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Capacidade, Nome Empresarial e Registro Direito Empresarial I Professor: Antonio Gilberto de Moura Capacidade • O caput do art. 972 do CC, primeira parte, coloca que podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil. • São exemplos de sujeitos que não têm o pleno gozo da capacidade civil: – Os absolutamente incapazes; – Os relativamente incapazes; – Os interditados. 2 Continuação da Empresa • Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança (art. 974 do CC). • Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com aprovação do juiz, uma ou mais gerentes (art. 975 do CC). 3 Impedimentos • A profissionalização da atividade empresarial impõe ao empreendedor empenho, dedicação e capacidade gerencial. Assim, algumas situações impedem que a pessoa exerça a atividade de empresário, tais como: – Condenação por crime falimentar (art. 181, I, da Lei nº 11.101/2005); – Ser servidor público federal (art. 117, X, da Lei nº 8.112/1990); – Ser deputado ou senador (art. 54, II, a, CF/88); – Ser membro do MP (art. 128, §5º, II, c e f, da CF/88). 4 Empresário Regular: Registro • A atribuição de personalidade jurídica depende da inscrição no registro competente (Junta Comercial para as sociedades empresárias e Registro Civil das Pessoas Jurídicas para as sociedades simples). As exceções ficam por conta das sociedades não personificadas: em comum (“sociedade irregular”) e em conta de participação (não comporta registro), cujas constituições provam-se por quaisquer meios de direito. O CC descreve o registro entre os artigos 1.150 e 1.154. • De acordo com o art. 967 do CC, é obrigatória a inscrição do empresário no Registro de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. • Benefícios do registro: benefícios previdenciários, acesso à crédito, geração de nota fiscal, regularidade da atividade (melhor captação de clientela), benefícios tributários, etc. 5 Atividade Rural • Aquele que exerce atividade rural, em regra, não será qualificado como empresário por força do art. 971 do CC. • Mas o ruralista poderá ser equiparado ao empresário se exercer atividade rural empresarialmente e, além disso, optar por se inscrever no Registro Público de Empresas Mercantis, sujeitando-se, desde o momento da inscrição, ao regime próprio das empresas, com todos os benefícios e deveres. 6 Nome, marca, título e Insígnia • Nome empresarial: – Também chamado de razão social, é atributo de personalidade através da qual o empresário exerce a empresa. – Natureza jurídica: atributo de personalidade, protegido mediante inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais. • Marca: – É sinal distintivo visualmente perceptível usado para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa, bem como para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificação técnicas e, ainda, para identificar produtos ou serviços provindos de determinada entidade. – Natureza jurídica: direito de propriedade industrial, protegido mediante registro no INPI. • Título do estabelecimento: – Também chamado de nome fantasia, é o nome popular de uma empresa que pode ou não ser igual ao seu nome empresarial. – Natureza jurídica: direito intelectual amparado contra uso indevido, sem necessidade de prévio registro. • Insígnia: – É um sinal, emblema, formado por figuras, desenhos, símbolos, conjugados ou não a expressões nominativas. – Natureza jurídica: direito intelectual amparado contra uso indevido, sem necessidade de prévio registro. 7 8 RUBENS PESTILI ALMEIDA EIRELI ALPARGATAS S.A. Insígnia Nome Fantasia Nome Empresarial Marca Nome Empresarial * A Constituição Federal aproximou nome empresarial e marca, dando-lhes a mesma proteção (art. 5º, XXIX). Padaria Amoreiras.pdf Alpargatas.pdf Nome Empresarial (art. 1.155 a 1.168 do CC) Finalidade • O nome empresarial tem dupla finalidade: – Identificar a empresa, sendo um dos elementos do patrimônio mercantil (ou seja, parte do conceito de estabelecimento), possuindo valor econômico e jurídico; – Designar o empresário como titular da empresa (ou os sócios como titulares), servindo para diferenciar a pessoa da organização por ela criada (imediatamente designa o empresário e mediatamente a sua empresa). • A regra da inalienabilidade do nome empresarial (art. 1.164, caput, do CC) não afasta a sua importância como elemento integrante do estabelecimento podendo permanecer mesmo no caso de sucessão (art. 1.164, parágrafo único, do CC). 9 Espécies de Nome Empresarial (art. 1.155 do CC) • Firma (individual ou social): – Composta por nomes civis de titular da empresa (firma individual), sócios ou diretores da sociedade ou titulares da empresa (firma coletiva), de forma completa ou abreviada (art. 1.156 do CC) • Denominação: – Qualquer expressão linguística, complementada pelo objeto da sociedade (art. 1.160 do CC). 