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U3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES - TEC DE ANÁLISES DE COEFICIENTES DE LIQUIDEZ E IMOBILIZADOS

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- -1
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
UNIDADE 3 – TÉCNICAS DE ANÁLISES DE 
COEFICIENTES DE LIQUIDEZ E 
IMOBILIZADOS
Autoria: Aislan da Silva Nunes – Revisão técnica: Fábio Yojiro Wakamatsu
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Introdução
Seja bem-vindo à terceira unidade do seu estudo de análises das
demonstrações contábeis. Nesta unidade, estudaremos sobre os
coeficientes financeiros. Você sabe como os indicadores
financeiros podem influenciar nas tomadas de decisões nas
empresas? Sabemos que as demonstrações contábeis podem
servir de base para as tomadas de decisões, mas quais são os
instrumentos que podemos utilizar para as análises? Como
seria a forma de extração dos dados destes relatórios? Vejamos
que a resposta a essas perguntas está diretamente relacionada com a análise realizada por meio de indicadores
financeiros, que tem a finalidade de atender a seus usuários. Indicadores financeiros são coeficientes obtidos por
meio de relações matemáticas nas contas e nos grupos contábeis. De forma geral, visam demonstrar a
capacidade da empresa de cumprir suas obrigações, demonstrar a relação do endividamento próprio e de
terceiro, evidenciar a rentabilidade e lucratividade, entre outras relações existentes. Por meio do indicador de
endividamento, é possível verificar a relação entre o patrimônio líquido da empresa e o capital de terceiros para
financiar o ativo. Essas informações são essenciais para verificar o desempenho da empresa e a proporção do
patrimônio no patrimônio líquido e do capital de terceiros no passivo. Com isso, sabemos quanto de recursos é
usado para levantar fundos para renda em ativos ou para evidenciar a capacidade financeira e econômica para
um investidor em potencial. Espero que você tenha um excelente aproveitamento da disciplina.
Bons estudos!
3.1 Coeficientes de liquidez
Os indicadores são calculados com base nas informações obtidas no relatório e utilizados para as comparações
necessárias. Lembre-se de que, ao examinar esses dados, os analistas podem compreender com exatidão a
situação da empresa e o desempenho recente, visualizando os pontos fortes e fracos da gestão, para que possam
traçar estratégias para corrigir deficiências. Dada a atual competitividade, essa ação é necessária, porque os
concorrentes estão cada vez mais preparados para conquistar novos mercados, levando à reestruturação da
gestão da organização (ASSAF NETO, 2015).
Ainda nessa situação, podemos dizer que esses indicadores são a base para a tomada de decisões da empresa.
Isso porque permitem que os parceiros atuem com consciência e prudência com base nas informações contidas
nos relatórios contábeis e financeiros, com o objetivo de identificar questões relacionadas aos passivos
organizacionais e determinar a liquidez e a rentabilidade da empresa (ASSAF NETO, 2015).
É importante observar que cada indicador tem seus objetivos. Considere o seguinte exemplo: antes de fornecer
fundos à empresa solicitante, o financiador analisará suas informações para ver se pode honrar com o
pagamento. Portanto, ele deve analisar a dívida da organização e sua liquidez para entender se a organização é
capaz de pagar a dívida que pretende assumir.
Você quer ler?
Para se aprofundar nesse assunto, leia o livro denominado ,Contabilidade Empresarial
cujo autor é José Carlos Marion. Muitos livros enfocam no ensino mecânico e técnico,
mas a obra de José Carlos Marion aborda de forma adequada a análise e compreensão
- -3
Analisar as demonstrações financeiras é uma forma de medir esse desempenho. No entanto, muitos analistas
optam por não usar demonstrações financeiras (como o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE)). Em vez disso, usam indicadores de dados publicados, porque os resultados
desses cálculos influenciam fortemente o comportamento de pessoas dentro e fora da empresa. Para os
membros internos, o fator motivador será a sobrevivência da organização e a conquista de novos mercados com
base no seu desempenho e nas suas capacidades (FERRARI, 2011).
