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Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A Transcrição da aula 8 + complemento Margarida Eletrofisiologia cardíaca Imersas na massa muscular contrátil do coração, existem estruturas constituídas por tecido muscular modificado especializadas na gênese e condução da atividade elétrica. O pulso elétrico responsável pela geração de um sistema de condução cardíaco, portanto, tem origem no próprio coração. Nodo sinoatrial (NSA)→ localizado no AD, nas proximidades da desembocadura da veia cava superior. Local de gênese espontânea da atividade elétrica. Marca- passo cardíaco. Feixes internodais Nodo atrioventricular (NAV)→ localizado no AD, na parte inferior septo interatrial. Importante para o retardo da condução do potencial de ação entre o miocárdio atrial e ventricular. Feixe de His→ parte do NAV e se estende, dentro do septo interventricular, em direção aos ventrículos para depois se dividir e formar uma rede de fibras de Purkinje. Ramos direito e esquerdo Fibras de Purkinje Resposta rápida: Feixe de His e fibras de Purkinje Miócitos contráteis atriais e ventriculares Fase 0: Canais rápidos de Na+ produzem despolarização. Fase 1: Repolarização inicial causada pela diminuição da condutância ao Na+ e aumento ao K+: corrente transiente de efluxo. Fase 2: Platô. Influxo de Ca2+ por canais de Ca2+ do tipo L compensa o efluxo de K+. Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A Transcrição da aula 8 + complemento Margarida Fase 3: Repolarização final, efluxo de K+ a partir da ativação de canais de K+ retificadores retardados (IKs e IKr). Fase 4: Restauração das concentrações iônicas e a membrana retoma ao período de repouso. Resposta lenta: Nodo sinoatrial Nodo atrioventricular Fase 0: influxo de Ca2+ pelos canais para Ca2+ dependentes de voltagem do tipo L, que leva a despolarização. Não apresenta platô marcante. Fase 3: Repolarização lenta pelo efluxo de K+ através dos canais de K+ retificadores retardados e hiperpolarização. Fase 4: despolarização lenta com a queda da condutância ao K+ e entrada lenta de Na+. Uma vez estimulado um potencial de ação rápido no miocárdio, por maior que seja a intensidade do estímulo, um segundo potencial de ação só poderá ser disparado depois que tenham ocorrido ao menos 50% de repolarização. Este período é denominado de período refratário absoluto (PRA). A partir daí, inicia-se o período refratário relativo (PRR), no qual um estímulo com intensidade supra limiar é capaz de disparar um segundo potencial de ação, o qual apresentará menor taxa de despolarização da fase 0 e menor velocidade de propagação quando comparado ao potencial de ação fisiológico. O intervalo de tempo mínimo necessário para que dois potenciais de ação propagados, sucessivos, possam ser estimulados com estímulo de intensidade limiar é chamado de período refratário efetivo (PRE). Segurança elétrica Impede batimentos ectópicos e previne tetania. Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A Transcrição da aula 8 + complemento Margarida Nodo sinoatrial (NSA) é o marca-passo fisiológico. Automatismo: capacidade de gerar autonomamente o sinal elétrico. Está relacionado com a fase de despolarização diastólica lenta (fase 4 do potencial de ação lento). Canais para cátion (canais HCN) ativados por hiperpolarização no final da fase 3. Corrente marca- passo (If) Ritmicidade: capacidade de gerar um ritmo intrínseco. Despolarização espontânea com uma Ritmicidade intrínseca. Regiões: NSA, NAV, fibras de Purkinje. OBS: o NAV e as fibras de Purkinje podem servir como marca-passo quando o NSA falha. Frequência intrínseca da região marca- passo: Ritmo sinusal: 70 batimentos/min. Ritmo nodal NAV): 50 batimentos/min. Fibras de Purkinje: 15-30 batimentos/min. CONDUÇÃO DO SINAL ELÉTRICO NO ÁTRIOS: O potencial de ação deflagrado no NSA é propagado pelos dois átrios, pois as células musculares cardíacas estão eletricamente