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Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre ANATOMIA E FIS IOLOGIA DA PELE A pele é composta por 2 camadas: Epiderme e derme + o tecido celular subcutâneo (hipoderme). Um dano nessas camadas pode desorganizar a conformação dessas camadas, em especial a derme, desencadeando uma série de acontecimentos que visam a reparação dessa estrutura com a formação de tecido cicatricial – a cicatriz representa o ponto final do processe de recuperação tecidual. Para o paciente a cicatriz traduz marcas emotivas e pessoais. A cicatrização nunca é ou volta a ser como o tecido era antes da lesão (ou seja, integro), pois o tecido da cicatriz é de reparo. EPIDERME Camada externa da pele, estratificada, queratinizada e avascular, que tem função na proteção imunológica natural, na termorregulação, no metabolismo e na relação com o meio ambiente. Estrato Córneo (regiã0 mais espessa): Células mortas, anucleadas e achatadas, com citoplasma rico em queratina, que dão resistência ao atrito; Estrato Lúcido: Camada fina (as vezes ausente, como na pálpebra) formada por células achatadas, anucleadas e translúcidas; Estrato granuloso: Presença de granulócitos de queratina, conferindo impermeabilidade de água e moléculas na pele; Estrato espinhoso: Células com alto poder de coesão e resistência ao atrito; Estrato basal: Camada responsável da cicatrização, por ter células vivas que geram os queratinócitos e possuem alta atividade mitótica. DERME Derme papilar: Camada fina e superficial de tecidos vascularizados frouxos: o Característica por reentrâncias (papilas), que abriga, por exemplo, folículos pilosos; o Os vasos partem do subcutâneo e entram na derme para formar os plexos subdérmicos e subepidérmicos; Derme reticular: Camada mais profunda de tecidos mais densos e menos vascularizados, tendo também anexos cutâneos. VASCULARIZAÇÃO: Os angiossomos são a unidade funcional, que auxilia a vascularização da pele, recebendo os vasos profundos para irrigar determinados tecidos, possibilitando que um vaso de 1 a 3mm irrigue um trecho de 20 a 40cm. 1. Os vasos mais profundos originam os vasos perfurantes, que chegam nos músculos, rompendo-o ou atravessando suas fáscias, até chegar no angiossomo da pele; 2. Ao atravessar a camada muscular e o tecido celular subcutâneo, o plexo subdérmico é formado e ele segue perfurando a pele até atingir a camada basal, onde forma o plexo subepidérmico (os outros extratos são vascularizados por difusão). Colágeno: Constituinte importante para a cicatrização, incluindo as cicatrizes maduras e imaturas: Tipo I: Presente em tecidos normais (ex.: pele e tendão) e na cicatriz madura: o Caracterizada pela diminuição do colágeno tipo III e aumento do tipo I. Tipo II: Presente nas cartilagens; Tipo III: Presente em vasos sanguíneos e na cicatriz imatura, tendo um padrão mais desorganizado; Tipo IV: Constitui a membrana basal. CINÉTICA DO TRAUMA O motivo da lesão permite saber o tipo de ferimento causado (inclusive o agente causador), mensurar a exposição e pensar no fechamento e riscos da lesão. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre FER IMENTOS FECHADOS A pele não é lesada, mantendo a barreira fechada (sem risco de infecção), mas, mesmo assim, pode acometer o tecido subcutâneo, músculo, tendão e ligamentos, ex.: contusões, distensões e fraturas e luxações fechadas. FERIMENTOS ABERTOS Lesão abrasiva: Superfície desepidermizada, que não ultrapassa a derme papilar (ex.: raladuras); Lesão cortocondusa (ex.: uso de machado); Puntiformes: Instrumentos pontiagudos que fazem o mesmo trajeto de ida e volta (ex.: agulha); Lesão perfurante/penetrante (ex.: arma de fogo); Lesão incisivas: Instrumentos cortantes (ex.: bisturi e faca); Avulsão: “Arrancamento” de tecido (ex. escalpelamento); Esmagamento: Lesão tecidual irreversível; Laceração: Lesões irregulares, incontroláveis e desprogramadas (ex.: mordeduras): o Mordedura animal: Faz-se a contagem de bactérias (que é geralmente alta), além de avaliar o fechamento, levando em conta o tempo, a