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RESUMO DE LIVRO DIREITO ADMINISTRATIVO MATHEUS CARVALHO

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Resumo do Livro do Matheus Carvalho.
Cap. 1 Introdução ao Direito Administrativo
1) Conceito de Estado
	Estado é uma instituição organizada, política, social e juridicamente,dotada de personalidade jurídica própria de Direito Público, submetida a Constituição Federal e dirigida por um governo soberano.
	Estado Soberano, possui como regra um governo(elemento condutor), um povo(componente humano) e território( espaço físico que ocupa).
	O Estado é responsável pelo organização e o controle social.
	O Estado pode atuar tanto no Direito Público como no Direito Privado. Contudo, sempre irá sustentar a qualidade de Pessoa Jurídica de Direito Público. Superando a Teoria da Dupla Personalidade do Estado.
	Estado de Direito é aquele que se submete ao direito que ele mesmo instituiu. Surgiu na Doutrina Alemã, no século XIX,baseado em três pilares: Tripartição de Poderes, Universalidade da Jurisdição e Generalidade do Princípio da Legalidade.
	O Brasil adotou a Clássica Teoria da Tripartição de Funções do Estado,organizada por Monstequieu, funções divididas em poderes devidamente organizados.
	 Nesse sentido, prevê a Constituição Federal em seu art. 2º, definindo o funcionamento dos três poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário, sendo eles independentes e harmônicos entre si.
	Não se confundem com os poderes administrativos, que são aqueles concedidos à Administração Pública para a consecução dos seus interesses,dividindo em poder normativo, hierárquico, disciplinar e poder de polícia.
	Funções típicas:
Poder Legislativo-produzir lei.
Poder Judiciário- dizer o direito ao caso concreto.
Poder Executivo-atividade administrativa do Estado, controle de conveniência e oportunidade.
	Parte da Doutrina- Celso Antônio Bandeira de Melo,abarca os atos jurídicos do Estado que não se encaixam nas 
	funções anteriores- Função Política ou Função de Governo.
	No exercício da Função Política- o controle é exercido pelo Poder Judiciário, restringindo-se à ocorrência de danos individuais.
	Além das funções típicas de cada poder,cada uma exerce em caráter excepcional, as chamadas funções atípicas:
Poder Legislativo- por exemplo realização de procedimento licitatório para contratação de serviços de necessidade do órgão,está exercendo tipicamente a função administrativa.
Poder Executivo na edição de Medidas Provisórias nos moldes da CF, atuando de forma atípica na função legislativa.
	A doutrina estabelece que essas funções atípicas devem vir previstas na CF.
2)Governo X Estado
	Governo é elemento formador do Estado, é a cúpula diretiva do Estado que se organiza sob uma ordem jurídica por ele posta.( regras de direito baseadas e fundadas na CF.
	Na concepção clássica, governo é sinônimo de Estado,somatória dos 3 poderes.
	Na concepção moderna/atual, governo é a cúpula diretiva do Estado responsável pela condução de poderes e órgãos constitucionais( sentido subjetivo). Já no sentido material, governo é a atividade diretiva do Estado, confundindo-se com o complexo de suas funções básicas.
3) Administração Pública
	No sentido formal,orgânico ou subjetivo, a Administração Pública, designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente do poder a que pertençam.
	Já a administração pública, em letra minúscula, embasada no critério material ou objetivo,se confunde com a função administrativa,devendo ser entendida omo a atividade exercida pelo Estado,ou seja a defesa do interesse público.
	Para a doutrina moderna à Administração Pública tem 4 tarefas/funções precípuas da Administração Pública
1) Função Ordenadora- se manifesta pelo exercício do Poder de Polícia. O Estado limita e condiciona a liberdade e propriedades privadas em favor do interesse público.
Art.78 do CTN- possibilidade de cobrança de taxa pelo seu exercício.
2) Função Prestacional- caracteriza-se pela prestação de serviço público. Após 1ª Guerra Mundial, com o surgimento das chamadas constituições sociais( Constituição Mexicana,1917 e Constituição Alemã ou de Weimar, 1919), passou-ser a atribuir ao Estado funções positivas de prestação de serviços públicos,fornecimento de transporte coletivo,água e energia elétrica.
