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Educação Clássica vs Educação Moderna Steve Turley

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T941e
Turley, Steve
Educação clássica vs. educação moderna: a visão de C. S. Lewis /
Steve Turley; Tradução de Elmer Pires. -- São Paulo: Editora
Trinitas, 2018.
 
Ebook Mobi 6 mb.
 
Tradução de: Classical Education vs. Modern Education: A Vision
from C.S. Lewis.
 
ISBN 978-85-85034-00-9
 
1. Educação Cristã 2. Educação Cristã Clássica 3. Educação Cristã
Moderna I. Título.
CDD: 268 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Flávia de Melo - Bibliotecária 0 CRB 8 8881
----- »»» ««« -----
Copyright © 2015 by Dr. Steve Turley
Publicado originalmente em inglês sob o título:
Classical Education vs. Modern Education: A Vision from C.S. Lewis
1a edição 2018
ISBN: 978-85-85034-00-9
 
Tradução: Elmer Pires
Revisão: Cesare Turazzi, Ulisses Teles
Capa e Diagramação: Haas Comunicação
 
 
Todos os direitos reservados à:
Editora Trinitas LTDA
São Paulo, SP
www.editoratrinitas.com.br
 
Capítulo 1
 
 
CACHOEIRAS
E O MUNDO
 
 
Não há dúvidas de que a década de 1940 tenha constituído um período
historicamente assombroso: o ataque japonês a Pearl Harbor, a Segunda
Guerra Mundial, o advento da bomba atômica, a transformação dos EUA em
uma superpotência global, o estabelecimento da OTAN e a fundação da
República Popular da China. No entanto, no meio destes acontecimentos
notáveis, raramente, senão nunca, se encontra a inclusão de um pequeno
livro, publicado em 1944, criticando o estado da educação britânica. O livro
foi intitulado A Abolição do Homem, cujo autor foi uma das grandes mentes
literárias do século 20, o renomado erudito de Oxford e de Cambridge, C. S.
Lewis. No que talvez seja a análise da era moderna mais significativa e
importante do século 20, Lewis, em menos de 100 páginas, descreve aquilo
que o professor Peter Kreeft chama de uma terrível profecia de mortalidade,
não apenas a mortalidade da civilização ocidental moderna, mas a
mortalidade da própria natureza humana.
 
A crítica de Lewis começou a partir de um compêndio, cujo título ele não
nomeia, chamando-o apenas de O Livro Verde [The Green Book], escrito por
dois autores cujos nomes ele também não menciona, referindo-se a eles
como Gaius e Titius. Os autores deste livro contam a famosa visita às
Cachoeiras do Clyde, na Escócia, realizada pelo poeta Samuel Taylor
Coleridge, no início dos anos 1800. Em dado momento, diante de uma das
cachoeiras, Coleridge ouviu a reação de dois turistas: um observou que a
cachoeira era “sublime”, enquanto o outro disse que ela era “agradável”.
Coleridge endossou mentalmente a primeira opinião e rejeitou a segunda
com desgosto. Então, Gaius e Titius fazem seu próprio comentário sobre esta
cena:
 
Quando o homem disse Isso é sublime, ele parecia estar fazendo uma
observação sobre a cachoeira... Na verdade... ele não estava fazendo
uma observação sobre a cachoeira, mas uma observação sobre seus
próprios sentimentos. O que ele na verdade estava dizendo era Eu tenho
em minha mente sentimentos associados à palavra ‘Sublime’, ou, em
poucas palavras, Eu tenho sentimentos sublimes... Essa confusão está
continuamente presente na língua conforme a usamos. Parece que
estamos dizendo algo muito importante acerca de algo: enquanto, na
realidade, só estamos dizendo algo a respeito de nossos próprios
sentimentos.
 
Para Lewis, este comentário de Gaius e Titius teve nada menos que
consequências cósmicas. A cena da cachoeira e o comentário capturaram de
forma microcósmica duas concepções de mundo contrastantes: uma,
representada por Samuel Taylor Coleridge, que afirmou ser a beleza um
valor objetivo incorporado em uma ordem cósmica criada, e beleza esta
reconhecida por uma humanidade que participa dessa ordem cósmica; e
outra, representada por Gaius e Titius e O Livro Verde, que negou à natureza
impessoal o valor objetivo e colocou todas as concepções de beleza e
sublimidade na mente humana e em preferências pessoais. Em uma, a beleza
é um valor que, autônomo, existe independente do conhecedor; para a outra, 
a beleza é um valor construído pelo conhecedor e sobreposto em um mundo
impessoal. Para Lewis, ambas as perspectivas representam nada menos que
dois projetos humanos fundamentalmente diferentes, que podem ser
considerados como sendo duas eras ou civilizações fundamentalmente
distintas, ao que poderíamos chamar de a era moral versus a era moderna, a
era sapiente versus a era científica.
 
Lewis resume essas duas eras da seguinte forma: para o homem clássico, a
pergunta fundamental era: “Como posso conformar minha alma com o mundo
que me rodeia de modo a ser elevado à vida divina?”. A resposta era: por
meio da oração, da virtude e do conhecimento. No entanto, para o homem
moderno, a pergunta é invertida: o homem moderno não está interessado em
como adaptar sua alma à realidade. Em vez disso, o homem moderno
pergunta: “Como posso conformar o mundo com meus próprios desejos e
ambições?”. A resposta envolve o explorar as instituições que operam pelos
mecanismos de poder e manipulação, a saber, a ciência, a tecnologia e o
estado.
 
