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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA XXXX DE JUSTIÇA DA COMARCA DE XXXXX -RJ LEILA DE CAVALCANTI AZEREDO , brasileira, xxxx, xxxx, inscrito no CPF sob nº XXXXXXX e portadora da Cédula de Identidade XXXXXXX ,residente e domiciliada à Rua XXXXXX, por intermédio de seu advogado, com procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa e Excelência, propor AÇÃO DE USUCAPIÃO ORDINÁRIA com fulcro no art. 1.242 do CC, em face de WANDA DE CAVALCANTI AZEREDO, (nacionalidade), casada, (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliada na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I - DOS FATOS A autora relata que o imovel foi adquirido no ano de 1982 ( mil novecentos e oitenta e dois) por registro particular,ou seja, justo título, devidamente no nome das autora e da irmã, ora ré, WANDA DE CAVALCANTI AZEREDO totalizando assim mais de 10 (dez) anos que obteve a posse da propriedade, no imovel em questão residiam a autora, a irmã, a mãe das mesmas e a avó. Porém, a ré se casou no ano seguinte à aquisição do imovél e logo veio a se mudar, nunca mais retornando ao imovel, bem como nunca se opôs à posse da irmã, que reside no imovél até os dias de hoje. Cabe ainda ressaltar, que a autora realizou diversas melhorias nos imóveis de caráter urgência para o mesmo, com seus próprios recursos, bem como ingressou com pedido de pré executividade a fim da prescrição dos IPTUS referentes a 1999 (mil novecentos e noventa e nove) a 2008 ( dois mil e oito), e desde então tem arcado com todas as taxas oriundas ao imovel na sua integralidade, sem qualquer interesse no imóvel por parte de sua irmã ora ré . A autora nunca sofreu qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, legítima, mansa, pacífica, e ininterrupta durante todo esse tempo. II - DO DIREITO A ação tem como natureza a declaração de direito estabelecida pelo magistrado, que requer, nesse momento, a declaração de direito de posse integral e propriedade à autora. Cabe ressaltar que a autora possui um justo título, tem a seu favor a presunção de que é possuidora de boa-fé, conforme determina o art. 1.201, parágrafo único, do CC. Resta claro que a ré nunca demonstrou animus domini, ou seja, nunca teve a intenção de obter o domínio do imóvel, como prevê o art. 1.238, do CC: “Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.” Ainda no que tange a conceituação desse instituto jurídico, "Animus domini", na lição de De Plácido e Silva, "é a consciência do senhor da coisa de que esta lhe pertence de pleno direito, e, por isso, juridicamente, a poder deter em sua posse. E a posse que resulta daí é a do próprio direito, porque indica a posse do domínio. O animus domini é elemento substancial do direito de posse, e a indica como uma posse perfeita, visto que ela se comporta sobre uma coisa que se possui como sendo de propriedade própria" ("Vocabulário Jurídico", vol. I). Ora, a autora sempre prezou pela função social da propriedade, respeitando o direito da coletividade de ter o mesmo direito de usar, gozar e dispor da propriedade, prezando sempre pelo bem estar integral do imóvel, visto que a ré não deu a necessária utilidade ao bem. A autora sempre se preocupou para que fosse atingida a função social da propriedade, observando a produtividade, o respeito ambiental e o cumprimento da legislação social, está elencada como princípio constitucional fundamental artigo 5º, inciso XXIII, CRFB/88: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:[…] XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;” Importante mencionar que houve abandono do imovél por parte da ré, por isso, a conduta da mesma caracteriza-se, no abandono, pela intenção de não mais ter a coisa para si, como prevê o art. 1275, III, CC: “Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: III - por abandono;” Assim, abandonado o imóvel por parte da ré, a autora sempre preservou o mesmo com animus domini, atendendo sempre a função social da propriedade, e bem como sempre arcou com todos os encargos de manutenção do mesmo, caracterizando assim sua vontade de ser proprietária integral do imovel em questão. III - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer que a ação seja julgada PROCEDENTE, concedendo à Requerente o domínio útil e integral do imóvel em questão, declarando por sentença a posse e o domínio do imóvel, bem como: 1. Que seja citada a qualquer momento a ré do imóvel a ser usucapido a fim de responder a presente ação; 2. Que seja declarado o abandono do imovel por parte da ré nos termos do art. 1275, III, CC; 3. Que, nos termos do artigo 246 II do CPC, sejam citados todos os confrontantes, por oficial de justiça, nos termos do artigo 246 § 3º do CPC, para querendo, contestem a presente ação, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal a ser fixado pelo juízo, sob pena de não o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial, conforme estabelece o artigo 218 § 1º do CPC; 4. Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa. 5. A citação dos réus certos e incertos e terceiros interessados, por Edital (art. 221, III CPC), para querendo, contestarem a presente ação, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal de 15 dias, sob pena de não o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial. 6. A intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito, conforme manda o artigo 178 inciso I do CPC. 7. Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis, de acordo com o art. 945 do CPC c/c com art. 1.241, parágrafo único do Código Civil. IV. DAS PROVAS Pretendem os Requerentes provarem suas argumentações fáticas, por toda e qualquer forma de prova permitida legalmente, dando ênfase à forma documental, apresentando, desde já, os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. Atribui-se à causa o valor de R$ XXXXX. Nestes termos, Requer deferimento. XXXX-XX, XX de XXXX de XXXX ADVOGADA OAB XXXX
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