acopladas a partir de junções comunicantes. A despolarização dos átrios produz a sístole atrial. Ao mesmo tempo, o potencial de ação se propaga para o NAV. Ele lentifica a passagem do impulso cardíaco para os ventrículos. O NAV é a única via de passagem do estímulo elétrico dos átrios para os ventrículos, devido à presença do esqueleto cardíaco de tecido conjuntivo denso, o qual age como isolante elétrico. Dessa forma, enquanto os átrios sofrem despolarização e ocorrem as suas sístoles, os ventrículos estão imóveis. CONDUÇÃO DO SINAL ELÉTRICO NOS VENTRÍCULOS: A partir do NAV, o estímulo percorre o feixe de His e seus ramos direito e esquerdo para se propagar pelas fibras de Purkinje. O septo interventricular é a primeira porção dos ventrículos a despolarizar. Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A Transcrição da aula 8 + complemento Margarida na imagem acima, conseguimos identificar a sequência de propagação do estímulo nervoso, bem como o tipo de potencial de ação (NSA e NAV lentos; resto rápido). Simpático - norepinefrina Receptor β-adrenérgico: aumenta a força de contração (inotropismo+); aumenta a frequência cardíaca (cronotropismo+) e aumenta a velocidade de condução (dromotropismo+). Os principais efeitos da ativação simpática no coração são: taquicardia, facilitação da condução atrioventricular, aumento na força de contração atrial e ventricular, além de aceleração do relaxamento ventricular. A interação das catecolaminas, principalmente com o receptor β1 leva à estimulação da adenilatociclase e, consequentemente, ao aumento das concentrações de cAMP no citoplasma, por meio da ativação de uma proteína Gs. Como consequência, ativa-se a PKA, aumentando, assim, a probabilidade de fosforilação de inúmeras proteínas. São efeitos da ativação β-adrenérgica no coração a fosforilação de canais para Ca2+ dependentes de voltagem do tipo L e a de canais para K+ dependentes de voltagem retificador retardado (IKs), o que provoca um aumento na densidade de corrente por esses canais, bem como a ligação do cAMP ao canal HCN (If), deslocando a sua curva de dependência de voltagem para valores mais positivos. Outros efeitos importantes, via PKA, incluem aumento da sensibilidade da maquinaria contrátil, possivelmente pela fosforilação de troponina I, e a estimulação da liberação e recaptação de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático. Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A Transcrição da aula 8 + complemento Margarida Parassimpático – acetilcolina Receptores muscarínicos do tipo M2: diminuição do ritmo sinusal; lentificação da transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos. A liberação de acetilcolina é feita por estimulação vagal. O estímulo simpático torna o potencial de ação mais precoce, produzindo o aumento da FC. O estímulo parassimpático aumento o período de despolarização diastólica lenta, diminuindo a FC A harmonia no processo de geração e condução do estímulo elétrico do coração é essencial para os ciclos de contração e relaxamento do músculo cardíaco, o que permite uma eficiência da função da bomba cardíaca. O SNA é essencial para coordenar essa função com a demanda do organismo. A interação de acetilcolina com receptores M2 cardíacos promove basicamente três eventos: Abre, por um processo mediado por uma proteína Gi, o canal para K+ responsável pela corrente IKACh, descrito anteriormente. Pela ativação de uma proteína Gi, inibe a adenilatociclase, reduzindo as concentrações de cAMP no citoplasma, o que leva à diminuição da fosforilação de canais para Ca2+ tipo L e, consequentemente, da corrente de Ca2+ por esses canais. Ativa a guanilatociclase, elevando os níveis de cGMP no citoplasma, que pode inibir os canais de Ca2+ tipo L (via PKG – proteinoquinase dependentede cGMP) ou diminuir a concentração de cAMP (via estimulação de uma cAMPfosfodiesterase ativada por cGMP).
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