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Livro - Adoção do partido arquitetônico

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2011
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Sttdê;l!!'1 t;',; 2!.:.tti/1ll f if??'{.t':;;h!J
UNIVERSIDADEFEDERALDA BAHIA
REITORA
Dora LealRosa Laert Pedreira !')leves
VICE-REITOR
LulzRogério BastosLeal
t··t ,...":'.
IDUPIA
EDITORADAUNIVERSIDADEFEDERALDABAHIA
DIRETORA
FláviaGoullart Mota Garcla·Rosa·
ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
CONSELHOEDITORIAL
Titulares
Ângelo SzaniecklPerret Serpa
CaiubyAlvesdaCosta
Charbel NlIlo EI-Hani
Dante Eustachlo Lucchesl Ramacciotti
JoséTeixeiraCavalcanteFilho
Alberto Brum Novaes
3a edição
Suplente
EvellnadeCarvalhoSáHolsel
CleiseFurtado Mendes
MariaVldal de Negreiros Camargo
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JOlneÁqIIOl:@
litéf)3t[,jV~as,i()i'
futÍi.'ié ,""~f/di.MJIAt~
SEGUNDA ETAPA
.....: _~~~.~.~..~~..~~.~~~~.?ARQUITETONICO
IDEIAS BÁSI .._ - _ _--.._- _ _ .
CAS PARAA ADOÇÃO DO PARTIDO
Introdução
Decisões de projeto
Ideias dominantes
Ideias e planos
Linguagem do partido
IDEIAS NOS PLANOS HORIZONTAIS
Número de pavimentos
Disposição dos setores
Disposição e dimensões dos setares
Elementos de ligação
Disposição dos elementos do programa
Situação no terreno
Ideia de cobertura
Ideia do sistema estrutural
Ideia da forma
IDEIAS NOS PLANOS VERTICAIS
Disposições verticais do partido
Disposição vertical interna
Disposição vertical externa
AJUSTETRI-DIMENSIONAL DAS IDEIAS
Ajuste das ideais
Outros ajustes
REFER~NCIASBIBLIOGRÁFICAS
133
135
139
141
APRESENTAÇÃO
o partido, na Arquitetura, é compreendido como a jdeia preliminar
do edifrcio grojetado. Com base nessa compreensão, e visando suprlrã
carência bibliográfica sobre o assunto, foi elaborado este texto, um ma-
151 nual simples e prático, contendo os passos essenciais a serem dados pelo
156 p~ietista para a idealização do partido arquitetônico.Adoção do Partido
165 1 ' naArquitetura é o método de escolha dessa ideia preliminar .
. í N.~R~~~U S_ão.;:_::co::.:.n;c~e~bi~das~a:q~u~iê~lLJ~'as;::;e~fa~p=-as:;:p~a;ra~se~pr-:=o=-c~ed~e~ra adoção do par-171 . • r. '
176 G. ~C.~\ l. tido. Uma, o conjunto as ln orma ões indis e,nsáveisqUE;!o projetista
182 ~~R ~~ precisa saber para idealizar o partido e, a outra,JQos procedimentos n€_
(ces5qios ãadoçãoJ .
185 ~ Adoção dos Partido naArquitetura contém, na essência, as informa-
1-46
192
"8~~:::?'7
212
225
226
229
ções que ensinam o modo como percorrer o caminho que leva ao ato de
projetar. Com essa6tica, dá-se ênfase aqmetodo de projetãijporque acre-
ditamos ser mais importante, ao iniciante, aprender o modo como ideali-
zar o projeto, independente de qual seja o tipo de edifício aser projetado,
do que aprender, desde logo, a fazer tal ou qual tipo espedfico de projeto.
Entendemos que quem aprende o método de projetar saberá, com
certeza, conduzir-se com desenvoltura na elaboração de qualquer tipo
de projeto, por mais dlffcll ou complicado que ele seja.
Ressaltamos aqui outro aspecto da questão, que é ado significado do
método. É evidente que cada projetista experiente na prática de elaborar
projeto arquitetônico desenvolve um modo especial e pessoal de proje-
tar. Uma enquete entre eles revelaria, com certeza, uma variedade de mé- .
todos sendo praticada, inclusive, o sem-método. Na realidade não existe
método que seja melhor ou mais eficiente para idealização do partido.
Qualquer método que leve o projetista ao objetivo é útil e válido.
7
~~~~·~:,'~,:i;:!~e~::~
,
o método visa basicamente servir de referencial de análise e diretriz
de procedimento na ordem das ideias, na manipulação das variáveis do
projeto, para que o projetista possa utilizá-Ias simultaneamente na atitu-
de de síntese arquitetônica.
Para iniciante na prática de projetar, a quem o texto se destina, o mé-
todo é importante para auxiliá-lo a percorrer o caminho que o levé a ide-
alizar o partido arquitetônico, visto que ao neófito não é fácil racionar
com todas asvariáveis envolvidas simultaneamente. Adoção do Partido
na Arquitetura além de ser um método simples, é de fácil compreensão,
permite distinguir todos os passos a serem seguido, diminui as dificul-
dades iniciais de quem começa, estabelecendo uma sequência de atas
consequentes que vão do ponto inicial até o objetivo final. Com a prática
do método e o desenvolvimento da capacidade de adoção do partido, o
projetista deverá ir eliminando procedimentos e passos e manipulando
as inúmeras varáveis simultaneamente, sem embaraço e descobrindo
seu próprio método ..
Na essência, e acima de tudo, Adoção do Partido DaArquitetura visa.
propiciar um meio do ro'etista descobri desenvolver suas qualidades
Inatas e elaborador de projeto.
c ~
Adoção do PartidoDa Arquitetura destina-se ao iniciante na prática
de projetar e, de modo especial, ao treinamento do estudante dos níveis
iniciais - um, dois e três, do elenco das oito disciplinas de Planejamento
Arquitetônico do Currículo do Curso de Arquitetura da Universidade Fe-
derai da Bahia,onde o autor ensinava.
Cada passo dado no caminho da adoção do partido é acompanhado
de exemplos práticos e de exercfcíos úteis para esclarecer e melhorar a
compreensão do texto.
8 ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUI.TETURA
PLAN EJAMENTO ARQU ITETON Ice
r·.
Admitamos como verdadeiros dois conceitos importantes. O primei-
ro é o de que projetar seja o ato de idealizar algo a serfeito. Eo segundo é
o de que projeto seja o documento demonstrativo desse algo idealizado.
Agora, apliquemos esses conceitos à Arquitetura. Projetar, na ótica
arquitetônica, significa idealizar o edifício a ser construído. E projeto re-
presenta o documento explicativo do que deve ser o edifício projetado.
O projeto é, portanto, o produto do ato de projetar. Esse documento, o
projeto, compõe-se de um conjunto de plantas, contendo os desenhos
do edifício. O desenho é a linguagem própria para explicar o projeto ar-
quitetônico.
É importante ressaltar que projetar um edifício é, na essência, o ato de
criação que nasce na mente do projetista. É fruto da imaginação criadora,
da sensibilidade do autor, de sua percepção e intuição próprias. É resul-
tado do trabalho do pensamento. Sendo assim, constitui-se em algo de
difícil controle, interferência e ordenamento. Entretanto, projetar em ar-
quitetura é, sem dúvida, ato criativo de síntese, resultado do processo de
m;;;talização no qual se conjugam varáveis previamente estudadas para
àbter-se o resultado finai:o projeto.
- Partindo-se desse raciocínio, admite-se que é perfeitamente possível
estabelecer uma ordem de procedimentos capaz de alimentar a mente
do projetista de estímulos para a realização do trabalho criativo. Infere-
-se dessa premissa a questão seguinte: como é possível, então, ordenar
o pensamento do projetista para produzir o partido arquitetônico? Essa
é a questão básica tratada aqui. A resposta requer seguir o caminho dos
raciocínios da adoção do partido. Ele está inserido no processo de plane-
jamento arquitetônico que começa numa primeira etapa, a indutiva, a de
9
conduzir o pensamento desde o ponto inicial, o de querer elaborar o pro-
jeto, armazenando e analisando informações. Passando à segunda etapa,
a criativa, quando a mente desencadeia o processo de síntese, dando
como resposta a ideia da solução arquitetônica, ao desafio criado. E indo
à terceira etapa, a da evolução da ideia, que é ao mesmo tempo indutiva e
criativa, na qual a ideia arquitetônica esboçada na etapa anterior é aper-
feiçoada, nos diversos aspectos envolventes, até chegar ao ponto finai, à
da conclusão do projeto.
À primeira vista, o ato de projetar pode parecer uma tarefa dif(cil e
complicada, mas é possfvel alcançar-se essasíntese c~iativa aprendendo-
-se a percorrer o caminho, do começo ao fim, desde a coleta e análise
das informações até a fase criadora, quando as condições adequadas à
"explosão" da síntese criativa são criteriosamente criadas. O caminho a
percorrer é o meio por onde se estrutura o quadro referencial dos requi-
sitos indispensáveis à elaboração do partido, estabelecendo-se as regras,
os parâmetros, asvariáveis enfim, com as quais a mente criativa trabalha,
num campo de referências concretas, para alcançar o ato criador. Percor-
rendo este caminho, usando as referências, segundo um ordenamento
sequenciado e consequente, etapa por etapa, passo apasso, num proces-
so evolutivo do pensamento chega-se ao ato de criar o partido arquite-
tônico, obviamente. O mais que segue a esse ato é o aprimoramento da
ideia.
A ação de projetar é denominada planejamento arquitetônico e está
organizada nas seguintes etapas: a primeira, da coleta e da análise das in-
formações básicas, visa dotar o projetista dos dados te6ricos necessários
à adoção do partido. É a do estabelecimento das regras do jogo, do uso
dos parâmetros, da manipulação das variáveis. As informações dessa eta-
pa são, de uma parte, as de natureza conceituai, as referentes às variáveis
teóricas, de conceito. E de outra parte, as de natureza ffsico-amblental,
as referentes às variáveis do terreno a ser utilizado. Os dados dessa eta-
pa inicial obviamente podem ser obtidos de modos diversos. Por meio
da discussão com a clientela, por exemplo. Pela pesquisa de dados refe-
rentes ao assunto obtidos na bibliografia dispon(vel. Pela discussão com
10 ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
especialistas. Pela visita a organizações similares. Pelaanálise de projetos
de edlffcíos com finalidades idênticas ou similares. Até pela intuição do
projetista que interpreta a s~ciedade e propõe uma dada forma de orga-
nização da vida no espaço arquitetônico. Ou pela soma das informações
obtidas por todos esses modos. Essa etapa está explicada nos quatorze
prlrnelros passos do processo. A segunda etapa do planejamento, a do
ato criador, é a que enseja transpor para o papel, para as plantas, na lin-
guagem própria do desenho, a solução arquitetônica correspondente à
formulação conceituai do projeto. Esta é a denominada etapa do partido
arquitetônico, da sfntese criadora. Esta etapa está explicada como a for-
mulação da ideia básica, preliminar do edlffcto,
A terceira e última etapa do planejamento é a da solução finai, a do
projeto arquitetônico, a do.desenvolvimento da ideia expressa no parti-
do, produzindo o projeto executivo. Ela é também a etapa da consolida-
ção de diversas variáveis envolvidas no projeto executivo, desde as de
ordem funcional e dimensionais dos espaços até as de ordem, tecnoló-
gica, estética etc. que, no partido arquitetônico, estão apenas na forma
indicativa. Nesta etapa, devem ser definidas com precisão para atender
às exigências da execução da obra, todas as questões suscitadas pelas va-
riáveis envolvidas no partido.