Os indicadores financeiros também podem ser chamados de análise por meio de quocientes. Podemos verificar
na tabela a seguir os principais indicadores financeiros.
Quadro 1 - Listagem de indicadores e classificações.
mas a obra de José Carlos Marion aborda de forma adequada a análise e compreensão
dos relatórios contábeis. Pelas suas características, estamos a falar de um livro muito
importante para o contabilista utilizar no seu dia a dia e até recomendar para seus
clientes.
- -4
Quadro 1 - Listagem de indicadores e classificações.
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
#PraCegoVer: o quadro apresenta duas colunas, com os indicadores financeiros e suas respectivas
classificações: liquidez (corrente, seca, imediata, geral, capital circulante líquido), estrutura de capitais
(participação de capitais de terceiros, composição do endividamento, grau de imobilização do patrimônio
líquido, grau de imobilização dos recursos não correntes, garantia de capital de terceiros, endividamento geral);
rentabilidade (rentabilidade sobre o ativo, margem operacional, margem bruta, margem líquida, rentabilidade
do ativo operacional, rentabilidade do patrimônio líquido); ciclo financeiro (rotação de estoque, duplicatas a
pagar e duplicatas a receber, prazo médio de estoque, prazo médio de estocagem, prazo médio de recebimento,
prazo médio de pagamento).
Nesta unidade, abordaremos os índices financeiros voltados à liquidez de uma empresa. Portanto, iremos
abordar a liquidez geral, corrente, seca e imediata nas próximas seções (GOMES, 2010).
Para iniciar, lembre-se de que esse tipo de indicador tem como objetivo medir a capacidade financeira da
empresa em apurar o saldo em conta do BP com os compromissos assumidos pelos credores. A interpretação
desses índices vai depender dos interesses dos usuários em relação às informações contábeis, como credores de
empréstimos e financiamentos: nesse caso, os índices de liquidez seguem a regra “quanto mais, melhor”, porque
indicam se a empresa tem capacidade de desempenho e as obrigações desses credores.
A explicação da análise que é feita pelos investidores mostra que ter um alto índice de liquidez nem sempre é
bom, pois pode indicar que a empresa tem muitos recursos que podem ser recebidos, o que pode representar a
seguinte situação: quando há volume alto nas contas a receber, grande quantidade de mercadorias em estoque
ou baixo saldo no passivo circulante, a empresa deve cumprir as obrigações em um determinado período de
tempo. Por outro lado, não há juros, por isso não usa capital de terceiros, o que é benéfico para a empresa, pois
não precisa utilizar seu capital de giro.
Você quer ver?
Não deixe de ver o vídeo da análise do balanço do 3º trimestre de 2014 divulgado pela
Petrobras, feita pelo contador Antônio Carlos Lopes. Ele explica a necessidade de um
parecer do profissional de auditoria para que o BP seja analisado.
Acesse
https://noticias.r7.com/record-news/jornal-da-record-news/videos/contador-faz-analise-de-balanco-divulgado-pela-petrobras-do-3-trimestre-de-2014-16102015
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Tabela 1 - Balanço Patrimonial (BP).
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta duas colunas que são utilizadas para apresentar ao lado esquerdo as contas
contábeis e grupos de contas do ativo e do lado direito as contas e o grupo de contas do passivo mais o
patrimônio líquido. À esquerda ficam os ativos: circulante (R$ 234.800,00), do qual fazem parte caixa e bancos
(R$ 24.200,00), aplicações financeiras (R$ 6.600,00), duplicatas a receber (R$ 85.600,00 e estoques (R$
118.400,00); não circulante (R$ 160.800,00), composto por investimentos (R$ 89.000,00), imobilizado (R$
62.700,00) e intangível (R$ 9.100,00); totaliza R$ 395.600,00. À direita ficam o passivo e o patrimônio líquido.