Agora, o que Lewis nota com O Livro Verde é que essas duas visões da
realidade que se contrastam implicam duas visões da educação que se
contrastam. É possível que uma das observações mais profundas feita por
Lewis seja que a educação é, inescapavelmente, enculturação; a educação é
um meio pelo qual o indivíduo é iniciado em uma cultura, numa forma
particular de ser humano. Para Lewis, a importância do Livro Verde
enquanto compêndio estava no fato de que este livro manifestou a chegada
triunfante da era moderna e seus pressupostos, os quais permeiam a cultura
britânica de tal modo que agora todas as instituições culturais, especialmente
as escolas, são reconstituídas de acordo com regras, compreensões e metas
seculares.
 
Lewis, porém, não é um mero crítico desta mudança civilizacional. Ele
não é um cínico grosseiro que simplesmente lamenta a morte da velha ordem
e a ascensão de uma nova ordem. Não, Lewis acredita que essa propensão,
que essa orientação em direção ao poder e à manipulação inerentes ao
experimento modernista é nada menos que uma ameaça à nossa humanidade
como a conhecemos.
 
Peter Kreeft, professor de Filosofia do Boston College e do The King's
College, resume bem a preocupação de Lewis:
 
[A Abolição do Homem] é profética; a obra é tecida em linguagem
acadêmica — com efeito, sua pletora de referências versadas no latim
assustam e afugentam universitários ainda hoje, pois esta é a primeira
geração na história americana que é menos instruída que a geração de seus
pais —, mas seu conteúdo é uma profecia aterradora de mortalidade, não
apenas a mortalidade da civilização ocidental moderna, mas a mortalidade
da própria natureza humana, se não recuperarmos a crença no [que Lewis
chama de] Tao, a lei natural, a doutrina dos valores objetivos.
 
Capítulo 2
 
 
EDUCAÇÃO CLÁSSICA
E CULTURA
 
 
A fim de entender de onde Lewis parte, temos de entender a cultura e a
educação da forma como foram compreendidas no mundo ocidental por
quase 2 200 anos, de Platão até meados do século 19. A educação, no
sentido clássico do termo, estava inextricavelmente ligada ao que os gregos
chamavam de paideia. Usamos um termo semelhante quando levamos nossos
filhos ao pediatra. No mundo greco-romano, o termo paideia carregava
significado duplo. Originalmente, paideia fazia referência ao projeto
educacional dos gregos que iniciaria o aluno em uma cultura, em uma
maneira particular de tornar-se humano, mas acabou se tornando sinônimo do
próprio conteúdo dessa cultura, sendo assim o equivalente grego da palavra
latina cultura. Então, a paideia é tanto o conteúdo da cultura quanto o
processo educacional pelo qual o indivíduo é iniciado em uma cultura; em
suma, o “cultivo da cultura”.
 
Agora, tal conceito de educação tornou-se muito importante para a
civilização cristã emergente. Isto se dá por causa de um texto-chave em
Efésios 6.4, onde Paulo exorta os pais a criarem seus filhos na paideia tou
kyriou, a “paideia do Senhor”. Paulo introduz essa ideia depaideia, mas
não uma paideia dos gregos ou dos romanos; esta é a paideia do Senhor.
Esta é uma paideia que não é deste mundo, trazendo, portanto, uma cultura
literalmente de outro mundo, o próprio mundo do céu. E assim temos cristãos
desenvolvendo a concepção greco-romana de paideia de maneiras
surpreendentemente novas e sem precedentes.
 
Obviamente, no entanto, o ponto em questão levanta a seguinte pergunta: o
que é cultura? Aqui, devemos entender a relação clássica entre paideia e
polis, ou a cidade-estado grega. O objetivo principal da cidade-estado era o
de preencher a lacuna entre a pessoa humana individual e o mundo
macrocósmico maior. Temos de entender que, no mundo clássico, havia uma
relação micro-macro entre a pessoa humana e o mundo cósmico maior.
Empédocles, no século V a.C., não foi apenas o primeiro a sistematizar os
quatro elementos do cosmo, mas também os quatro humores do corpo
humano (a bílis amarela, a bílis negra, a fleuma e o sangue) que
correspondiam-se em relacionamentos análogos aos quatro elementos
cósmicos. A pessoa humana era, portanto, uma réplica microcósmica do
mundo macrocósmico mais amplo, repleto de sentido e propósito divinos.
 
Esta relação micro-macro significava que cada pessoa nascida no mundo
nasceu em um mundo de imposição divina, de modo que todas as pessoas
são obrigadas a orientar suas vidas de forma a cumprirem o propósito divino
para a humanidade. Isto é o que os intelectuais clássicos têm chamado de
“piedade cósmica”, a qual era praticamente universal no mundo greco-
romano. Para o grego, havia um senso profundo de que alguém seria
verdadeiramente humano unicamente porque estava numa relação
harmoniosa com o cosmo.
 
