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Farmacologia dos Anti-Hipertensivos Pressão arterial: Pressão existente dentro das grandes artérias. Pressão arterial média: débito cardíaco vezes a resistência periférica total. Pam e BC são variáveis inversamente proporcionais, assim como Pam e RPT Mecanismos de Controle Pressórico Rápidos: ● Segundos-minutos após alteração da PA ● Tendência à adaptação ● Não devolução ao normal. ● Ex: nervosos (barorreceptores, quimiorreceptores) humorais (SNAS, ADH, Endotelina, Histamina, S-HT) Mecanismos que se alteram logo que detectam um aumento ou uma redução de pressão. Vão ao longo do tempo se adaptando às novas condições (ex: hipertensão). Histamina - antagonista fisiológico da adrenalina. (receptores diferentes) SNAS, ADH e Endotelina - aumentam a PA Histamina e S-HT - diminuem a PA S-TH tem efeito duplo, depende do tipo de receptor e da quantidade. Lentos: ● Início demorado ● Maior eficácia com o passar do tempo ● Devolução ao valor normal ● Ex: sistema renal, SRAA, ANP Quando a PA diminui: - Atividade simpática aumenta → ativa receptores B1 do coração para aumentar o débito cardíaco e ALFA1 no musculo liso vascular, vai agir aumentando a resistência vascular periférica → aumento da PA - Diminuição do fluxo sanguíneo renal → reduz a velocidade de filtração glomerular e aumenta a secreção de renina, angiotensina-II, aldosterona, além de maior reabsorção de sódio e água → aumento do volume sanguíneo. Quando a PA aumenta: - Acontece o contrário. Reduz atividade simpática e aumenta o fluxo sanguíneo renal. Hipertensão arterial (HAS): Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos > 140 e/ou 90 mmHg, a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco. Tipos de HAS Hipertensão primária - “Essencial” - Hipertensão por si só; cunho genético Hipertensão secundária - Causada por outra doença - consequência de outra. Ex: diabetes; miocardite que progrediu para uma cardiopatia, entre outros. Fármacos Anti-hipertensivos - Diuréticos (DIUs) - Agentes Simpatolíticos (alfa2 agonistas; alfa bloqueadores; beta bloqueadores) - Bloqueadores de Canais para Cálcio (BCCs) - Inibidores da ECA (IECAs) - Antagonistas de Receptores de Angiotensina (BRAs) - Inibidores diretos de Renina - Inibidores da Endotelina - Vasodilatadores Diretos Bloqueadores Ganglionares - Suxametônio (succinilcolina) e Trimetafana Grandes efeitos deletérios. Agentes Simpatolíticos ● Agentes de Ação Central: - Metildopa, Clonidina, Guanabenzo - Monoxidina e Rilmenidina - receptores na região medular Clonidina - ação central que diminui a atividade simpática → leva a menor ativação de receptores beta1 no coração diminui o débito cardíaco e menor ativação de receptores alfa1 no músculo liso vascular, diminuindo a resistência vascular periférica. Mesmo que se tente aumentar o débito cardíaco, a resistência vascular periférica não deixa que a PA aumente. Usado em situações não muito sérias de hipertensão. ● Alfa Bloqueadores: - Doxasozina, Prazosina e Terazosina Bloqueio diretamente no vaso, diminui a resistência vascular periférica São utilizados em terapias combinadas, junto com outros fármacos. ● Beta Bloqueadores: - Atenolol - Propranolol - Carvedilol e Nebivolol Bloqueia beta1 e causa queda do débito cardíaco. Propranolol também atua na célula justaglomerular e reduz a produção de renina → causa queda da angiotensina-I e II → queda da resistência vascular periférica. Causam efeito muito severo de queda pressórica. Antiarrítmicos de classe II - pode causar bradicardia e parada cardíaca. Bloqueadores de Canais de Cálcio (BCCs) Classes: - Difenilalquilaminas: Verapamil - Benzotiazepinas: Dilitiazem - Di-hidropiridinas: Nifedipino, Anlodipino, Felodipino