Nesta Adoção do Partido Arquitetônico, trata-se exclusivamente das
duas primeiras etapas do planejamento arquitetônico, as da análise e co-
ieta das informações básicas e da adoção do partido
LAERTPEDREIRANEVES 11
, I
TEMA ARQUITETONICO
o tema arquitetânico é a ftnalldade especffica ou predominante que
serve de motivo para aelaboração do projeto do ediffcio.
O planejamento arquitetânico é desencadeado a partir do tema.
Quando o projeto é de uma escola, significa dizer que a finalidade especí-
fica do ediffclo é ade conter uma instituição educacional, uma escola. Es-
cola é o tema arquitetânico do projeto. Quando o projeto é de um hotel,
significa que afmalldade predominante é ahospedagem. Comumente, no
projeto de hotel, existem várias atividades de comércio e serviços além da
hospedagem. Hotel é, pois, o tema arquitetânico, predominante do pro-
jeto, o tema é no planejamento arqultetônico a essência do projeto. Todo
projeto aborda um tema. Ora se projeta um edif(cio para funcionar uma
escola; ora para um hospital; para uma residência; para alguma atividade
comercial; para recreação; para lazer; para circulação; para trabalho etc.
Cada uma dessas finalidades significa o tema arquitetânico de cada pro-
jeto. Projeto de escola, projeto de hospital, projeto de residência, projeto
de loja ou de centro comercial, projeto de quadra esportiva, projeto de
equipamentos para lazer etc.
A temática arquitetânica émuito variada. Eladeve sertão ampla quan-
to avariedade das atividades humanas na sociedade. Há desde o tema de
maternidade, o edif(cio destinado a abrigar os serviços que se realizam
por ocasião de nascimento de bebê, até o tema cemitério, o edif(cio desti-
nado aabrigar os serviços de guarda de mortos. E,entre esses temas com
finalidades dispares, encontra-se uma infinidade de outros temas.
O planejamento arquitetânico_tem in(cio, pois, com a deftnição do
tema, e o projetista dever saber claramente, de in(cio, a definlção preci-
sa do tema a abordar. Quanto mais clara estiver essadefinição, com mais
13
Ut<fi J'V /lá,CH}ífOi'
írdê:-ilfJ l~ 2p.di:l~&t 4/!.t.&tJJ
precisão se desenvolverá o trabalho de planejamento arquitetônico.
Quando falamos da temática habitacional, não especificamos o tema do
projeto, visto que o edifício para uso habitacional corresponde a diversos
modos de habitar. Desde a habitação uni-domiciliar, a casa que se desti-
na apenas a uma farnflia, como a habitação pluri-domiciliar,- o edlffcio de
apartamentos, que se destina à morada de várias famOiasno mesmo edi-
fício -, até à habitação coletiva do tipo hotel, pensão, pousada, motel, al-
bergue, asilo etc. Atemática de edíffclo destinado à atividade de trabalho,
tanto pode ser um ediffcio de lojas quanto de salas, de escritório, de ban-
co etc. Otema é a origem do projeto. Dotema derivam todos os passos da
elaboração do projeto.
A prática profissional do arquiteto mostra que o tema é a solicitação
inicial do cliente. Ao arquiteto projetista cabe dar solução arquitetônica .
ao tema. Signitica dizer interpretar o tema mi forma de edíffclo. É impor-
tante salientar aqui que o arquiteto não é obrigado a saber, de início, so-
bre o tema dado. Asua obrigação' profissional é saber dar forma arquite-
tônica ao tema. As informações sobre o tema ele obterá na primeira eta-
pa da adoção do partido arquitetônico, quando vai coletar e analisar as
informações básicas para a elaboração do projeto. Há arquitetos que, por
trabalharem frequentemente com determinados temas, especializam-se
mais neles, podendo dispor de informações que já tenham sido coletadas
em outras ocasiões, nestes casos, estes arquitetos podem simpliticar o
planejamento arquitetônico. Outra coisa importante para salientar aqui
é a de que a cada tema deve corresponder uma intinidadede interpreta-
ções arquitetônicas. Se for dado um tema, por exemplo, para "n" arquite-
tos fazer cada um, um projeto, é evidente que o resultado dará "n" solu-
ções arquitetônicas diferentes para o tema proposto.
Para facilitar a compreensão do texto, são escolhidos alguns temas
para exemplificar as lições.do processo de adoção do partido. Valesalien-
tar que o tema é apenas um meio utilizado para a elaboração do ractoct-
nio projetivo. Não importa qual seja o tema. Não pretendemos com isso,
nesta Adoção do Partido naArquitetura, especializar alguém em determi-
nado tema. O que pretendemos e o que acreditamos seja o mais impor-
14
AOOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
te é que o projetista aprenda como adotar o partido arquitetônlco.
~;ra isso, qualquer tema serve. O mais importante do aprendizado é, ao
ftnal,sabercomo usara método o qual poderá aplicar aqualquertema.
Exerc(cios úteis sobre o tema:
I. Listar os temas que conhecer.
II. Listar diversos temas com ralação a circulação, lazer,trabalho, comér-
cio, prestação de serviços e esporte.
III. Observar edlffcios, para ldentlficar o tema.
LAERT PEDREIRANEVES 15
, I
PARTIDO ARQUITETONICO
Compreenda o que é partido arquitetônico e o seu significado.
Denomina-se partido arquitetônico a ideia preliminar do edif(cio pro-
jetado.
Idealizar um projeto requer, pelo menos, dois procedimentos: um, em
que o projetista toma a resolução de escolha, dentre inúmeras alternati-
vas,de uma ideia que poderá servir de base ao projeto do ediffcio do tema
proposto; e outro em que a ideia escolhida é desenvolvida para resultar
no projeto. Édo primeiro procedimento, o da escolha da ideia, que resulta
o partido, aconcepção inicial do projeto do ediffcio, a feitura do seu esbo-
ço. Distinta, portanto, da ideia finai e conclusiva do projeto, que resulta do
segundo procedlrnento, do aprimoramento da ideia inicial.
A escolha dessa ideia preliminar do edlffclo, a opção por um partido, é
ato criativo de síntese, fruto da combinação de dois conjuntos de ideias.
Um, o desenvolvido em consequência das inúmeras informações básicas,
as quais são obtidas na primeira etapa do planejamento arquitetônico,
já explicadas anteriormente, e o outro, o das ideias desenvolvidas a par-
tir dar, acrescidas de decisões complementares tomadas sobre diversos
aspectos concernentes àedificação idealizada, denominadas de decisões
de projeto.
No sentido prático do planejamento arquitetônico, o partido se cons-
titui na representação gráfica dessa ideia preliminar do ediffcio, expressa
na linguagem própria, do desenho arquitetônico.
São vários os objetivos da elaboração do partido arquitetônico. O pri-
meiro deles, e o mais importante,é justamente o de ser o registro gráfico
da ideia preliminar do edif(cio. Além desse, porém, outros se identificam
como o de ser o instrumento indispensável para que o processo criativo
17
nfJpJ!{J /~'t~~ilN
&Ur(;ff,'.1 (;ll 21Jr.~iAr"k(,t1::.",,~;f,ct.!~
de s(ntese arquítetônlco possa efetivar-se numa expressão percept(vel.
Neste sentido, o ato de desenhar O partido não é somente um proce-
dimento mecânico, um serviço de desenho, mas um procedimento de
mentalização, um serviço de projetamento, no qual se fundem o ato de
desenhar com o ato de criar. Outro objetivo do partido é o de ser o instru-
mento arquitetôn ico util izado pelo projetista para dialogar com o cliente,
expressando a ideia do edif(cio que imaginou e ouvindo da clientela a sua
opinião sobre a ideia proposta, o atendimento da expectativa e da viabi-
lidade da solução. Ele é também o instrumento hábil para compatibilizar
a ideia do ediffclo, como interpretação arquitetônica, com as diversas
implicações de ordem tecnológica (estrutura, instalações, técnicas cons-
trutivas, materiais para a construção, problemas espaciais etc.), inerentes
à solução. A busca dessa compatibilização pode ensejar modificações na
ideia, inclusive alterações substanciais, quando se torna dif(cil conciliar os
diversos aspectos tecnológicos, e é no partido que os ajustes podem ser
melhor encaminhados.
Além desses objetivos citados, o partido arquitetônico pode consti-
tuir-se num produto acabado em si mesmo, que cumpre o seu papel de
expressão de ideias. Quando a finalidade da s(ntese arquitetônica é a es-
peculação sobre a busca de alternativas poss(veis e de variáveis conheci-
das, ele serve, neste caso, como um instrumento de consulta arquitetô-
nica, de especulação de possibilidades viáveis para a tomada de decisões
sobre um empreendimento arquitetônico a ser realizado.
18
ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
PRIMEIRA ETAPA
COLETA E ANÁLISE DAS
INFORMAÇÕES BÁSICAS
ri',C{5'f':r:,t:!i:,r-,1If}.{ar
&ué:;t~ (I'{ :~I(~'M~~e/L:;/?::ct.fJ·
ASPECTOS CONCEITUAIS DO TEMA
Introdução
As informações básicas conceituais são, de fato, o embasamento so-
bre o qual se assentam todas as ideias do partido arquitetônico. Elassão a
base teórica defmldora do projeto.
Formular conceitos e estabelecer parâmetros referenciais da teoria
sobre o tema pode ser, simplesmente, intuído pela mente do projetista
experiente, filosofando sobre a vida, a sociedade, as pessoas e suas ati-
vidades, numa atitude prospectiva. Certos projetes são feitos assim. Po-
dem ser fruto, também, de um trabalho exaustivo, complexo, sofisticado,
de duração prolongada com equipe numerosa, indo até.a elucidação de
todas as-dúvidas. Entre esses extremos, entretanto, há um sem-número
de diferentes modos de coletar e analisar dados sobre o tema que resul-
tam eficientes. Qualquerque sejaa maneira de obtenção das informações
:.,'_---"e:.'.'la~d~e~v~e~a~b~o~r~d~a:z.r,~e~m.::s~(~n~te=s~ei..,d~u-=:a::,s~o~r~d~e,-,-n~s~d~is~t:.'!in!.!t:.!:!a~s~d~e.lJin.lJf~o!l.r.L!.m.!lia~ç,.loõ~e.ol.sw.U.!Jm!.l.l.<'la,,___
.. referente a aspectos conceituais do tema e outra, referente a aspectosj f(sicos do terreno aser utilizado.