3) Função Regulatória ou de Fomento-se manifesta pelo incentivo a setores sociais específicos em atividades exercidas pelos particulares, estimulando o desenvolvimento da ordem social e econômica e o consequente crescimento do país,ensejando poderes especiais para disciplinar condutas individuais e coletivas. Esta função está presente nas Agências Reguladoras.
4) Função de controle- surge pelo Poder-Dever atribuído ao Estado de verificar a correção e a legalidade da atuação exercida pelos seus próprios órgãos.Essa função está espalhada em todas as funções de Estado,sendo dever do Poder Legislativo e do Poder Judiciário a realização desse controle.Contudo,não pode excluir ou suprimir a função administrativa de controle dentro de cada órgão,com respeito aos princípios do Devido Processo Legal, do Contraditório e da Ampla Defesa.
	A função administrativa é o múnus público, obrigação ou dever para o administrador público.
	Alguns modernos doutrinadores,dispõem que a função administrativa é divida quanto a sua abrangência em: Função Externa( Extroversa)- atividade-fim da Administração Pública e Função Interna(Introversa)- atividade-meio.
4) Direito Administrativo
	Integra o ramo do Direito Público.
	O Direito Administrativo se baseia num conjunto harmônico de princípios e regras que disciplinam as atividades administrativas visando à satisfação dos interesses de toda a coletividade,respeitando os direitos fundamentais do cidadão.
	Marçal Justen Filho- define Direito Administrativo como conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplinam as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho.
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro- define o Direito Administrativo como ramo do direito público que tem por objetivo os órgãos,agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins de natureza pública.
	Critérios de Definição do Direito Administrativo- 
1)Corrente legalista/ Escola Exegética- O Direito Administrativo se resume no conjunto da legislação administrativa existente no país. Critério Reducionista. Corrente não prosperou, visto que o direito não se limita à lei.
2) Critério do Poder Executivo- todo o Direito Administrativo estaria condensado na atuação desse Poder. O Direito Administrativo é um complexo de leis disciplinadoras da atuação do Poder Executivo. Corrente não prosperou, uma vez que ignora que a função administrativa pode ser exercida fora do âmbito do Poder Executivo.
3) Critério das relações jurídicas- O Direito Administrativo como a disciplina das relações jurídicas entre a administração pública e o particular. Esse critério esquece que há outros ramos com relações semelhantes, como Direito Tributário e Direito Penal. Ademais, muitas atuações administrativas não se enquadram no padrão convencional de um vínculo interpessoal com a expedição de atos normativos para organizar a atuação de particulares e da gestão dos bens pertencentes ao Poder Público.
4) Critério do serviço público/ Escola do Serviço Público- surge na França, pelas orientações de Leon Duguit. O Direito Administrativo tem por objeto a disciplina jurídica dos servições público,ou seja, dos serviços prestados pelo Estado a toda a coletividade, necessários à coexistência dos cidadãos.Critério insuficiente, visto que a administração pública moderna desempenha muitas atividades que não podem ser consideradas serviços públicos, como o poder de polícia, a execução de obras públicas, exploração de atividade econômica pelo Estado, bem como as atuações de fomento da atividade privada. Ademais, os serviços públicos também fazem parte de outrosramos, como o Direito Tributário para a cobrança de taxas e outros tributos.
5)Critério Teleológico ou finalístico- O Direito Administrativo deve ser conceituado como sistema de princípios jurídicos que regula as atividades do Estado para cumprimento de seus fins. Apesar da concepção correta, essa corrente não consegue abranger integralmente o conceito da matéria, trata-se de um definição incompleta. Foi defendida no Direito Brasileiro com algumas alterações por Oswaldo Aranha Bandeira de Melo.
6) Critério negativista- O Direito Administrativo deve ser conceituado por exclusão, isto é, seriam pertinentes a este ramo do direito todas as questões não pertencentes ao objeto de interesse de nenhum outro ramo jurídico. Seriam funções administrativas todas as funções do Estado que não fossem legislativas ou jurisdicionais. Esse critério é insatisfatório, uma vez que se utiliza de critério negativo para estabelecer a conceituação de uma atividade, bem como de um ramo do direito.