Bloqueio de canais de cálcio → diminui a contração → gera vasodilatação. Para canais voltagem-dependentes → outros mecanismos, como mecanismos físicos. Di-ipropiridínicos - nifedipino - causam ligação maior nos canais tipo L voltagem-dependentes presentes nos vasos → leva a um efeito anti-hipertensivo clássico, causando queda da resistência vascular periférica e consequentemente queda da pressão arterial. Não di-idropiridínicos - verapamil e dilitiazem Dilitiazem - se liga a canais no coração e nos vasos Verapamil - se liga em maior parte a canais no coração Diminuem a frequência cardíaca e o débito cardíaco, a velocidade do marcapasso cai. Portanto, também é considerado um agente antiarrítmico, efeito contra taquicardia. Dilitiazem - antiangina. Verapamil - antiarrítimico de classe IV Nifedipino - anti-hipertensivo -----> específico para arteríolas Di-idropiridinicos: anti-hipertensivos Nifedipino seletivo para arteríolas Não di-idropiridínicos: bradicardizantes e antiarrítmicos Verapamil → anatagonismo simpático e efeito anestésico local Efeitos adversos: - Edema maleolar - Tontura e cefaléia latejante - Hipotensão - Bloqueio A-V e parada cardíaca - ICC - Insuficiência cardíaca congestiva Se usar esse fármaco por muito tempo. Coração se remodela. Nitratos e Derivados Fornecimento direto de NO Fármacos: - Nitroglicerina - Nitroprussiato Sódico - Dinitrato de Isossorbida - muito usado depois de infartos - Minoxidil (abre canais para K+) - causa crescimento de pelos Efeitos Adversos: - Espasmos musculares - Hipotensão - Desorientação e Psicose obs: disfunçao endotelial - nas regiões de placa de ateroma, não se tem mais endotélio e fica apenas músculo liso. O NO é produzido pelo endotélio, portanto para esses pacientes entregamos o NO já pronto. Mecanismo de ação: Guanilato ciclase - GTP - GMP cíclico - PKG - relaxamento vascular. Nitruprussiato é extremamente tóxico, além do efeito de hipotensão severa, ele leva a tolerância. Além disso, tem cianeto na composição. Precisa de doses cada vez maiores para promover vasodilatação. Sildenafil → viagra. Usado inicialmente para tratar hipertensão pulmonar. Diuréticos Basicamente o objetivo é diminuir a quantidade de fluido presente. A. Ação direta sobre as células dos néfrons Modifica a capacidade das células dos néfrons tratarem aquele fluido Reabsorver menos e secretar mais Maior eliminação de sódio e água B. Modificações do conteúdo do filtrado Filtrado mais carregado, mais cheio de partículas eletrolíticas que vão drenar água, vão puxar a água e deixar mais fluido. Menor reabsorção de cálcio e cloreto Classes: - Inibidores da Anidrase Carbônica - Osmóticos --> manitol - de Alça - Tiazídicos - Poupadores de Potássio Diurético de Alça - Age geralmente na porção ascendente da alça (parte mais grossinha) - Redução na entrada de sódio, potássio e 2 cloreto. - Bloqueio do transportador de sódio, potássio e 2 cloreto. - Antiporte Dessa forma, se tem mais sódio, potássio e cloreto no ultrafiltrado, tem-se mais água junto também. Muita diurese - diurese torrencial - Inibidor fraco da anidrase carbônica - Potência farmacológica elevada Causa maior hipertonicidade do interstício medular; aumento do fluxo sanguíneo renal e aumento da excreção de ácido úrico. Fármacos dessa classe: Furosemida; Bumetanida, Torasemida; Piretanida. Diuréticos Tiazídicos - Agem em ponto de reabsorção de sódio e cloreto no túbulo distal. Se a absorção for bloqueada (não entra mais sódio e cloreto), essas substâncias ficam fora, drenando mais água para fora. - Inibição do transportador de NaCl, inibindo a reabsorção de NaCl - Aumenta o fluxo sanguíneo renal - Aumenta a síntese de prostaglandinas → vasodilatação - Mais