É, por conseguinte, neste contexto que precisamos compreender a cultura:
a cultura ou paideia da cidade-estado representava a reconstituição do tempo
e do espaço em torno dessa obrigação divina e, portanto, permitia que
cumprissemos nosso propósito divino e, por esse meio, que nos tornassemos
verdadeiramente humanos. Então, uma vez lidando com história, arte,
literatura, matemática, economia, música, ciência, etc., todos esses
constituintes são expressões materiais tangíveis desse significado e
propósito divinos que incorporamos e, assim, com os quais orientamos
nossas vidas de acordo com a virtude cósmica.
 
Agora, quando se tratava da educação, tal concepção de cultura enquanto
expressão materializada da piedade cósmica era precisamente aquele mundo
no qual um aluno era iniciado. O objetivo era alcançar uma harmonia entre
os três aspectos da alma — o intelectual, o moral e o emocional —, a qual
podia ser demonstrada em uma vida ética de virtude cívica, o cidadão ideal
da polis; como Lewis diz, o objetivo era produzir “homens com peito”. Isto
é o que o termo “virtude” significa: vir é o termo em latim para “homem”.
 
Logo, resumindo: a educação clássica era o projeto pelo qual o aluno era
iniciado em uma cultura que materializava ou fundamentava uma piedade
cósmica que permitia ao aluno cumprir seu propósito divino e, assim, tornar-
se verdadeiramente humano. E esta visão de educação permaneceu
normativa por 2 200 anos, começando com Platão, florescendo sob os
romanos e depois na cristandade, até meados do século 19.
 
Capítulo 3
 
 
A REVOLUÇÃO
MODERNA
 
 
Agora, para Lewis, essa concepção clássica da educação e seus vários
referenciais foram eclipsados pela ascensão da era moderna.
 
Com a ruptura da cristandade no século 17, tornava-se cada vez mais
plausível considerar o conhecimento como algo limitado apenas ao que se
pode verificar por um método, a saber, a aplicação da ciência e da razão.
Argumentava-se que somente as coisas verificáveis pelo método empírico
poderiam ser conhecidas de uma maneira completamente à parte dos
preconceitos do observador. Tudo o que não fosse submetido a esse método
ou fracassasse sob sua aplicação era reduzido ao estado de relatividade
pessoal e excluído da arena do que pode ser conhecido. O conhecimento,
nestas condições, agora estava aberto ao homem: tudo o que ele tinha de
fazer, em qualquer área da vida, era aplicar o método.
 
Mas havia um preço a ser pago por essa promessa. Uma das primeiras
vítimas dessa nova visão do conhecimento foi a piedade cósmica: porque o
significado e o propósito divinos são impérvios ao método científico, eles
não podem ser conhecidos, tornando-se cada vez mais plausível enxergar o
mundo como um composto de processos de causa e efeito que não têm
qualquer significado senão aquele que as pessoas escolheram lhe dar.
 
Por consequência dessa nova visão do conhecimento, você tem uma
definição de religião completamente nova: a religião não mais é uma
expressão civilizadora da piedade cósmica; em vez disso, a religião é
simplesmente algo em que você acredita pessoalmente mas não pode
conhecer. A religião lhe dá um significado pessoal, mas é destituída de todo
valor comum ou objetivo. E se a religião não pode ser conhecida, logo ela
nunca deixa a esfera da dúvida e, por conseguinte, a dúvida torna-se a
orientação apropriada às afirmações da igreja.
 
Com o surgimento do método científico como única fonte de
conhecimento, a igreja é completamente varrida do cenário público para a
periferia da sociedade, confinada unicamente à vida privada das pessoas. E
isso significa que cada pessoa nascida neste mundo é nascida em um mundo
desprovido de qualquer obrigação divina senão aquilo que você escolhe
impor a si mesmo. Portanto, não é por acaso que foi nos séculos 19 e 20 que
os cristãos começaram a enfatizar uma relação pessoal com Jesus, um
relacionamento independente da igreja. Embora faltassem referenciais ao
cristianismo clássico para bifurcar da cultura a alma de um indivíduo, já no
início do século 20 a distinção público/privado imposta ao cristianismo por
processos secularizados estava firmemente implantada.
 
E com a marginalização da igreja, toda a nossa concepção de cultura
mudou. O termo cultura é hoje usado mais em um sentido científico-social, o
que pode ser muito enganador; isto acontece porque a pressuposição
fundamental deste sentido científico-social é a de que não existe um
significado, ou propósito, inerente que seja objetivamente discernível neste
mundo, o que, portanto, torna o significado específico à raça humana. Os
seres humanos, por sua natureza, imputam significado a um mundo que por si
mesmo não possui significado. E este é o papel da cultura: a cultura é
composta de símbolos, práticas e arranjos comuns, através dos quais uma
população distinta que os compartilha impõe significado a um mundo sem
significado. É por isso que jamais podemos dizer que uma cultura é mais
válida que outra, uma vez que todas as culturas são arbitrárias por natureza;
elas fabricam sistemas de significado artificiais quanto à natureza impessoal.
Por consequência, chegamos ao multiculturalismo, a noção de que todas as
culturas são igualmente válidas, ou seja, outra forma de dizer que são
igualmente artificiais.
 
