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OBJETIVOS AT1 Descrever a organização do sistema imunológico A função fisiológica do sistema imune é a defesa contra microrganismos. Ele é formado por moléculas, células, tecidos e órgãos. Existem dois sistemas que se complementam: a imunidade inata e a imunidade adaptativa. As células se organizam em fagócitos (incluindo neutrófilos e macrófagos); mastócitos; basófilos; eosinófilos; células apresentadoras de antígenos (APCs) (como os macrófagos, os linfócitos B e principalmente as células dendríticas); linfócitos (B e T). No grupo das moléculas temos várias citocinas que exercem papel importante na imunidade.As citocinas constituem um grande grupo de proteínas secretadas com diversas estruturas e funções, que regulam e coordenam muitas atividades das células da imunidade inata e adaptativa. Todas as células do sistema imune secretam, pelo menos, algumas citocinas e expressam receptores específicos de sinalização para várias citocinas. O grande subgrupo de citocinas estruturalmente relacionadas que regulam a migração e o movimento celular é denominado quimiocina. Por fim, os tecidos linfoides são classificados como primários e secundários. Os tecidos primários são medula óssea e timo, enquanto os secundários são: linfonodos, baço e tecidos da mucosa. O sistema linfático integra os órgãos linfoides. Descrever sucintamente a evolução da Imunologia como ciência O surgimento da imunologia é atribuído ao médico inglês Edward Jenner pela elucidação do primeiro processo de imunização no final do século XVIII. Jenner comprovou que a varíola bovina, também chamada de vacínia, doença relativamente branda, conferia proteção contra a varíola humana, comumente fatal. Conceituar e classificar as imunidades inata e adaptativa A defesa contra microrganismos é mediada pelas reações iniciais da imunidade inata e pelas respostas tardias da imunidade adaptativa. Imunidade inata → primeira linha de defesa. → Mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que estão em vigor mesmo antes da infecção e são preparados para responder rapidamente a infecções. → Bloqueia a entrada de microrganismos e elimina ou limita o crescimento de muitos microrganismos que são capazes de colonizar os tecidos. → Os mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas diferenças entre os microrganismos. https://www.infoescola.com/saude/imunizacao/ https://www.infoescola.com/doencas/variola/ → Os principais componentes da imunidade inata são barreiras físicas e químicas, como epitélio e agentes antimicrobianos; células fagocíticas, células dendríticas e células NK; além de outras células linfoides; inclui também proteínas sanguíneas, incluindo membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação. → Consiste em dois tipos principais de reações – inflamação e defesa antiviral. → A inflamação é o processo de recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas do sangue, seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para destruir os microrganismos. → A defesa antiviral consiste em uma reação mediada por citocina na qual as células adquirem resistência às infecções virais e morte das células infectadas por vírus pelas células especializadas do sistema imune inato, as células NK. → Os microrganismos que são capazes de resistir a essas reações de defesa nos tecidos podem entrar no sangue, onde são reconhecidos pelas proteínas circulantes da imunidade inata. Entre as proteínas plasmáticas mais importantes da imunidade inata, estão os componentes do sistema complemento. As respostas imunes adaptativas se desenvolvem mais tarde e necessitam de ativação de linfócitos. → Na resposta adaptativa, as respostas aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição subsequente a um microrganismo particular. → Reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não microbianas. → Especificidade: habilidade de distinguir entre diferentes substâncias. A resposta é específica para determinado antígeno. → Diversidade: responde a uma grande variedade de antígenos. → Memória: habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo microrganismo. → Expansão clonal: proliferação de linfócitos específicos para um antígeno após a exposição. Ou seja, aumento de células que expressam receptores idênticos para o antígeno. → Especialização: gera respostas que são ótimas para a defesa contra diferentes tipos de microrganismos. Ex: extracelular ou intracelular. → Contração