utilizados para controle hipertensivo - Potência farmacológica moderada Fármacos: clorotiazida; hidroclorotiazida; clortalidona; indapamida Antagonistade Aldosterona - Diuréticos Poupadores de K+ - Diurético mais fraco - diurese fraca - No final do túbulo distal e início do túbulo coletor - Bloqueio direto da aldosterona - Aldosterona: aumenta a reabsorção de sódio e consequentemente de água. Se há um bloqueio da aldosterona, há menos água no túbulo. - É um antagonista competitivo da aldosterona - Baixa potência farmacológica Dificilmente utilizados de forma isolada, geralmente são associados a outros Fármacos: Amilorida; Espironolactona; triantereno Efeitos Adversos dos Diuréticos: - Desequilíbrio hidroeletrolítico (hipocalemia, hipercalcemia, hipofosfatemia) - Hiperglicemia - Hiperuricemia - Granulocitopenia - Trambocitose - Ototoxicidade - Agravamento de Insuficiência Renal e Hepática - Astenia - Tontura e Vertigens Faltam ainda os principais e mais prescritos fármacos anti-hipertensivos: os IECAs e os agentes bloqueadores de receptores de angiotensina. 3 pontos de controle do sistema renina angiotensina aldosterona: 2 enzimas e 1 receptor. Primeiro alvo: enzima: RENINA A renina é produzida em situações de aumento pressórico. Essa renina converte angiotensinogênio em Angiotensina I. A angiotensina I precisa da enzima cininase II (ou ECA) para ser convertida em Angiotensina II. ECA → enzima conversora de angiotensina Angiotensina II → Mediador final agindo diretamente nos receptores para angiotensina (AT1 e AT2) Agindo nesses receptores: - Vasoconstrição - Aumento da resistência vascular periférica - Aumento da pressão arterial Quando essa angiotensina age na aldosterona, estimulando a adrenal a secretar mais aldosterona, essa aldosterona faz um aumento da retenção de sódio e água. Fármacos vão agir: bloqueando renina, bloqueando ECA ou bloqueando os receptores para angiotensina II. Existe o outro lado da via, com a bradicinina, que gera vasodilatação. Ter mais bradicinina → mais vasodilatação. Como fazer isso? Quebrar menos bradicinina. Como quebrar menos bradicinina → utilizando algo que inibe a metabolização dela. Peptídeo Potenciador de Bradicinina (BPP) → precursor dos IECAs, inibidor da enzima conversora da angiotensina. A ECA age na degradação da bradicinina. Se tem muita bradicinina → reduz a vasoconstrição e aumenta vasodilatação. Bradicinina aumentada também causa tosse. Inibindo ECA → mais bradicinina e menos Angiotensina II IECAs e BRAs Inibidores de Renina Alisquireno e Enalquireno - Efeito anti-hipertensivo semelhante a outros AHI em monoterapia - Sem evidências de benefícios - não é muito utilizado. Efeitos Adversos: - Rash cutâneo - Diarreia - Tosse - Uso contraindicado em gestantes. IECAs - Inibidores da ECA - Fármacos: - Captopril - Enalapril (pró-fármaco) Forma ativa: enaprilato - Benazepril (pró-fármaco) - Lisinopril; fosinopril; moexipril; perindopril; quinapril; ramipril; trandolapril BRAs - Bloqueio dos receptores de Angiotensina II - Fármacos: - Losartana - Candesartana - Irbesartana - Olmesartana - Telisartana - Valsartana IECAs e BRAs - Não se deve associar os dois - supressão muito severa do eixo renina-angiotensina-aldosterona, o organismo não consegue retornar sozinho. - Preservação renal - IECAs previnem remodelamento cardíaco e vascular Efeitos Adversos dos IECAs: - Broncoespasmo e tosse - Hipotensão - Cefaleia - Uso contraindicado em gestantes - Menor Ritmo de Filtração Glomerular e Hipercalemia Efeitos Adversos dos BRAs: - Incomuns - Tosse seca - Uso contraindicado em gestantes Combinação dupla: IECA ou BRA + BCC ou DIU Combinação tripla: IECA ou BRA + BCC + DIU
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