Aquele é composto por passivo circulante (R$ 235.780,00) – integrado por empréstimos e financiamentos (R$
18.200,00), duplicatas descontadas (R$ 9.680,00), fornecedores (R$ 132.000,00) e outras obrigações (R$
75.900,00) – e não circulante– integrado por financiamentos a pagar, ambos totalizando R$ 28.200,00. Por fim, o
patrimônio líquido (R$ 131.620,00) é composto por capital social (R$ 103.000,00) e reserva de lucro (R$
28.620,00). O total do passivo aparece ao fim (R$ 395.600,00).
Usaremos os dados do BP da tabela anterior para ilustrar os indicadores a seguir.
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3.1.1 Índice de Liquidez Geral (LG)
O índice geral de liquidez (LG) é a relação entre o ativo circulante + ativo não circulante e a soma do passivo
circulante e não circulante. O método de cálculo é o seguinte:
O LG, diferentemente da análise permitida pelos indicadores LC, LI e LS, considera todas as previsões de médio e
de longo prazo, incluindo no cálculo os direitos e as obrigações à frente de 12 meses, tais como vendas
parceladas, aplicações de longo prazo e empréstimos a pagar (IUDÍCIBUS, 2017).
Podemos calcular o índice de liquidez geral com base na tabela anterior utilizando a expressão matemática
anterior, e assim obtemos a seguinte razão:
Observe o quadro a seguir para interpretar os resultados da liquidez geral:
Quadro 2 - Intepretação do índice de liquidez geral.
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
#PraCegoVer: o quadro apresenta duas colunas, relacionando o valor do índice de liquidez geral com o que isso
representa na prática. Quando liquidez é maior que 1, os resultados mostram condições favoráveis para o
possível pagamento de obrigações. Quando liquidez é igual a 1, o valor total dos bens e direitos é igual à soma
Você o conhece?
Láudio Camargo Fabretti, escritor da área contábil, atualmente é professor titular da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e professor da Companhia
Docas do Pará. Escreveu diversos livros, como: Prática Tributária da Micro e Pequena
, e .Empresa Contabilidade Tributária Código Tributário Nacional Comentado
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possível pagamento de obrigações. Quando liquidez é igual a 1, o valor total dos bens e direitos é igual à soma
das obrigações. Quando liquidez é menor que 1, acontece que, se necessário, o saldo é insuficiente para quitar a
dívida.
Portanto, esse coeficiente explica que, para cada R$ 1,00 de passivo circulante + não circulante, a empresa obtém
aproximadamente R$ 1,50 de ativo circulante e não circulante. Ou seja, o valor líquido gerado para liquidação do
ativo é de R$ 0,50 sobre as obrigações de curto e longo prazo.
3.1.2 Índice de Liquidez Corrente (LC)
O indicador de liquidez (LC) é a relação entre o ativo circulante e o passivo circulante, utilizado para calcular a
capacidade de pagamento dos compromissos de curto prazo. Pode ser obtido pelos seguintes métodos
matemáticos:
Podemos calcular o índice de liquidez corrente com base na tabela apresentada, utilizando a expressão
matemática anterior, e assim obtemos a seguinte razão:
Pode-se dizer que para cada 1,00 real de passivo circulante, a empresa obtém aproximadamente 1,00 real de
ativo circulante, ou seja, há um equilíbrio entre os recursos financeiros de curto prazo para o cumprimento
dessas obrigações (MARION, 2012).
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
3.1.3 Índice de Liquidez Seca (LS)
O Índice de Liquidez Seca (LS) é a relação entre ativos circulantes (excluindo estoques) e passivos. Atualmente,
os resultados são os seguintes:
LS representa a dependência das ações da empresa no pagamento das dívidas de curto prazo: quanto maior a
dependência da empresa no pagamento das referidas dívidas, menos estoques.
Podemos calcular o índice de liquidez seca com base na tabela apresentada, utilizando a expressão matemática
anterior, e assim obtemos a seguinte razão:
Portanto, podemos dizer que, para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a empresa obtém cerca de R$ 0,49 de
ativo circulante (menos o estoque), ou seja, possui apenas R$ 0,49 de cumprimento da dívida de curto prazo. Isso
demonstra uma alta dependência de estoques (MATARAZZO, 2010).