7) Critério da distinção entre a atividade jurídica e social do Estado- Deve se fazer uma distinção entre a atividade jurídica não contenciosa do Estado e a atividade de cunho social, por meio do qual estrutura seus órgãos e atividades em geral.
8) Critério funcional- doutrina majoritária o adotada. O Direito Administrativo é o ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina normativa da função administrativa, esteja ela sendo exercida pelo Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou, até mesmo, por particulares mediante delegação estatal.
	Assim para o Professor Hely Lopes Meirelles o Direito Administrativo consiste no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
	“Conjunto harmônico de princípios”-princípios norteadores da matéria formam o Regime Jurídico Administrativo.
	“Reger os órgãos, os agentes e as atividades públicas”-trata-se da função ad administrativa ainda que seja exercida pelo Poder Legislativo ou pelo Poder Judiciário de forma atípica.
	“Tendente a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”- a função administrativa é imediatamente a intenção de diferenciar da função social da Administração Pública, por ser função imediata do Poder Público. O Direito Administrativo deve buscar concretizar os fins desejados pelo Estado, sendo que compete ao Direito Constitucional definis quais são esses fins.
	Direito Administrativo e a Ciência da Administração- A Ciência da Administração é o estudo de técnicas e estratégias para melhor planejar, executar e organizar a gestão governamental, definindo técnicas de gestão.O direito Administrativo, por sua vez, é o ramo jurídico, e como tal, se dedica aos estudos de regras e normas, sendo caracterizado como ciência normativa, impositiva que se define dentro dos quais a gestão pública.
	O Direito Administrativo, ramo que se desenvolveu a partir do século XX, carece de codificação. Não está unificado em um código mais disciplinado em leis esparsas.
5) Codificação e Fontes do Direito Administrativo 
	As normas administrativas encontram-se espalhadas, na CF, leis ordinárias e completares, decretos-leis, medidas provisórias, regulamentos e decretos do Poder Executivo.
	A doutrina aponta a existência de 6 fontes principais:
1) Lei- interpretada amplamente, todas as espécies normativas. Somente a lei amplamente considerada, pode criar originariamente normas jurídicas,sendo por isso, para parte da doutrina, a única fonte direta do Direito Administrativo.
2) Jurisprudência- EC 45/04 passou a considerar a edição das súmulas vinculantes( STF) como força para terminar a atuação da Administração Pública. A aprovação da súmula segue o disposto no art. 103 A da CF/88( A Corte Suprema pode de ofício ou por provocação, por meio de decisão proferida por 2/3 dos membros, ou seja 8 ministros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional aprovar súmula). O Direito moderno admite o chamado Direito de Precedentes, no qual o STF profere decisões de repercussão geral, de caráter vinculante e orientador da atuação jurisdicional.
3)Doutrina- É uma fonte secundária. Trata-se da lição de mestres e estudiosos da matéria, ensejando a formação de arcabouço teórico que justifique as atuações da Administração Pública e influenciando não só na elaboração de novas regras, bem como no julgamento de lides de cunho administrativo.
4)Costumes-somente serão consideradas fontes, quando de alguma forma, influenciar na produção legislativa ou na jurisprudência. Trata-se de uma fonte indireta. Admiti-se seu uso nos casos em que haja a lacuna da lei, gerindo os direitos para os administrados, em razão dos Princípios da Lealdade, Boa-Fé, Moralidade Administrativa.
5)Princípios Gerais do Direito- normas não escritas que servem de base para ordenamento Estatal.
	Tratados internacionais- são fontes do direito administrativo , após a incorporação ao ordenamento jurídico, independentemente do rito de tramitação. Após a EC 45/04, os tratados internacionais que versam sobre direitos humanos passaram a ser submetidos a um rito diferente para inclusão no ordenamento jurídico. Essa regra, contudo não se aplica aos tratados sobre Direito Administrativo.
5.1)Competência para legislar.
	A competência pra criar leis sobre Direito Administrativo, em princípio, é concorrente entre a União, Estados e DF.
	Os municípios, por seu turno, podem expedir leis acerca de matéria de Direito Administrativo desde que embasado na necessidade de atender ao interesse local.