localização e o grau de infecção. Dependendo da lesão, é preciso desbridar, reaproximar as bordas e acompanhar se necessário tratamento: Cães e gatos: Atenção para Pasteurella multocida, que se trata com amoxilina-clavulanato e anti- rábica; Humanos: Atenção à Eikenella corrodens, tratando com amoxilina-clavulanato e se considera a profilaxia viral. Profilaxia anti-tetânica: Avaliar primariamente se a exposição (área afetada, profundidade, infecção) foi de baixo ou alto risco. No Brasil, a profilaxia usada é: Se a pessoa não for vacinada ou é desconhecida: Baixo risco faz 3 doses e alto risco faz 3 doses e imunoglobulina (SAT/IGHAT); Vacinado a mais de 10 anos: Baixo risco faz reforço e alto risco faz 1 dose e imunoglobulina (SAT/IGHAT); Vacinado entre 5 e 10 anos: Baixo risco não é necessário vacinação e alto risco faz avaliação se necessário reforço e imunoglobulina (SAT/IGHAT); Menos de cinco: Tratamento conservador, ou seja, não necessário a profilaxia anti-tetânica. CLASSIF ICAÇÃO DAS FER IDAS CIRÚRGICAS Limpas: Não-traumáticas e assépticas, sem passagem por trato intestinal, gênito-urinário ou respiratório (Risco de 1- 5%), ex.: mamoplastia de aumento; Limpas contaminadas: Pequenas violações da técnica asséptica ou passagem pelos tratos (Risco de 8-11%); Contaminadas: Ferida traumática ou com extravasamento profuso do conteúdo (Risco de 15-16%); Sujas: Evidência de infecção instalada, como drenagem de abcesso e desbragamentos de tecido infectado (Risco de 24- 40%). CICATRIZACÃO NORMAL O processo de cicatrização apresenta uma cascata de eventos divididos, didaticamente, em três fases. Importante ressaltar que a cicatrização, na prática, é um processo contínuo, sendo que uma mesma ferida pode apresentar simultaneamente as três fases, visto que elas se sobrepõem e se completam. FASES FASE INFLAMATÓRIA Inicia-se no momento da lesão cutânea e estende-se até 2-3 dias dependendo da profundidade da lesão. 1. O primeiro evento que ocorre é a hemostasia, com a vasoconstricção e a formação do tampão plaquetário (cascata de coagulação - rede de fibrina -), que tem função de barreira contra a perda sanguínea, além de liberar mediadores inflamatórios (ex.: PDGF – fator de crescimento derivado de plaquetas e TGFβ – fator de crescimento transformador beta) que são pró-inflamatórios; 2. Em seguida, por ação de diversas prostaglandinas, ocorrem vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo e permeabilidade capilar, o que causa extravasamento de líquidos (edema) e facilita o afluxo de células da linhagem branca para o local da •Hemostasia • Inflamação Fase inflamatória •Fibroplastia •(Neo)Angiogênese •Reepitelização Fase proliferativa •Contratura •Remodelação da cicatriz Fase de maturação Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre lesão – ex.: os neutrófilos (pico com 24h) são responsáveis pela fagocitose, liberação de substâncias bactericidas e pelo desbridamento (remoção de células e tecidos desvitalizados), retardam a cicatrização por atuarem como substrato para desenvolvimento bacteriano e uma barreira física para o tecido de granulação e epitelização. 3. Os macrófagos liberam mediadores inflamatórios (ex.: citocinas) para atração de fibroblastos (sintetiza fibras) e células endoteliais auxiliando na ativação dos elementos celulares das etapas seguintes. FASE PROLIFERATIVA Inicia-se por volta de 3 dias após a lesão e estende-se por 3 semanas. Os eventos dessas fases são desencadeados e estimulados por mediadores celulares originários das plaquetas, neutrófilos e macrófagos. 