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3.1.4 Índice de Liquidez Imediata (LI)
O Índice de Liquidez Imediata (LI) é a razão entre o ativo disponível e o passivo circulante, que pode ser obtido a
partir da seguinte fórmula matemática:
A LI pode ser considerada um indicador conservador, pois reflete apenas caixa e equivalentes de caixa (saldos
em bancos, aplicações financeiras de curto prazo – até 90 dias) para liquidação de dívidas de curto prazo,
excluindo estoques e valor a ser apurado.
Podemos calcular o índice de liquidez imediata com base na tabela apresentada, utilizando a expressão
matemática anterior, e assim obtemos a seguinte razão:
Podemos interpretar, assim, que, para cada R$ 1,00 de passivos circulantes, a empresa obteve somente R$ 0,10
de ativo circulante, ou seja, um valor muito baixo para o cumprimento das obrigações de curto prazo.
A seguir, iremos apresentar os índices relacionados ao endividamento de uma empresa. O índice de
endividamento não é equivalente ao fluxo de caixa, que evidencia as dívidas de uma entidade, tampouco
demonstra apenas os empréstimos bancários.
O índice de endividamento revela a aquisição de recursos da empresa, ou seja, é a relação de como a empresa
utiliza seus recursos próprios ou de terceiros para financiar os recursos do ativo. Por meio desse indicador
financeiro, destacamos o nível de dívida da empresa. Vejamos que o ativo corresponde ao valor financiado por
capitais de terceiros, que no caso, são os passivos circulantes e os exigíveis a longo prazo, e também por capital
próprio, que no caso refere-se ao patrimônio líquido.
Assim, entendemos que capitais de terceiros e capital próprio são fontes de recursos que a empresa possui.
Podemos então entender que o indicador de endividamento pode nos dizer se a empresa se utiliza mais de
recursos de terceiros ou de recursos próprios, além de saber, nos casos de recursos de terceiros, se os
vencimentos deles são em grande parte no longo prazo ou no curto prazo (RIBEIRO, 2015).
Caso
Um exemplo para ilustrar o aspecto qualitativo do endividamento pode ser representado pela seguinte
situação: uma determinada empresa contraiu um endividamento de grande porte em uma instituição
financeira tradicional para amortizar a longo prazo (120 meses) e utilizou os recursos obtidos por
intermédio desse financiamento para adquirir um equipamento utilizado na produção, que tem como
proposta melhorar a produtividade da empresa em 15% em relação ao equipamento anteriormente
em uso, reduzindo o consumo de energia elétrica em 28%.
No exemplo citado, a empresa está contraindo um financiamento de longo prazo com um objetivo
claro: aumentar a produtividade, reduzir custos e modernizar a empresa. Por outro lado, se a empresa
tivesse realizado um contrato de empréstimo de curto prazo, que usualmente possui taxas de juros
maiores, por não ter dinheiro em caixa para pagar fornecedores e, dessa forma, não ter a produção
paralisada, teríamos uma situação totalmente diferenciada.
- -9
Geralmente, as instituições que operam no setor financeiro relutam em fornecer financiamento a entidades com
condições financeiras desfavoráveis. O que devemos ter em mente é que as empresas que usam créditos
patrimoniais suplementares para fazer investimentos produtivos em seus ativos – por exemplo, investimento em
expansão institucional, melhoria e modernização dos negócios – contraem endividamentos benéficos, mesmo
que de forma elevada. Esse tipo de investimento no ativo gerará retornos financeiros ao longo do tempo que
serão utilizados para quitar seus compromissos.
Por outro lado, as empresas que pretendem obter empréstimos para saldar outras dívidas vencidas são
exemplos de créditos financeiros que não geram recursos para liquidar os seus compromissos futuros. Essas
empresas deverão recorrer a outros empréstimos durante esse período, com possibilidade de ser de forma
contínua, como um círculo vicioso.
