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Abolitio criminis

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1 
Abolitio criminis 
 
A abolição do crime é uma causa que leva à extinção da punibilidade na forma do art. 117, III, 
do Código Penal. As causas de extinção da punibilidade serão estudadas nesta disciplina em 
tópico futuro e específico. 
 
A abolitio criminis alcança até mesmo os processos já iniciados, bem como os que já estejam 
na fase de execução. Em outras palavras, se um indivíduo está preso e vem uma lei e diz que 
aquela conduta pela qual ele está preso e cumprindo penal não é mais crime, ele deve ser 
posto em liberdade imediatamente. 
 
A lei que aboliu o crime surtirá seus os efeitos até mesmo nos casos passados, ou seja, é 
retroativa porque beneficia o réu. 
 
Este instituto só ocorrerá se houver a revogação total do preceito penal (crime). Como 
exemplo, podemos citar o crime de adultério (antigo art. 240 do CP). Ora, todos sabem que o 
adultério não é mais crime, logo ele foi revogado por uma norma nova (abolitio criminis), 
assim devem cessar todos os efeitos da persecução penal terminei. A conduta não pode mais 
existir como crime no ordenamento jurídico-penal. 
 
Questão interessante ocorre quando uma nova lei revoga um crime, entretanto desloca a 
proibição daquela conduta para outro dispositivo legal. Em outras palavras, a conduta que era 
incriminada em determinado artigo, com a revogação deste pela nova lei, passa a ser previsto 
em outro artigo, contudo a conduta ainda é proibida pelo Direito penal crime só que em outro 
dispositivo legal. 
 
Neste caso, não há que se falar em abolitio criminis, pois houve apenas um deslocamento 
topográfico da conduta que era proibida em determinado artigo (que foi revogado), mas 
continua sendo proibida em outro dispositivo. 
 
Exemplo claro desta circunstância é o que aconteceu com o crime de atentado violento ao 
pudor, que antes estava previsto no art. 214, do CP, e com a revogação deste, foi incorporado 
ao art. 213, do CP. 
 
 
 
 
 2 
O referido artigo (213) antes previa apenas o crime de estupro, contudo com a revogação do 
art. 214 (atentado violento ao pudor) passou a compreender as duas condutas. Logo, hoje em 
dia, praticar conjunção carnal (estupro) sem consentimento da pessoa ou até mesmo praticar 
ato libidinoso diverso da conjunção carnal (atentado violento ao pudor) estão regulados no 
mesmo dispositivo legal (art. 213). Nesta circunstância, a doutrina afirma que deve ser 
aplicado o princípio da continuidade normativa típica.

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