1. Na fibroplastia, há migração de fibroblastos (pico em 7 dias) e é marcada pelasíntese de colágeno tipo III que fornece força e tênsil à cicatriz (produção e deposito de colágeno, elastina, fibronectina, glicosaminoglicanos, ácido hialurônico e etc. para formação da cicatriz imatura); 2. Na neoangiogênese consiste na formação de novos capilares pela proliferação de brotos endoteliais. A união do colágeno e dos outros componentes com os capilares forma o tecido de granulação; 3. A epitelização é o crescimento do novo epitélio para cobrir a ferida, pela multiplicação de queratinócitos e dos anexos dérmicos. FASE DE MATURAÇÃO OU REMODELAÇÃO Inicia-se em torno de 21 dias após a lesão e estende-se até meses ou anos. 1. Nessa fase, ocorre a substituição do colágeno III para o colágeno tipo I (mais resistente), até que chegue à proporção de 4:1. Isso leva ao aumento da resistência tênsil da cicatriz conforme ocorrem a reorganização do colágeno e ao aumento de suas ligações cruzadas (tornando a cicatriz imatura em madura); 2. Além disso, a partir da aproximação de queratinócitos na epiderme, ocorre a contração da ferida pela ação dos fibroblastos e miofibroblastos que reduzem o tamanho da ferida e aproximam as bordas, remodelando a cicatriz. PARTICULARIDADES DE D IFERENTES TECIDOS OSSOS Na fase inflamatória ocorre dois fenômenos: A osteoindução (transformação de células precursoras do endósteo, periósteo e de tecidos circundantes em osteoblastos), seguida pela osteocondução (entrada osteoblastos no local da fratura); 1. O primeiro resultado é a formação do calo ósseo, que é composto por fibroblastos e osteoblastos – mais frágil que o osso normal; 2. Logo após é remodelado em osso lamelar, que é semelhante à estrutura óssea do osso sem cicatriz, mas menos resistente. NERVO Figura 2: Lesão no nervo. Axônio distal; Axônio proximal; Neuroma. Cicatrização do axônio distal: Degeneração walleriana por fagocitose de células de Schwann, destruindo a bainha de mielina; Cicatrização do axônio proximal: O nervo continua crescendo, produzindo uma ou mais fibras regenerativas mielinizadas, que formam um “bolo de nervo” = neuroma: o O órgão perde a função sensitiva ou motora depois da lesão. É possível o tratamento: Coaptação nervosa: Reparo da lesão nervosa para não causar atrofia local, por microcirurgia ou lupa de aumento, visto que o nervo cresce 1mm/dia; Caso a lesão seja grande, durante o tratamento, é realizada a fisioterapia passiva ou ativa. FÍGADO Único órgão do corpo humano que é capaz de se regenerar, sem formação de cicatrizes ou fibrose; no entanto, dependendo do tamanho da lesão pode evoluir com cirrose. FETO Até o segundo trimestre tem-se regeneração tecidual e isso significa que, por exemplo, numa biópsia de pleura em busca de possíveis complicações (a agulha passa pela pele da mãe, pele do bebê, pleura e é coletado um pedaço do pulmão) o bebê nasce sem cicatriz. Não se sabe ao certo por que isso acontece: Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre Hipótese: O líquido amniótico é muito estéril e tem muitos fatores de crescimentos. RESISTÊNCIA DA CICATRIZAÇÃO DE PELE Fase inflamatória e fase proliferativa (2 a 3 semanas): Pouca resistente; Fase de remodelamento: Ganho de resistência: o 6 semanas: 50% de resistência final; o 6 a 12 semanas: Aumento contínuo e lento; o 12 meses: 75% do tecido normal. A cicatrização dura 1 ano-1 ano e meio, e não ultrapassa 80-85% da forca tênsil que a pele tinha antes. Como evitar cicatrizes indesejáveis: Conhecimento de áreas de alternância de luz e sombra – colocar a cicatriz em regiões de sombra; Alterações de pigmentação da pele (ex.: mamilo); Conhecimento de áreas de camuflagem (ex.: dobras normais da pele e de roupas); Linhas de força/Langer são linhas de colágeno perpendiculares às musculares: o Se ocorrer lesão na pele e for necessário fazer um corte, o correto é no sentido horizontal para seguir o sentido das linhas de Langer e não o sentido das linhas musculares, pois essas podem alargar e alterar a função da musculatura. Figura 3: Linhas de Langer – lado esquerdo. CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÀO Idade: Idosos têm cicatrização mais lenta, devido a menor quantidade de macrófagos (retardo da fase inflamatória); Infecção: Extensão da fase inflamatória que interfere na epitelização, contração e deposição de colágeno: o As Endotoxinas presente realizam fagocitose e liberam colagenases (degrada tecido lesado e saudável). Hipóxia: O oxigênio participa da síntese de colágeno e da divisão celular e na sua falta, leva ao retardo da migração celular: o Menor