Talvez agora possamos entender por que Lewis está tão preocupado com
O Livro Verde. Sendo a educação sempre enculturação, O Livro Verde
representa nada menos que a tentativa de enculturar estudantes com a visão
de mundo moderna. A educação moderna deve, por definição, perpetuar e
enculturar uma dicotomia entre a ciência e a religião, o fato e a fé, o
conhecimento e a crença; deve, por definição, afastar os alunos da visão
clássica de piedade cósmica e impedi-los de encontrar os valores
transcendentes e eternos do que é Verdadeiro, Bom e Belo. Na verdade, de
acordo com Gaius e Titius e O Livro Verde, o Verdadeiro, o Bom e o Belo
são agora o que você quiser. Todos nós somos hoje nascidos em um mundo
onde não temos obrigações divinas, independentemente daquilo que
pessoalmente escolhemos impor a nós mesmos.
 
Lewis no entanto observa que, se impedidos de encontrar o transcendente,
os alunos terão sido afastados da própria fonte de virtude cívica; nós
teremos os afastado dos valores cósmicos mediante os quais eles poderiam
desenvolver umaalma equilibrada e, assim, tornar-se verdadeiramente
humanos. Por exemplo, Santo Agostinho argumenta que a virtude implica o
ordenar adequadamente nossos amores, ou o que ele chamou de ordo amoris.
É bom amar um bebê e é bom amar um sanduíche de presunto; mas se o
sanduíche de presunto e o bebê estivessem caindo em um precipício e eu me
apressasse para salvar o sanduíche de presunto, algo estaria errado com
meus amores. A ordenação dos amores foi expulsa da economia das coisas
boas criadas por Deus.
 
E o perigo aqui, reconhecido pela civilização clássica, é o de que sem
conformar-se aos valores cósmicos da Verdade, da Bondade e da Beleza, a
alma humana entra ou no colapso de um racionalismo antiético ou de um
sensualismo irracional. Assim, temos professores universitários como Peter
Singer em Princeton defendendo o infanticídio (o que ele chama de aborto
pós-nascimento) até a idade de dois anos, enquanto também temos hoje a
radical pornificação da cultura pop. Isso tudo é totalmente previsível: em
uma era moderna que nos afasta do transcendente, nossa intelligentsia será
radicalmente antiética e nossos ícones da cultura pop serão radicalmente
sensuais.
 
Ainda assim, como Lewis observa, 2 200 anos de precedentes culturais e
educacionais não desaparecem da noite para o dia, mas de alguma maneira
persistem em nossas consciências e em nossas expectativas. Desta forma,
Lewis observa a estranha ironia de que, na era moderna, ainda esperamos
que essas virtudes estejam presentes em nossa sociedade. Ainda esperamos
honestidade, coragem, um compromisso com o bem comum e o
desenvolvimento humano. Como conseguimos agir em tamanho contraste?
Como podemos ensinar a nossos alunos que a verdade é relativa e ainda
esperar que nossos políticos sejam honestos? Como podemos afirmar que a
moralidade foi substituída pela ética situacional e ainda esperar que os
executivos de Wall Street tomem suas decisões de negócios baseadas em
qualquer outra coisa senão lucro, ganância e conveniência? Como podemos
pensar que a beleza está apenas nos olhos de quem vê e depois reclamar do
quão ofensiva é a arte financiada com recursos públicos? Como podemos
afirmar que a família clássica é apenas uma construção cultural ocidental
arbitrária e ainda assim repovoar o planeta? Como podemos destruir a
concepção medieval de solidão e contemplação nas repúblicas universitárias
e depois tentar impedir que elas se transformem em bordéis que acolhem
estudantes, alguns dos quais serão nossos futuros médicos e bioeticistas? E
como podemos considerar o cristianismo apenas uma das inúmeras
alternativas de autoajuda no estilo programa de auditório com fins de
autorrealização e significado pessoal, mas ainda assim valorizarmos a
sacralidade da vida humana?
 
Lewis utiliza as seguintes palavras:
 
E o tempo todo — tal é nossa situação tragicômica — continuamos a
clamar por aquelas qualidades que nós mesmos impossibilitamos de
existirem. Você dificilmente abrirá um jornal sem encontrar a afirmação
de que nossa civilização precisa mais é de “impulso”, ou dinamismo, ou
abnegação, ou “criatividade”. Numa espécie de ingenuidade horrenda,
removemos o órgão e exigimos dele sua função. Nós criamos homens
sem peito e esperamos deles virtude e ímpeto. Nós ridicularizamos a
honra e ficamos chocados quando encontramos traidores em nosso
meio. Nós castramos e exigimos dos castrados que sejam fecundos.
Capítulo 4
 
 
A ABOLIÇÃO
DO HOMEM
 
 
Agora, quais são as consequências disso? O que acontecerá se não
mudarmos o rumo? O que acontecerá se a educação continuar neutra em
termos de valor, por assim dizer, impedindo os alunos de um encontro com o
transcendente?
 
