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AULA 7 1. Conjuntos Numéricos A noção de conjunto numérico é fundamental na Matemática e, a partir dos conceitos sobre conjuntos, podemos expressar todos os conceitos matemáticos. Um conjunto nada mais é do que uma coleção qualquer de objetos, como já vimos na aula anterior. No caso dos conjuntos numéricos, seus elementos são obviamente números. 1. Conjuntos Numéricos A ideia dos conjuntos numéricos segue uma ordem, de acordo com a história da Matemática. Ou seja, à medida que a matemática avançou, foi necessária a criação de novos conceitos e, com isso, foram surgindo vários conjuntos de números. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais, Reais e Complexos. Nesta aula vamos abordar os Naturais, os Inteiros e os Racionais. 1. Números Naturais Estes números foram criados pela necessidade prática de contar as coisas da natureza, por isso são chamados de números naturais. Este universo é abordado de duas formas distintas: abordagem ordinal, em que os números indicam posições, e a abordagem cardinal, em que os números designam quantidades. 2. Números Naturais A formalização mais bem sucedida para o conjunto dos números naturais foi proposta pelo matemático Guiusepe Peano, no século XIX. Ele relacionou os conceitos ordinais e cardinais estabelecendo o conjunto N, cuja representação matemática é: N = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...} • Zero não é sucessor de nenhum número natural. • Todo número natural possui um único sucessor. 2. Números Naturais A adição é a primeira operação aritmética que devemos compreender neste universo. Ela se aplica a dois ou mais números naturais (parcelas) e produz um único resultado, o qual chamamos de soma ou total. • O zero é elemento neutro da adição. • São válidas as propriedades: Comutativas da adição: A + B = B + A Associativas da adição: (A + B) + C = A + (B + C) . 2. Números Naturais A multiplicação é a próxima operação aritmética que devemos compreender no universo natural. Ela se aplica a dois ou mais números naturais, agora chamados fatores, e também produz um único resultado, o qual chamamos de produto. • O produto do número zero com qualquer outro número natural é igual ao número zero. • O número um (1) é elemento neutro da multiplicação. 2. Números Naturais Aplica-se ainda a lei da multiplicação distributiva. À direita: (m + n) . p = mp + np À esquerda: p . (m + n) = pm + pn 2. Números Naturais São válidas as propriedades: Comutativas da multiplicação: A . B = B . A Associativas da multiplicação: (A . B) . C = A . (B . C) No universo dos naturais, a potenciação pode ser definida por sucessivas multiplicações de fatores iguais e se aplica a dois números apenas: a base, que indica o valor destes fatores, e o expoente, que indica a quantidade de vezes que devemos multiplicar o número da base. 2. Números Naturais A potenciação não possui propriedade comutativa nem associativa. As potências de expoentes dois e três costumam s e r c h a m a d a s d e q u a d r a d o e c u b o , respectivamente, por estarem presentes nas expressões que calculam área e volume de figuras geométricas. 2. Números Naturais A divisão no universo natural é uma operação aplicada apenas a dois números (dividendo e divisor) e produz dois resultados chamados de quociente e resto. Sendo N e d dois números naturais, tais que N dividido por d produz um quociente q e um resto r, obedece às seguintes condições: N = q.d + r e 0 ≤ r < d 2. Números Naturais *Fica comprovado aqui que não existe divisão em que o divisor é zero, pois, sendo d = 0, não existe número r que satisfaça a desigualdade 0 ≤ r < d. Então, dados os números N e d ≠ 0, o quociente da divisão de N por d será o maior número natural q, tal que o produto q.d não ultrapasse o valor de N, e o resto dessa divisão é igual à diferença entre o dividendo N e o produto q.d. Por exemplo: 17: 5 = 3. 