~., A maneira como se pode conseguir essas informações está explicitada
, a seguir, com os passos a serem dados nessa direção. Os cinco primeiros
(i~ são os que se referem às informações dos aspectos conceituais e os novei passos seguintes são os que abordam os aspectos f(sicos do terreno.I As informações básicas referentes aos aspectos conceituais podem
;~ __ s_e_r_s_in_te~t;:::iz::-a_d_a_s_n_o_s_c...;.il1_c_o_t_Ó..!.p_ic_o_s_s_e_;::g::_u_in_t_e_s_:-
.I.~
, ...
oconceito do tema;
Acaracterização da clientelae das funções;
Oprogramaarqultetônlco;
21
As relações do programa; .
O pré-dimensionamento do edif(cio.
Com as informações obtidas nesta etapa, consideradas nos cinco tó-
picos referidos antes, dos aspectos conceituais, o projetista deverá saber
sobre o seguinte: a finalidade do projeto, definida no conceito do tema;
o tipo de usuário envolvido nele e suas caracter(sticas, a denominada
clientela; as funções e as atividades aserem exercidas no edifício; e os cor-
~spondentes ~mbientes arquitetônico indispensáveis ao exerc(cio des-
sas fun~ões e atividades identificadas, todas elas expressas através dos
eie'iTiéntôs do pr~ arquitetônicos; as relações de maior ou _meno~--
proximidade ou afinidade existe~s e!:lE~as fu~ções e atividades que ~
clientela exercerá no edif(cio, querdizer,assuas inter-relações funcionais,
tudo isso trãduzidõ em forma ráfica, em diã rãm~s, es- ecialmente em
um denominado de funciono rama; e, finalmente, as dimensões re ue--- -~----
ridas pelos elementos do programa ar uitetônico, ara atender também
às referidas funções -; ~tivid;d'~, ~esultando num quadro' com as dimen-- -_ - -- --'---
sões, denominado de pré-dimensionamento do edif(cio, eXQressas em
-...,-... - -_--
metros quadrados de área. Esse quadro é a referência espacial das infoI-----
mações básicas.
Siga esses passos.
.gPASSO ]Conceito do tema ~ .
O conceito do tema é a defini ão da finalidade
vai servir.
Entenda com amaior clareza possível qualé oconceito dotema O con-
ceito resulta da interpretação do objetlvõ e da função ou funções decor-
rentes das principais atividades a serem exercidas nele. Genericamente,
o tema hotel, por exemplo, objetivao projeto de um edif(cio destinado à
prestação de serviços de hospedagem. Odestinofinal desse edif(cio, entre-
tanto, varia de hotel para hotel. Existem diversos tipos de hotéis, de rios,
padrões de conforto e instalações, destinados a diversos tipos de clientes
22
ADOÇÂO 00 PARTIDO NA ARQUITETURA
. A cada um dos tipos de hotel deve corresponder um tipoe de serviços. . . .
espedfico de o.bjetivo e, portanto, um tipo próprio d~ conceito d~·hotel. _ -..,.
BAATUR(Empresa Brasileira de Turismo) classlfica os hotéis peloAEM .' .
. d arvlços que presta e sua qualidade. Essa classlficação caractenzattpo e s. . dlf . d
o hotel por esse critério, estabelecendo uma hlerarquia, I,erenclan 0-
_ 'or categorias que são representadas com um certo numero de es-
os P" I' d e setrelas, sendo o mais categorizado o de cinco estre as, a partir e qu
d compreender o tipo de conceito de cada um. Escola, outro exemplo.
po e . lld d d . Ide tema arquitetônico, serve, basicamente, para fina I a e e ucaciona..
Háescolas, entretanto, de diferentes nfveis de ensino que re.sult~md.~di-
'f tes conceitos de escola e diferentes métodos educacionais utlhza-'eren .. ..
dos. Aescola do ensino de primeiro grau é um tipo que objetl~ ministrar
o ensino deste grau dentro da hierarquia do sistema educacional, para
a.clientela na idade de sete a quatorze anos. O conceito do tema es-
um b' .
la do primeiro grau é o conceito de ensino que esse grau o [etlva e o
C~anej'amento arquitetônico do projeto de uma escola desse tipo levará
p d d . t' s deem consideração esse objetivo, o qual se distingue ~s emals. IP~
escolas de outros graus de ensino e dos demais conceitos. O edíffcio ga-
- ragem, conceitualmente, é o tema que significa ~ e~if(cio para a guarda
de vefculos, Este é o tema que tem apenas este objetlvo, Há outros temas,
entretanto, que têm vários objetivos, diversos e complexos, exigindo um
trabalho rigoroso para conceituá-los. , .
Para o projetista desenvolver o trabalho de planejamento arqultetô-
nico, é importante saber que o conceito, ou os conceitos, do tema a ser
abordado, devem estar definidos da forma a mais clara e correta poss(-
vel.A falta de clareza ou a incorreção na definição dos objetivos dotema
poderá levar o projetista a ter dificuldades futuras e até cometer erros
de projeto por falha de conceito. Por outro lado, a busca ~e novos con-
ceitos para tema conhecido induz o projetista a soluções Inovadoras de
projeto. .
Como projetar é formular hipóteses do que acontece~ no futuro
num dado edif(cio, é evidente que o ato de projetar, em arqultetura, e:tá
incorporado de previsões e, consequentemente, de riscos. As funçoes
23lAERT PEDREIRANEVES
r--
i,,.,~"'''',/},,,",'e atividades que são imaginadas no planejamento arquitetônico podem, ~ to de livros, na qual o leitor requ isita o livro através das informações do
ou não, ser exercidas na realidade da edificação. Isso, porém, só vai ser~; cardex, do fichário, não tendo acesso direto aos livros. Estes estão num
observado depois do prédio pronto e posto para funcionar. Por isso é P local onde o leitor não pode ir.As soluções arquitetônicas são diferentes
que a formulação correta das diretrizes conceituais de um projeto de :;' conceitualmente para cada um desses tipos de bibliotecas, a diferença
arquitetura é extremamente importante e do acerto dessa formulação, decorre do ambíguo conceito utilizado. Ao projetlsta só cabe formular
depende o bom desempenho da edificação e de sua vida útil. Essas dire- V, a solução arquitetônica adequada ao conceito adotado, pelo menos se
trizes devem ser equacionadas do modo aproximado daquilo que pode- '" não pode ou não quer fazer uma nova proposta arquitetônica. Outro ris-
rá acontecer na realidade, quando o prédio estiver em funcionamento. ~~: co de acerto ou erro de projeto, que pode ocorrer na formulação con-
Reconhecemos que em certos casos isso não é fácil de fazer, mas deve ceitual do tema, deriva da permanente mutação da vida da sociedade,
ser sempre tentado. Aformula ão teórica, conceituaI correta do tema é, uando surgem mudanças conceituais e novas variáveis vão se intro-
sem dúvida, a responsável pelo acerto do projeto. duzindo a todo momento. Por isso mesmo a formulação teórica de um
A prática do planejamento arquitetônico mostra que a formulação projeto corre sempre o risco de tornar-se obsoleta e sofrer revisões ao
conceituai do tema nem sempre pode ser feita e posta à disposição do longo da sua existência, para se adaptar a essas mudanças permanentes
arquiteto com clareza e precisão. Esse é um dado preocupante para o do comportamento humano, de métodos e organizações das atividades
projetista, mormente porque não depende muito dele. Muitas vezes, as que exigem do ato de projetar uma boa dose de acerto, de bom senso
informações são divergentes, contradit6rias, excludentes ou variadas. e de saber prever com maior precisão poss(vel o futuro da organização
Ao projetista, nestes casos, cabe adotar um dos conceitos e elaborar o contida no im6vel projetado.
projeto com base nessa informação. O projeto será sempre a interpreta- Tomemos um exemplo de conceito. Admitamos o tema residência e
ção do conceito adotado. O projeto de uma escola, por exemplo, suscita que o objetivo seja O de uma casa uni-domiciliar para uso em época de
vários conceitos diferentes, decorrentes de várias interpretações peda- veraneio. Conceitualmente pode-se entender que a casa de veraneio
gógicas e de diferentes métodos educacionais. Acresce ainda que, esses destina-se ao uso de uma farnflia. O objetivo assim expresso caracteriza o
métodos, por sua vez estão permanentemente em mutação. As organi- tipo de projeto e o distingue de outros tipos de projetos para residência.
zações vão mudando com a evolução e mudando seus objetivos. O tema Eladiferencia-se da residência pluri-domiciliar, o ediffcio de apartamen-
saúde, outro exemplo, envolve pelo menos, duas formas diferenciadas tos, das residências de uso coletivo tipo hotel, pousadarpensão, motel, al-
de atuação na prática médica. Uma, a da medicina prevenríva e a outra, bergue e também diferencia-se conceituai mente da residência para uso
a da medicina curativa. Cada uma corresponde a diferentes atividades e permanente, onde a farnflia reside todo o tempo. Adiferença se refletirá
funções e exigem soluções arquitetônicas diferenciadas na elaboração entre elas na solução arquitetônica. O veraneio, por prindpio, é um modo
do projeto, para servir a um ou outro conceito e proposta. O tema de bi- devida informal, voltado para o lazer, onde a formalidade aser preservada
blioteca envolve também, pelo menos, dois concertes diferentes de fun- i~; na residência para uso permanente perde o valor. O comportamento das
cionamento de biblioteca. Um, o da chamada biblioteca de livre acesso. ):; pessoas nesse tipo de casa é mais livre, descontraído, solto. Essa forma
Aquela em que o leitor circula pelos espaços onde estão as estantes de ;;. de vida exige uma solução arquitetônica própria, diferente da residência
. tlifvtrPIs, pOde~do mahnu~eá-Ios, tomar contato com o acervo, descobrir ' ..;·i.~,: para uso permanente. Cada tema arqUitetôndi~dotem, pois, sua pec.ultiari-
u os que nao con ecra,O outro, o da chamada biblioteca com dep6si- ii dade conceituai que deve ser captada, enten I a e expressa no proje o.
