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DO FILME A VILA

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“A VILA”, análise sociológica.
Mariana Mota Arraes 
O escopo deste trabalho é fazer um paralelo com as disciplinas de Filosofia e de Psicologia no filme: A Vila, produzido em 2004 com direção de M. Night Shyamalan, e também realizar uma correlação com os fundamentos da sociologia.
A crítica será feita com foco em acontecimentos envolvendo alguns personagens. O jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) possui um grande desejo de ultrapassar os limites daquela vida no vilarejo e ir rumo ao desconhecido, além da floresta. Lucius ama uma jovem filha do líder local, Edward Walker (William Hurt), a bela Ivy Walker (Bryce Dallas Howard), portadora de uma deficiência visual. O jovem Noah Percy (Adrien Brody) que possui transtorno mental, também é atraído por ela. O amor de Noah faz com que a vida de Ivy corra perigo. Alguns acontecimentos, dentre eles: uma tentativa de homicídio faz com que segredos sejam revelados e uma desordem seja instaurada na vila.
O indivíduo é o produto de uma sociedade. O grande sociólogo francês Emile Durkheim acreditava que, as ações das pessoas não aconteciam por mera casualidade. Ele sabia que ao defender esta idéia, que apesar de existir uma consciência individual que dava forma aos indivíduos possibilitando-os a pensarem e interpretarem a vida, o indivíduo seria o produto do seu meio, ou seja, da sociedade. 
O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que esta inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada. (DURKHEIM, 1895, texto digital)
Outrossim, suas idéias, condutas e concepções, valores e maneira de agir são influenciados pelo meio em que vive.
A vila é um filme onde são retratadas algumas idéias de cunho filosófico, sociológico e psicológico. O enredo conta-nos uma estória onde um grupo de pessoas vivem isoladas das outras sociedades, totalmente distanciadas de outros costumes de vida. Retratando assim uma sub-sociedade.
Os fundadores daquela sociedade são chamados de “anciãos”, um grupo de nove pessoas. Os motivos pelos quais os levou a “criar” uma nova sociedade fora do mundo real foram: pessoais, tragédias, experiências calamitosas, a violência que vitimou pessoas amadas e intimas. 
Optaram por seguir um caminho, por se resguardarem e conservar os seus familiares e descendentes das vilanias da vida, recolheram-se em um bosque, criaram para aquela sociedade um novo modo de viver, para que houvesse harmonia, não houvessem aflições, não houvesse nenhum tipo de ferocidade, protegendo todos de todas as desgraças que poderiam acontecer.
Percebemos que, esses líderes eram detentores de conhecimentos e poder. Os habitantes daquele vilarejo eram proibidos de cruzar os limites que lhes eram impostos, impedindo-lhes assim, através de uma “alienação” a busca por informações.
Tudo o que eles aprendiam era receptivo e mecânico, os lideres manipulava-os através do medo. Os habitantes daquele vilarejo são retratados no filme como uma sociedade passiva, pois recebiam, escutavam e repetiam as informações.
No filme, o jovem Lucius queria ultrapassar os limites impostos aos moradores, ele acreditava que fora daqueles ditos “limites” poderia descobrir um novo fenômeno, e isto seria benéfico. Saindo dali poderia ter novas experiências que de certa forma beneficiaria a comunidade. Mostrando a todos os lideres seus anseios, suas vontades de ultrapassar os limites, que ele não era um subversivo, nem estava implantando uma revolta, e nenhuma revolução. O desejo dele era desbravar o novo e sair daquela condição de ignorância.
Outra idéia que o filme retrata também, é de cunho psicológico, os anciãos em busca pelo controle, com base na crença que eram impostas por eles, manipulavam-os através do medo. Através deste mecanismo, podiam controlá-los facilmente.
Sabemos que, quando estamos num estado de medo aterrorizante, interpretamos o meio em que vivemos ou que estamos de uma forma completamente diferente. E o grande problema daquela sociedade que o medo dominava todas as outras emoções e o funcionamento do espaço físico do vilarejo.
Os anciãos manipulavam-os para fazê-los sentirem inseguros se cruzassem os limites impostos das cercanias do vilarejo. De modo que o medo passou a ter função de aprisioná-los.
Podemos fazer uma analogia entre este filme e a passagem do livro “ A Republica” do filósofo grego Platão: “Alegoria da Caverna”, ou também conhecida como o “Mito da Caverna”, os habitantes daquele vilarejo tinham uma visão distorcida da realidade além dos limites daquela sociedade. O Mito da Caverna é inserido de uma forma contextual neste filme, pois aquela sociedade preferia permanecer alheia ao pensamento critico, aceitando assim, as crenças, os dogmas, as lendas, as ideias impostas por aquele grupo dominante.
Foram impostos a eles uma idéia, que além da linha laranja existiam um mundo habitado por criaturas amedrontadoras, conhecidas por “aqueles que não falamos”.
As pessoas daquele vilarejo eram presas a idéias estabelecidas que as impossibilitavam de buscar um sentido racional para tudo o que lhes eram impostas. Evitavam a dificuldade do pensar, do refletir, e contentavam-se apenas com as informações que lhes eram fornecidas através dos líderes.
Foi necessário algo fatídico para que alguém ( a jovem Ivy) se “libertasse das correntes” e sair em busca de ajuda no “mundo exterior” que ia além da faixa laranja, ou seja do pensamento comum. O interessante que a manipulação é algo tão latente, que a personagem (Ivy) a única a ser liberada para sair, possuía deficiência visual. E esta deficiência era “benéfica”, pois as ‘supostas escamas” da coercitividade não “cairiam”. Pois literalmente não enxergaria o que realmente acontecia além da floresta, um mundo novo, um século novo, uma nova realidade. Uma sociedade capitalista, onde o proprietário de toda aquela reserva florestal era o seu pai. 
Concluímos que, a ação de fuga do mundo real pode se tornar algo natural, como uma “verdade absoluta” e quem está neste processo passa a nem analisar o que está ocorrendo na verdade. É preciso compreender que fugir de nossos problemas não fará com que aquilo desapareça ou diminua como um passe de mágica. Construir outra vida fora da realidade não afugentará os “monstros da floresta”, o que pode acontecer é que a situação se agrave. 
Devemos discernir os eventos contrários da nossa realidade de forma racional, pois isto é a melhor maneira de invalidar o sentimento do medo e ir em busca de soluções.
REFERÊNCIAS
PEREIRA, Alexsandro. O filme “A Vila”. Disponível em: <www.administradores.com.br/2012/01/producao-academica/o-filme-a-vila.html>. Acesso em: 12 mar. 2018
100 ANOS DE DURKHEIM. UOL. Disponível em: <www.vestbular.uol.com.br/2017/03/resumo-das-disciplinas/atualidades/100-anos-de-durkheim-conheça-o-pensamento-de-um-dos-pioneiros-da-sociologia.html>.Acesso em: 11 mar. 2018
BESERRA, Marcio. Resenha do filme A Vila. Disponível em: <www.recantodasletras.com.br/2017/04/resenhas-de-filmes.html>.Acesso-em-12-marm2018
FRASES E PENSAMENTOS DE ÉMILE DURKHEIM. kdfrases. Disponível em: <www.kdfrases.com.br/2012/autor-émile-durkheim.html>. Acesso em 11 mar. 2018

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