5 + 2 Note que 3.5 < 17 e o resto é 2 = 17 – 3.5 = 17 - 15 2. Números Naturais *Numa expressão aritmética, as operações devem ser efetuadas necessariamente na seguinte ordem: 1) Potenciações; 2) Multiplicações e divisões; 3) Adições e subtrações. 3. Números Inteiros A subtração, ou a operação inversa da adição, é a primeira operação aritmética que devemos compreender neste universo e se aplica a dois ou mais números naturais produzindo um único resultado, que chamamos de diferença ou total. 3. Números Inteiros O cálculo 3 – 4, no conjunto dos números naturais, era impossível (4 é chamado o subtraendo e 3 o minuendo), pois neste conjunto numérico, para que a subtração tenha sentido, é necessário que o minuendo seja maior que o subtraendo. A idéia do número negativo veio da necessidade de expandir o universo dos naturais e aparece na Índia, associada a problemas comerciais que envolviam dívidas. Neste sentido, surge o conjunto dos números inteiros. 3. Números Inteiros A abordagem cardinal e ordinal dos números naturais ganha orientação e o número zero se torna origem para contagem de posições feita no sentido definido arbitrariamente como positivo (+) e negativo (-). A representação matemática deste conjunto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} 3. Números Inteiros São válidas as seguintes propriedades: A – B = – B + A (a ordem das parcelas não altera o resultado) A – B – C = A – (B + C) A – (B – C) = A – B + C 3. Números Inteiros A multiplicação no universo dos inteiros deve obedecer à seguinte regra de sinais: o produto entre dois números inteiros de mesmo sinal é positivo e o produto entre dois números inteiros de sinais opostos é negativo. ( + ) . ( + ) = ( + ) ( + ) . ( – ) = ( – ) ( – ) . ( + ) = ( – ) ( – ) . ( – ) = ( + ) 3. Números Inteiros O produto sucessivo de fatores negativos iguais ou a potenciação de um número negativo (cuja base representa um número menor que zero), apresenta a seguinte propriedade: • Base < 0 e expoente par, resulta em um número (+) • Base < 0 e expoente ímpar, resulta em um número (-) 3. Números Inteiros O resto da divisão no universo inteiro não pode ser negativo e o sinal do quociente obedece à mesma regra de sinais da multiplicação. Como o divisor d não pode ser negativo: N = q.d + r e 0 ≤ r < ǀ d ǀ Em que ǀ d ǀ indica o valor absoluto do divisor, ou seja, o número d sem seu sinal ou a distância do mesmo até a origem. Obs.: ǀ d ǀ, lê-se “módulo de d”. 3. Números Inteiros Por exemplo: Dividindo-se (+17) por (-5) obtemos quociente (-3) e resto (+2), pois 17 = (-3).(-5) + 2 e 0 ≤ 2 < ǀ -5 ǀ. Dividindo-se (-17) por (+5) obtemos quociente (-4) e resto (+3), pois (-17) = (-4).(+5) + 3 e 0 ≤ 3 < 5. Dividindo-se (-17) por (-5) obtemos quociente (+4) e resto (+3), pois (-17) = (+4).(-5) + 3 e 0 ≤ 3 < ǀ -5 ǀ. 3. Números Inteiros Se na divisão de um número inteiro N por um número inteiro d o resto obtido for igual a zero, então dizemos que o número N é divisível pelo número d ou que N é múltiplo de d, e tmabém que o número d é divisor do número N. 3. Números Inteiros Há duas operações básicas no universo dos números inteiros que não são indicadas por operadores simbólicos como ( + ), ( - ), ( . ) ou ( : ), mas sim por siglas que designam seu significado. Essas operações são chamadas mínimo múltiplo comum (mmc) e máximo divisor comum (mdc). Podem ser aplicadas a dois ou mais inteiros e têm propriedade associativa e multiplicativa. 3. Números Inteiros O máximo divisor comum de dois ou mais números inteiros positivos é o maior número inteiro que divide todos esses números. Uma maneira prática de se determinar o mdc é dividindo sucessivamente e simultaneamente os números por números primos até que não seja mais possível a divisão simultânea. Dessa forma, o mdc é dado pelo produto dessesnúmeros primos. O mdc de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos fatores comuns a eles, cada um elevado ao menor expoente. 