• 25&i1I LAERT PEDREIRA NEVES
'"
24
ADOÇÃO 00 PARTIDO NA ARQUITETURA
~~. r
Ç.:,:J~:;""::,"J;(rt,{iiA~;J;.:,,,r1Ú Tomemos outro exemplo: projeto de uma igreja católica. O tema ex-. ~ pessoasque vão usar, predominantemente, o-imóvel. Essaidentificação, .
pressa caracteriza o conceito de um edíffcio destinado ao ritual religioso ~l que representa aevidência do caráter e das propriedades dosusuários ou
da religião católica, distinguindo-se de outros projetos para a mesma fi- ~ grupOSde usuários, serve para detéctar as eXigênciasfuncionais básicas
nalidade, de outras religiões ou cultos. :~ que deverão ser atendidas na edificação.
Tomemos mais um exemplo: projeto de escola do primeiro grau. O.~ Admitindo, comohipótese, a elaboração do projeto da casa para
J.:-
tema ~o objetivo assim expressos caracterizam o tipo de projeto eo dife- i,;
rencia de outros tipos de projetas de escolas. Conceitualmente entende- ..~
-se esse tema como o que visa atender a uma organização educacional ~
para crianças na faixa de idade escolar de sete acatorze anos, estudantes "
do curso de primeiro grau, de ensino formal.
Exercícios úteis sobre conceito do tema:
I. Traçar o objetivo dos seguintes temas arqultetônlcos: estação rodovi-
ária, aeroporto, shopping center, clube, abatedouro, centro comuni-
tário, museu, biblioteca, creche, teatro. ,
II. Observar edif(cios e identificar neles o conceito do tema.
III. Analisar projetos arqultetônlcos e identificar seus conceitos.
IV. Formular novos conceitos para temas com conceitos conhecidos
P;PASSO 1 Caracterização da clientela e das funções
A clientela são os usuários ou grupo de usuários mais significativos en-
volvidos no tema e em seu conceito.
Conhecido o tema e o seu conceito, 6 projetista deve identificar ou
produzir a caracterização da clientela e daSfunções inerentes ao tema.
A clientela de uma residência, por exemplo, é afamília que nela vai re-
sidir, os parentes ou visitas da farnflla, A clientela da igreja são os fiéis, os
religiosos e os que trabal ham na igreja. A clientela de uma escola é forma-
da pelos estudantes, professores e funcionários. De modo extensivo, po-
dem-se considerar também como integrantes da clientela pais de alunos
e pessoas da comunidade aque a escola atende, em segundo plano. A ca-
racterização da clientela é, pois, a identificação das pessoas ou grupos de
26 ADOÇÂO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
veraneio, a caracterização da clientela pode ser expressa do seguinte
modo:
Tema:casade veraneio
Caracterização da clientela:
a. um casal;
b. dois filhos adolescentes;
c. visitas eventuais;
d. um empregado doméstico;
Obs. Não é cogitado, no caso, aumento de pessoasna famOia.
Tomando o exemplo do tema igreja católica:
Tema: Igreja Católica
Caracterização da clientela:
a. fiéis;
b. padre e outros religiosos;
c. pessoas que cuidam das atividades da igreja.
Tomando o exemplo do projeto da escola do primeiro grau, a caracte-
rização dadiente/a pode ser a seguinte, por hipótese.
Tema: Escola do primeiro grau. Caracterização da clientela:
a. 240 alunos, de,3 a 83série, por turno;
b. 30 professores, das diversas matérias do currfculo:
c. 20 funcionários, encarregados de tarefas da escola;
d. Outros usuários eventuais,como,pais de alunos, fornecedores,
vendedores, pessoas dacomunidade etc.
LAERTPEDREIRANEVES 27
A caracterização da clientela pode ser feita do modo simplificado
tanto quanto os dos exemplos acima, ou de modo mais apurado. Quanto ?:.
mais detalhada for a caracterização da clientela, mais aprofundado será 1:
o n(vel de informações à disposição do projetista e mais segurançatrará :':
para aelaboração do projeto.
No exemplo da casa, à caracterização da clientela já feita, podem in-
cluir, por acréscimo, peculiaridades sobre aforma de vida que afarnflla leva ~
l:~
em sua intimidade do lar, seushábitos etc., e incorporá-Ias às exigências
do projeto. Os veículos que a farrulia tem, a vida social que leva; se intensa,
com amigos que frequentam sua casaou se éde urnafarnflla introspectiva,
limitadas a si mesma, a apenas os familiares. A vida de firn-de-sernana e de
veraneio, como se desenvolverá no futuro, etc. Enfim, colher todas as in-
formações adicionais da clientela, que deverão ser analisadas e levando-se
em contra asconsequências que produzirão no projeto.
No exemplo da igreja, à caracterização já feita da clientela, acrescem-se
os grupos de usuários mais significativos dessa clientela. Os fiéis que vão à
missa.Os que participam da catequese. Os que se integram nas atividades
voltadas para amelhoria da comunidade. Os grupos de jovens etc.
No caso do projeto da escola, podem-se acrescentar informações di-
versas às que já serviram para caracterização da clientela. As que identi-
fiquem o número de alunos por turma, os tipos diferenciados de aulas a
serem ministradas, o número de professores por turno; suas funções do- .
centes e administrativas. A hierarquia dessas funções a serem exercidas.
Os procedimentos pedagógicos. Os funcionários por turno e funções. E
assim por diante.
As escolas têm, além dessas informações sobre os objetivos educa-
cionais, atividades de estudo e leitura, de teatro, de dança e música, de
ginástica, de esporte e recreação. Há atividades extra-curriculares, tanto
com a 'participação de alunos e professores, quanto com a participação '~,i
da comunidade. Todas essas informações podem ser úteis para caracte-
~~rizar a clientela e definir as atividades e funções a serem exercitadas nos
i~ambientes arquitetônicos a serem projetados, devendo o projeto prever ,.
os espaços adequados para elas. ~~
~f-
:;~....28 ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
Tratando-se, por outro lado, da caracterização da clientela de escola
de 10 grau que esteja inserida num planejamento de rede escolar urbana,
há uma série de outros aspectos a considerar, de ordem geral, no conjun-
to que elasformam. Na programação inicial, deve-se estimar o volume da
clientela potencial que sefaz incorporar na rede; que capacidade de atendi-
mento adicional é necessária para isso;onde são necessários os novos edif(-
cioseducativos para incorporar essaclientela; que fazer para proporcionar
melhor atendimento aos alunos atuais. No planejamento da rede escolar,
paraconsiderar o aspecto referente àvariável clientela esuasrelações com
a rede e o espaço urbano, faz-se necessário estabelecer as características
sócio-econômicas da clientela, o seu volume, astendências da clientela na
vigência do plano, o volume da matrícula atual e aestimada, aacessibilidade
casa-escola,eacobertura territorial pela rede escolar.
Função, no planejamento arquitetônico, é a atividade principal ou o
conjunto das atividades exercidas para atender adeterminada necessida-
de vital, num espaço arquitetônico. Atividade é a ação desenvolvida para
satisfazer a uma ou mais dessas necessidades. A função cozinhar de uma
residência, por exemplo, envolve várias atividades como, asde armazenar
alimentos duradouros e peredveis, de limpeza e preparo dos alimentos e
de cocção. Todas essasatividades podem ser exercidas num só ambiente
arquitetônico comumente denominado de cozinha, ou de copa-cozinha,
onde deve haver, pelo menos, alguns móveis e equipamentos para que
essasatividades sejam executadas, como, ageladeira, o fogão, o armário,
abancada com pia etc. Outro exemplo: a função alimentar numa residên-
cia envolve as refeições diárias da farnflla, do café da manhã, do almoço,
do jantar e podem ser exercidas num ambiente arquitetônico preparado
para essa função, denominado de sala das refeições, ou seja de almoço,
ou sala de jantar, onde estão os móveis e equipamentos próprios para a
execução dessas atividades: mesa, cadeiras, armários etc. Noutro edifíCio, .
onde a função comer tem outro conceito, outro objetivo, num hotel, por
exemplo, ela pode ser exercida num espaço arquitetônico comumente
denominado de refeitório ou no restaurante e envolve atividades diver-
sasde comer e beber.
LAERT PEDREIRA NEVES 29
A caracterização das funções de determinados temas, quando a or-
ganização que vai funcionar no edifício tem atívldades definidas de modo
preciso e sequenciado, como num processo de produção industrial, .!
pode ser expressa na forma de lay-out, um esquema da sequência das ati- ~
vidades e da'disposição ordenada dos equipamentos e instalações. &
A caracterização das funções, em síntese, decorre num nível geral do j:
objetivo do tema e, no nível particular, das características da clientela e 1:J
das suas atividades. Essacaracterização servirá de referência básica para :f-
a definição dos ambientes ou elementos do programa arquitetônico, o ;i
qual será tratado no terceiro passo.
Exerc(ciosúteissobreacaracterizaçãodaclientelaedasfunções
i. Caracterizeaclienteladosseguintestemas:clube,museu,biblioteca,creche,teatro, postodesaúde,shoppingcenter,aeroporto;
li. Tentecaracterizaraclienteladealgunsedlffclosconhecidos;
III. Tenteidentificar aclienteladealgunsprojetosdeedifícios.
IV. Caracterizeasatividadesefunçõesdostemascitadosnoitem, acima.
V. Tentecaracterizarasfunçõeseatividadesdealgumedif(cioconhecido. ~.
VI. Tentedescobrir arazãodefunçõesidentificadasemalgumprojeto de .~
edlf(cio.
r3" PASSO} Programa arquitetônico
O programa arquitetônico é a relação de todos os cômodos, ambien-
tes, ou elementos arquitetônicos previstos para o edifício.
o programa traduz, sob a forma de um elenco de elementos arqui-
tetônicos, os espaços onde se desenvolverão as funções e atividades
previstas para o tema, levando em conta as caracter(sticas da clientela.
A clientela de uma moradia, quer dizer, de uma farnflla e das pessoas
que com ela se relacionam nesse local exercerá um elenco de atividades
aí,das quais poder-se-ão identificar l!lúmeras fu'nções, tais como:
30
,
~
~
ADOÇÃO 00 PARTIDONA ARQUITETURA 1~
01. Asdeestar em recinto próprio parapermanecer emato contem-
plativo, imóvel, sentado, conversando,vendo televisão,ouvindo
música,lendoerecebendovisitas;
02. Asdefazer refeições,em localadequado,próprio eequipadopara
o atode comer;
03. Asdepreparo e cozimento dos alimentosque vão servir àsrefei-
ções;
04. As de lavageme limpezados utensflios utilizadosnasrefeiçõese'
deroupas;
05. Asde repouso edormida;
06. Asdelazerede recreação;
07. A deguardadosveículosedosmateriaisde usonacasaedeobje-
tos pessoais;
08. Asdosserviçosdomésticos.
{.