	Em algumas matérias de Direito Administrativo são exceções a regra, como caso da desapropriação sendo competência privativa da União. O artigo 22 da CF, traz o rol de matérias de competência privativa da União.
	Interpretação do Direito Administrativo
	Interpretar é entender e atingir o sentido das normas.
	A Hermenêutica Jurídica é um ramo de atividade voltada a analisar as formas mais adequadas de interpretação em cada situação.
	Segundo Helly Lopes Meirelles há 3 pressupostos que devem ser observados na interpretação das normas , atos e contratos de Direito Administrativo:
1) Desigualdade jurídica entre a Administração e os Administrados- supremacia do interesse público sobre o interesse privado,devendo prevalecer o interesse da coletividade.
2) A presunção de legitimidade dos 
 dos atos da administração – processos administrativos legais a que se submete a expedição dos atos administrativos.
3) Necessidade de poderes discricionários para a Administração Pública atender ao interesse público- o administrador público não é mero interpretador da lei, mas para definir sua melhor atuação, dentro dos limites impostos pelo ordenamento jurídico, a fim de que alcance o interesse da coletividade, em cada situação vivenciada pela Administração Pública.
	A interpretação da norma de Direito Administrativo, observados os pressupostos é regida pelos princípios hermenêuticos da Filosofia do Direito,e subsidiariamente, do Direito Privado,sendo aplicáveis, com as devidas ressalvas, os métodos interpretativos positivados na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
7)Evolução Histórica do Direito Administrativo
	 1748- Charles de Monstequieu- na obra “ O Espírito das Leis”- definiu a Teoria da Tripartição de Poderes. Sendo decisiva para o nascimento da ideia desse ramo do Direito. Tornava-se necessária a criação de um sistema de controle do poder pelo poder.
	Aristóteles(“ A Política”- séc IV A.C.) e John Locke (“Tratado sobre Governos Civis- 1689)-anteriormente, também trouxeram a ideia da tripartição de poderes.
	Durante muito vigeu no Direito Internacional a regra do Estado Absoluto, e nesse contexto não havia sentido em se falar em Direito Administrativo. O rei era considerado a encarnação da divindade.
	Após a Revolução Francesa - 1789- com o fortalecimento dos Parlamentos, começaram a ser definidas regras limitadoras da atuação da Administração Pública, inclusive sedimentadascom a criação dos tribunais administrativos.
	No Brasil, a cadeira de Direito Administrativo foi criada, por meio do Decreto nº 608/51 e a primeira obra doutrinária foi publicada em 1857, em Recife, “ Elementos de Direito Administrativo Brasileiro”, do autor Vicente Pereira do Rego.
	Com o advento da República,o Direito Administrativo passou a evoluir com a publicação de várias obras tratando da disciplina.
8) Sistemas de Controle da Atuação Administrativa
	Existem 2 sistemas:
1) Sistema Francês ou sistema do contencioso administrativo/sistema da dualidade da jurisdição- proíbe o conhecimento do Poder Judiciário, de atos ilícitos praticados pela Administração Pública, ficando esses atos sujeitos à chamada jurisdição especial do contencioso administrativo,formada por tribunais de natureza administrativa. Nesse sistema há portanto uma dualidade de jurisdição, desse modo estão presentes: a) jurisdição administrativa-formada pelos tribunais de natureza administrativa, com plena jurisdição em matéria administrativa, que na França é representada pelo Conselho de Estado( responsável por proferir as decisões acerca da atuação pública, com caráter de definitividade,ou seja, mediante a formação da chamada coisa julgada material,sendo impossível a revisão pelo Poder Judiciário das decisões proferidas por este órgão). Esse sistema é criticado pela falta de imparcialidade das decisões, visto que o órgão administrativo atua como julgador e julgado no mesmo processo.
2) Sistema inglês ou sistema de jurisdição única/unicidade da jurisdição-todos os litígios sejam eles administrativos ou privados podem ser levados à Justiça Comum. Somente ao Poder Judiciário é atribuída Jurisdição.
Importante destacar, que a adoção a esse sistema não implica na vedação à existência de solução de litígios na esfera administrativa. A decisão administrativa não impede que a matéria seja discutida no Poder Judiciário. A coisa julgada administrativa nada mais é do que a impossibilidade de discussão de determinada matéria no âmbito dos pro cessos administrativos.