3. Números Inteiros O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros positivos é o menor número inteiro positivo que é divisível por todos esses números. Assim como o mdc, é possível calcular o mmc fazendo divisões sucessivas por números primos e depois multiplicando-se tais números primos. A diferença é que as divisões não param quando não existe mais um divisor primo que seja comum a todos. Observação: Dados dois números primos entre si, o mmc deles é o produto desses números. 3. Números Inteiros Sendo n um número inteiro, considere os conjuntos M(n) e D(n) dos múltiplos e dos divisores positivos do número n, respectivamente. Assim, temos por exemplo: M(6) = {6, 12, 18, 24, 30, ...} M(8) = {8, 16, 24, 32, 40, ...} D(6) = {1, 2, 3, 6} D(8) = {1, 2, 4, 8} mmc(6, 8) = 24 mdc(6, 8) = 2 3. Números Inteiros Exemplo: Sejam os números 24 e 36. D(24)={1; 2; 3; 4; 6; 8; 12; 24} D(36)={1; 2; 3; 4; 6; 9; 12; 18; 36} O máximo divisor comum ou mdc entre 24 e 36 é 12. mdc(24, 36)=12 3. Números Inteiros Exemplo M(24) = {24; 48; 72; 96; 120; 144; 160; 192; 216; ...} M(36) = {36; 72; 108; 144; 180; 216; ...} Os múltiplos positivos comuns de 24 e 36 são: {72; 144; 216;...} O mínimo múltiplo comum ou mmc entre 24 e 36 é o 72. mmc(24, 36)=72 3. Números Inteiros Fatorando: 24 = 2³ . 3 mdc(24, 36) = 12 = 3.2² 36 = 2² . 3² mmc(24, 36) = 72 = 3².2³ mdc: Separadamente, note que o máximo divisor comum (mdc) é o produto de todas as bases comuns a ambas as decomposições, com menor expoente. mmc: Separadamente, note que o mínimo múltiplo comum (mmc) é o produto de todas os fatores de ambas decomposições (uma de vez cada), e, quando há repetição, usa-se o de maior expoente. 3. Números Inteiros Relação entre máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum: mdc(a, b) . mmc(a, b) = a . b 3. Números Inteiros Assim, definimos o mínimo múltiplo comum entre dois números inteiros a e b, diferentes de zero, como sendo o menor elemento da interseção dos conjuntos M(a) e M(b), e o máximo divisor comum desses números como sendo o maior elemento da interseção dos conjuntos D(a) e D(b). A única exceção a essa regra é para mmc entre zero e um número qualquer, isto é, mmc (0, n) = 0. 4. Números Racionais Há muito tempo transmitimos a ideia de quantidades concretas através de palavras como “metade”, “percentual”, “centavos” ou “dízimo”. É inegável que R$ 100,00 ou ¼ ou 30% são legítimas representações de quantidade, embora não comparti lhem do mesmo sistema de representação. Frases como: “um terço da população”, “quatro de cada dez pessoas”, “um em um milhão” e outras se fazem constantes em nosso cotidiano. 4. Números Racionais Entretanto... com o tempo surgiram outras questões que no conjunto dos números inteiros não tinham sentido. “Como dividir 3 terrenos para 2 herdeiros?” Para resolver problemas desse tipo, foram criados os números fracionários e decimais. Estes números, juntamente com os números inteiros, formam o conjunto dos números racionais. A representação matemática deste conjunto é: Q = Z ∪ {números fracionários e decimais} 4. Números Racionais Número Racional é todo o número que pode ser representado por uma razão (ou fração) entre dois números inteiros (com denominador diferente de zero), podendo apresentar ainda a forma decimal (casos em que não há resto). 1/4 = 0,25 4. Números Racionais Noções intuitivas de fração: Quando o numerador é menor que o denominador, a fração representa um número menor que 1, isto é, uma fração própria. Caso contrário, ela é dita imprópria, e se o numerador é igual ao denominador, essa fração representa o número 1.
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