Assim por diante, tantas funções quantas forem asatividades ou gru-
pos de atividades afins, convenientes ao atendimento do objetivo plane-
jado para o edifício. Tudo isso deriva, com acerteza, do conceito do tema.
Agora, cada função dessa tanto pode ser representada no programa por
apenasum ambiente arqultetônlco como serem conjugadas várias des-
sasfunções no mesmo ambiente. Para cada ambiente arqultetônico re-
lacionado no programa' deve haver, pelo menos, uma interpretação de
função. A moradia citada deve ter, por isso, um ambiente de estar ou um
living que expressa a função estar identificada. As atividades de refeição
podem ser exercidas num ambiente arquitetônico que pode ser uma sala
para refeição ou sala de-jantar ou sala de banquetes ou serem exercidas
. naprópria copa ou na cozinha, desde que essesambientes sejam adequa-
damente preparados para isso.As atividades de preparo ecozimento dos
alimentos para as refeições na casa podem ser exercidas no ambiente da
cozinha ou da copa-cozinha, quando essesdois se conjugam. As ativida-
desde repouso ede dormida da casa podem ser exercidas nos ambientes
dos quartos ou das suítes (quarto conjugado com sanitário). A atividade
deguarda de veículos pode ser exercida nagaragem ou navaga para carro
LAERTPEDREIRANEVES 31
.. r
ou no estacionamento. Eassim por diante. Cada função da casa tem um ~ tesouraria; a de controle da vida escolar dos alunos e da vida funcional de
ambiente arquitetônico correspondente, como, a sala de estar, a sala de I professores e funcionários, dita no programa como setor de pessoas;.a
refeições, a cozinha, os quartos, a garagem, a área de serviços etc, que ~ deguardar documentos, denominada de arquivo; adeguarda do material
""constituem os elementos componentes do programa arquitetônico. No~: escolar e do material para uso dos serviços da escola, denominada almo-
ediffcio da igreja católica, para citar outro exemplo, são exercidas várias ~ xarifado.
funções dentre elas, as da prática de atas religiosos, como, a missa, o ca- "0 . Essasfunções integram-se ao programa com as denominações cor-
samento, o batizado, onde se reúnem os fiéis e o padre e, àsvezes, outros I respondentes: diretoria, secretaria, contabilidade, tesouraria, arquivo,
sacerdotes no mesmo 10Gal. O ambiente arquitetônico próprio para essa t~ almoxarifado etc. A parte educacional da escola é exercida através das
~I..:
atividade é um salão denominado de nave da igreja, ou comumente igreja, ~
onde ficam os fiéis; e o presbitério, onde ficam o sacerdote e seus acom- ~.
panhantes. Na nave estão colocados os bancos para os fiéis se sentarem ~\
';"j:
e ajoelharem em meditação e, no presbitério, estão o altar de onde o pa- c'C
dre celebra o ato religioso, o coro, o ambão, local de leitura e sermão e,
finalmente, um local para o sacerdote eseus acompanhantes sesentarem
em algumas ocasiões durante o ato religioso. A igreja tem outras funções, i;
como, de preparação para o ato religioso pelo padre e de guarda dos ob-
jetos e paramentos utilizados durante o ato. Essasfunções realizadas no
ambiente arquitetônico denominado sacristia. A igreja tem funções ad-
ministrativas quando ela desenvolve as atividades de atendimento aos i;:
fiéis, atividades de catequeses, de reuniões,de cursos para pessoas da co-
munidade a que serve, as quais podem ser exercidas na sacristia, em salas
para atividades diversas e sala para reuniões. Nas atividades de uma esco-
la são identificadas diversas funções, entre as quais, as de administração
que cuidam de todos os aspectos administrativos da vida escolar e ser- i
,(f··
;':_'vem como meio para propiciar o bom funcionamento da escola. Na ad-
ministração escolar deve haver atividades de direção, exercidas por uma
ou mais pessoas que comandam avida da instituição. Essasatividades de ;
direção podem ser traduzidas no programa arquitetônico pelo ambiente .
:tou ambientes denominados de diretoria. A administração escolar pode ti
;~
ser exercida pela diretoria e por uma equipe administrativa que exerça ~t
funções de secretariar a diretoria, que se traduz no programa como se- \:{
cretaria; de manipular com recursos, contas da receita e despesas, de fa- ,~
.~.
z3e2rpagamentos e cobrar, traduzida no programa como contabilidade e 'ri.;..
ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQ.UITETURA "'"
aulas,'ministradas por professores aos alunos. As aulas tanto podem ser
teóricas quanto práticas, de leitura, por meio de projeção de filmes, de sli-
desou de fitas de vídeo e assistidas por grupos ou individualmente. Essas
funções podem ser traduzidas no programa por ambientes arquitetôni-
cos denominados de salas de aula, laboratórios, oficinas, biblioteca, audi-
tório etc. Há atividades de esporte e lazer e recreação na escola, de plane-
jamento e orientação educacional respectivamente, no recreio coberto,
no parque infantil, da quadra esportiva, no campo de futebol, na sala de
reuniões, no Serviço de Orientação Educacional (SOE), na carpintaria e
no depósito de materiais de limpeza. Tudo conforme o caso.
No projeto da casa para veraneio, analisado no item da caracterização
daclientela, o programa arquitetônico, ou seja, a listagem dos ambientes
necessários ao atendimento das atividades a serem exercidas pela clien-
tela prevista, pode ser expresso do modo seguinte, admitido seja esse o
que atende àsfunções e atividades identificadas:
Programa arquitetônico
Tema: casade veraneio
01. Varanda;
02. Saladeestar;
03. Bar;
04. Surte do casal (quarto mais sanitário);
05. Surte dos filhos (quarto mais sanitário);
06. Quarto de visitas;
lAERT PEDREIRA NEVES 33
r·clie~~~;:~e~::~~~I::~:n~~e~;!~~:::i~:~~~:,~~~~~:~
.~ quitetônico pode ser expresso da maneira seguinte.
I Programa arquitetônico
{~
f" I d o:~ Tema: esco a e 1 grau
.g
",
,I
l~.(tpll{Jfii~ast(jl' .
~ttÜ,{{I~o:: 2:;:tl~(,.1(t' ,4:~d/.;1;(~1J
07. Sanitário social;
08. Copa-cozinha;
09. Áreade serviço;
10. Quarto de empregada;
11. Sanitário de empregada;
12. Garagem.
A listagem do programa arquitetônico desta casa consta de doze
itens, com os côrnodos que devem integrar o projeto.
~f:No projeto da igreja, analizada a caracterização da clientela e identifi- r'
cadas todas as atividades e funções necessárias ao atendimento propos- i
to no conceito do tema, o programa arquitetônico pode ser expresso da .~
maneira seguinte: :;
Programa arquitetônico
Tema: igreja católica
01. Pátiode entrada;
02. Naveda igreja;
03. Presbitério (altar,coro, ambão,etc);
04. Batistério;
05. Sacristia;06. Salade administração;
07. Salade atividades;
08. Salãoparoquial
09. Hallde entrada;
10. Depósito;
11. Sanitário de público;
12. Sanitário do sacerdote;
13. Estacionamento.
Percebe-se pelo programa elaborado que essa é uma igreja de um nú-
mero pequeno de funções. Provavelmente não é uma lgreja matriz da pa-
róquia, mas, de um dos grupos da comunidade dos fiéis.
34 ADOÇ,l.O DO PARTIDO NA ARQUITETURA
01. Vestfbulode entrada;
02. Salade espera;
03. Secretaria;
04. Dlretoría;
05· Salade administração,tesouraria e contabilidade;
06. Salade mecanografia;
07. Arquivo;
08. Salade professores;
09. Salade reuniões;
10. Serviçode Orientação Educacional(SOE);
11. Coordenação pedagógica;
12. Recreiocoberto;
13. Cantina;
i4. Depósito;
15. Sanitáriodealunos,
16. Sanitáriode professores;
17. Salade aula;!
18. Hallde entrada dos funcionários;
19. Vestiáriodealunos;
20. Sanitárioevestlárlo de funcionários;
21. Audit6rio; !
22. Biblioteca;
23. Quadra poliesportiva, para esporte eginástica;
24. Campode futebol;
25. Parque de recreação.
LAERTPEDREIRANEVES 35
j.-;'f.pr ,:'i'!v;;,ri:ia
Zr:J:~;I~[f" ?lId.u&i'1 c ,..!;,..,{t'~1j
sentatívos doscomodos necessáriosaoatendimento dasatividades pre- " deserviços,agaragem,o quarto de empregada eo sanitário de empre-
vistas. :. gada..
O ro ramaar uitetônico pode ser elaborado,tanto pelo raciodnio ',' A ordenaçãofeita dessemodo ajudaavisualizaro programa setorial-
intuitivo quecaptacom clarezaasfunções do tema,quanto pode resultar'~ mentee,ao mesmotempo, servirá para a elaboração dos raciocínios de
daelaboraçãocuidadosa do estudo dasatividadesde uma determinada'~ pré~dimensionamentoedasideiasarquitetônicas do partido.
organizaçãodefunções. Naprática profissionaldo arquiteto, ocorrem asI .Noexemplo citado primeiro, o da casadeveraneio,o programa orde-
situações,como: primeira, a do cliente que sabeexatamenteo que quer'~ nadosetorialmente fica constituído assim:
do projeto e já realizou a programação,tendo o programa elaborado.A 'I
segunda,a do cliente, que discute exaustivamentecom o arquiteto os 'f
diversosaspectos envolventes do programa para a sua elaboração;e a •.,LM.~.,..',.'.,~.. ~..~.,.,.:
terceira,éo casoemque o arquiteto incumbe-sedatarefa deelaborá-lo. ~'
Emqualquer caso,o trabalh? requer a análisede cadaatividade ou fun- ~,
ção aserexercidano edifício eo estabelecimento de como eonde serão ~
i??'
exercidas,paraa definição dos cômodos ou ambientes arquitetônicos a ~:
constaremno programa. ~
Paratornar o programa mais compreensivo e ordená-lo de modo a {
Lo:?
ajudar o trabalho a ser realizado adiante, na etapa de partido arquite- i
tônico, é conveniente, na suaelaboração,dispor o programa por seto- ~
resdefunções afins. Todo programa pode ser ordenado por grupo de t_,ó
funções que tem ligações íntimas entre si.No primeiro exemplo citado l'
anteriormente, o da casa para veraneio, podem-se identificar no pro- ~
gramatrês setores de funções afins. Um primeiro, que denominamos I
d,es:fitordsoCial,.olnddeshebexercerãobaésicamentbeasatividades de maior ....;~,,~,I.'.~,'.:.,·...•
sigm ca o socra a a itação, isto ,os am ientes da casa onde se ,
desenrolarão os contatos com outras pessoas,que não asda farnflla e i~
servirão à vida social familiar. Elassão:avaranda,a salade estar, a sala ~l
de jantar, o sanitário social e o bar. Um segundo, que denominaremos ,~
desetor fntlmo, assimcaracterizado porque congrega asatividades de .,i.:
maior significado de intimidade da casa.Sãoelesos ambientes dasurte ir
do casal,dasurtedos filhos edo quarto devisitas.Efinalmente, o tercei- ~
ro, o denominado setor serviço, assimbatizado, porque representa no ~~]iprogramao conjunto de maior significado dasatividades consideradas i
AOOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA ~I36
Programaarquitetônico
Tema:Casadeveraneio
Saladeestar;
Bar;
Saladejantar;
Sanitáriosocial.