Lewis reconhece que se todos os valores forem relegados ao aspecto
pessoal-relativo, se todas as concepções de Verdade, Bondade e Beleza
desmoronarem para meras preferências subjetivas e pessoais, então a única
maneira de haver um consenso moral na sociedade será por meio da
coerção. Se um sentimento de obrigação divina e, portanto, de autogoverno
foi apagado, então apenas a coerção, compulsão e extorsão podem constituir
uma motivação para a conformidade ética.
 
Isso não é muito difícil de imaginarmos. Tenho certeza de que a maioria
de vocês já leu os livros ou assistiu aos filmes baseados na trilogia Senhor
dos Anéis, escritos pelo colega de Lewis, J. R. R. Tolkien. Há uma cena
maravilhosa no filme As Duas Torres, quando Frodo, que está viajando pela
Terra Média para eliminar um anel maligno no fogo de Mordor enquanto
enfrenta inúmeras adversidades mortais ao longo do caminho, olha para o
companheiro Samwise Gamgee e simplesmente começa a se desesperar,
dizendo: “Eu não consigo fazer isso, Sam”. Sam responde:
 
Eu sei. Está tudo errado. Por direito não deveríamos nem mesmo estar
aqui. Mas estamos. É como nas grandes histórias, Sr. Frodo. Aquelas
que realmente importaram. Cheias de escuridão e perigo elas eram. E às
vezes você não queria saber o fim. Afinal, como o fim poderia ser feliz?
Como o mundo poderia voltar ao modo como era, havendo passado
tantas coisas ruins? Mas no fim, é apenas uma coisa passageira, essa
sombra. Mesmo a escuridão deve passar. Um novo dia há de raiar. E
quando o sol brilhar, ele resplandecerá com maior luz. Essas foram as
histórias que permaneceram com você. Elas significavam algo, mesmo
que você fosse muito pequeno para entender o porquê. Mas eu acho, Sr.
Frodo, acho que eu realmente entendo. Agora eu sei. Nessas histórias,
as pessoas tiveram muitas chances de voltar atrás, só que não o fizeram.
Elas continuaram. Porque eles estavam se agarrando em algo.
 
“No que estamos nos agarrando Sam?”, pergunta Frodo. “Na existência de
algum bem neste mundo, Sr. Frodo”, Sam responde com determinação, “e
por ele vale a pena lutar”.
 
Agora, você consegue imaginar como a resposta de Sam Gamgee seria
diferente, se ele tivesse sido educado com O Livro Verde? Como você teria
feito com que Frodo e Sam fizessem o sacrifício de viajar pela Terra Média
à custa da própria vida e dos membros de seus corpos, sacrificando tudo em
nome do Condado, que nem mesmo sabia o que estava acontecendo? Bem,
uma maneira seria sequestrar suas famílias e mantê-las reféns: “Você faz isso
ou então...”. A isso é dado o nome de consequencialismo.
 
Outra maneira seria oferecer-lhes uma grande recompensa. De qualquer
forma, um mundo educado pelo Livro Verde não pode dizer: “Você deve
fazer isso porque é bom!”. Aqueles que são enculturados por meio do Livro
Verde dirão: “Não há nada objetivo sobre o bem; é apenas uma questão de
opinião!” ou “a bondade está meramente nos olhos de quem a contempla!”. E
se a moral e a ética forem extintas do domínio do conhecimento, então
teremos perdido todo referencial objetivo pelo qual concordar sobre o que é
certo e o que é errado. E se não existir uma base objetiva para a
conformidade ética, a única possibilidade de haver qualquer tipo de
conformidade ética em massa é por meio de alguma instituição que tenha o
poder de compelir tal conformidade. Assim, Lewis vê manipulação no
coração deste admirável mundo novo no qual estamos embarcando.
 
Essa propensão à manipulação faz parte do projeto maior da modernidade,
o qual apresenta um novo summum bonum, um novo bem maior, que é a
conquista da natureza pelo homem. Você terá em mente a observação de
Lewis feita mais acima: o homem clássico estava interessado em conformar
os desejos e as necessidades da pessoa humana com o mundo ao seu redor,
ao passo que o homem moderno está interessado em conformar o mundo com
os desejos e necessidades da pessoa humana. Realmente é tudo sobre você,
como a propaganda declara confiantemente. Se não houver um significado ou
propósito divinos na natureza, se forem meros processos de causa e efeito
sem significado ou propósito inerentes além daquilo que desejamos e
escolhemos conferir-lhe, então a natureza existe simplesmente para ser usada
de acordo com nossos propósitos.
 
Agora, se a manipulação é uma característica intrínseca da vida moderna,
logo, observa Lewis, vocêdeve, por definição, ter duas classes de pessoas:
manipuladores e manipulados, ou, nos termos de Lewis, os
“condicionadores” e os “condicionados”. A necessidade de coerção e
manipulação dá origem à formação de uma elite social, uma aristocracia
secular.
 
