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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DA ... VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE .../UF “A”, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., inscrito no CPF sob o nº ..., portador da cédula de identidade nº ... SSP/UF, endereço eletrônico ..., residente e domiciliado à ..., filho de ... e ..., por intermédio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à Rua ..., e endereço eletrônico ..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de “B”, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede em ..., pelos fatos e fundamentos a seguir delineados. I - DOS FATOS: “A”, ora reclamante, foi admitido pela Reclamada em 15/01/2018. Ocorre que o Reclamada não procedeu ao pagamento das quantias referentes aos salários dos meses de abril/2018 a 06/2018. Além disso, na CTPS do Reclamante não consta o registro inerente ao vínculo trabalhista em questão. Eis os fatos. I – DO MÉRITO: a) DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO: Haja vista que o Reclamante laborou para a Reclamada sem ter sua CTPS assinada, este permaneceu privado dos direitos básicos inerentes à relação empregatícia, sejam trabalhistas ou previdenciários. Portanto, requer o Reclamante o reconhecimento do vínculo empregatício pelo período devido, com os consequentes reflexos. b) DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS: Conforme cópia da CTPS anexa, a Reclamada não procedeu ao registro do vínculo laboral. Dessa forma, reconhecido o vínculo entre as partes, por meio das provas juntadas as autos, resta cristalino o direito à anotação da CTPS do Reclamante. Além disso, em razão da ilegalidade cometida, deve a Reclamada, s.m.j, ser condenada ao pagamento da multa prevista no art. 55 da CLT. c) DA RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO (ART.483, d, da CLT) (POSSIBILIDADE – VÍNCULO ATIVO) Em razão da inobservância do dever de anotar a CTPS por parte da Reclamada, pode o Reclamante requerer a rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do art. 483, d, da CLT. -RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE EMPREGO. RESCISÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS 1. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho consolidou o entendimento de que a ausência de anotação na CTPS do empregado justifica o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de emprego, nos termos do art. 483, d, da CLT. Entende-se que a conduta do empregador que se recusa ao cumprimento da obrigação prevista no art. 29 da CLT acarreta prejuízos ao empregado. 2. Acórdão regional que conclui que a ausência de anotação na CTPS do empregado não configura justa causa que autoriza a rescisão indireta do contrato de emprego mostra-se em dissonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência do TST. 3. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (RR - 166200-22.2009.5.15.0007, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 13/08/2014, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/08/2014). d) DAS VERBAS DEVIDAS: Uma vez reconhecida a rescisão indireta do contrato de trabalho, requer seja a Reclamada condenada ao pagamento das verbas rescisórias, quais sejam: (a) Saldo de salário (vencidos e a vencer até o momento a data da rescisão); (b) Aviso prévio indenizado; (c) 13º salário proporcionais; (d) Férias vencidas, se houver, e proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; (e) Multa de 40% sobre o saldo retroativo do FGTS. II -DO DANO MORAL (ARTS. 186 E 927 DO CC/02) A Reclamada, além de não proceder à anotação da CTPS do Reclamante, ainda deixou de realizar o pagamento das verbas salariais relativas aos meses de 04/2018 ao 06/2018. Assim sendo, ao não seguir as formalidades previstas na CLT para a contratação de mão de obra, atraiu para si as penalidades previstas na legislação. Em virtude desse fato, é inegável os prejuízos experenciados pelo Reclamante. Quanto à temática, a jurisprudência é clara quanto ao dever de indenizar, vejamos: DANO MORAL. AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO NA CTPS. NEGAÇÃO DE DIREITOS BÁSICOS DO TRABALHADOR. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA DEVIDA. A reclamada cometeu fraude trabalhista mediante a não formalização do vínculo empregatício, cujo comportamento constitui grave atentado à ordem constitucional-trabalhista, consubstanciada, entre outros, na dignidade da pessoa do trabalhador e valorização do trabalho humano (arts. 1º, III e IV; 3º, I e III; 7º, caput; 170, caput; e 193, todos da CRFB), atingindo a honra e a dignidade do trabalhador, isto é, os direitos da personalidade (art. 5º, V e X, da CRFB), caracterizando-se, portanto, como ato ilícito (art. 186 do CC), gerador do dever de indenizar os danos morais in re ipsa impingidos à reclamante (art. 927 do CC c/c o art. 8º da CLT). Recurso da reclamante provido. (TRT-2 - RO: 00004160820145020030 SP 00004160820145020030 A28, Relator: MARIA ISABEL CUEVA MORAES, Data de Julgamento: 24/02/2015, 4ª TURMA, Data de Publicação: 06/03/2015) Assim sendo, nos termos dos arts. 186 e 927 do CC/02, a conduta da Reclamada desencadeou prejuízos ao Reclamante que ultrapassam a barreira do mero aborrecimento rotineiro e, portanto, deve o Reclamante ser indenizado pelos danos sofridos, como cabalmente já demonstrado. III -DOS CÁLCULOS: Seguem em anexo as planilhas contento os memoriais de cálculo relativo aos salários não pagos (monetariamente corrigidos), nos termos da Súmula 381 do TST, e às verbas não pagas decorrentes da rescisão indireta do contrato de trabalho. IV - DA JUSTIÇA GRATUITA: Em virtude do Reclamante ser pobre em sentido legal, este não possui condições de arcar com as custas e honorários sem prejuízo do seu sustento e de sua família. A fim de comprovar a insuficiência de recursos, segue em anexo a declaração de hipossuficiência, a cópia da CTPS e demais documentos pertinentes. Pelas razões apresentadas, requer o Reclamante a concessão dos benefícios Justiça Gratuita, nos termos da Lei 1.060/1950 e art. 99, §3º do CPC. V- DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Com fundamento no art. 791-A, da CLT, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 15% sobre o valor total da condenação. VI – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência: · ordenar a citação da Reclamada por meio postal para, querendo, oferecer resposta no prazo legal, nos termos do art. 847, § único; · o reconhecimento do vínculo empregatício entre o Reclamante e a Reclamada, com a consequente anotação na CTPS relativa ao tempo de serviço, nos termos do art. 29 da CLT; · o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho do Reclamante, acrescido das verbas rescisórias inerentes ao CT, nos termos do art. 483, d, da CLT; devendo o débito relativo aos salários em atraso serem corrigidos monetariamente nos termos da Súmula 381 do TST, com reflexos trabalhistas e previdenciários; · a condenação da Reclamada ao pagamento de danos morais no importe de R$ ..., em razão da não anotação da CTPS no tempo legal, nos termos dos arts. 186 e 927 do CC; · a condenação da Reclamada ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência fixados em 15% sobre o valor atualizado da causa; · o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita, devido ao fato do Reclamante não poder arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento; · pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente as testemunhais e documentais. Dar-se à causa o valor de R$ ... Termos em que, pede deferimento. Cidade/UF, ... de ... de 20... ADVOGADO ... OAB/UF n° ... Assinado digitalmente por “ADVOGADO ...” 2
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