10 Formação do Nome Empresarial • Firma individual é o nome adotado pelo empresário ou pela empresa individual de responsabilidade limitada no exercício de sua atividade, mediante o qual se identifica no mundo empresarial, sendo composto por seu nome civil completo ou abreviado, acrescido ou não de designação precisa de sua pessoa, ou do gênero de sua atividade e, no caso de empresa individual de responsabilidade individual, acrescido necessariamente da modalidade empresarial (a expressão EIRELI); • Firma social ou coletiva é o nome adotado pela sociedade empresária para o exercício de sua atividade, pelo qual se identifica no mundo empresarial. Compõe- se pelos nomes civis (ou partes destes) de todos os sócios da sociedade, sem outro acréscimo ou, ainda, se omitido algum sócio, a inclusão da expressão “e companhia”, por extenso ou abreviadamente, “e cia”. Quando se tratar de sociedade limitada e em comandita por ações exige-se, na sua formação, a adição de expressões indicadoras da espécie societária adotada. • Denominação é o nome adotado pela empresa individual de responsabilidade limitada e pela sociedade empresária para o exercício de sua atividade, nome pelo qual se identifica no mundo empresarial; é formado por expressão linguística que contenha o objeto social e o tipo societário, no caso da empresa individual de responsabilidade limitada, a modalidade empresarial (a expressão EIRELI). 11 Mistura do nome do empreendedor e ramo de atividade • Embora a regra seja a firma trazer o nome dos empreendedores e a denominação indicar o objeto social, é possível a mistura entre o nome dos empreendedores e o ramo da atividade tanto na firma quanto na denominação. No primeiro caso para especificar o objeto social (art. 1.156 do CC), e no segundo para homenagear o nome do fundador, acionista ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da empresa (parágrafo único do art. 1.160 do CC) 12 Indicação da responsabilidade • O nome empresarial também tem a função de indicar a responsabilidade dos empreendedores. O empresário ou os sócios da sociedades empresárias podem responder de forma limitada ou ilimitada, dependendo do tipo societário em questão: – Empresário individual: responsabilidade ilimitada – EIRELI: responsabilidade limitada – Sociedade em comum: responsabilidade ilimitada – Sociedade em nome coletivo: responsabilidade ilimitada – Sociedade em comandita simples: sócio comanditado com responsabilidade ilimitada, sócio comanditário obrigado somente pelo valor de sua quota – Sociedade limitada: responsabilidade limitada – Sociedade limitada unipessoal: responsabilidade limitada – Sociedade Anônima: responsabilidade limitada – Sociedade em comandita por ações: acionista diretorcom responsabilidade ilimitada e acionista com responsabilidade limitada – Sociedade cooperativa: responsabilidade limitada ou ilimitada 13 Empresário individual ou coletivo Espécies de nome empresarial Regime jurídico MEI Firma (dispensável) Art. 968, §5º, do CC EIRELI Firma ou denominação Art. 980-A, §1º, CC Empresário individual (que não é MEI ou EIRELI) Firma individual Art. 1.156 do CC Sociedade em comum “Sociedade irregular” Art. 986 à 990 do CC S. em nome coletivo Firma social Art. 1.157 do CC S. conta de participação Sem nome Art. 1.162 do CC S. em comandita simples Firma social Art. 1.157 do CC LTDA Firma ou denominação Art. 1.158 do CC LTDA unipessoal Firma ou denominação Art. 1.158 do CC S.A. Denominação Art. 1.160 do CC S. em comandita por ações Firma ou denominação Art. 1.090 do CC S. cooperativa Denominação Art. 1.159 do CC Exemplos • Empresa de Maquiar Defuntos Vai Lindão Ltda. • Roberto Gonçalves Silva Eireli • Roberto G. S. Armarinhos • Roberto G. S. e Cia. Armarinhos • Roberto G. S. e Companhia Ltda. • Vai Lindão S.A. (ou Cia. Vai Lindão) • Vai Lindão Maquiadora de Defundos S.A. • Roberto Antonio Silva Comandita Simples • Vai Lindão Comandita por Ações 15 Princípios para o nome empresarial • Princípio da veracidade – Deve ser real o que ser afirma no nome empresarial • Princípio da novidade ou anterioridade – Não pode existir um outro nome idêntico anteriormente já atribuído • Princípio da territorialidade – A vedação quanto à novidade se aplica na base territorial que é o Estado (podendo ser atribuído nacionalmente de acordo com lei especial). • Princípio da especificidade – Na colisão de nomes as empresas poderão ser diferenciadas pela especificidade da atividade desenvolvida. • Os princípios serão aplicados quando da colisão de nomes entre empresas e entre nomes de empresas e marcas. 16 Ler no Código Civil: • Caracterização do empresário e inscrição: arts. 966 a 971; • Capacidade para exercer a função de empresário: arts. 972 a 980; • Sobre estabelecimento empresarial: arts. 1.142 a 1149; • Do registro do empresário e da sociedade empresária: arts. 1.150 a 1.154; • Do nome empresarial: arts. 1.155 a 1.168. 17
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