e homeostasia: permite que o sistema imune se recupere de uma resposta. → Não reatividade ao próprio (tolerância): previne lesão ao hospedeiro. Inclui eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos para alguns autoantígenos. → Componentes exclusivos da imunidade adaptativa: linfócitos e anticorpos. → Substâncias estranhas que induzem a resposta imune adaptativa/específica são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos, chamam-se antígenos. → Existe a resposta imune adaptativa humoral e a resposta imune adaptativa celular. → Na imunidade humoral, os linfócitos B secretam anticorpos que previnem as infecções e eliminam os microrganismos extracelulares. A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas, porque os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas e auxiliar na sua eliminação. → Na imunidade mediada por célula, os linfócitos T auxiliares ativam macrófagos para matar microrganismos fagocitados ou linfócitos T citotóxicos destroem diretamente células infectadas. Promovem a destruição de microrganismos que residem nos fagócitos ou a morte das células infectadas para eliminar reservatórios de infecção. exceção: T CD4 TH2 combatendo parasitas helmintos. → Células T auxiliares, células T citotóxicas e células T reguladoras. → O início e desenvolvimento das respostas imunes adaptativas necessitam que os antígenos sejam capturados e apresentados aos linfócitos específicos. As células que servem a este papel são as chamadas células apresentadoras de antígeno. Estratégias da resposta adaptativa: Anticorpos – Os anticorpos secretados se ligam aos microrganismos extracelulares, bloqueiam sua habilidade de infectar as células do hospedeiro e promovem sua ingestão e subsequente destruição pelos fagócitos. Fagocitose – Os fagócitos ingerem os microrganismos e os matam, e os anticorpos e células T auxiliares aumentam as habilidades microbicidas dos fagócitos. Morte celular – Os linfócitos T citotóxicos (CTLs) destroem as células infectadas pelos microrganismos que são inacessíveis aos anticorpos e à destruição fagocítica. Citar os órgãos, tecidos, células e moléculas envolvidos na resposta imunológica e correlacionar com suas respectivas funções. Fagócitos: → Função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. → Neutrófilos e macrófagos. Neutrófilos: → Medeiam as fases iniciais das reações inflamatórias. → Grânulos específicos: lisozima, colagenase e elastase. → Grânulos aurofílicos: lisossomas que contêm enzimas e outras substâncias microbicidas. → Polimorfonucleado. Fagócitos mononucleares: → Monócitos (células circulantes, no sangue) → Macrófagos (células residentes) → Os macrófagos têm papel central na imunidade inata e adaptativa. → Núcleo feijão. → Ingerir e matar microrganismos através da geração enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que são tóxicas aos microrganismos e digestão proteolítica. → Os macrófagos também ingerem células do hospedeiro - limpeza após a infecção ou lesão tecidual. → Macrófagos ativados liberam citocinas para aumentar o recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos do sangue para os locais de infecções. → Macrófagos servem como APCs que apresentam antígenos e ativam os linfócitosT. → Macrófagos promovem o reparo de tecidos danificados pela estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e síntese de matriz extracelular rica em colágeno (fibrose). → Algumas citocinas ativam macrófagos para estes se tornarem eficientes em matar microrganismos, o que é chamado de ativação clássica. Outras citocinas ativam os macrófagos para promover o remodelamento e reparo tecidual, o que se denomina ativação alternativa. → São as células efetoras dominantes dos estágios finais na resposta imune inata, permanecem vivos por muito mais tempo que os neutrófilos. Mastócitos: → Presentes na pele e na mucosa epitelial. → Abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina e outros mediadores. → Presentes nos tecidos, em geral adjacentes a pequenos vasos sanguíneos e nervos. → Expressam receptores de alta afinidade para IgE e, geralmente, são cobertos com esses anticorpos. → Quando os anticorpos na superfície dos mastócitos se ligam ao antígeno, eventos de sinalização são induzidos e levam à liberação dos conteúdos dos grânulos citoplasmáticos para dentro do espaço extravascular. → A liberação do conteúdo do grânulo, incluindo histamina, promove mudanças nos vasos sanguíneos que causam