chegada de fibroblastos e menor resistência das fibras de colágeno; Insuficiência venosa: Alta pressão venosa leva ao extravasamento e acúmulo de proteínas (edema) e diminui a difusão de oxigênio; Insuficiência arterial: Inibe produção de colágeno e predispõe a infecções; Em pacientes com essas comorbidades é preciso tratar primeiro a doença de base e posteriormente a lesão. Fator pressão: o Úlcera por pressão (proeminências ósseas) geram lesões por isquemia; Figura 4: Regiões de incidência das ulceras por pressão. Irradiação: Destrói o processo de angiogênese (isquemia, fibrose vascular e lesão de fibroblasto) e impede a vascularização do epitélio; Feridas crônicas: Deficiência de fatores de crescimento (TNF- α, IL-aumentados) reduz adesão celular e eleva colagenase; Outras causas sistêmicas: Doenças metabólicas e genéticas; Diabetes (A glicose causa alterações nas paredes dos vasos sanguíneos que ficam rígidas e diminuem a capacidade de migração das células inflamatórias e fibroblastos, resultando na diminuiçã0 de colágeno); Desnutrição (baixa de albumina e catabolismo proteico); Tabagismo (nicotina interfere, causando vasoconstricção e hipoperfusão); Imunossupressão (doenças ou medicamentos); Deficiência de vitamina; Uso de corticoide (ação anti-inflamatória que inibe a migração celular de fibroblastos e outras células inflamatórias) e estimula colagenases): o Vitamina A atua como antagonista de glicocorticoides já que age nos eventos deletérios, preservando a epitelização. Utilizado em pacientes em pré-operatório que faz uso de crônico de glicocorticoide. Vitaminas que auxiliam no processo de cicatrização: Vitamina A: Altera adesão celular e deposição de fibronectina e estabiliza membrana do lisossomo; Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre Vitamina C: Destrói bactérias e aumenta a concentração de fibras colágenas; Vitamina B: Eleva fibroblastos na cicatriz; Vitamina E: Melhora resistência e destrói radicais livres; Vitamina K: Sintetiza protrombina e fatores II, VII, IX e X; Zinco: Cofator de metaloenzimas para síntese proteica e crescimento celular; Ferro: Cofator na conversão hidroxiprolina-prolina (utilizado na síntese de colágeno). CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA HIPERTRÓFICAS E QUELOIDES Representam um crescimento exagerado de tecido fibroso que surge com uma resposta a uma lesão cutânea. Acontece a deposição excessiva de colágeno X degradação de colágeno. Figura 5: Respectivamente, cicatriz hipertrófica e queloide. As hipertróficas mantem-se dentro dos limites da cicatriz inicial, crescem no início formando cordões endurecidos, elevados e avermelhados, mas geralmente, regressam com o decorrer dos meses ou anos: o Excesso de colágeno III em paralelo com miofibroblastos abundantes e colágeno extracelular, corresponde de 5- 15% das cicatrizes. Os queloides têm crescimento mais exacerbado que ultrapassam os limites iniciais da cicatriz, além de não regredirem espontaneamente com o decorrer do tempo: o Única dos seres humanos; o A cicatriz espessa a pele (princ. estrato córneo) devido ao desequilíbrio caracterizadopelo o aumento da síntese de colágeno em relação a degradação do mesmo; o Predisposição: Cicatrizes de alta tensão (quanto mais fibroblastos, mais síntese de colágeno); cicatrizes que estão orientadas em direção da tensão ou contra linha de força/Langer e quando a lesão é extensa ou por segunda intenção. o Epidemiologia: Maior prevalência em jovens, negros e asiáticos; Há predisposição genética; Não existe diferença da predisposição entre homens e mulheres. !!!Obs.: Histologia: A cicatriz hipertrófica e queloide mostram abundância de colágeno tipo III na derme. O tecido de queloide é predominantemente composto por colágeno tipo I e III alinhados no mesmo plano da epiderme, em oposição ao tecido cicatricial normal, contendo colágeno hipocelular pouco corado, sem nódulos e sem excesso de miofibroblastos. Ambos possuem uma produção aumentada de proteínas derivadas de fibroblastos como a fibronectina, sugerindo persistência patológica dos sinais