A análise da composição da dívida da empresa também é muito importante para determinar se os compromissos
assumidos são de curto prazo (geralmente usados ​para financiamento de ativos correntes) ou de longo prazo
(geralmente usados para financiamentode ativos fixos). Uma relação favorável será com maior participação da
dívida de longo prazo, porque haverá mais tempo para gerar recursos que possam cumprir os compromissos de
quitação da dívida. Expansão e modernização, por exemplo, devem ser financiadas por recursos de longo prazo,
ao invés de passivos correntes, e os recursos gerados por essas medidas também serão de longo prazo.
Se a composição da dívida está concentrada no passivo circulante (curto prazo), a empresa pode ter reais
dificuldades de reversão do mercado (se a dívida estiver concentrada em longo prazo). Em uma crise, tem
poucas opções: vender ações de acordo com os preços de mercado, em “liquidação compulsória” (a qualquer
custo), podendo ainda assumir novas dívidas de curto prazo, que certamente terão altas taxas de juros, o que
aumentará os custos financeiros (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2002).
Se o foco for de longo prazo, a empresa terá mais tempo para planejar sua situação sem ter que vender estoque a
qualquer preço. No entanto, por meio de um estudo detalhado desses indicadores, entenderemos a seguir a
situação financeira real do projeto.
3.2 Índice de imobilizado
O índice de ativos fixos do patrimônio líquido mostra o valor do patrimônio que a empresa investe em ativos
fixos, ou seja, o valor do financiamento dos ativos fixos da empresa. Dessa forma, podemos mensurar que a
empresa tem uma dependência maior no patrimônio líquido ou em recursos de terceiros para a manutenção do
negócio. Podemos obter esse índice pela expressão matemática:
Nela temos que IPL corresponde à imobilização do patrimônio líquido, ANC corresponde ao ativo não circulante
e PL ao patrimônio líquido. Utilizando nosso BP de exemplo, apresentado na tabela anterior, temos:
Podemos interpretar esse índice financeiro como “quanto maior, pior”, mantendo-se constantes as demais
variáveis. Veja que o índice de 1,22 significa que 100% do capital próprio e mais 22% do capital de terceiros
estão investidos no ativo não circulante. Vejamos que todo o ativo é composto de recursos advindos do capital
próprio e do capital de terceiros. Nesse caso, quanto mais capital próprio está comprometido no ativo não
circulante, menor será o valor do recurso próprio que está no ativo circulante.
O ideal seria que toda empresa obtivesse um patrimônio líquido suficiente para cobrir todo o valor do ativo não
circulante e ainda que sobre uma parcela para o financiamento de uma fração do ativo circulante. Dessa forma, é
fundamental o planejamento dos recursos que estão à disposição da empresa, para que seja feita a melhor
- -10
fundamental o planejamento dos recursos que estão à disposição da empresa, para que seja feita a melhor
adequação dos prazos de aplicação dos recursos com o prazo das fontes.
Por esse motivo, a correta gestão dos recursos da empresa exige uma definição adequada das condições de
aplicação dos recursos, com base na terminologia dos recursos.
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Em princípio, o ideal é que a empresa minimize seus próprios recursos. Portanto, suas operações normais não
contarão com capital de terceiros.
Os analistas devem estar atentos ao financiamento de longo prazo da empresa para novos investimentos, como
expansão e modernização do parque. Nesse caso, o índice IPL pode ser muito alto. Porém, a política de captação
de recursos de longo prazo revela a correta decisão administrativa do empresário (MATARAZZO, 2010).
3.3 Índice de imobilização do ativo
Esse índice apresenta em valores percentuais a proporção dos recursos não correntes aplicados no ativo não
circulante. Podemos obter esse índice pela expressão matemática:
Nela temos que IRNC corresponde ao índice dos recursos não correntes, ANC corresponde ao ativo não
circulante, PL corresponde ao patrimônio líquido e ELP corresponde ao exigível a longo prazo. E podemos
verificar um exemplo numérico utilizando os dados do BP contido na tabela anterior para facilitar nosso
entendimento:
Vejamos que, nesse caso, para R$ 100,00 dos recursos não correntes, essa empresa tem R$ 60,00 aplicados no
ativo não circulante. Dessa forma, podemos interpretar que “quanto menor, melhor”, ou seja, quanto menor for o
valor desse indicativo, melhor é para empresa, considerando-se as demais variáveis constantes.