Sendo assim, por que as massas concordariam com este novo arranjo
social? Por que, aliás, elas se submeteriam ao governo de uma classe elitista
de manipuladores? Simplificando, é porque as massas foram condicionadas
a acreditar que a vida e a felicidade serão encontradas quando
conformarmos o mundo aos nossos próprios desejos e ambições. Mas essa
promessa exige de nós uma dependência confiante numa classe de elites que
tenham a experiência necessária para conformar o mundo. As elites
prometem vida sem limite, saúde perpétua, integridade e bem-estar
psicológicos, proteção de direitos de grupos e corpos, oportunidades
educacionais e de carreira ilimitadas e prosperidade para todos. A
genialidade desta nova divisão moderna do trabalho está no sucesso que
esta teve em escravizar as massas, convencendo-as de que o quanto são
dependentes dos engenheiros sociais é o quanto são livres. O experimento
moderno convenceu com sucesso as populações em massa de que o controle
da natureza é o novo summum bonum, e de que quanto mais confiarmos nos
engenheiros sociais para fornecerem esse controle sobre a natureza, mais
livres seremos.
 
Por exemplo, não é mera coincidência que o nome do cartão que o estado
de Maryland emite para fornecer acesso à comida grátis e assistência
financeira é o “Cartão de Independência”. Nossa liberdade depende do
quanto dependemos dos engenheiros sociais compostos de elites científicas,
tecnológicas e estatistas.
 
E aqui está a conclusão arrepiante de Lewis: se a natureza é, por
definição, aquilo a ser conquistado e controlado, aquilo que deve ser
conformado às minhas necessidades, aos meus desejos e ambições, e se essa
visão da natureza envolve um controle e manipulação de pessoas como única
forma de produzir conformidade moral, então este projeto de conquista do
homem sobre a natureza significa que a grande maioria da população humana
deve ser consignada à categoria da natureza. Estamos sendo manipulados
junto ao mundo natural! Assim, a conquista da natureza pelo homem inclui a
conquista do homem pelo próprio homem ou, melhor, o uso da natureza pelo
poder de alguns sobre outros. Nosso esforço por conquistar a natureza fez
com que a natureza risse por último. A natureza é que nos conquistou.
 
Lewis dá o exemplo óbvio dos métodos anticoncepcionais, em que
aqueles que controlam a natureza efetivamente controlam outros humanos.
Esta é precisamente a força motriz do aborto e o porquê de hoje haver uma
classe de elites que considera o aborto como mais sagrado que a Segunda
Emenda: o aborto, ao contrário da Segunda Emenda [1], controla a natureza
e, portanto, incorpora o bem maior. Isto é o que está por trás da
manipulação e da redistribuição de riquezas por parte dos engenheiros
sociais. A grande maioria da população é “natureza” e deve ser controlada e
manipulada de acordo com os objetivos e desejos dos manipuladores.
 
Lewis escreve:
 
Temos tentado, assim como [o Rei] Lear, conciliar dois opostos:
abandonar nossa prerrogativa humana e, no entanto, ao mesmo tempo
mantê-la. Isso é impossível. Ou somos espíritos racionais obrigados a
obedecer para sempre aos valores absolutos do Tao [o termo de Lewis
para a doutrina dos valores objetivos], ou então não somos mais que
mera natureza a ser manuseada e esculpida em novas formas para o
prazer dos mestres, que devem, por hipótese, não ter motivos senão seus
próprios impulsos “naturais”. Somente o Tao provê uma lei de ação
humana comum capaz de dominar tanto os governantes quanto os
governados. Uma crença dogmática no valor objetivo é necessária para
a própria ideia de uma regra que não seja tirânica ou de uma obediência
que não seja escravizante.
 
Assim, ao tentar conformar o mundo em torno do eu, acabamos nos
encarcerando. A cultura moderna torna-se uma espécie de prisão que nos
enjaula, nos absorve e nos distrai, distanciando-nos daqueles valores
transcendentes que trazem equilíbrio para a alma e despertam a liberdade
inerente à virtude cívica e moral. Lewis, por conseguinte, conclui que a
educação moderna, na medida em que perpetua essa dicotomia de religião
versus ciência, encultura os estudantes num mundo constituído por
condicionadores e condicionados, uma nova ordem social que submete a
grande maioria da humanidade à categoria de natureza impessoal, o que com
efeito redefine a humanidade para uma humanidade intrinsecamente sem
sentido; daí o título de seu livro, A Abolição do Homem.
 
 
Capítulo 5
 
 
O RENASCIMENTO
DA EDUCAÇÃO
 
 
Agora, em meio a isso tudo, o que devemos fazer? Devemos correr para as
montanhas em desespero ou há alguma razão para otimismo?
 
A boa notícia é que nas últimas três décadas vimos nada menos que um
renascimento da educação cristã clássica nos Estados Unidos no
ressurgimento do ensino domiciliar, de escolas, faculdades e universidades
confessionais pelo método clássico de educação. De acordo com as
estatísticas da Associação de Escolas Cristãs Clássicas (AECC) [2], havia
10 escolas clássicas no país em 1994, enquanto hoje há mais de 230. Desde
2002, a matrícula de alunos em escolas clássicas em todo o país passou de
17 000 para 35 000, e todos os índices sugerem que a próxima década será
uma de crescimento significativo. E já estamos vendo os efeitos desse tipo
de educação. Em 2011, as escolas clássicas apresentaram as pontuações
mais elevadas no exame padronizado SAT em cada uma das três categorias
avaliadas — Leitura, Matemática e Escrita — dentre todos os tipos de
escola — independentes, públicas e religiosas.
 