inflamatórios na ferida em cicatrização ou a falha do down regulation das células da ferida. Diferenças clínicas Hipertróficas Queloide Características Rósea, “dura” e limitada Violácea e ilimitada Prurido e dor Eventual Prurido, dor e ardor Desenvolvimento Para de crescer ou regride Não regride e cresce Incidência Mais comum Menos comum Associação anatômica Não Orelha, ombro e pré-esternal Sempre precedida por lesão Sim Não Recorrência após cirurgia Raro Maioria Resolução espontânea Sim Não Compressão Efetiva Não cessa TRATAMENDO MALHAS COMPRESSIVAS (Prevenção de cicatriz hipertrófica) Faz isquemia (reduz coesão e atividade de fibroblastos), inibe ação da colagenase e estabiliza mastócitos. Não funciona para queloide. PLACAS DE SILICONE (+ para cicatriz hipertrófica) Oclui e esquenta área, que reduz TGF-β, hidrata queratinócitos e ativa colagenase. CORTICOSTEROIDE Reduz síntese de colágeno e mediadores inflamatórios (não funciona sempre - 9- 50%). INTERFERON Reduz produção de fibroblastos. 5-FLUROURACIL Antimetabólico que inibe a proliferação de fibroblastos. CRIOTERAPIA Lesiona microvasculatura para modifica a síntese de colágeno e diferenciação de fibroblastos. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre EXCISÃO Remoção do tecido anormal. RADIAÇÃO (BETA-TERAPIA) Inibe angiogênese e fibroblastos. O tratamento de queloides sempre tem risco de recidivas e, com a falhas de alguns, aposta-se na excisão seguida por beta-terapia (e mesmo assim, há riscos de recidiva). CONTRAÇÃO CICATRICAL X CONTRATURA TECIDUAL A contração cicatricial é um processo fisiológico e benéfico de união entre fibroblastos e miofibroblastos para fechamento da ferida, mas difere da contratura tecidual, que é uma aderência, patológica, deformante causada pela retração exagerada do tecido cicatricial (necessário fazer cirurgia). Tratamento não cirúrgico (dilatações, massagens, fisioterapia) e cirúrgicos (retirada do tecido e correção com retalhos, enxertos e etc.). Figura 6: Contração tecidual. Referências: 1. Transcrição aula Dr. Victor Felzemburgh; 2. Campos, Humberto. Cirurgia Plástica para estudantes de medicina. 1ª ed. Salvador BA: Editora Sanar, 2020. Levando para a prática: 1. Sobre a cicatrização de feridas e as fases do processo de cicatrização, assinale a correta: a) É dividida em 04 fases: inflamatória, proliferativa, migratória e contrátil. b) Na fase de remodelação, existe um aumento da força tênsil da cicatriz decorrente da reorganização das fibras de colágeno. c) As fases da cicatrização são bem determinadas e individualizadas. d) O resultado da cicatrização não depende de fatores como: localização anatômica, tipo da pele, raça e técnica cirúrgica utilizada. 2. (AMRIGS 2014) Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando as fases de cicatrização com os fenômenos que as envolvem. Coluna 1: 1. Maturação. 2. Retração. 3. Fibroplasia. 4. Inflamatória. 5. Aguda. Coluna 2: ( ) Há vasodilatação e redução do fluxo sanguíneo e, no local da ferida, há tumor, turgor, rubor e dor. ( ) Intensa proliferação endotelial, com afluxo de fibroblastos que se depositam na zona de reparação, formando um tecido de granulação. ( ) Caracteriza-se por uma contração da cicatriz e pela epitelização. O tecido de granulação contrai-se, e as feridas abertas reduzem a sua área com superfície cruenta, facilitando a cobertura por epitelização. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 4 – 4 – 3. b) 5 – 3 – 1. c) 4 – 3 – 1. d) 5 – 2 – 4. e) 1 – 5 – 2. 3. As células mais importantes na fase proliferativa da cicatrização são: a) Macrófagos. b) Neurófilos. c) Basófilos. d) Fibroblastos. 4. Sobre o processo de cicatrização patológica, marque a incorreta: a) A cicatrização anormal é gerada pela produção excessiva de colágeno e o prejuízo na sua degradação. b) A cicatriz hipertrófica pode regredir espontaneamente. c) O queloide não pode aumentar de tamanho e cede a compressão. d) O queloide é mais comum em pessoas negras e asiáticos e acomete homens e mulheres em igual proporção.
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