	O Brasil adotou o sistema de jurisdição única- Art. 5 inciso XXXV – Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou Unicidade da Jurisdição- Cláusula Pétrea- “ A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão”.
	O Poder Judiciário depende de provocação. Sua atuação pode se dá de forma independente da análise administrativa acerca do mesmo fato.
	O controle judicial dos atos administrativos se dá através do Sistema de Freios e Contrapesos- Art. 2 º CF “ são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
	O particular pode optar por resolver seus conflitos administrativos na esfera administrativa ou na esfera judiciária,sem precisar esgotara via administrativa.
	Excepcionalmente, a regra temos o art. 217 §1º CF “ O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”.
9)Relações com outros ramos do Direito
	Direito Constitucional- na análise e estudo do Estado. No Direito Administrativo há a preocupação com a organização interna do Estado, bem como sua atuação nas relações jurídicas para satisfazer suas finalidades essenciais. Enquanto em Direito Constitucional se dedica à análise das estruturas do Estado, estabelecendo os fins aos quais o ente público se dedica, bem como definindo as garantias dos particulares.
	Direito Tributário- se preocupa com a aquisição de disponibilidade de receita pelo Poder Público, o que vai proporcionar toda a atuação administrativa na busca do interesse de toda a coletividade.
	Direito Financeiro- voltado para o estudo da disponibilização orçamentária, instrumentalizando o Poder Público para a realização das despesas, atividade inerente ao Direito Administrativo.
	Direito Processual-O Direito Administrativo segue algumas normas e princípios do Processo Civil e do Processo Penal.
	Direito do Trabalho-pontos de interseção, por exemplo na contratação de empregados públicos regidos pela CLT e modernamente, possibilidade da responsabilização subsidiária, quando um ente público contrata empresas privadas que não respeitam os direitos de seus trabalhadores. Trata-se de terceirizações em que o Estado atua como tomador do serviço.
	Direito Penal- os crimes contra à e Administração Pública são regulamentados pelo Código Penal, ainda que praticados por particulares e não servidores.
	Direito Civil- A teoria da regra geral dos contratos e regras referentes à função social da propriedade são preponderantes para análise dos contratos administrativos e nas restrições à propriedade privada.
	Direito Empresarial- regras a serem aplicadas pelas empresas estatais,sejam elas públicas, de economia mista.
	Direito Eleitoral-o Direito Administrativo é competente para organizar a estruturação da Justiça Eleitoral, bem como definir as regras de votação e apuração dos pleitos e funcionamento dos partidos políticos.
	Ciência Sociais (Sociologia, Economia, Ciência das Finanças) atuam na busca do interesse coletivo, analisando as atividades entre o Estado e os particulares.
10)Regime Jurídico administrativo
	Um conjunto sistematizado de princípios, de direito público aplicável aos órgãos e entidades que compõem à Administração Pública e à atuação dos agentes públicos em geral, com o intuito de analisar o Direito Administrativo como matéria.
	O regime jurídico administrativo se baseia nos Princípios da Supremacia do Interesse Público e da Indisponibilidade do Interesse Público, que definem prerrogativas a serem estipuladas ao Estado e de limitações impostas ao ente estatal, sempre com a intenção de se perseguir e alcançar o interesse da coletividade.
11)Constitucionalização do Direito Administrativo.
	Com a Evolução do Estado de Direito, a atuação administrativa passa a respeitar o princípio da Legalidade sob dois aspectos:
1) Sentido restrito- Princípio da Reserva Legal.
2) Sentido amplo- a escolha do gestor deve se pautar não só o que a lei formalmente considera mas deve-se observar os Princípios da Razoabilidade, Proporcionalidade e Eficiência.
	Em síntese, a Constitucionalização do Direito Administrativo, enseja em uma ampliação do controle judicial sobre os atos administrativos ,principalmente, no que diz respeito à atuação voltada para políticas públicas, permitindo que essa análise judicial adentre aspectos de mérito, em atenção aos princípios e valores constitucionais e ás diretrizes de condutas impostas por eles.

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