Setor fntimo
w.(te-eoasai(quarto maissanitário);
Surtedosfilhos (quarto maissanitário);
Quarto dehóspedes.
Áreadeserviço;
Garagem;
Quarto deempregada;
Sanitáriodeempregada.
Tomemos o segundo exemplo citado, o da igreja católica. Feito o
mesmoprocedimento anterior, de ordenar o programa por setores, ele
I-AERT PEDREIRA NEVES
nllfjJ' !)N~cu;imt
E'rI.'d.'JfdiJ,til 2u.di.á.~· t,4/ul.li~~ estaria agrupado d d . '., e acor o com as funções mais afins em tê'"
denóminad 'd . . ,r 5 setores'
os aqut e setorculto onde estarão inclu(dos os I '..'progra e ementas doí .
t
ma que atendem às diversas atividades do culto religioso' um I .•
ro seta r denominado de d " . ' ou,: ;
vidades de administra _ a mlnlst~tl~o no qual estão agrupadas as ati-~
çao e comunitárias (reuniões c t 'lf.
asso,ciações, etc.) e um terceiro setor denominado ~ea eq~eses, cu:sos,1
as atlvidades e fun ões d . .' serviço, reunindo ",lI:
ç e serviço e mela dos outros setores. Arrumado fi
programa segundo esses setores, ele fica assim: °f
Programa arquitetônico: I
Tema: Igreja católica I
SetorCulto
Pátio de entrada' ,
Nave;
Presbitério;
Sacristia;
Batistério.
Setor Administrativo
Hallde entrada;
Sala de administração;
Sala de atividades' ,
Salão paroquial;
Depósito.
Setor Serviço
Sanitário público;
Sanitário do sacerdote' ,
Depósito;
Estacionamento.
38
Tomemos o outro exemplo, o da escola do ,0grau, para fazer o mes-
mo racioc(nio feito cornos programas da casa e da igreja Podem se iden-
tificar os grupos de ativldades afins e ordená-Ias segundo esses grupos.
Um grupo de atividades seria integrado no setor administrativo, con-
tendo as funções pertinentes à administração, Nele estariam incluídos
ov~st(bulo de entrada, a sala de espera, a secretaria, a diretoria, a sala de
administração, a tesouraria, a contabilidade, a mecanografia e o arquivo.
Umoutro setor poderia ser o setor educacional, reunindo as atividades
de maior significação do ensino na escola, no qual estariam lnclufdas as
salas·de aula, a sala de professores, a sala de reuniões, o S.O.E.,a coorde-
nação pedagógica, o auditório e a biblioteca. Um terceiro setor seria o
setor serviço, que junta as atividades auxiliares da escola, onde estariam
o recreio coberto, a cantina, o depósito, o sanitário de alunos, o sanitário
de professores, o hall de entrada de funcionários, o vestiário e sanitário
de funcionários. Um quarto setor poderia ter o programa da escola, o
setor de esporte e recreação, contendo as atividades inerentes a estas
funções que são a quadra poliesportiva, o campo de futebol e o parque
de recreação,
A listagem do programa arquitetônico da escola por setores fica as-
sim:
~.
Programa arquitetônico
Escola do t? grau
Setor administrativo
Vestfbulo de entrada;
Sala de espera;
Secretaria;
Diretoria;
Salade administração, tesouraria e contabilidade;
Mecanografia;
Arquivo.
39
Há funções que podem estar tanto num como noutro setor. A sala f~\
dosprofessoresdaescola,pode estartanto nosetor educacional,quanto ~
no setor administrativo daescola.Cadaelemento do programa deveser 'i
agrupadono setor adequadoou conveniente, conforme a interpretação t;
~kconceituaidafunção esuaafinidadecom asdemais. t~
~~tit
'~I. EI,bo," programa do, tem" ,egulnte" clube, museu, bibliotee" I
creche, teatro, shopping center, aeroporto, estação rodoviária. ..i' ~,i,.'
ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
Setor Educacional
Salasdeaula;
Sàladeprofessores;
Salade reuniões;
S.O.E.;
Coordenaçãopedagógica;
Auditórío,
Biblioteca.
Setor Serviços
Recreiocoberto;
Cantina;
Depósito;
Sanitáriosdealunos;
Sanitáriode professores;
Sanitárioevestiário defuncionários;
Vestiário dealuno.
Setor de Esporte eRecreação
Quadrapoliesportiva;
Campodefutebol;
Parquede recreação.
Exerc(ciosúteis sobre programa arquitetônico
40
II. Observe alguns dos edifícios de hotel, posto de saúde, empresa, escri-
tório, mercado e prefeitura e tente elaborar seus programas arquite-
tônicos, identificando os setores.
III. Analise o programa de alguns projetos arquitetônicos.
G·PASSO J Relações do programa . . . .
Existemrelaçõesdemaiorou menor grau de intimidade ou aproxlma-.
çãoentreoscômodos ou elemeptos da IAWSRilma.
Procure compreenderas relações dos elementos do programa,
poisessacompreensão é útil para a ado~ão d.opartid~ arquitetônico.
Essasinter-relações caracterizam afuncionalidade existente entre es-
seselementos e condicionam asdisposições espaciais deles no terre-
noe'noedif(cio.
Asinter-relações entre OS elementos da programa encontram-se na
interpretação das pecultartdades da clientela e na percepção das afinl-
dadesdasfunções e dasatividadesdo tema. ~....?etorizaçãodo programa
arquitetônico é o exemplo geral da categorizaçãodasfunções por ativi-
dadesafins:setor administrativo, setor serviço, etc. No particular, os se-
tores se llgar»entre si atravésde determinados elementos estratégicos
quetemafinidadesfuncionais deponte entre setores.Háoutros ele~e~-
tos do programa que têm característicasfuncionais de centro de distri-
buiçãode circulações ou de circuitos dos usuários.:o grupo deusuários-
-funcionários, no edifício, tem um circuito de ligaçõesentre elementos
doprogramaque é diferente do circuito dogrupo de usuários-públicos,a
clientelado edifício. Essescircuitos, embora diferentes, seencontram em
determinados elementos do programa e formam os pontos de ligações
doscircuitos. Háelementos que sãodependentes de outros em termos
funcionais.Eassimpor diante. Sãováriasasdiferenças de relaçõesentre
eles.
Essasdiferentes peculiaridades das inter-relações entre os ele-
mentos do programa são a chave da interpretação funcional do tema
LAERTPEDREIRANEVES 41
,R(p!J,j1{jjV~{),Si:lH1
.. r:- ~.. ';).",~tAtd'iJd..
í~tW'I.!':!(ri~··
e devem ser bem entendidas pelo projetista par a expressá-Iascorreta-
mente no partido, quando da disposição espacialdesseselementos. A
funcionalidade do projeto depende disso.Nasolução arquitetônica, as
çjrculaçÕesde todos os tipo')( como umaP.Q..rtague ligaum elemento do ~
programa a outro numa ligação direta, como um corredor:, ou um ha(hI
ou ascirculaçÕesverticais.,como a escada.o elevador,a~), são os ...~.~
elementos que exercem essepapel de ligaçãoentre setores e entre ele- ;1
mentos do programa, mantendo aspeculiaridadesfuncionais próprias a I
cadaelemento. ~
~:;.
i1;~
I~,
I~~~":~
Essasrelações funcionais de maior ou menor intimidades, ou de afi-
nidades,podem ser expressasde maneiragráfica,num diagramacom as
respectivas ligações,indicando og~u de intimidade entre elas.Essedia-
grama édenominado de)fí loêiORogracilil Ofuncionograma é.pois.o dia-_-
gramadasrelaçõesfuncionais dos elementosdo programa-Há elementos do programa que, pelas afinidades funcionais que
possuem,s.m dlretarnentcl;l outros. Umexemplo dessetipo de liga-
ção éo existente entre o sanitário da surtego_ças~,nacasadeveraneio
citada anteriormente, e o quarto do casal.Essaligação direta decorre
da intimidade, da relação (ntima de funcionamento, entre o sanitário e
o quarto. Outros elementos do programa, pelas relações distanciadas
existentes entre eles,se ligam em grau menor de intimidade. Não se li-
gam tão diretamente, como o casodo quarto e do sanitário dasurte.O '~':'..
sanitário da surte do casal não tem afinidade funcional maior com ou- .0,
"tros elementos do programa. Consequentemente, o seugrau de intimi- ...~.:.:,;.:;,.:.'dade com os demais elementos é menor, quer dizer que ela nãose liga ~~.diretamente a qualquer outro cômodo da casa,mas,através do quar- W·
to. Essaé uma ligação indireta, de funções não afins. Há elementos do J
programa que têm ligação de intimidade direta com vários outros. Um 'I
exemplo dessecasoé o do sanitário socialda mesmacasa,por ser con- .1
ceitualmente definido como um cômodo destinado aatender à função ~
sanitária, tanto para os usuários do setor fntimo que não os dassurtes, "
quanto aos usuários do setor social. Esseselementos devem, portanto, '~
::tar dispostos no projeto de modo a que~:::I:U.::,~:~~::"~,:,::I
dessessetores se possaalcançá-lo.Não deve haver,consequentemen-
te, nenhumoutros elemento intermediário, anãoser um, de ligaçãoao
sanitário social. Isso significa dizer, também, que ele não deve ser de-
pendentede outro cômodo.
Háelementos de setores diferentes do programa que mantémafini-
dadede funções entre si. Esseselementos sãoos que ligamum setor a
outro.A copa-cozinha,por exemplo,elementos do setor serviçoda casa
deveraneio,liga-seintimamente por afinidade de função com asalade
jantarqueéelemento do setor sociale esteseligapor araosetor serviço.
Já aáreadeserviço eo quarto de empregada,por outro lado,quesãodo
setorserviço,nãotêm afinidadesemgraudireto comoselementosdo se-
ter social.Deum paraoutro deve,portanto, haverumoumaisambientes
intermediáriosde ligação.Compreender essesgruposdemaior emenor
intimidadedos elementos do programa é entender a funcionalidade do
projeto,aqual deveestar claranamente do projetista eserviráparao ra-
dõCrniodadisposiçãodoselementos do programano partido.