A parte dos recursos não circulantes designada como ativo circulante é chamada de capital de giro líquido. Além
de ser composta por capital de giro próprio e passivos de longo prazo, ainda representa o financiamento de
propriedade da empresa para o seu faturamento, não cobrando taxas em um curto espaço de tempo.
Os elementos do ativo não circulante têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim, não é necessário
financiar todo o imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo,
desde que o prazo seja compatível com o de duração do imobilizado, ou então que o prazo seja suficiente para a
empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo. Daí a lógica de comparar aplicações fixas
(ativo não circulante) com os recursos não correntes (patrimônio líquido + exigível a longo prazo)
(MATARAZZO, 2010).
3.4 Imobilização geral (capital próprio e de terceiros)
O valor de uma empresa pode ser definido de forma simplificada como a soma do valor de mercado da dívida e
- -11
O valor de uma empresa pode ser definido de forma simplificada como a soma do valor de mercado da dívida e
do valor de mercado das ações. A estrutura de capital determina a forma de financiamento de longo prazo, que
são os recursos estratégicos da empresa. É definida pela composição de passivos de longo prazo (capital de
terceiros de longo prazo) e ativos líquidos (participações acionárias investidas por acionistas ou cotistas) e pela
retenção da própria empresa (lucro gerado).
Se o objetivo da administração for tornar o valor da empresa tão elevado quanto possível, então a empresa deve
optar pela proporção dessas partes, que tornem o valor total tão grande quanto possível. A separação entre
patrimônio próprio e de terceiros está relacionada aos riscos assumidos por ambas as partes. O patrimônio é
assumido pelos acionistas da empresa, portanto, há mais riscos. Por outro lado, o seguro de terceiros apresenta
menor risco, por possuir remuneração e amortização previamente definidas, além de ter prioridade legal na
cobrança de juros e principal (ou seja, todo o capital investido).
A otimização da estrutura de capital visa: a) maximizar o valor das ações e cotas; b) minimizar o custo de
obtenção do capital; c) com menor custo de capital, avançar na realização de projetos para aumentar a riqueza
da própria organização e de suas partes relacionadas.
A seguir, usaremos um exemplo de BP para praticar a análise.
Você sabia?
As demonstrações financeiras são relatórios da contabilidade que representam a
situação de uma empresa em uma data específica em relação aos parâmetros
contábeis. Elas podem provar o plano em uma data específica (como um BP). Em
outros casos, referem-se a fatos ocorridos num determinado período de tempo, como
a DRE.
- -12
Tabela 2 - Balanço Patrimonial (BP): Vamos praticar?
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
#PraCegoVer: a tabela apresenta um Balanço Patrimonial (BP). À esquerda ficam os ativos: circulante (R$
46.960,00), do qual fazem parte caixa e bancos (R$ 4.840,00), aplicações financeiras (R$ 1.320,00), duplicatas a
receber (R$ 7.120,00 e estoques (R$ 23.680,00); não circulante (R$ 32.160,00), composto por investimentos (R$
17.800,00), imobilizado (R$ 12.540,00) e intangível (R$ 1.820,00); totaliza R$ 79.120,00. À direita ficam o
passivo e o patrimônio líquido. Aquele é composto por passivo circulante (R$ 47.156,00) – integrado por
empréstimos e financiamentos (R$ 3.640,00), duplicatas descontadas (R$ 1.936,00), fornecedores (R$
26.400,00) e outras obrigações (R$ 15.180,00) – e não circulante – integrado por financiamentos a pagar, ambos
totalizando R$ 5.640,00. Por fim, o patrimônio líquido (R$ 26.324,00) é compostopor capital social (R$
20.600,00) e reserva de lucro (R$ 5.724,00). O total do passivo aparece ao fim (R$ 79.120,00).
- -13
Os indicadores de dívida permitem avaliar a dependência financeira da empresa em relação aos credores e a sua
capacidade de cumprir os seus compromissos financeiros de longo prazo. Como são usados também para
verificar a composição dos passivos de uma empresa, também são conhecidos como indicadores de estrutura.