inflamação. → Estas células fornecem defesa contra helmintos e outros microrganismos, mas também são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas. Basófilos: → Muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. → Pouco encontrado nos tecidos, mas pode ser recrutado. → Assim como os mastócitos, os basófilos expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser ativados por antígeno ligado à IgE. Eosinófilos: → Grânulos citoplasmáticos contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro. Mastócitos, basófilos e eosinófilos apresentam em comum a característica de grânulos citoplasmáticos contendo vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos. Outra característica em comum destas células é seu envolvimento nas respostas imunes que protegem contra helmintos e reações que causam doenças alérgicas. Células Apresentadoras de Antígenos: → Capturam microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. → A principal célula é a célula dendrítica. → Outras células APC são macrófagos e linfócitos B (apresentam os antígenos aos linfócitos T nas respostas imunes mediadas por células e humorais, respectivamente). → Muitas APCs, tais como células dendríticas e macrófagos, também reconhecem e respondem aos microrganismos durante as reações imunes inatas e, assim, ligam as reações imunes inatas às respostas do sistema imune adaptativo. Linfócitos: → expressam receptores de antígenos clonalmente expressos. → Os linfócitos B são derivados da medula óssea e os linfócitos T são derivados do timo. → Os dois subgrupos principais de célula T são os linfócitos T auxiliares CD4 + e os CTLs CD8 +. → Células T reguladoras CD4 - têm a função de inibir as respostas imunes. → células B e T maduras são chamadas de linfócitos imaturos. Os linfócitos imaturos são funcionalmente quiescentes, mas, após ativação pelo antígeno, eles proliferam e sofrem dramáticas alterações na atividade fenotípica e funcional. → Em paralelo com a expansão clonal, os linfócitos estimulados por antígeno se diferenciam em células efetoras cujas funções são eliminar o antígeno. → Outra progênie dos linfócitos B e T estimulados por antígeno se diferencia em células de memória de vida longa, cuja função é mediar respostas rápidas e aumentadas. → Os linfócitos imaturos e de memória são ambos chamados de linfócitos em repouso porque eles não estão ativamente em divisão, nem realizam funções efetoras. Células Linfoides Inatas: → Não possuem receptores de antígeno da célula T, mas possui função semelhante. → Fornece defesa inicial a microrganismos. → reconhecem células estressadas e danificadas do hospedeiro e auxiliam na eliminação destas células. → influenciam a natureza da resposta imune adaptativa subsequente. → Células assassinas naturais (natural killer NK) - secretam IFN-y e matam células infectadas e danificadas. Descrever sucintamente sobre a comunicação no sistema imunológico e entre este e os demais sistemas do organismo humano Para otimizar as interações celulares necessárias para o reconhecimento do antígeno e ativação do linfócito nas respostas imunes adaptativas, os linfócitos e APCs estão localizados e concentrados em tecidos ou órgãos anatomicamente definidos, que também são os locais para onde os antígenos estranhos são transportados e concentrados. O sistema linfático consiste em vasos especializados que drenam fluido dos tecidos para dentro e para fora dos linfonodos e, então, para o sangue. Ele é essencial para a homeostasia do fluido tecidual e para as respostas imunes. O sistema linfático coleta antígenos microbianos de seus portais de entrada e liberação para os linfonodos, onde eles podem estimular as respostas imunes adaptativas. - As células dendríticas capturam antígenos microbianos e entram nos vasos linfáticos. - Outros microrganismos e antígenos solúveis podem entrar nos linfáticos independentemente das células dendríticas. - Além disso, mediadores inflamatórios solúveis, tais como quimiocinas, que são produzidas nos locais de infecção, entram nos linfáticos. - Os linfonodos são interpostos ao longo dos vasos linfáticos e agem como filtros que coletam os antígenos solúveis e associados às células dendríticas nos linfonodos antes de eles alcançarem o sangue. - Os antígenos capturados podem, então, ser localizados pelas células do sistema imune adaptativo. Dúvidas: Como as células NK sabem quais células estão danificadas?
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