-Há várias maneiras gráficas de representar o funcionograma. Mos-
traremos aqui, com exemplos, a maneira que adotamos para conven-
cionarmoso funcionograma. Representamososelementos do progra-
macom desenhos de retângulos e o nome do cómodo inserido neles.
Eas ligações, com linhas. A linha que liga dois ou mais elementos do
programasignifica admitir aexistência de ligaçãodireta entre essescô-
modosnasolução arquitetônica, semalgum outro como intermediário
parater acesso entre eles.Sendo assim, a representação diagramáti-
cada surte do casal,da casade veraneio, pode ser expressano modo
como está no diagrama " à página45.Os dois quadros representam os
cômodos dasufte com seusrespectivos nomeseuma linha ligando-os.
A interpretação do diagrama éade que existeuma ligaçãodireta entre
essescômodos, isto é, pode-se passarde um para outro diretamente.
Estaéa ligação de maior intimidade ou afinidade dasfunções: quarto/
sanitário.
A ligaçãoindireta éaquenãoexpressarelaçãofuncional íntimadedois
cômodos,como, entre o sanitário dasuíte easaladeestardacasaExiste
LAERT PEDREIRA NEVES 43
nlJpl'Oj~l~fJ.f.oí'
&KáÔ<;j4(/!1Zrdi44h,t/!!.~60 quarto do casal como elemento intermediário, visto que o sanitário da .
suíte visa atender funcionalmente ao usuário do quarto. O funcionogra-
ma representativo dessa ligação indireta está expresso no diagrama 2, à .
página 45.
Neste diagrama, os três quadros representam os três cômodos com
os respectivos nomes, sala de estar, quarto de casal e sanitário, e as linhas
representam as ligações entre eles. A interpretação do diagrama é a de
que para se passar da sala ao sanitário da suíte tem-se, necessariamente,
que passar pelo quarto de casal. Evice-versa. Essa ligação que passa por
um ou mais cômodos intermediários se caracteriza como indireta. Ob-
serve também que, neste diagrama 2, há duas ligações diretas. A da sala
para o quarto e do quarto para o sanitário.
A ligação direta pode ser comum avários cômodos, quando se pode
de um ter acesso avários sem passar por nenhum outro. Numa edificação
de quatro quartos, pode-se de um deles ir a qualquer outro diretamente,
sem passar por nenhum intermediário. O diagrama 3, à página 45, mostra
essarelação. É o funcionograna de duas surtes e mais dois quartos. Há um
sanitário ligado à circulação comum e dois sanitários dependentes dos
quartos, os das suítes.
É importante salientar que o funcionograma diz apenas o grau de afI-
nidades das ligações existentes entre os elementos do programa. Logo, o
diagrama não expressa nada relacionado com o tipo de ligação que será
adotado nasolução arquitetônica, nem da posição do elemento no terre-
no, nem adistância entre os cômodos. Diz apenas se estão ligados ou não.
Isso significa dizer que o funcionograma não expressa nenhuma ideia de
solução arquitetônica, nada da disposição espacial. As ligações entre os
elementos do programa postas no funcionograma podem ser interpre-
tadas na solução arquitetônica tanto como uma porta que liga dois arn- 'i
bientes diretatnente, como pode ser um hall, um corredor, uma escada,
um elevador, uma rampa etc. Qualquer tipo de ligação ou circulação. As
ideias arquitetônicas das ligações no funcionograma só serão defrnidas
quando sedesenvolver a ideiado partido arquitetônico, assunto essetra-
tado nasegunda etapa deste livro.
44
ADOÇAO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
, l'.~\
DIAGRAMA 1
QUARTO
DO SANITÁRIO
CASAL
DIAGRAMA 2
SALA QUARTO
DE DO SANITÁRIO
ESTAR CASAL
DIAGRAMA 3
SANITÁRIO
LIGACOMO A
SETORSOCIAL '-;/
QUARTO QUARTO QUARTO
SANITÁRIO SANITÁRIO
LAERT PEDREIRA NEVES
, I
QUARTO
45
46 ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA
Quando é feito o setoramento do programa, é evidente que se agru- .
pam os elementos por certas afinidades de funções. Portanto, há ligações
por afinidades dos elementos do setor entre si e de um setor com outro.
Podem ser elaborados, pois, funcionogramas setoriais, com os elemen-
tos de cada setor e o funcionograma geral, com todos os elementos do
programa incluídos. No exemplo da casa para veraneio, o fuuncionogra- .
ma do setor social do qual constam a varanda, a sala de estar, a sala de jan-
tar, o sanitário social e o bar, pode ser representado graficamente assim
como está no diagrama 4, à página 47.Aintepretação desse funcionogra-
ma é a de que setem acesso pela varanda-a seta indica isso -e daíàsala
de estar e à de jantar. Isso quer dizer que há uma dependência da sala de
jantar pela sala de estar, quando se usa o acesso pela varanda. Outra in-
terpretação desse funcionograma é a de que de qualquer uma das salas
pode-se chegar ao sanitário social, sem passar pela outra. Visto que a liga-
ção é comum. Nesse funcionograma também está indicado que as salas
se ligam ao setor íntimo pela ligação comum direta. Mas a ligação desse
setor social com o setor serviço é feita pela sala de jantar, que a torna lndl-
reta para os demais cômodos de serviço.
Suponhamos agora uma outra concepção funcional do setor sodal, A
de fazer com que da varanda se possa teracesso a qualquer uma das salas,
tanto a de estar quanto a de jantar, mantendo as outras ligações exata-
mente como estão explicitadas no diagrama 4, à página 47. Neste caso, o
funcionograma passa a ser representado de outro modo, como no dia-
grama 5,à página 47.
Observe quea linha que ligaasalade estar no diagrama bifurca-se para
ligaras duas salas, numa ligação comum. Esse diagrama indica que as salas
têm acesso entre si e com a varanda. Vejaque em ambos os casos a posi-
ção do sanitário é ade ligar-se, tanto ao setor social, pelas salas, quanto ao
setor íntimo, pela linha que ligaos dois setores. Nestes dois funcionogra- .
mas mantém-se a ligação do setor social com o setor serviço pela sala de
jantar.
DIAGRAMA 4
FUNCIONOGRAMA DO SETOR SOCIAL DA CASA
ACESSOQ
LIGAÇÃOPARAO SETORINTIMO
BAR SANITÁRlO: SOCIAL
!
i SAlA SAlA
VARANDA DE DE
i ESTAR JANTAR
~
LIGAÇÃOPARAO SETORDESERVIÇO
DIAGRAMA 5
FUNCIONOGRAMA DO SETOR SOCIAL DA CASA
ACESSOQ
LAERT PEDREIRA NEVES
SAlA SALA~ DE DE
ESTAR ESTAR
,
VARANDA f--
SAlA SALA
L- DE DE
JANTAR JANTAR
,
~
LIGAÇÃOPARA O SErOR DESERViÇO
UGAÇÂOPARA
O SErOR INTIMO
47
Vejamos agora outro exemplo: o funcionograma do setor (ntimo da
casa São três quartos, sendo duas surtes, a do casal e dos filhos e o quarto "
de hóspedes. Segundo os mesmo raciodnios adotados até agora para a ela-
boração do funcionograma do setor social e as mesmas convenções para a
elaboração dos diagramas, podemos desenhar o funcionograma do setor
íntimo da casa. Ver o diagrama 6, à página 49. Nele estão as duas surtes e o "
quarto de hóspedes. Elestêm uma ligaçãocomum, embora funcionalmente
elesdevam estar ligados uns aos outros sem nenhum cómodo intermediá-
rio. Elesexercem asmesmas funções dentro do setor. O sanitário da surte
é que depende do quarto. Eleé, pois, um cómodo que possui ligação direta
com relação ao quarto e indireta com relação aos demais cómodos. Neste
diagrama, que expressa a funcionalidade inerente ao setor, fica clara a liga-
ção do setor (ntimo apenas ao setor social diretamente. Issosignifica dizer
que a ligaçãosetor fntlrno-setor serviço é indireta através dos setor social.
Igualmente ao procedimento adotado com relação aos funcionogra-
mas anteriores, o funcionograma do setor serviço pode ser representa-
do do modo como está no diagrama 7, á página 49. Neste diagrama, estão "
os elementos integrantes deste setor, a copa-cozinha, a área de serviço, o "
quarto de empregada, o sanitário de empregada eagaragem. Cadaum tem
a ligação decorrente das funções próprias. A área de serviço é o cómodo
que serve de acesso de serviço da casa e ambiente de distribuição de cir-
culação para os demais cómodos do setor. Elese liga, portanto, a todos os
outros. Eletem ligação direta com os demais, eexerce um papel intermedi-
ário de ligação entre cozinha e garagem, cozinha e quarto de empregada.
O sanitário de empregada tanto pode ser diretamente ligado ao quarto de
empregada, constituindo-se numa surte, quanto pode estar conectado na
ligação comum quarto de empregada - área de serviço, ou na própria área
de serviço. Essaúltima forma de ligação émuito usual quando só existe um
sanitário no setor serviço para atender a toda a clientela deste setor. Essa
forma evita a dependência do sanitário ao quarto de empregada. Neste
funcionograma observam-se também 'as ligações do setor serviço com o
setor social, pela copa-cozinha com a salade jantar e pela garagem com a
varanda ou asalade star.
AOOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA48
DIAGRAMA 6
FUNCIONOGRAMA DO SETOR INTIMO DA CASA----
LIGACOMo
SETORSOCIAL
QUARTO
DE
HÓSPEDES
QUARTO
DO
CASAL
SANITÁRIO
QUARTO
DOS
FILHOS
SANITÁRIO
DIAGRAMA 7
FUNCIONOGRAMA DO SETOR SERViÇO DA CASA
LIGACOM O /L,
SETORSOCIAL "-r-'
LAERT PEDREIRA NEVES
ACESSO DE SERViÇO
~
COPA ÁREA QUARTO
COZINHA DE DESERViÇO EMPREGADA
ACESSO SANITÁRIO
DE c:> GARAGEM r-- DE
AUTIMOVEIS EMPREGADA
-&
LIGACOM SETOR SOCIAL
49
o funcionograma geral é a união dos funcionogramas dos setores •
unidos pelas ligações intersetoriais. O diagrama 8, à página 51, mostra •.
esse funcionograma da casa de veraneio. Nele estão expressas todas as
ligações existentes entre os elementos do programa, revelando o grau de •.0
intimidade ou afinidades de funções doselementos.