E o mundo secular está tomando conhecimento disso. Veja, por exemplo, o
artigo escrito há não muito tempo pelo editor-chefe do jornal Delaware
Today, no qual ele fala a respeito da Escola Clássica Tall Oaks: “Delaware
apresenta algum ponto cego na arena educacional? A história de sucesso do
estilo clássico de aprendizagem da escola Tall Oaks não pode ser ignorada”.
O artigo principal mostra como as igrejas, trabalhando juntas por meio dos
professores e alunos de Tall Oaks, estão renovando e redimindo a educação
de uma forma que as escolas seculares jamais conseguiriam.
 
A educação domiciliar cresceu estrondosamente nas últimas três décadas
também. Em 2003, havia aproximadamente 2,1 milhões de crianças
estudando em escolas domiciliares em todo o país e o número cresceu para
2,5 milhões em 2009, representando uma taxa de crescimento média de 7–
15% por ano. De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas
Educacionais, a percentagem de todas as crianças em idade escolar em
escolas domiciliares nos Estados Unidos aumentou de 1,7% em 1999 para
3% em 2009, representando um aumento de 74% em um período de dez anos.
 
O movimento School Choice [Escolha da Escola] é mais forte do que
nunca. Desde junho de 2015, dezoito estados dos Estados Unidos mais o
Distrito de Columbia oferecem programas particulares de escolha da escola.
Quase 250 mil alunos em todo o país estão participando de programas de
vouchers ou de crédito tributário. Foi o ex-governador da Louisiana, Bobby
Jindal, quem talvez tenha conseguido o programa mais significativo de
privatização escolar, com o qual transferiu dezenas de milhões de dólares do
monopólio das escolas públicas para pagar escolas particulares,
principalmente cristãs.
 
Em 2010, o aclamado documentário Waiting for Superman [Esperando
pelo Super-Homem] expôs a uma audiência significativamente grande como
a educação pública moderna está desmoronando sob o peso dos sindicatos
dos professores. Na verdade, o documentário foi escrito e dirigido por
Davis Guggenheim, produtor do documentário de Al Gore, An Inconvenient
Truth [Uma Verdade Inconveniente], então dificilmente seria considerado um
exemplo de propaganda da direita. Outro documentário, Indoctrination, faz
o excelente trabalho de traçara história do monopólio da educação pública
moderna nos EUA e sua agenda de produzir participantes dispostos ao atual
projeto estatista secular.
 
Portanto, temos muitas razões para estarmos bem otimistas.
Então o que você pode fazer? Qual é o seu papel em meio a tudo isso?
 
Em primeiro lugar, se você é atualmente pai ou mãe de uma criança em
idade escolar, eu respeitosamente o exorto a pensar profunda e sobriamente
sobre essas duas visões de educação e qual é compatível com o tipo de
cultura em que você quer que seus filhos sejam iniciados. A boa notícia é
que não há escassez de oportunidades educacionais que promovam a virtude
cívica clássica em seus filhos. Há um renascimento literal da educação
clássica acontecendo agora nos Estados Unidos e, portanto, não há escassez
de estabelecimentos educacionais a que recorrer.
 
Em segundo lugar, se você não é pai ou mãe de uma criança em idade
escolar, ou se você é um avô ou se seus filhos já cresceram, uma das
melhores coisas ao seu alcance é a criação de um fundo de bolsas de estudo
por meio de uma escola ou em uma igreja ou algum tipo de cooperativa
financeira, para que as famílias que estiverem sem dinheiro possam ter como
participar desse restabelecimento da educação clássica. Obviamente, o
principal obstáculo para a participação das crianças na educação clássica é
o custo, e, portanto, há muitas famílias que realmente poderiam se beneficiar
de uma ajuda financeira. O ato de criar algum tipo de fundo para bolsas de
estudo seria uma magnífica contribuição para a recuperação da virtude
cívica em nossa sociedade.
 
O Livro Verde de Gaius e Titius nos faria acreditar que o propósito da
educação é tornar os homens subordinados aos objetivos e hábitos da era
moderna, mestres dos métodos, guardiões do utilitarismo e do pragmatismo,
equipados para desconstruir a natureza humana e o esforço cultural tornando-
os construções sociais vazias. Batendo de frente contra essas tendências
desumanizadoras, está a descrição do crítico de arte inglês do século 19,
John Ruskin, a respeito do propósito da educação. Ruskin escreve:
 
Todo o objeto da verdadeira educação é fazer com que as pessoas não
façam apenas as coisas certas, mas que desfrutem das coisas certas —
não meramente trabalhadoras, mas amantes de seu ofício — não
meramente educadas, mas que amem o conhecimento — não apenas
puras, mas que amem a pureza — não apenas justas, mas que tenham
fome e sede de justiça.
 
Se quisermos ver uma restauração da virtude cívica em nossa sociedade,
devemos levar a sério a reforma das instituições que educam as próximas
gerações. Devemos restabelecer, mais uma vez, os referenciais que
asseguram a natureza transcendente do Verdadeiro, do Bom e do Belo neste
mundo, e, por conseguinte, promover em nossos filhos corações virtuosos e
uma imaginação moral santificada que buscam o bem comum e o
desenvolvimento humano em tudo. Ao fazê-lo, as próximas gerações
crescerão sabendo que há realmente bondade neste mundo e que vale a pena
lutar por isso.
 
