodos encontram-se geralmente aumentados. Alterações intestinais: ocorrem edema e alongamento das vilosidades. As alterações cutâneas mais frequentes são descamação e queda de cabelos. Alterações Pulmonares Pneumonite intersticial com o espessamento dos septos pulmonares. Risco aumentado de Pneumonia. Quadro Clínico Desenvolvimento abrupto ou gradual. Febre intermitente, palidez de mucosas, esplenomegalia, presença ou não de hepatomegalia. Progressivo emagrecimento com enfraquecimento geral do paciente. A tosse não produtiva, a diarreia e a dor abdominal são queixas registradas na fase aguda da infecção. Anemia, epistaxe, hemorragia gengival, edema, icterícia, sendo que a anorexia e a desnutrição aumentam sua debilidade física. Forma Assintomática Os indivíduos podem desenvolver sintomatologias pouco especificas (febre baixa recorrente, tosse seca, diarreia, sudorese, prostração) e apresentar cura espontânea ou manter o parasito, sem nenhuma evolução clinica por toda a vida. Forma Aguda Corresponde ao período inicial da doença. Febre alta, palidez de mucosas e hepatoesplenomegalia discretas. A evolução em geral não ultrapassa 2 meses. Tosse e diarreia. Clinicamente, é confundida com febre tifoide, malária, esquistossomose, doença de Chagas aguda, toxoplasmose aguda, Histoplasmose, entre outras doenças febris agudas que apresentam hepatoesplenomegalia. Forma sintomática crônica ou calazar clássico Febre irregular e associada ao contínuo agravamento dos sintomas. O emagrecimento, caquexia. Edema generalizado, dispneia, cefaleia, dores musculares, perturbações digestivas, epistaxe e retardo da puberdade. Diagnóstico Sinais clínicos e sintomas, parâmetros epidemiológicos, achados hematológicos e bioquímicos, e na detecção de anticorpos anti-Leishmania. A confirmação do diagnóstico é realizada pelo encontro do parasito em amostras biológicas do paciente. Métodos moleculares como a PCR que amplificam sequências específicas do DNA do parasito, tem permitido melhor sensibilidade, qualidade e rapidez ao diagnóstico. Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) Utiliza como antígeno formas promastigotas fixadas em lâmina. Sensibilidade alta na detecção de casos de leishmaniose visceral. Teste rápido imunocromatográfico Trata-se de métodos sensíveis, específicos, de rápida execução (5-10 min). Avaliação de pequeno volume da amostra sanguínea, de plasma ou de soro de paciente suspeito por meio de plataformas imunocromatográficas. Ensaio Imunoenzimático (ELISA) Processamento de grande numero de amostras em curto espaço de tempo. Os antígenos utilizados são solúveis e o teste apresenta alta sensibilidade na detecção de casos de calazar. Contudo, podem mostrar reações cruzadas com outros tripanosomatídeos. Este problema é solucionado com o emprego de antígenos purificados e recombinantes. Métodos moleculares Alta sensibilidade e especificidade. A PCR, que amplifica sequências do DNA do parasito, é a metodologia mais empregada no diagnóstico. monitoramento terapêutico e em estudos epidemiológicos. Outros testes A relação albumina/globulina pode ser acompanhada por meio da eletroforese de proteínas séricas. Tratamento Quimioterapia – Tratamento Específico O arsenal terapêutico contra a leishmaniose visceral é limitado. Os antimoniais pentavalentes (Sb5+), antimoniato de N- metilglucamina (GLucantime) e estibogluconato sódico (Pentostam), são a primeira opção terapêutica na maioria dos países. No Brasil, o fármaco de escolha é o Glucantine. Em caso de recidiva é recomendado um segundo tratamento com duração mais prolongada, antes de considerar o caso como refratário e utilizar esquemas terapêuticos alternativos. Neste caso, as formulações lipossomais de anfotericina B são os produtos indicados. Epidemiologia Distribuição Geográfica No Brasil, ocorrem mais de 90% dos casos relatados na América Latina, especificamente na região Nordeste. A doença é registrada em todas as regiões do país, sendo a Região Sul a ultima a ter casos notificados. Nos estados das regiões nordeste, sudeste e centro-oeste, ocorrem a maioria dos registros de casos humanos. Profilaxia e Controle A profilaxia do calazar humano tem como base a tríade: 1) Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes. Porque se o doente é tratado, o Lutzomya não pica ele e se infecta. 2) Diagnósticos dos cães com sorologia positiva. 3) Diagnósticos às formas adultas do inseto vetor. Eliminação do inseto.