Idêntico modo ao do usado para elaborar o funcionograma da casa de .•
veraneio pode ser usado para se elaborarem os funcionogramas da igreja
e da escola do 10 grau, cujos programas foram feitos anteriormente. Os
diagramas números 9 a 10,às páginas 52 e 53, mostram esses funciono-
gramas.
Do modo como foi conceituado aqui o funcionograma, é necessário
fazer a distinção entre este diagrama, o organograma e o fluxograma,
para maior clareza e compreensão do assunto. Enquanto o funciono-
grama é entendido conceituai mente como o diagrama que expressa as
inter-relações dos elementos do programa arquitetônico, o organogra- .0
ma é entendido como o diagrama que expressa as funções e as relações
de hierarquia dos elementos de uma dada organização; o fluxograma é o
diagrama que expressa a noção de grandeza de fluxo dos elementos con-
siderados.
Numa dada organização, existe uma diretoria, uma gerência de ope-
rações e outra gerência técnica. À gerência de operações estão subordi-
nados o setor de manutenção e o setor de operações. À gerência técnica
estão subordinados o setor de engenharia; o setor de arquitetura e o se-
tor de desenho. No exemplo acima citado o que expressa essa hierarquia
administrativa e sua subordinação é o diagrama 11,à página 54, o organo-
grama da empresa Nele se percebe que às gerências são subordinadas
hierarquicamente à diretoria e com ela se relacionam e as atividades da
empresa se desenvolvem seguindo esses sentidos, de cima para baixo e
de baixo para cima.
50- ADOÇÃO 00 PARTIDO NA ARQUITETURA
ACESSO SOCIAL
í~------------------V-------------------------;~~~~oc~-
! I VARANDA
l
DIAGRAMAS
FUNCIONOGRAMA DA CASA PARA VERANEIO
I
I
I
I
I
I
I
I
I:
I
I
I
I
It________ _ J
1SALADE
JANTAR
SAIA
DE
ESTAR
o :-_01----_0- --------_-_----- -_-_---_-J_-_--:
o ~COPA i
ACESSO GARAGEM COZINHA i
~~ i i
, I
i i
i i
i i
i i
ACESSO OE ~ ÁREA i
SERVIÇO ~ OE i
i SERVIÇO i
i í
i
!
i
i
i
i
QUARTO i,DE
EMPREGADA :
i
: SETORSERViÇO :!..._._._._._._._._._._._.-._._._._._.-._.-._'... - _.,. - _ ... - -'",
,
QUARTO
OE
HOsPEDES
I
SANITÁRIO
OE
EMPREGADA I r-_....J'----, SETOR INTIMO
OBSERVAÇÃO; NESn: FUNCIONOGRAMAESTÃO REPRESENTADAS
AS LlGAçOEs DOS ELEMENTOS INTEGRANTES00
PROGRAMAPOR SETORE INTERSETORIAL.
LAERT PEDREIRA NEVES
r----r- SANITÀRIO
SOCIAL
QUARTO Ir- ~ I- SANITÀRIO
Y QUARTODOSFIlHOS
51
ES53f13N\f~13H03d.l~3""
o61A'!i:IS
30OSS3::>VO~IA'!i:IS1I000S
_..'~~i,~~~-'" --...--··V_...-_...-_...-_...-_"! OlllVUS311:
Ol\lyllNVS
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O/ill.WlSINII'IICV1I0l3S
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SVSVOVlN3S3l:ld3llOYLS3Vl'MlOONOI::>Nn:!3lS3N:O~VAlj3SBO
~~~::~'_':_--'~+:~:':::':~~:~"O::lnSQdi
::Ollj'fllNVSi
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í)
OlnVIdOSS3:>V
'v'::l110l~'v'i3e!SI'v'O'v'W'v'e!SONOI::lNn.:l
6'v'VM:1S\fJO
~1)'l'W/'')1VJI!ptfJ·~p!)"?P3
J1');StJW(}JdfJ~
{l5Jrit'ófilt.asier
f,!t(ü,:tf..~l''';: 2.!!ditL1r!t e lt;,~/l,~~11
DIAGRAMA11
FLUXONOGRAMADE EMPRESA
GERIÔNCIA
DE
OPERAÇOES
SErOR
DE
OPERAÇOES
SErOR
DE
MANUNTENÇÃO
GERIONCIA
TÉCNICA
SETOR
DE
ENGENHARIA
SErOR
DE
ARQUITETURA
DIAGRAMA12
FLUXONOGRAMADE ENTRADADE FUNCIONÁRIOSNAEMPRESA
As 8:00 HORASDAMANHÃ
FlUXO DE
CHEGAOADE
FUNCIONARIOS
(10.000FUNC.)
CORRESPONDE A 1.000 FUNCloNARlOS
S4
FLUXO DE
FUNCIONÁRIOS
PARA SEUS
SErORES
APOsA
ENTRADA
VESTfBULO'
DE
ENTRADA
ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA •.
SErOR
DE
DESENHO
Numa dada organização de dez mil funcionários que têm de iniciar
o trabalho às oito horas da manhã registrando o ponto no vestíbulo de
entrada; num espaço curto de tempo, e daí cada um deve dirigir-se ao
seu setor de serviço, dez setores, com mil funcionários em cada setor,
formam-se dois fluxos de funcionários com dois diferentes graus de in-
tensidade. O grande fluxo, de dez mil pessoas ao vestíbulo de entrada e os
outros, menores, de mil funcionários cada um, dos que saem do vestfbulo
e dirigem-se para os seus setores de trabalho. Essefenômeno pode ser
representado num diagrama que expressa de forma gráfica estes dife-
rentes fluxos. A intensidade do primeiro é dez vezes maior do que as dos
outros fluxos. No exemplo acima citado o que expressa a noção do fluxo
eos graus de intensidade de cada um é o fluxograma, onde se desenham,
com dimensões proporcionais aos seus graus de intensidade, os fluxos
correspondentes. O desenho do diagrama 12,à página 54,configura esse
fluxograma.
A noção de fluxo de pessoas, objetos eveículos no edifício a ser proje-
tado pode ser um dado importante para o planejamento arquitetônico.
Num edifício onde está previsto um fluxo signiflcativo de pessoas que vão
entrar e sair dele com frequência, a análise do fluxo dessas pessoas rela-
cionado ao edifício e aos elementos do seu programa é necessário e o flu-
xo exercerá o papel de uma variável importante nas decisões de projeto,
tanto nas decisões relativas à disposição desses elementos do programa
no terreno e no edifício,. quanto nas relativas aos acessos e à circulação.
No planejamento de um estádio de futebol, ou outro edifício semelhante,
que concentra população para assistir a um espetáculo esportivo, os pro-
blemas de fluxo devem ser analisados, porque os espectadores do jogo
chegam ao estádio em grande quantidade, intensificada à proporção em
que se aproxima a hora do jogo e, outra ocasião, quando o jogo acaba e
o espectador quer sair do estádio, criando fluxos intensos e em sentido
inverso ao da chegada Os espaços arquitetônicos de entrada e saída a
serem feitos para atender aos fluxos dessas pessoas devem ser dimensio-
nados em função dos graus de intensidade desses fluxos. Assim como o
fluxo das pessoas, o fluxo de veículos, nesse caso do estádio de futebol,
PEDREIRA NEVES 5S
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deve ser considerado. Outros ediffcios há, que pelas suas peculiaridades
de ordem funcional, exigem considerações de natureza de fluxo, tanto de
pessoas, como de objetos e ve(culos como: estação rodoviária, aeropor- '.
to, teatro, shopping center etc.
Mesmo que os problemas de fluxo não sejam tão intensos quanto os
referidos acima, em todo edifício há elementos do programa que são
funcionalmente de maior ou menor atendimento de público, gerando
diferentes fluxos. A varanda e a sala de estar da casa de veraneio são os
ambientes de maior fluxo de pessoas. A nave, as salas de atividades e o
salão comunitário da igreja têm essa mesma característica. O receio co-
berto, o vestíbulo de entrada e a secretaria são ambientes arquitetônlcos
da escola que têm muito fluxo de pessoas. Ao projetar esses edifícios, há
que se levar em consideração as características de fluxo deles e alocá-los'
no terreno e no edifício de modo que se situem em local de onde o fluxo
intenso se dê de modo fluente, fácil, sem maiores dificuldades, sem con-
gestionamento, sem tumulto.
Os edifícios destinados a funções públicas, em geral, têm setores de
grande atendimento ao público que, normalmente, nas considerações
do partido do edifício, deverão ser distribuídos prioritariamente nos pa-
vimentos onde o acesso das pessoas, que constituem o maior fluxo do
edifício, se dê com facilidade e rapidez a fim de melhor distribuir o fluxo
dos que se utilizam do atendimento desses setores. Por outro lado, há
também, nesses ediffcios, setores de pouco ou nenhum atendimento ao
público, caraterísticas essas que também devem ser levadas em conside-
ração dasdecisões do projeto referentes ao setoramento dos elementos
do programa, tanto ao nível planlrnétríco da ocupação no terreno, quan-
to ao nível altimétrico da ocupação nos outros pavimentos, de modo que
essessetores, alternativamente, possam e devam ser dispostos no edifí-
cio em pavimentos onde não haja muita facilidade de acesso para o gran-
de público, naqueles pavimentos distantes dos acessos e circulações de
maior fluxo.
Qualquer um desses diagramas - o fluxograma, o organograma e
o funcionograma - podem ser elementos de informações úteis para o
56 ADOÇÃO DO PARTIDO NA ARQUITETURA '
, !
planejamento arouitetônico, conforme o caso requeira. Entretanto, o
funcionograma é o mais frequentemente utilizado no processo de pla-
nejamento do edifício pelas exigências indispensáveis de interpretação
funcional dos elementos do programa. No planejamento arquitetôruco
de um estádio de futebol, o estudo dos fluxos de pessoas é necessário e
os fluxogramas devem ser feitos para orientar o dimensionamento das
circulações e acessos, bilheterias etc.
Na elaboração do funcionograma do modo como está explicado nas
páginas anteriores, o diagrama de quadro, é muito frequente raciocina-
rem-se algumas ideias de solução arquitetônica e fazê-los como se já es-
tivesse elaborando partido, definindo o tipo de circulação a ser usada, o
modo de distribuição espacial dos elementos do programa no terreno ou
quais elementos se localizam em talou qual pavimento, como se o funcio-
nograma também expressasse isso ou nele se tivesse que assumir algum
compromisso com as ideias da solução arquitetônica, Voltamos a ressal-
tar que o funcionograma só tem compromisso com as inter-relações de
funções. Sendo assim, apresentamos a seguir um outro modo de fazer
um funcionograma, o do diagrama de interseções que pelas suas caracte-
rísticas gráficas, não dá margem aespeculação de natureza arquitetônica
como o outro dá.
Tomemos quatro elementos do programa da casa de veraneio (a va-
randa,

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