Nessa equação, temos que GET corresponde ao grau de endividamento total, PC corresponde ao passivo
circulante e ELP ao exigível a longo prazo. Utilizando nosso BP apresentado na primeira tabela, temos:
Uma participação elevada do passivo circulante no total do capital de terceiros indica que uma parte significativa
das dívidas vencem dentro do próximo ano. Isso pode significar desequilíbrio financeiro, caso a empresa não
possua recursos de mesma maturidade para fazer frente aos passivos circulantes assumidos.
Quando esse índice é maior do que o grau do endividamento geral, mostra que o capital próprio está
completamente imobilizado, juntamente com uma parcela de capital de terceiros. Ou seja, nessas condições, o
capital próprio não pode ser utilizado para financiamento e atividades operacionais (ASSAF NETO, 2015).
Agora que você já compreendeu todos os conceitos envolvidos, traremos uma sistematização das fórmulas de
cálculo de cada índice.
Índice de Liquidez Geral (LG) LG=(AC+ANC)/(PC+PNC)
Índice de Liquidez Corrente (LC) LC=AC/PC
Índice de Liquidez Seca (LS) LS=(AC-Estoques)/PC
Índice de Liquidez Imediata (LI) LI=Disponível/PC
Índice de imobilizado IPL=ANC/PL
Índice de imobilização do ativo IRNC=ANC/(PL+ELP)
Imobilização geral (capital próprio e de
Vamos Praticar!
Imagine uma empresa que apresenta o balanço patrimonial exibido na tabela anterior.
Você, caro estudante, foi contratado para emitir um parecer contábil, utilize os
indicadores financeiros desta unidade para calcular sua liquidez e o seu
endividamento para emitir seu parecer.
- -14
Imobilização geral (capital próprio e de
terceiros)
GET=(PC+ELP)/(Passivo
total)
Esperamos que tenha aproveitado esse conteúdo.
Conclusão
Chegamos ao final desta unidade, a análise das demonstrações contábeis são importantes ferramentas que
servem de fundamentação para as tomadas de decisões, principalmente com relação ao planejamento
estratégico da entidade.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a importância das análises em contexto gerencial e para os usuários das informações contábeis;
• aprofundar seus conhecimentos sobre as análises de indicadores de liquidez, que expressam a 
capacidade de pagamento da empresa em diversas situações;
• conhecer os indicadores de endividamento, que evidenciam a quantidade de capital próprio e capital de 
terceiros que estão investidos no ativo da empresa.
Referências
ASSAF NETO, A. : um enfoqueEstrutura e análise de balanço
econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
FERRARI, E. L. . 4. ed. Rio de Janeiro: Campus;Análise de balanços
Elsevier, 2011.
GOMES, A. . Curitiba: IESDE Brasil,Contabilidade intermediária
2010.
IUDÍCIBUS, S. D. . 7. ed. São Paulo: Atlas, 2017.Análise de balanços
MARION, J. C. : contabilidadeAnálise das demonstrações contábeis
empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MATARAZZO, D. C. : abordagem gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.Análise financeira de balanços
RIBEIRO, O. M. : fácil. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.Estrutura e análise de balanços
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. . 2. ed. São Paulo:Princípios de administração financeira
Atlas, 2002.
SANTOS, L. J. . Rio de Janeiro: SESES, 2016.Estrutura das demonstrações contábeis
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	Introdução
	3.1 Coeficientes de liquidez
	Você quer ler?
	Você quer ver?
	3.1.1 Índice de Liquidez Geral (LG)
	Você o conhece?
	3.1.2 Índice de Liquidez Corrente (LC)
	Teste seus conhecimentos
	3.1.3 Índice de Liquidez Seca (LS)
	3.1.4 Índice de Liquidez Imediata (LI)
	Caso
	3.2 Índice de imobilizado
	Teste seus conhecimentos
	3.3 Índice de imobilização do ativo
	3.4 Imobilização geral (capital próprio e de terceiros)
	Você sabia?
	Vamos Praticar!
	Conclusão
	Referências

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