CONCLUSÃO
 
 
Obrigado novamente por ter adquirido este livro! Espero que este livro o
tenha ajudado a entender e apreciar a profunda diferença entre educação
clássica e moderna.
 
Como o encorajei acima, o próximo passo é envolver-se com uma
associação de educação clássica que possa direcioná-lo a uma escola
clássica local, fornecer recursos para iniciar a sua própria escola ou
fornecer recursos e suporte para a educação escolar clássica domiciliar.
Aqui está uma lista de algumas organizações e associações com as quais
você pode se envolver:
 
Trinitas Educação Clássica:
https://www.trinitas.com.br
 
Associação das Escolas Cristãs Clássicas:
https://classicalchristian.org
 
Instituto CiRCE:
https://www.circeinstitute.org
 
Academia Scholé:
http://www.classicaleducator.com
 
Society for Classical Learning:
https://societyforclassicallearning.org
 
Classical Conversations:
https://www.classicalconversations.com
 
Por fim, se gostou deste livro, então eu gostaria de pedir-lhe um favor:
você poderia gentilmente deixar uma análise a respeito deste livro no site
https://www.trinitas.com.br/
https://classicalchristian.org/
https://www.circeinstitute.org/
http://www.classicaleducator.com/
https://societyforclassicallearning.org/
https://www.classicalconversations.com/
onde o comprou ou nas redes sociais? Eu agradeceria e muito por isso!
 
Muito obrigado, e que Deus o abençoe ricamente!
 
Steve Turley
www.turleytalks.com
 
http://www.turleytalks.com/
SOBRE
TURLEYTALKS.COM
 
 
Estamos presenciando a revitalização da civilização cristã?
 
Há décadas o mundo tem sido dominado por um processo conhecido como
globalização, sistema político-econômico que esvazia e erode as tradições,
os costumes e as religiões de uma cultura, e isso o faz enquanto condiciona
as populações a confiarem na experiência de uma pequena classe de
tecnocratas para cada aspecto de sua vida social e econômica.
 
Até agora.
 
Em todo o mundo está havendo um enorme golpe contra os processos
anticulturais da globalização e sua aristocracia secular. Da Rússia à Europa
e agora nos EUA, os cidadãos estão se levantando e reafirmando sua
religião, cultura e nação como mecanismos de resistência contra as
tendências desumanizadoras do secularismo e do globalismo.
 
E isso tudo é apenas o começo.
 
O mundo secular está à beira de um colapso enquanto uma nova era
tradicionalista está surgindo.
 
Junte-se a mim todas as semanas enquanto examinamos essas tendências
mundiais, descobrimos respostas para os desafios mais difíceis de hoje e,
juntos, aprendemos a viver no presente à luz de coisas ainda melhores.
 
Então, embarque no www.TurleyTalks.com e dê uma olhada. Certifique-se
de inscrever seu e-mail em nosso boletim informativo semanal pelo qual
você receberá muitos brindes gratuitos, uma seção de perguntas e respostas
particulares e muitos outros conteúdos excelentes.
 
Confira o nosso canal no YouTube (www.youtube.com/c/DrSteveTurley),
onde você entenderá os acontecimentos da atualidade à luz das tendências
conservadoras, o que irá ajudá-lo a prosperar em sua vida pessoal e
profissional. E, claro, curta nossa página no Facebook e nos siga no Twitter.
 
Muito obrigado pelo seu apoio e pela sua parte nesta renovação cultural.
 
http://www.youtube.com/c/DrSteveTurley
SOBRE O AUTOR
 
Steve Turley (PhD, Durham University) é um acadêmico, palestrante e
violonista clássico reconhecido no cenário internacional. 
 
Ele é o autor dos livros Beleza é Fundamental: Cultivando uma Cultura
Elevada de Estética e Daqui para a Eternidade: Superando o Cinismo
Escolar com o Deslumbramento. Steve escreve sobre a igreja, a sociedade
e a cultura, a educação e as artes pelo site TurleyTalks.com.
 
Ele é membro do corpo docente da Escola Clássica Tall Oaks em Bear,
Delaware, onde ensina teologia, grego e retórica, além de ser professor de
Belas-Artes da Eastern University. Steve palestra em universidades,
conferências e igrejas por todo os EUA e no exterior. Suas pesquisas e
artigos apareceram em revistas como Christianity and Literature, Calvin
Theological Journal, First Things, Touchstone e The Chesterton Review.
Ele e sua esposa, Akiko, têm quatro filhos e moram em Newark, EUA, onde
juntos gostam de pescar, jardinar e assistir a maratonas de Duck Dynasty.
 
Capítulo 4
[1] A Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América garante à população o direito à
posse e propriedade de armas. (N. do. T.).
Capítulo 5
[2] Association of Christian Classical Education (ACCS). (N. do. T.)
 
	Cachoeiras e o Mundo
	Educação Clássica e Cultura
	A Revolução Moderna
	A Abolição do Homem
	O Renascimento da Educação
	Conclusão
	Sobre o TurleyTalks.com
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